sexta-feira, março 20, 2015

Há quarenta anos ocorreu o maior eclipse nacional

Logo na semana a seguir a 25 de Abril de 1974, o Portugal que existia até então à luz do sol de todos os dias começou a eclipsar-se de modo estranho, por interposição de uma força até aí na penumbra  e que em poucos meses toldou em modo avassalador o que até então era a realidade nacional.

Aqui fica uma das fases desse eclipse de uma identidade nacional que ficou obscurecida desde então, através de recortes de um jornal, o Diário Popular, de apenas um dia, 3 de Maio de 1974.

As notícias que se lêem, da primeira à última página são exemplares desse fenómeno transformador em acção.

O  que estas notícias denotam é uma mudança acelerada do passado político, social e cultural que se eclipsou para dar lugar a algo diverso.

Se as pessoas acompanharam essa mudança, alterando as mentalidades é a vexata quaestio que ando a tentar resolver no meu entendimento prático.









8 comentários:

Zé Luís disse...

jose, descobri por acaso e não resisto, enquadra-se e tudo.
Contemporâneos desse tempo faustoso dos amanhãs a cantar.
http://www.malomil.blogspot.pt/2015/03/portugueses-na-urss-entrevistas-de-gina.html
Delicioso, Priceless!
E o tomo dos entrevistados mais as suas garantisticas do Paraíso na Terra?
Acredito que nem o jose conheça esta peça

Zé Luís disse...

Não confundir, à partida, com a "Gina" daquele tempo... :)

José disse...

Obrigado. Já li e tenho uma coisa parecida:

"URSS. 100 perguntas e respostas" editado pela Novosti em 1986. Três anos antes da queda do Muro.

É de chorar a rir...

lusitânea disse...

O MPLA não tencionava expulsar cidadãos Portugueses assim como não previa fuzilar às dezenas de milhar...
Os camaradas de cá com o seu amor internacionalista pelas ordens do sol de Moscovo limitavam-se a receber umas migalhas e devem continuar a receber...
Agora a luta cá dentro é para combater o racismo e promover a "raça mista"...com nivelamento garantido por África claro...

Bic Laranja disse...

Calha nestes dias dizer eclipse, mas o que se vê no jornal é demência suicida súbita.
Cumpts.

José disse...

É mesmo isso, mas...porquê?

De repente, Portugal parece ter deixado a inteligência básica e natural no regime deposto e adoptou uma inteligência artificial.

É esse fenómeno que não entendo.

lusitânea disse...

O que tem que entender é o seguinte:
Quem está com o poder come.Quem não está cheira...
Uma conclusão de um presidente de câmara que em tempos mudou de partido...

Maria disse...

A corajosa Vera Lagoa, nas suas Bisbilhotices de Maio de 74, estava, como se pode ler, de alma e coração com o golpe de Estado (artificial) e com a pseudo revolução, como aliás o estavam 90% dos portugueses, que habituados à honestidade, integridade e patriotismo dos antigos governantes, como um ilustre comentador aqui assinalou com justeza, de nada desconfiavam, santa inocência. E este sentimento de alegria era natural naqueles dias daquele ano memorável, porém tremendamente enganosos. O pior veio depois e Vera Lagoa, que de parva não tinha nada, foi a tempo de emendar a mão e de que maneira, chamando os bois pelo nome. De facto até parece que estávamos noutro mundo nesse já distante Maio de 74, na verdade num mundo quase irreal. Se quisermos fazer uma comparação honesta e imparcial entre aquele ano e o inferno na Terra no qual mergulhámos profundamente pela mão demoníaca do comunismo e do seu irmão gémeo socialismo marxista, a partir de 1975, impingidos aos portugueses ou melhor, sàbiamente inoculados na mente sugestionável do povo anónimo com o à-vontade e liberdade de movimentos sòmente obtidos por peixes de médio e grande porte nas profundezas oceânicas.

Na verdade só espíritos possuídos de uma malignidade incomum, munidos de armas sofisticadas (meios físicos e psicológicos, de persuasão iniludível e com resultados infalíveis) inacessíveis ao comum dos mortais, era e ainda é capaz de operar tão abjecta proeza.

Ainda haverá quem duvide deste inferno em que nos meteram? Se sim, então basta dar uma olhadela e observar com olhos de ver o estado lastimoso em que o país se encontra e deplorável como tem vindo a ser governado e por que género de gente, escroques da pior espécie, onde impera a corrupção e a ladroagem que se estende do topo à base, desde há pelo menos trinta e cinco anos, pra mais e não pra menos, com a honrosa excepção de quem desde há cerca de um ano encabeça a Justiça com surpreendente coragem, brio profissional, determinação e insenção dignas dos maiores encómios. Não apagará nunca o que ficou para trás, mas agora há alguma esperança. Veremos até onde "esta" Justiça, que se quer Justa, nos irá levar.

A obscenidade do jornalismo televisivo