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segunda-feira, janeiro 10, 2022

Fugir de casa: a nova aventura do pirata Mortágua

Esta notícia da Sapo24 é um primor de objectividade e isenção ideológica e política. Não vem assinada e nem precisa porque o texto é de antologia jornalística e provém da Lusa, da Madremedia, cujos redactores são doutorados em ideologia, de esquerda, sem carecerem de conhecimentos aperfeiçoados de ética, isenção e rigor jornalístico. A não ser que entendam que tal seja o verdadeiro rigor que se impõe, por assim lhes ter sido ensinado e constituir carta de acreditação para quem os contratou. Aposto mais nesta última hipótese, relativamente aos pobres coitados que ganham o pão com o suor nos dedos higienizados a antifassismo.

Ora é ler, sobre a última aventura do desgraçado pirata Mortágua, cujo historial já foi descrito aqui noutra perspectiva histórica e factual. E aqui também. E principalmente aqui, onde se conta que o pirata laureado por Jorge Sampaio pode  ter sujado as mãos no sangue de inocentes. Fica a dúvida cujo rigor histórico ainda não foi esclarecido devidamente. Afinal, o que era e quem era o DRIL? Diz aí que o acto de pirataria contra o paquete Santa Maria, em que também morreu uma pessoa e corajosamente assumido por este pirata como acto de bravura frustrado contra o fassismo,  consistiu na " tomada do navio, que transportava 600 turistas em viagem para Miami e mais de 300 tripulantes, foi preparada na Venezuela pelo Directório Revolucionário Ibérico de Libertação (DRIL). Era um organismo híbrido que nasceu da fusão entre o grupo de Galvão e um grupo de exilados espanhóis, dirigido por Jorge de Soutomayor, ex-combatente comunista na Guerra Civil de Espanha."  E mais:

"Antes do assalto ao Santa Maria, o DRIL, que estava classificado pela CIA como “organização terrorista”, promovera atentados em várias cidades de Espanha. A bomba que o grupo fez explodir em 1960 na estação de Amara, em San Sebastián, matou uma criança de 2 anos, Begoña Urroz.

O crime foi atribuído por largo tempo à ETA, mas dados históricos revelados nos últimos meses em Espanha demonstram a autoria do DRIL. Era com esta gente que Mortágua e os outros democratas queriam combater as ditaduras ibéricas e apear do poder Salazar e Franco."
A notícia tem uma foto do bebé morto pelos bravos do DRIL. 

A Sapo24/Lusa/Madremedia nem omite a referência exacta ao "regima fascista de Salazar" embora esqueça o pendor esquerdista de extrema, comunista e revolucionária, mesmo terrorista, segundo o conceito da época, do pirata Mortágua. Isso não conta porque afinal até foi homenageado por esse democrata do antigamente, Jorge Sampaio, em nome do povo português que aliás nunca lhe passou procuração para tal. 





É este o rigor e isenção jornalística que temos na Lusa, sociedade anónima de capitais públicos em que prevalece o Estado como accionista, Global Media Group, mais a Impresa, o Público  e outros. O retrato perfeito do panorama dos media do sistema político vigente, em Portugal, tal como vem na Wikipedia

Neste sistema os quase 300 jornalistas da casa zelam e velam para que o discurso corrente continue a chamar fascista a Salazar e herói antifascista a personagens como Camilo Mortágua. Quanto aos factos de saber quem, como, quando, onde e porquê aconteceu o "desaparecimento" temporário do aludido e antigo pirata, isso interessa a quem? Nem ao menino jesus. O do Benfica, claro.

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