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domingo, janeiro 10, 2021

Crónica de costumes do Correio da Manhã

 Quem quiser estudar e saber ,daqui a uns tempos, como são os costumes do país neste início de 2021 pode muito bem coleccionar o CM que terá uma fonte privilegiada e primária de informação. 

A edição de hoje revela várias coisas interessantes, a começar pelo editorial do director-geral, Octávio Ribeiro cada vez mais da "outra banda" e sem vergonha sequer em ver o produto que todos os dias lança na rua para se vender e ganhar a vida desse modo. Ver para comparar com o que escreve, como autoridade moral que se julga ser. O "populismo" é do Ventura, mas as páginas do jornal que dirige são, além do mais o exemplo mais acabado do populismo mais rasca que nem sequer o Ventura patrocina. O problema deste director-geral é por isso uma hipocrisia permanente.  

Quem promove o sensacionalismo diário nas notícias de fait-divers dos crimes que dantes se chamavam de "faca e alguidar"? 

Quem promove diariamente a especulação sobre os fenómenos reais e apimentados à la CM sobre a "corrupção"? Quem se apoia diariamente nas violações de segredos de justiça e normas regulamentares e estatutárias de polícias e funcionários públicos corruptos que fornecem informação à socapa aos jornalistas do pasquim e CMTV para que esta esteja sempre "em primeiro"? 

Todas estas perguntas têm uma resposta: o diário e os órgãos de informação da COFINA, cujo director-geral é este Octávio Ribeiro assim exposto como um grande hipócrita cheio de vícios de uma esquerda caduca que detesta o CHEGA por lhe chegar aos preconceitos, mas que o alimenta todos os dias no sensacionalismo que promove. 

É a COFINA o melhor aliado de André Ventura e o CHEGA e isto é necessário dizê-lo para que este director-geral se remire nesse espelho baço que lhe devolverá a imagem igualmente baça dessa moral hipócrita.


Dito isto vamos aos sinais de costumes ambientes que o jornal mostra sem relacionar e apenas como sensação de momento que alimenta o CHEGA e os movimentos de repúdio a este estado de coisas que a sociedade segrega desde há décadas em Portugal, sempre com a mesma origem, precisamente os parceiros pensadores do director-geral do CM, o marxismo de base e o liberalismo desenfreado do lucro imediato e a ambição reflectida na "CMTV primeiro!" 

Começa-se pela página 12 e 13 que retrata um fenómeno replicado aos milhares em todas as insolvências passadas presentes e futuras em Portugal e que dantes se chamavam falências: quem pode escapar aos credores com os bens intactos que conseguiu amealhar durante o exercício do comércio pode muito bem seguir este roteiro:



Esta notícia só aparece por causa da guerra comercial ( é disso que se trata e nada mais) entre a COFINA e o empresário Mário Ferreira do Douro fluvial, turístico e afins. 

Porém o esquema revelado é relativamente simples, comum e generalizado na classe de empreendedores nacionais: o empresário em causa tinha várias empresas e algumas delas faliram, tornando-se insolventes. As razões para tal podem ser uma miríada, incluindo má gestão, culposa ou não. 

Não se sabe pela notícia o que sucedeu a tais empresas, apenas que o empresário, também tipicamente, porque os credores assim o exigiram, deu os seus avales pessoais. Comprometeu-se, garantindo com os seus bens pessoais ( ganhos como? Eventualmente no exercício do próprio comércio...) a solvência das  empresas de que fazia parte e para tal subscreveu instrumentos legais de garantia (que não forçosamente de entrega real de bens).

No interim terá  feito vários "suprimentos" também pessoais ( com que dinheiro?) perante tais empresas ficando credor das mesmas, a título pessoal. 

Perante a falência das empresas em que estava metido e prevendo a utilização pelos credores de tais garantias o património que antes detinha deixou de deter teve ainda o "azar" de ficar sem bens e rendimentos pessoais, miraculosamente alienados a terceiros na vigésima quinta hora mas normalmente a tempo e de modo a se livrarem de impugnações paulianas, ou seja de acções "interpostas" como os analfabetos do jornalismo escrevem, para evitarem a devolução de tais bens ao lugar de sempre-o de garantirem o que deveriam garantir- ou evitarem acções de resolução para a massa falida. 

