quinta-feira, junho 01, 2023

"Aprendizagens" e "competências": as palavras mágicas do ensino em Portugal.

 Este artigo do Observador, de uma professora do ensino secundário, acerca dos alunos que reprovam o ano escolar por falta de "competências" é elucidativo dos equívocos que alastram no sector mais importante do desenvolvimento socio-cultural português. 





 
Repare-se que a articulista utiliza uma linguagem "operativa", simplificada e já tornada língua de pau,  certamente aplicada nos inúmeros relatórios que deverá ter que fazer para apresentar a entidades que nunca os lerão mas que alimentam uma burocracia inferne, decorrente de outra mitologia esquerdista, adaptada de critérios de gestão aprendidos à pressão e vertida num tal "Simplex". 

Muito mais interessantes e elucidativos são os comentários de alguns pais que se pronunciam sobre este tipo de utopia progressista e equívoca que nos tem desgraçado a Educação, de há quase 50 anos a esta parte, sempre fundada na ideologia da igualdade esquerdista e na luta para erradicar tal flagelo do modo mais incompetente, o que é apanágio da esquerda que temos. 












terça-feira, maio 30, 2023

Sombras de Lucky Luke

 As histórias de Lucky Luke, o cóboi que disparava mais rápido que a própria sombra, foram publicadas na revista francesa Pilote e em finais de 1971 quando atingiram os 25 anos de existência, a revista fez um número especial. 


Nessa altura saiu um desenho animado das aventuras do cóboi:

Nessa altura a saga ia já em quase 40 álbuns mas ainda não chegara à sua obra-prima ( na minha opinião) que é La Guérison des Dalton, Psicanálise para os Dalton, em Portugal, publicado em 1975.
A revista dedicou a maior parte das páginas da edição de 9.12.1971, a mostrar como Lucky Luke poderia ser desenhado por...outros desenhadores, da mesma revista. 
Foi assim, a começar com Alessandrini e Got que imaginaram um Lucky Luke francês:





Claire Brétecher, a feminista de Les Frustrés, imaginou-o...mulher:



Gir, ainda sem o pseudónimo Moebius, fez uma adaptação espectacular e realista dos mesmos desenhos de Morris na aventura O Pézinho Mole:



 E vice-versa:



Solé fez assim:


E Got assado:



Em  Março de 1974 o sucesso da série levou à criação de uma revista exclusivamente dedicada ao herói com um cavalo capaz de trepar às árvores e comprei o primeiro número que além do mais trazia um poster magnífico de John Wayne, desenhado por...Gir. 




Ora nesse número aparece uma mini-história desenhada por Morris:





E algumas páginas à frente, outra aventura, embora desenhada por Henk Albers...



De 1949 a 2001, altura da morte de Morris, os álbuns da série eram assinados por este e a partir de então, por Achdé. E continuam a sair...tal como os de Astérix, Blake & Mortimer ou Corto Maltese, sem que os editores e leitores se incomodem muito com a mudança na autoria. 

CODA
Vale a pena colocar aqui quatro páginas tiradas de uma edição especial da revista Lire de há alguns anos, dedicada à figura de Lucky Luke:









O Ministério Público do silêncio

 Observador, artigo de Luís Rosa, a criticar a PGR Lucília Gago, pelo perfil demasiado silencioso e reservado, escondido e sem dar contas públicas de factos, acontecimentos e situações que o exigem. Não posso criticar muito, tirando as teorias de conspiração, mas consigo compreender. 

Lucília Gago assumiu o cargo de PGR e votou-se a um silêncio que aparenta ter medo da própria sombra. Incompreensível e só explicável pelo receio de se expôr e dizer asneiras. Lucília Gago não é pessoa reservada em privado porque é simples, comunicativa e faladora e até simpática, mais do que outros que assumiram o mesmo cargo, pelo que a perplexidade ainda é maior. Haverá porém, outra explicação complementar e que apresentarei no fim do postal.












Para entender a atitude de extrema reserva da PGR Lucília Gago talvez seja necessário conhecer quem são as pessoas da sua confiança e quem a influencia em escolhas, mormente de magistrados para cargos dirigentes. 

