A imprensa musical em Portugal começou praticamente no início dos anos setenta. Nos anos sessenta praticamente não havia jornal ou revista dedicado em exclusividade à música popular de alguma qualidade, nacional ou estrangeira.
No rádio, o programa Em Órbita era uma referência nesse tempo remoto da segunda metade dos sessenta e no panorama da música popular, mas havia falta de imprensa dedicada.
Havia revistas de espectáculos e televisão, como a Nova Antena, a Plateia, a Rádio & Televisão e poucas mais.
Em 1968, surgiu a revista Cine-Disco, depois transformada em Mundo Moderno e que veio colmatar a falta de informação sobre assuntos destinados a um público jovem, mas a primeira publicação a impor-se nessa área específica, foi o Mundo da Canção, surgido em finais de 1969 e que durou até aos anos oitenta, em publicação mais ou menos regular.
A Mundo Moderno era um pequeno mundo, na época e prenunciava mudanças nos costumes:
Logo início de 1971, nascia o jornal quinzenal, sem variações de cor, Disco, música e moda. O modelo, graficamente e por assuntos, era o inglês Disc, and music echo.
Havia nessa altura, no dealbar dos setenta, uma apetência pela novidade "lá de fora", de onde sopravam os ventos. Em 4 de Dezembro de 1970 a Flama publicou um anúncio que me impressionou pelo "modernismo" do design e também pelos temas:
Referia-se a este disco então publicado e lá estavam dois esquerdistas, um comunista e outro socialista bem notórios...
Substancialmente eram estas as publicações nacionais, nos anos setenta, sobre música popular:
E estas eram algumas de espectáculos:
E do estrangeiro tínhamos pelo menos estas, regularmente, nos quiosques:
Portanto, os escribas nacionais tinham muito por onde ler, copiar e transcrever, nas recensões críticas e artigos que escreviam para os jornais e revistas da especialidade, o que aliás faziam sem grande prurido.
Por exemplo, no Disco de 1 de Outubro de 1971, um artigo sobre Jethro Tull era assim traduzido da Rolling Stone, sem sequer indicar a fonte, para além do autor, identificado:
O original vinha daqui, da edição de 22 de Julho desse ano, o que denota que a revista foi lida na altura e o artigo devidamente traduzido ( eventualmente à socapa da mesma):
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