O Público de hoje traz uma entrevista com Jaime Nogueira Pinto que passou de proscrito até uns meses atrás, proibido de participar em conferências na universidade pública a personalidade actualmente bem tolerada pelo status quo, eventualmente por causa do programa que anima aos sábados na Antena Um, juntamente com o comunista Pedro Tadeu. Até já tem aparecido em programas de tv dos animadores do sistema.
A entrevista tem como leit-motiv um livro ilustrado sobre Champalimaud, aqui já recenseado.
Sobre Champalimaud e o valor que representou para Portugal nos anos sessenta muito haveria a dizer e alguns já o disseram mas as lições de Champalimaud poucos as aprenderam e muito menos os que mandam agora no governo do país.
Como se lê na entrevista, em 1975, imediatamente antes das nacionalizações de Março e meses seguintes desse ano, Champalimaud abandonou qualquer esperança de salvação económica do país.
O sistema comunista-socialista que se instalou então impôs a estatização de cerca de dois terços da economia e o resultado foi a primeira bancarrota, em 1976.
Porém, durante o ano de 1974 Champalimaud ainda acreditou que seria possível manter a estrutura industrial produtiva que existia e da qual era um dos principais defensores e intervenientes.
Por causa disso alimentou uma breve polémica numa revista de então- Vida Mundial- aqui já mostrada com um comunista inspirador das teorias estapafúrdias do Bloco e Esquerda em geral, chamado João Martins Pereira, um antigo assalariado do capitalismo luso, tornado crítico do mesmo e mentor de um Louçã e outros.
O assunto lembra o caso recente da TAP porque os argumentos são parecidos e cuja essencialidade Champalimaud resumiu em poucas palavras referindo-se à "sua" Siderurgia:
"Tivesse tido a Siderurgia Nacional o Estado como proprietário e ela não passaria hoje de um lamentável empreendimento a custar ao erário público, isto é, a todos nós, fortunas sobre fortunas, contribuindo, como tantos outros negócios para que alguns políticos impelem o Estado, para o agravamento sucessivo dos impostos e o retardamento da elevação do nível de vida da população".
O assunto começou assim na edição de 5 de Dezembro de 1974 e pode ser lido aqui por quem estiver interessado :
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