E apresentou-se ele mesmo à insolvência, falido e pedindo que lhe fosse concedido o benefício de exoneração de pagamento do passivo que existisse, durante cinco anos, porque como não tem bens não o poderá solver e pagar aos credores, que no caso concreto ficaram a "arder" com mais de 11 milhões de euros, evaporados no vórtice dos "negócios". Foi-lhe concedido tal benefício porque comprovou a sua pobreza formal. 

No caso concreto noticia-se no entanto que o empresário terá escondido quotas que detinha em empresas em Moçambique ( o MºPº encaminhou a denúncia de tal facto para a insolvência pessoal) e também que  familiares e ex-familiares detêm afinal património substancial noutras empresas de que o empresário aparentemente está arredado e perante a lei é estranho, mesmo que mexa os cordelinhos todos. 

Por isso o empresário em causa garantiu no processo que nada tem de seu e nada poderá fazer mais para solver dívidas que contraiu e garantiu formalmente. 

Exemplos como este são aos milhares por esse país fora. É um fenómeno que não se relata nos jornais a não ser em casos suspeitos como este da Cofina contra o Ferreira e este empresário foi apenas apanhado no imbróglio. Mas já saiu de cena. Agora é a ex-mulher quem faz negócios com o Ferreira e que se desfez da participação que tinha na Media Capital eventualmente para fugir deste foco de atenção. 

Esta é a realidade que a notícia espelha, mas...quem a interpreta ou sequer compreende deste modo? O director-geral compreende, claro. Mas o culpado disto é o "populismo" dos Venturas e afins. Não do CM e da CMTV que afinal só "dão" notícias. 

Outro facto relatado hoje: o fenómeno aparentemente real e generalizado dos professores universitários particularmente das faculdades de Direito de Lisboa e Coimbra que "ajudam" certos figurões conhecidos e menos conhecidos ( caso de um certo Bacelar Gouveia, apanhado por acaso numa escuta maldita) a elaborar teses de mestrado e doutoramento de cábulas, incompetentes ou de vigaristas relapsos nacionais ou estrangeiros, para uso avulso cá e no estrangeiro. 

O assunto é escandaloso, parece ser generalizado  e não se vê ninguém a denunciar ao MºPº uma investigação profunda na faculdade de Direito de Coimbra e Lisboa a teses de mestrado e doutoramento apresentadas por tal via fraudulenta.  Talvez por essas e outras as faculdades portuguesas caem todos os anos nos "rankings" internacionais. Será que em França, Itália ou Inglaterra também ocorrem tais fenómenos de evidente corrupção, nas barbas dos que fazem as leis para a combater?

O que aqui se noticia é apenas um fait-divers: o MºPº propõe o arquivamento provisório do processo mediante uma injunção a prestar pelo arguido. Nada de especial porque o que releva é a natureza do assunto e o que o mesmo representa como "costume" universitário. 

Se este professor fosse condenado criminalmente por esta prática, no caso de tal se provar, talvez o exemplo assustasse outros prevaricadores, mas a lei não tem tal efeito prioritário. Assim...ficará tudo como dantes. 

Outra: o novel cronista de costume escandalosos, Paulo de Morais, denuncia aqui o sistema de nepotismo vigente, sem barreira legal porque os costumes são estes e o argumento usual é o de que ninguém pode ser prejudicado por ser parente ou filho de algo. Pode é ser beneficiado mas isso não importa nada porque o argumente reverte-se, se for utilizado: 


Finalmente, uma pequena notícia que envolve o "matarruano" que está na Educação e cuja formação e  instruções se resumem a ideologia como esta, partilhada aliás pelo director-geral da COFINA. É muito importante para este indivíduo que os alunos das escolas saibam o que foi o Holocausto, segundo os ensinamentos do Ministério. Sobre o que foi o Holodomor aposto que nem palavra, sequer: 


E já em coda algo que só agora li, depois de ler o jornal. Dificilmente se pode ser mais claro na desmontagem de uma cabala e na denúncia de algo que um advogado nunca deveria fazer e alguns fazem: defender o indefensável. Por estas e por outras sou muito céptico em relação ao desastre de Camarate. Afinal o advogado aqui citado é o mesmo que afiança ter sido atentado.

Honra por isso a Pedro Namora, pelo desassombro:



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