Vendo este argumentário videográfico, no qual se mencionam impostos como se estivessem reduzidos ao IRS atinge-se o paroxismo das falácias ao dizer que "os funcionários públicos não pagam IRS e é o sector privado que paga os seus salários."
Não sei qual a área de formação do estimável cabeça falante mas não me parece que Economia seja a especialidade.
A ideia simplista é que "os funcionários públicos são pagos com o dinheiro dos trabalhadores do sector privado" tal como se refere ipsis verbis naquele videograma. Ou seja, os funcionários públicos não passam de parasitas das entidades privadas e empresas que lhes pagam o salário...e isso não obstante lhes reconhecer que também trabalham, prestam serviços e devem ser remunerados por isso.
E mais: diz que desde 1986 há uma "marosca" do Estado que faz de conta que cobra impostos aos seus funcionários, o que antes não sucedia, mas fica com esse dinheiro para si por lhe ser devolvido pelos mesmos numa operação contabilística e que afinal se destina a esconder que paga menos aos funcionários.
Para se ver o vício de raciocínio basta ler umas poucas páginas dos manuais básicos de Economia política que aliás eram matéria do ensino secundário há poucas décadas.
O primeiro é um livrinho de Introdução à Actividades Económicas da editora Texto ( de MCM e MJF) dos anos oitenta e mostra o que é o Estado enquanto agente económico, a par das Famílias, Empresas, Instituições Financeiras e Exterior.
E explica como se desenvolvem as relações e fluxos entre as Famílias e o Estado, bem como entre as Empresas e o mesmo Estado, assim esquematizadas:
Noutro manual dessa época- Economia Política, de JMEP da Plátano-mostra-se igual esquema de funcionamento básico da economia:
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