O dito Constâncio desmentiu logo tudo por twitter, denegando a responsabilidade imputada na concessão de autorização para o levantamento dos 350 milhões: "Não fui questionado sobre isto e ainda estou a investigar. Não tenho memória de nada assim, de há 15 anos" .
O desmentido provavelmente é outra aldrabice porque não se compreende de forma alguma que Vítor Constâncio, relativamente a quem o Joe disse na AR que falou com ele entre quatro paredes sobre assuntos da CGD que nem a elas confessa, nada soubesse sobre o caso do empréstimo da CGD para o Joe comprar acções do bcp, sem garantias sólidas que são exigidas a outros.
Não obstante, a aldrabice do Público era latente quando se verificava que nas cartas não aparecia o nome de Vítor Constãncio, permintindo-lhe fazer a rábula habitual de José Sócrates sobre o que tem ou não conhecimento. Sócrates nunca teve conhecimento do negócio da compra da TVI, por exemplo...e também o disse no Parlamento.
Esta gente está habituada a mentir e não é mais uma ou menos uma que lhes faz qualquer diferença.
Não deixa por isso de ser algo patético o que podemos ler no Público de hoje, em direito de resposta de Vitor Constâncio.
Repare-se na argumentação: o título do Público é absurdo porque o BdP não aprova empréstimos. Pode impedi-los mas não aprova; logo, é um absurdo, tal título. Que dizer de um economista que diz isto? Que é sério?
Outra: não esteve formalmente na reunião; diz que estava ausente do país ( informação nova) logo não poderia ter autorizado fosse o que fosse.
Ora bem. Imagine-se que apesar de não ter estado na tal reunião veio a saber do que se passou, o que é absolutamente razoável supor e mesmo obrigatório pressupor, sob pena de estarmos todos equivocados quanto ao papel de um governador do BdP. Então, nesse caso singular, que deveria fazer o Governador Constâncio? Lavar as mãos, como um qualquer pilatos e deixar o seu vice-governador orientar o "órgão colegial" que deliberou?
É isto que Vítor Constâncio nos quer fazer crer que será normal? Se for, é um imbecil, assim com todas as letras e que pretende fazer dos outros trampa igual.
Se for assim, não se percebe o que andou a fazer no BdP, para além de confessadamente ter o pelouro da auditoria interna e do departamento de estudos.
Para que foi preciso um Governador destes? Para deixar passar isto em claro e depois vir dizer que nem sabia do que se tratava? É disto que temos em Constâncio? Parece que sim.
Portanto, sobre a tal "mentira" ao Parlamento: Vítor Constâncio descartou-se no Parlamento do assunto da CGD dizendo que não se lembrava e que nada sabia dos casos. Que casos? Ninguémlhe perguntou sobre o Joe e por isso Vítor não mentiu.
Mais uma aldrabice porque Vítor continua a dizer que só soube das operações a posteriori e não antes. Ora tendo em conta a cronologia dos acontecimentos, devemos assumir como razoável, lógico e sem dúvida a não ser de método que Vítor Constâncio sabia de todo o assunto antes disso, e portanto terá mesmo mentido ao Parlamento. Presumido culpado em vias de presunção de inocência processual...
Porém, como já escrevi aqui, tal mentira e respectivo crime averiguam-se em sede de inquérito criminal e só se estranha que o MºPº tão lesto noutros casos ainda não tenha dado sinal de vida neste...
Tudo isto o Público poderia ter evitado se desde o início fosse claro nas notícias e fosse sério nos procedimentos e não aldrabão ( ou aldrabona, porque a autora da notícia é Cristina Ferreira) como foi.
Evitaria este acrescento publicado no passado dia 11...
Se o Público tivesse publicado a notícia com estas explicações, logo no início, teria evitado que este Vítor andasse por aí a fazer de vítima de calúnias e falsidades e ficasse caladinho até à nova audição parlamentar na próxima semana.
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