O Observador deu agora à escuta um podcast sobre Angola e o poder de Dos Santos, o pai da princesa do MPLA que esteve no poder durante décadas e de uma pobreza extrema chegou a alguém com uma fortuna presumivelmente das maiores do mundo. Apenas e sempre como líder do MPLA e do país...
No podcast há duas ou três passagens que merecem relevo. Uma delas diz respeito à corrupção quando alguém diz que "se é para prender é para prender toda a gente". Claro, exactamente o que por aqui tenho escrito e que evidentemente afasta qualquer veleidade de justiça verdadeira e por isso devia prevenir o MºPº português para evitar intrometer-se nessse vespeiro de corrupção de estado, o angolano.
O Ministério Público português não tem essa função nem deve ter. Enquanto a tiver, como se tem visto, iniciada no tempo de Joana Marques Vidal, está ao serviço de uma clique angolana igualmente corrupta e que apenas substituiu a anterior. Ponto final.
Outra passagem tem a ver com os acontecimentos de 27 de Maio de 1977 e o assassinato, através de execução sumária de dezenas de milhar de pessoas angolanas ( diz-se que à volta de 30 mil) que fariam parte de alegados "fraccionistas" do MPLA, encabeçados por um tal Nito Alves e um tal José van Dunem, irmão da actual ministra da Justiça, Francisca van Dunen ( a qual em 1975 estava em Angola integrada no MPLA e com perspectivas de lá ficar como angolana que era, mas regressou a penates logo que viu a vida andar para trás em 1976 e por cá ficou até chegar onde está, sempre apoiada pelas pessoas certas do sistema).
Esse van Dunem integrava um grupo de angolanos que pretendia uma Angola mais "pura", menos miscigenada por brancos e mulatos e tal era sabido desde 1972 porque um episódio contado no podcast assim o interpreta. Agostinho Neto era casado com uma branca que seria afastada e por isso não aceitou a opção que conduziria o Dos Santos ao poder. Agostinho Neto terá chegado a dizer que a opção lhe fazia lembrar a "UPA", ou seja o movimento de pretos que se opunha aos brancos no início da guerra no Ultramar.
José Eduardo dos Santos, neste episódio tem um papel equívoco, mas no podcast sugere-se que é equívoco porque afinal estaria de acordo com os futuros nitistas, logo em 1972, no Congo quando surgiu uma contestação a Lúcio Lara, por causa da discriminação que este faria relativamente a quem ia estudar para a URSS. Normalmente eram brancos ou mulatos porque eram os que tinham melhores qualificações académicas ( tinham mais que a quarta classe...).
O que este episódio revela é o profundo racismo desta gente. E no entanto, vemos agora quem anda sempre a falar de racismo e coisa e tal, às tantas para esconder o que verdadeiramente sente.
Enfim, quem conhecia bem esta gente era um tal zé das medalhas...
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