Em Outubro de 1975, em pleno PREC, Portugal vivia um período revolucionário em que a Justiça era assim, como mostra esta reportagem de uma "okupação" em que o direito de propriedade do Código Civil passou a ser coisa fascista, assim qualificada se os titulares fossem também designados fassistas. Por quem? Pela esquerda comunista e popular. Um "pide", neste novo código só podia ser um fassista, coisa que ninguém contestaria. Daí o à-vontade deste texto jornalístico que segue e reflecte tais concepções.
A linguagem poética ( "cresce a vontade popular nos jardins") mistura-se com o fervor revolucionário que a alimenta a ódio ( "é corrente comparar a Revolução a uma fogueira"). A fogueira é símbolo de purificação, já o era no tempo da inquisição.
Flama 3 de Outubro de 1975. A mentalidade aqui mostrada está viva e actuante no Bloco de Esquerda e no PCP, actualmente. Apenas se esconde nas entrelinhas dos seus programas, à espera de oportunidade para saltarem para o texto principal.
A propriedade em causa era privada, pertença de alguém que a tinha herdade de modo legítimo. A proprietária era casada com um "pide". E só por isso, a família ficou sem a propriedade, okupada por revolucionários com discurso igual ao que o texto jornalístico transmite. O texto é assinado por Eurico Gonçalves e reflecte o espírito da época e o que viria a ser Portugal no caso da esquerda social-comunista ter vencido o 25 de Novembro de 1975.
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