Sem apontar nomes diria que Lucília Gago segue a escola de Coimbra, da ultra-reserva e anquilosada maneira de lidar com certos factos e de certos magistrados. Apresento um exemplo de um desses factos que fica na história da magistratura, tal como o processo do fax de Macau, com o qual aliás apresenta algumas coincidências, sendo a maior delas a de envolver personalidades de topo, socialistas e adjacentes.  Tudo isto acontece com socialistas e não é por acaso, uma vez que foram eles quem determinaram o perfil da magistratura e o estatuto do Ministério Público, através de Almeida Santos e Cunha Rodrigues.
No tempo do processo Face Oculta, sabe-se que o procurador de Aveiro, João Marques Vidal, bem como o responsável pela PJ, Teófilo Santiago, tomaram conhecimento de factos gravíssimos que envolviam o então primeiro-ministro José Sócrates. Comunicaram-nos ao então procurador geral distrital de Coimbra, Braga Themido e todos foram ter com o então PGR, o inenarrável Pinto Monteiro que desvalorizou tudo o que lhe comunicaram, não deu seguimento a qualquer processo crime que deveria ser obrigatoriamente instaurado, incorrendo em crime de denegação de justiça. Ficou tudo em águas de bacalhau, com a bênção de outro inenarrável, o então pSTJ, Noronha Nascimento. Ninguém se incomodou verdadeiramente com o escândalo, muito maior do que este caso do SIS, dos pindéricos de sempre. Ninguém pediu comissões parlamentares de inquérito, que me lembre e tudo passou à história das ignomínias judiciárias.
Foi a escola de Coimbra que tomou conhecimento de tais factos e foi essa mesma escola que optou por não accionar criminalmente o então PGR, como a meu ver devia e podia ser feito. O processo de violação de segredo de justiça, gravíssimo no caso, tendo como suspeito principal o próprio PGR Pinto Monteiro, acabou por ser inacreditavelmente arquivado, em Lisboa, por Maria José Morgado, depois de ter sido tramitado na escola do MP de Coimbra. Ninguém sindicou verdadeiramente tais factos que ficaram arrumados com o tempo que passou. Um manto de relativo silêncio e desinteresse cobriu tal anormalidade, até hoje, vertida em despacho de arquivamento que se desconhece. 

O silêncio sobre este tipo de assuntos é de ouro e foi assim que a escola de Coimbra medrou, com o ultra-reservado e silencioso procurador-geral distrital de Coimbra, Braga Themido, que nunca ninguém ouviu falar sobre o assunto e que nunca se exprimiu sobre tal ignomínia, da responsabilidade do então PGR, Pinto Monteiro. Saiu em silêncio e goza a reforma, presumivelmente em silêncio. Lembra um convento? É porque parece! Um convento com votos de silêncio, em retiro permanente e na esteira de outros monges-magistrados, ainda mais reservados e que ensinaram os então estagiários, noviços e noviças,  as regras de conduta. São estes que entretanto ascenderam na carreira, alguns já reformados e que influenciaram a actual PGR, a meu ver. É esta escola, esta mentalidade prevalecente que se impôs no MºPº e os resultados são os visíveis.  
Essa escola de silêncio e de ausência de comunicação democrática torna-se demasiado ruidoso, nos tempos actuais em que o Ministério Público é solicitado para resolver problemas criminais com foro de escândalo político à mistura e interesse público evidente e a carecer de explicações como as apresentadas pelo articulista do Observador. 
Porém, tal como naquele caso, a reserva é entendida como um biombo legitimador para tal silêncio e cultivado como dever, porque foi assim que foram educados determinados magistrados: a não falar publicamente de nada, diluindo-se num  colectivo hierárquico cujo topo faz o mesmo. É uma escola! 

Ainda há dias na tv, um procurador alemão pronunciava-se publicamente sobre um caso concreto que lhe tinha sido distribuído e para informar a opinião pública que solicitava esclarecimentos. 
Aqui, em Portugal que copia abundantemente as leis alemãs de processo penal e outras, o silêncio é a regra e não se sai daqui. Qualquer magistrado que se atreva a quebrar as regras desta escola hierárquica só pode temer o pior: um processo disciplinar, no mínimo. E isso também faz escola.
O direito constitucional  à liberdade de expressão? É para os outros; não para os magistrados. Ninguém fala, com excepção do sindicalista de serviço que está autorizado a falar por dever de função. Mas não muito e nunca fora do caco.
E assim vamos, dando azo a artigos como o de Luís Rosa. 

segunda-feira, maio 29, 2023

Comics e bd franco-belga misturados

 Do Brasil, surgiu este desenho inédito de um autor, Marco Túlio Vilela que já dedicou muito tempo e imaginação a desenhar- é "desenhista"- novas versões de algumas obras conhecidas do universo da banda desenhada fraco-belga e também dos comics americanos. 

O conceito é interessante e a habilidade do artista também. Em tempos teve um blog, com as suas habilidades. 

 


O que Putin lá quer, é disto!

 Le Un, desta semana:




 E a citação que faltava. Está entre aspas e denota o subido valor moral do chefe da Wagner. Muito subido e de exemplo certo para quem aceita isto. Será um cossaco? Ou apenas um eslavo bárbaro, antigo ladrão de meia-tijela alcandorado a oligarca? Seja como for, parece ser o exemplo que faltava para Putin o querer por lá:



Como se lê, tudo começou na África do Sul, nos anos noventa. A seguir, os EUA tomaram-lhe o gosto e agora é a Rússia de Putin que põe mais fichas nestes jogo. Afinal, há mais semelhanças do regime de Putin com o regime americano, do que parece. 

Bem me parecia...