Na Segunda-Feira o CM noticiava assim um fait-divers com requintes de sensacionalismo típico do jornal:
Tiveram tempo de mandar fazer desenho tosco, de pensar na notícia, de averiguar a verdade factual mas preferiram a sensacional. O título na primeira página intrigou-me pelo subjectivismo, pela desinformação latente e pela estupidez deste jornalismo de esgoto: "mata tarado sexual e trava violação".
Poderia haver vários erros neste título. Desde logo a classificação do suspeito, como "tarado sexual" e depois a própria natureza do acto "travado", a suposta violação.
O que diz esta notícia sobre o assunto? Que a Judiciária tinha anunciado a detenção de um jovem que fora em socorro de uma mulher que estava a ser vítima de violação numa pensão em Castelo Branco.
Como é que o CM teve notícia deste assunto, confinados que estão na redacção? Pela leitura do comunicado? E tal referia o "estrangulamento por trás usado em artes marciais"?
Diz depois que afinal quem tomou conhecimento do assunto em primeiro lugar foi a PSP local, como é lógico. Depois aparece o relato da versão dos factos contada pelo suspeito. Alguém disse ao CM o que foram tais declarações informais, a uma polícia, eventualmente a PSP. Por mim, iria averiguar quem deu esta informação e de que modo.
A "versão dos acontecimentos coincide com a da funcionária da pensão", a suposta vítima. "Abordou a mulher à porta e atirou-a ao chão para a violar", escreve o jornal, citando o dono da pensão em que os factos ocorreram.
Como é que o CM soube de tal versão? Foi só pelas declarações do dono da pensão ou leu o "auto de notícia" ? E quem lho passou, em flagrante violação de dever profissional se assim ocorreu? Uma investigação é necessária e rápida. É simples e lograria um objectivo: refrear a ânsia de sangue do CM, o sensacionalismo tosco que julgam vender jornais e notícias e só causa mal social.
E tudo isso por causa da notícia de hoje no mesmo jornal:
Enquanto este jornal continuar com estas práticas jornalísticas a verdade é manipulada, distorcida e a desinformação é regra.
Tem lá como avençado um especialista nestes assuntos de criminalidade, chamado Rui Pereira. Mas...o estipêndio regular se calhar fala mais alto que o dever de consciência em denunciar estes desmandos. É pena se assim for.
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