sábado, março 27, 2021

Retrato de um país pindérico

 Na última página do Público de hoje a crónica de João Miguel Tavares é um retrato de um país pindérico. 


Infelizmente o jornalista, formado em Comunicação Social, não adianta mais nada sobre a origem do fenómeno porque eventualmente nem descortina os motivos da nossa miséria material, já com raízes morais. 

Talvez a razão da pinderiquice actual dos casimiros e berardos, seja esta, já enunciada aqui:

"O CM de hoje [6 de Dezembro de 2019, data do escrito] em que indica as entidades mais ricas do país.  A mais rica é uma família, a do falecido Américo Amorim. A fortuna advém da "Corticeira Amorim" e da "Galp" que nem sequer lhe pertence porque é activo disperso por outros.

A seguir aparece a família do Pingo Doce. Depois, com menos de metade da fortuna, um tal Vítor Ribeiro e família, da área de construção civil.

São estes os ricos que temos e que evidentemente não tem dinheiro para mandar cantar um cego nas grande empresas que foram nacionais e agora são estrangeiras. Quem não entender isto parece-me que não entenderá o país.



Somos pobres e quem nos empobreceu não precisa de apresentações detalhadas porque são sobejamente conhecidos: o PS e a Esquerda em geral, incluindo um certo PSD ( o de Rui Rio...) que decapitaram a indústria nacional há um pouco mais de 40 anos e nunca admitiram a recuperação "capitalista" que nos permitiria a criação de riqueza mais sólida e o aumento destes milionários em vez dos de capoeira que temos.
Foi neste meio que vicejou um BES/GES e fatalmente lhe sofreu os efeitos, desfazendo-se em corrupção e  jogadas de bastidores pouco dignas com angolanos e outros arrivistas de circunstância.
A história da derrocada não tem muitos anos...porque o grupo nem sempre foi aquilo em que se tornou. Em 1989, no início da reconstrução não era assim, embora os germes lá estivessem:


Depois, tudo passou por aqui, por esta casa bem conhecida do actual presidente da República Sábado 20.5.2005):


O recorte destas figuras mostra bem o que fomos e continuamos a ser: pobretanas, desonrados e miseráveis, moralmente. De quem a culpa disto? Dos mesmos que enunciei acima e de quem neles votou, o povo que lhes deu maiorias eleitorais para fazerem isto que está à vista e destruiu a esperança que um país legitimamente deve ter.

Só falta aqui um que aliás já nem aparece no elenco dos actuais ricos: Belmiro de Azevedo e família, com destaque para a finória que dirige o investimento no Público, jornal de suporte desta cangalhada ideológica.
Esse ficou fora da jogada que os quatro à direita, na foto, prepararam. Com ajuda de poderes instalados e propícios.




Tudo isto começou em 1975, com um ataque feroz "aos milionários". Com um governo de esquerda, de pendor comunista e que não mudou o regime porque não conseguiu. Em 25 de Novembro de 1975 foi impedido, mas tentou.
Eram estes os líderes, segundo o livro  "O ataque aos milionários", de  Pedro Jorge Castro:




Esta imagem, do mesmo livro mostra os demais protagonistas. Os de cima, à esquerda são dois socialistas de gema democrática, antifassista que se aliaram naturalmente àqueles. O primeiro, já falecido era o "decano" dos economistas do PS, um dos pais das bancarrotas a que tivemos direito por obra e graça daqueles. O outro logo a seguir é um advogado de sucesso na actualidade, daqueles que asseguraram o futuro e mandam nas leis e interpretações adjacentes, como os sérvulos e demais gente da advocacia de certos negócios em que o Estado está quase sempre presente.

Abaixo, Champalimaud, então a "sétima fortuna da Europa" e que tendo sido espoliado, reconstruiu a fortuna, veio para cá e deixou uma fundação que é o que a de um certo Mário Soares nunca poderia ser...mas que não deixa de ser o paradigma do socialismo: viver com o dinheiro alheio, enquanto dura.



O "ataque" em prol do empobrecimento geral do país, motivado pela Esquerda e com a ideia de enroquecimento que lhe é característica consistiu nisto, com fonte insuspeita ( os trostskistas que escreveram o livro, com destaque para fra Louçã, o filho do comandante acagaçado num barco de guerra, ao largo do Terreiro do Paço, em 1974...):



A verdadeira origem da nossa miséria actual está aqui explicada e espelhada. Haja quem desminta.

