No entanto, como aí se pode ler, as nacionalizações que ocorreram em Março de 1975 não estavam inscritas como objectivo programático aquando da realização do VII Congresso do PCP em Outubro de 1974. O PCP explicava que nessa altura "não podia nem queria adiantar-se na sua reclamação como tarefa imediata sem que estivessem amadurecidas as condições objectivas e subjectivas, como é próprio de uma força de vanguarda"...
Porém, em finais de 1974 e logo a seguir à golpada de 28 de Setembro, a esquerda comunista não escondia mais o verdadeiro objectivo da luta política: tomar o poder económico.
No Expresso de 16 de Novembro de 1974 o socialista João Cravinho, ainda imbuído de marxismo até aos óculos, defendia uma ordem diferente para o nosso sistema económico.
Em 17 de Outubro de 1974 a revista Vida Mundial,um dos balurtes dessa esquerda misturada de comunismo, perguntava na capa isto:
E no interior uma entrevista com João Martins Pereira, o guru dessa esquerda desalinhada e comunista que originouu os syrizas que por cá se concentram em bloco. Não oferece dúvidas o que pretendiam:
É por isso despiciendo julgar que o PCP não queria logo as nacionalizações. Andou a reboque dessa esquerda e em 11 de Março de 1975 , tal como no 25 de Abril de 1974, foi surpreendido pelos acontecimentos.
A esquerda comunista dominante, nesses meses, talvez nem fosse o PCP. Ora repare-se nesta notícia do Diário de Lisboa de 20 de Fevereiro de 1975
Esta aceleração do PREC encetado em 28 de Setembro de 1974 conduziria aos acontecimentos que amanhã perfazem 40 anos.
Veremos como foram.