quarta-feira, março 31, 2021

Ver a lista!

 Para que isto noticiado pela Sábado de hoje tenha acontecido,  foi preciso haver contactos pessoais, por telefone e por mensagem. Foi preciso que quem teve o poder de contratar em nome da instituição o fizesse, seguindo procedimentos adequados, mormente escritos e por apreciações curriculares por uma ou várias pessoas. 

Há portanto pessoas que saberão como foi que isto sucedeu e quem disse o quê, a quem e onde e como é que esta coincidência de nomes de pessoas gradas a um partido foram contratadas para trabalhar onde trabalham. 

De resto, a arqueologia da investigação de tráfico de influências é sempre um deserto de esqueletos em armários esquecidos. 

É por isso que somos um país em que a corrupção é difusa e em que os seus lutadores mais proeminentes, de todos conhecidos,  podem falar de cátedra sem se envolverem demasiado em casos concretos, resultando os seus discursos moralistas em nada de nada com uma mão cheia de coisa nenhuma. 

Afinal estes casos tiveram a transparência derivada  em muitos casos de "admissão que teve como critério a avaliação curricular e o perfil para um trabalho de contacto directo com os cidadãos e as estruturas do poder da cidade". Perfeito! 

Por isto e pelo mais que anda associado e tem precisamente a mesma matriz, somos o que somos, sem pudor e sem vergonha.

Podem vir as leis que quiserem de enriquecimento ilícito que este tipo de esquemas não precisa delas para nada.






terça-feira, março 30, 2021

Pois Kant é

 Afinal numa ronda pelos livros disponíveis por cá a propósito do filósofo prussiano de Koenigsberg que viveu 60 anos e nunca saiu da sua terra natal, descobri mais uns tantos para além do meu livro de Filosofia do liceu, da autoria de um "licenciado em Ciências Filosóficas" no tempo antigo do fassismo, J. Bonifácio Ribeiro e ainda um professor do Instituto Comercial, José da Silva.

O manual que era um compêndio destinado aos alunos do 6º e 7º anos do Liceu, procurava resumir as matérias de Filosofia que os alunos desse tempo dos anos setenta tinham que aprender e começava pela pergunta sacramental sobre o que era a Filosofia, historiando as diversas etapas históricas da Antiguidade ao tempo moderno de então.

Portanto, nos critérios educativos desse tempo em que o ensino não era apenas um lugar para aquisição de "competências",  foi considerado tal manual como adequado a tal formação e por isso mesmo digno de apreço didático e que julgo não ser de menosprezar de modo simplista e leviano. 

Portanto foi por aí que aprendi o que é básico na filosofia, particularmente na história das ideias, com incursão breve nas teorias de cada um dos filósofos elencados. 

Já em postal anterior resumi o que era tal introdução com referência a Kant,  nomeadamente na Teoria do Conhecimento e particularmente no seu Criticismo, através da menção a duas obras fundamentais: a Crítica da razão pura, a Crítica da razão prática e também com a Crítica do juízo.

No postal anterior em que se resumiu o que aqueles autores do manual disseram sobre Kant, com amostra das páginas do livro que não deixam mentir, menciona-se que "se a metafísica é inacessível á razão teórica, a razão prática admite-a como um postulado ( ou seja como proposição indemonstrável) da moral. "

Todas as noções acerca da filosofia Kantiana foram então extraídas de tal manual, por não ter procurado outras fontes para tal. 

Por isso algo alarmado fiquei logo que li ser tal manual potencial campo fértil de asneira e erro. Se tal fosse verdadeiro, seria dramático para a minha formação incipiente na matéria e resumida a tais lições escolares. 

Por isso pesquisei nos livros arrumados e descobri mais quatro. Estes:

Edição do original de Bertrand Russell, de 1946, da Routledge Classics, de 2004:


Edição de Almedina de 2012, de Freitas do Amaral:


Edição do Público de 2008:


Edição Gulbenlkian de 2013

Ora estes quatro volumes, incluindo a edição da obra original da Crítica da Razão Pura, um calhamaço de mais de 600 páginas, difíceis de ler ( o próprio Kant o reconheceu em carta ao amigo Marcus Herz que era de ") pouco cuidado na forma e e em tudo o que respeita à fácil intelecção do leitor", dão-me a satisfação intelectual de considerar que o volume do Bonifácio e Silva parece-me escorreito e sem asneiras. 

Outra coisa nem seria de esperar mas enfim, assustei-me. Pensei que estava tudo errado...

Portanto tudo o que escrevi a propósito do assunto fica com remissão para aí, apontando ainda o seguinte que me parece ter interesse. 

