O poder, actualmente, encontra-se disseminado por vários grupos, alguns de cariz político, reunidos em facções nos vários partidos e outros discretamente constituídos em agremiações de interesses mútuos que lutam em permanência para conquistar as rédeas da governação de facto. Alguns desses grupos agem secretamente em reuniões de conspiração permanente como a Maçonaria e o grupo particular de um certo Balsemão que tem a Impresa, actualmente configurada como uma agremiação de interessados em controlar o poder mediático em nome de valores que não servem o país.
Em 1975 os grupos mais aguerridos nessa actividade passaram a uma clandestinidade antes já experimentada e perante o fracasso da tomada de poder pela via eleitoral, subverteram as regras e passaram rapidamente aos métodos terroristas de actuação, com assaltos a bancos e assassinatos de pessoas concretas, tornadas inimigas do "povo" e do poder popular que tais grupos defendiam.
Logo em Outubro de 1975 a dependência da Damaia do Banco de Angola e a delegação do Banco Totta & Açores de Mira de Aire foram assaltadas e a respectiva autoria atribuída ao famigerado PRP-BR, então liderado por Carlos Antunes e Isabel do Carmo a dupla revolucionária.
Em Janeiro de 1978 foram apanhados os supostos autores e um deles denunciou publicamente, nessa altura e posteriormente, em 20 de Dezembro de 1980, em entrevista ao Expresso que o dinheiro roubado fora para o PRP-BR, uma das associações de malfeitores da época.
Esta actividade lúdica destes revolucionários do proletariado foi mantida durante uns bons dez anos. Em 19 de Junho de 1984 ocorreram as primeiras prisões destes beneméritos e em meados de 1985 foram acusados 73 indivíduos, tendo à cabeça o célebre Otelo. Assassínios, assaltos e malfeitorias diversas foram-lhes imputadas e depois de algum tempo de prisão acabaram todos amnistiadinhos da silva. Limpeza de um regime de mãos sujas cujas mãos se lavaram assim.
Uma das teóricas desta paralapatice revolucionária era Isabel do Carmos que ocasionalmente surge nos media como médica de uma especialidade qualquer.
O Jornal deu-lhe voz em 11 de Janeiro de 1980 para explicar as malfeitorias pelas quais estava presa.
Como se pode ler, esta benemérida da Revolução, então prestes a ser julgada pelos seus crimes, sempre esteve inocente e tal foi atestado por uma caterva de artistas da época, como se pode ler: José Afonso, Fausto, Sérgio Godinho, Fernando Pereira Marques ( Luar) etc.
Ora estas actividades revolucionárias em nome de um proletariado que nunca lhes passou procuração tiveram desenvolvimentos vários e origens certas e determinadas.
O Jornal de 16 de Maio de 1980 mostrava uma pequena resenha do historial desta gente.
Um dos pioneiros deste naipe de heróis nacionais foi Palma Inácio, co-autor de um célebre e rocambolesco assalto ao Banco de Portugal na Figueira da Foz, em 1967.
Na altura, o assalto rendeu grossa maquia de "fundos recuperados" e logo deu para formar o famigerado LUAR que tinha outros elementos também tornados célebres.
Um deles chama-se Camilo Mortágua, também co-autor nessa "recuperação de fundos".
Em Março de 1975, de cara descoberta fizeram um congresso que a Flama reportou e cujas imagens mostram um Coliseu dos Recreios repleto de adeptos.
O referido Camilo Mortágua na altura não se coibia de afirmar perante milhares de testemunhas:
" Se as condições o exigirem, se o contexto actual se modificar, estamos dispostos a repetir de novo a recuperação de fundos", ou seja, os assaltos a bancos, como ocorreram dali a pouco tempo...
Na assistência, os ditos testemunhantes, artistas de sempre: José Afonso, Sérgio Godinho, Carlos Alberto Moniz, Vitorino, Francisco Fanhais e outros que tais. Os mesmos que anos mais tarde juravam por tudo o que lhes era sagrado que aquela gente estava toda "inocente". E estava, claro que estava...uma inocência a toda a prova que só encontra paralelo na actual situação do recluso 44...
Na época ainda não era nascida Mariana Mortágua, uma "estrela portuguesa", a rapariga adepta do futebol feminimo que agora faz ums dribles na Assembleia da República na comissão de inquérito ao caso BES. Parece que até o capitalista-mor, Salgado a terá elogiado...
Mariana nasceu em 1986 e é filha de Camilo, o desavergonhado "recuperador de fundos", um terrorista nem assim tanto arrependido e que por sua vez se transformou em agrário...
Mariana Mortágua é filha desta cultura e faz agora parte do Bloco de Esquerda, tendo substituído o deputado Louçã.
Vistas bem as coisas, a lógica da substituição e a ascenção ao estrelato mediático nacional, tem toda a lógica revolucionária do tempo que já passou.
E um dos empresários destas estrelas não deixa de ser o mesmo Chico Balsemão que nos anos oitenta se tornou em mestre de cerimónias das figuras excelsas do grupo Bilderberg.
la boucle est bouclée.