Páginas

segunda-feira, setembro 02, 2019

O Bloco social-democrata que é socialista e até comunista se lhe aprouver...

Observador:  

Na entrevista, a actriz representa o papel de sedutora de incautos...

O Bloco quer mudar a estrutura da economia e no seu programa escreve que as várias crises que vivemos têm um nome: capitalismo. O Bloco quer acabar com o capitalismo? Quer o quê no seu lugar? Qual é o plano do partido a longo prazo?

O Bloco de Esquerda é um partido socialista. Isso é claro. Quer uma economia absolutamente diferente em que não haja uma minoria detentora dos meios de produção e que, portanto, também se decida como é que a riqueza é distribuída, sempre em benefício de uma pequeníssima elite e com prejuízos da enorme maioria.

E o Bloco acredita que pode mudar isso?

Os partidos também têm projetos para os tempos históricos que vivem. O Bloco de Esquerda tem proposta, apresenta um programa – às vezes as pessoas ficam um pouco chocadas, mas eu acho importante dizê-lo, que é na sua essência um programa social-democrata.

Quer dizer, o Bloco é socialista, mas por enquanto prefere ser social-democrata e será comunista quando tal lhe convier. É esta a verdadeira essência desse partido da Mentira permanente. 

Há dez anos,  o seu principal mentor, fradique Louçã,  dizia o mesmo...

Sobre a essência ideológica do BE, depois da pergunta "Em que é que o BE acredita?":

"Numa esquerda socialista. (...) Para nós o socialismo é a rejeição de um modelo assente na desigualdade social e na exploração, e é ao mesmo tempo uma rejeição do que foi o modelo da União Soviética ou é o modelo da China. Não podemos aceitar que um projecto socialista seja menos democrático que a "democracia burguesa" ou rejeite o sistema pluripartidário. Não pode haver socialismo com um partido político único, não pode haver socialismo com uma polícia política, não pode haver socialismo com censura. O que se passa na China, desse ponto de vista, é assustador para a esquerda. (...) Agora, a "esquerda socialista" refere-se mais à história da confrontação, ou de alternativa ao capitalismo existente. Por isso o socialismo é, para nós, uma contra-afirmação de um projecto distinto. Mas, nesse sentido, só pode ser uma estrutura democrática."

O que dizia Louçã em 2005 a este propósito? Isto:

"O BE é um movimento socialista ( diferenciado da noção social-democrata, entenda-se-nota minha) e desse ponto de vista pretende uma revolução profunda na sociedade portuguesa. O socialismo é uma crítica profunda que pretende substituir o capitalismo por uma forma de democracia social. A diferença é que o socialismo foi visto, por causa da experiência soviética, como a estatização de todas as relações sociais. E isso é inaceitável. Uma é que os meios de produção fundamentais e de regulação da vida económica sejam democratizados ( atenção que o termo não tem equivalente semântico no ocidente e significa colectivização-nota minha) em igualdade de oportunidade pelas pessoas. Outra é que a arte, a cultura e as escolhas de vida possam ser impostas por um Estado ( é esta a denúncia mais grave contra as posições ideológicas do PCP- nota minha). (...) É preciso partir muita pedra e em Portugal é difícil. Custa mas temos de o fazer com convicção."

Repito: o Bloco só engana quem quer ser enganado...

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.