Em primeiro lugar pela respectiva concisão algumas páginas das 14 dedicadas a Kant,  da obra de Bertrand Russell, considerada imprescindível como material de divulgação. 




É aqui que se explica a ideia de Kant sobre a existência de Deus, arrasando toda a tentativa intelectual de comprovar a Sua existência e reservando para a Crítica da Razão Prática os motivos pelos quais acredita que são diversos. 


É nesta parte que Russell escreve que Kant entende que a lei moral exige justiça i.e. felicidade proporcional à virtude e por isso só a Providência o poderá garantir. E é também aqui que se explica o conceito de imperativo categórico.


Para além deste há o resumo de Freitas do Amaral que em poucas páginas diz o que o Bonifácio também diz: 



Em vez de ter a leitura do calhamaço da  obra original da Crítica da Razão pura, o livro do Público, uma edição aliás da Planeta Agostini, traz excertos das obras mais importantes, incluindo a Crítica da Razão Prática e exposição sobre o "imperativo categórico" e outros temas. 




E as páginas da Crítica da Razão Prática que interessam:




Antes disto o que tinha lido sobre Kant era mais do género divulgação em revistas franceses, como a Magazine Littéraire de Janeiro de 2011 e que abordava o tema da Moral. 







Para terminar, a revista francesa Philosophie, de Junho de 2016 celebrava 10 anos e cem números. Tinha surgido na Primavera de 2006 e alguns em França julgavam que não teria futuro depois dos dois primeiros números consagrados a Nietzsche e Platão. Enganaram-se porque a revista ainda se publica e está cada vez melhor. O último número é sobre as questões identitárias. 
Na capa da edição comemorativa formulava-se a pergunta fatal:




Não dava resposta a tal questão mas formulava meia dúzia de perguntas à guisa de resposta incerta. A última: 



Louçã, o negacionista do Holodomor

 Observador:






Louçã tem sido apaparicado pelo sistema mediático desde que o seu radicalismo comunista é disfarçado por uma estudada dissimulação ideológica, aqui já exposta como fraude e embuste  permanentes:




segunda-feira, março 29, 2021

Há 50 anos saiu o verdadeiro Observador

 Em 19 de Fevereiro de 1971 saiu esta revista que me encheu a vista na altura, por vários motivos. Era uma revista de informação geral e temas variados com uma orientação política definida pelo seu director, Artur Anselmo,  na "carta aberta" de introdução: "apenas a do interesse do povo português".

Era uma revista que tinha uma linguagem adequada ao seu tempo, não sendo uma revista de esquerda, mesmo encapotada como havia já na altura ( Século Ilustrado, mesmo a Flama e a Vida Mundial). Era uma revista que defendia o regime se tal fosse "do interesse do povo português" e por isso não se envergonhava de apresentar as figuras do regime, com destaque para o então presidente do Conselho, Marcello Caetano, sem subterfúgios políticos de propaganda. 

Era uma revista moderna para os padrões da época e dei por isso ao folhear o primeiro número com várias páginas a cor num papel lustroso e que era a primeira vez que via assim, em Portugal. Era um luxo, para mim, nessa época. Custava 7$50 enquanto que a Vida Mundial, do grupo do Século, mais conservadora na estética e manhosa no estilo, custava 5$00.

Enquanto durou, até aos primeiros meses de 1974 manteve-se sempre na mesma linha editorial e constitui para mim o documento mais interessante e graficamente mais revelador do que foram esses anos do Estado Social de Marcello Caetano, vistos por quem não era esquerdista do marxismo socialista ou comunista. 

Por isso a linguagem usada na revista era a corrente e sem resquício da novilíngua esquerdista que surgiu a céu aberto no esgoto de tais ideias rebentadas em 1974.







Mesmo comparando o texto sobre o festival da Canção desse ano, acontecimento maior no espectáculo nacional, nota-se uma isenção que não destaca os suspeitos Ary dos Santos e outros que noutras publicações aparecem em destaque maior...









E  o que era o Observador para o cartunista Quito ( autor do cartaz da "maioria silenciosa" de 28 de Setembro de 1974, considerado fassista e reaccionário pelo esquerdismo do PREC nascente)? Uma revista moderna, a par de revistas internacionais, mostradas no desenho...


O regime de Marcello Caetano em 1971 era isto; não era o fassismo que nos querem mostrar agora os esquerdistas mai-los seus papagaios amestrados nas tv´s dos adelinos de faria e filipe lopes e quejandos.

A obscenidade do jornalismo televisivo