O que deu este "ataque aos milionários"? Simples, deu nisto, noticiado dez anos depois:

O grandes gestores nacionalizados, nossos, deram com os burros na água e provocaram duas bancarrotas, com reflexo mais tarde na terceira. Foram bancarrotas porque obrigaram o país a recorrer e empréstimos externos muito gravosos que empobreceram todos os portugueses e conduziram a que os actuais ricos sejam aqueles acima identificados. Não há outras razões para tal, por muito que se esforcem os autores daquelas façanhas por desmentirem os factos ou aldrabarem as razões.




Ao falhanço rotundo na modernização económica chamaram-lhe "elefantes brancos"...dez anos depois do 25 de Abril de 1974, como se nada tivessem a ver com o assunto:


Um dos fautores ideológicos desta tragédia colectiva é um indivíduo, do PS que passa por sábio e é, a par de um tal Vítor Constâncio,  uma das maiores misérias intelectuais que há no país, por uma razão: faz tudo por bem e só provoca males maiores:


E porque é que o PSD é co-responsável desta miséria nacional? Por isto, sucintamente, aqui num artigo do Expresso de 1989:



Poderia ter sido de outro modo? Claro que podia! Até havia quem o dissesse, sempre, sem tergivesações. O problema é que a pessoa não era de esquerda, não estava enfeudada aos interesses entretanto instalados e foi sempre ignorado. Este aviso, no Semanário então também dirigido pelo actual presidente da República, é de 1.3.1986, antes das eleições presidenciais que deram a vitória ao
 (a)fundador Mário Soares:



O que ficou de tal "ataque" de repercussões históricas? Já foi escrito, pelo jornal do regime instalado, logo em 1989, altura em que ainda haveria algum remédio possível:




Mas não foi possível, porque os interesses instalados dos tais gestores nomeados pela Esquerda conluiada, conduziu a um impasse que durou décadas e destruiu quase tudo à nascença e por mediocridade garantida à Esquerda:


Um antigo marcelista,  vinte anos depois do 25 de Abril e reconvertido às delícias dessa gestão,   explicava no Público, dirigido então por outrém que não a cambada que lá está agora, o que acontecera:



E quem foram os herdeiros desta miséria forjada pela Esquerda que temos? Naturalmente, indivíduos de esquerda...pudera!  É comparar...olhando o grupo de pindéricos que surgiu por causa disto tudo:




Para além disso que não é pouco e significa a tragédia shakespereana do nosso país que "deu novos mundos ao mundo", ainda houve mais esta, de significado ainda mais retumbante e duradouro. Aliás e possivelmente a maior tragédia de todas e que ainda perdura e continua, com esta Esquerda miserável:


Tudo isto tem sido apresentado neste blog ao longo dos anos, no sentido da compreensão destes fenómenos.

Aliás, para compreender uma boa parte disto bastaria ler estes livrinhos relativamente recentes:




Finalmente é minha convicção que a direita portuguesa, se existe, não irá a lado algum politicamente relevante enquanto não desfizer os mitos da sociedade portuguesa, inventados por essa Esquerda, nomeadamente os que dizem respeito a estes assuntos.

Enquanto não se denunciar claramente e com argumentos relevantes e aceites pela maioria de quem vota, esta tragédia nacional que aconteceu e quem foram os seus autores, a direita ficará sempre pela miséria de votação que tem.

ADITAMENTO em 7.12.2019:

O Sol de hoje traz um artigo sobre o que sucedeu com algumas empresas do grupo GES/BES, nomeadamente as seguradoras. Na altura da "resolução" apareceu a liderar o processo um tal Vítor Bento que então aparecia muitas vezes na tv a perorar sobre economia e assuntos paralelos. Tornou-se uma star, cuja careca ficou bem à vista depois disto:



Isto faz lembrar o que aconteceu com aqueles "elefantes brancos" de há trinta anos e que engordaram nos dez anos anteriores até se tornarem insuportáveis na espelunca em que Portugal se tornou, por mor dos "gestores" que tivemos. Um deles que lembra este era um tal Sousa Gomes, muito versado em política e que acabou a acaparar o padrinho destas bancarrotas todas, Mário Soares.

Enfim, uma desgraça, uma tragédia que se repete quando se deveria ter aprendido melhor.

Sem comentários:

Megaprocessos...quem os quer?