O Público de hoje, para comemorar a efeméride dos 50 anos de fundação do Partido Socialista encarregou a jornalista Ana Sá Lopes para fazer o perfil...e saiu um daqueles do género galinha sem penas, à imagem e semelhança da autora.
Até erros palmares contém, ao indicar o dia 18 de Julho de 1974 como o dia d do PS, na Fonte Luminosa, em pleno Verão Quente do Prec.
A imagem que transmite de um PS formado na clandestinidade de 19 de Abril de 1973 é sintomática da lavagem cerebral sofrida ao longo de décadas que esqueceram aspectos fundamentais da vida política de tal partido que em determinada altura se confundia com o seu dirigente histórico, Mário Soares.
Como a imagem é "fofinha" e desajustada à realidade, até factual, importa saber como foi para se conhecer como é.
Em 20 de Abril de 1973 a revista Observador publicou uma reportagem desenvolvida sobre as actividades da "oposição democrática", nessa altura em congresso realizado em Aveiro.
Conclusão da revista: " Oposição não tem quem a represente"!
Na semana anterior, em 13 de Abril a mesma revista tinha dado o perfil da Oposição e dos seus objectivos:
O que era a "frente unida" de esquerda de oposição? Lá vinha: uma desunião acerca da "difusão ou colectivização da propriedade, o ensino livre ou a sua nacionalização; "e o uso ou não da violência como processo de actuação política ( tudo questões tendidas entre duas extremidades)". Tudo com uma "agressividade em relação ao Governo e o amor à Liberdade"!
Portanto, era este o caldo de cultura existente em 19 de Abril de 1973, data da fundação do PS.
E o que era este partido, ideologicamente? Uma amálgama de contradições entre as quais avultavam as que se referiam à política económica para um país como Portugal.
O PS de Mário Soares e dos seus fundadores era um partido jacobino, fortemente influenciado pela Maçonaria e que era hostil ao desenvolvimento económico que a capa da revista de 13 de Abril mostrava claramente:
O PS que surgiu das catacumbas um ano depois, em Maio de 1974 ainda se orientava por um marxismo serôdio e fora do tempo que conduziu o país ao descalabro da primeira bancarrota, em 1976.
O "plano de nacionalizações" e a "reforma agrária" previsto no programa do PS não se distinguia em nada do do PCP, porque a ideologia madre era a mesma puta de sempre.
Em França, o ami Miterrand, em 1981 chegou a ter as mesmas ilusões mas durante muito pouco tempo. Arrepiou caminho logo que viu o espectro da bancarrota e da miséria económica a aproximar-se. Por cá durou muito mais tempo que isso.
Aliás no final dos anos setenta era ainda um mito apresar da bancarrota que se vivia e das dificuldades económicas inerentes a tais políticas que o PS sempre apadrinhou e promoveu nessa altura.
Nesta imagem de Julho de 1975, ambos os dois estão juntos...
E só quando o líder comunista anunciou através de um lapso inegável que aliás desmentiu, que em Portugal nunca haveria um regime parlamentar como havia na Europa é que soaram as campaínhas todas no PS e lá andaram com as calças na mão a convocar manifestações na Fonte Luminosa. Em 1975, não em 1974 como a reportagem sem penas indicou.
A imagem é da Paris Match de 28 de Junho de 1975:
Mesmo assim aprovou-se uma Constituição que jurava aos portugueses que estávamos a caminho do socialismo e da sociedade sem classes. E portanto não havia lugar a iniciativas como esta, promovida no Verão de 1974 e rechaçada pela Esquerda, incluindo o Partido Socialista.
A imagem é do jornal Sempre Fixe ( com tendência comunista acirrada e extremista) de 31.8.1974:
Em 1977 a situação económica, promovida pelo PS e pelo PCP era desesperante e os portugueses sofriam as agruras da ideologia socialista.
O qual se transformou em elefante branco dali a meia dúzia de anos, em 1984 e com outra bancarrota às costas do portugueses, assim promovida pelo mesmíssimo PS de Mário Soares.
Passados mais dez anos os portugueses, agradecidos como sempre a este PS, votaram outra vez nesta gente:
Depois de reconhecer que se tinha metido num pântano, gizado, construído e alimentado pelo PS e esquerda em geral, deixou o legado a outros que pouco tempo tiveram para recompor o estado do país, tal como se encontrava em 1974.
Surgiu depois este bando, do mesmíssimo partido, para gáudio dos eleitores que lhe deram maioria absoluta. No Público a reportagem sem penas até diz que o indivíduo da frente era o "Cavaco do PS" ! Imagine-se este naipe de patriotas de subida preparação intelectual e juntos àqueloutros, a orientar os destinos do país em maioria absoluta. É isto o PS, sem tirar nem pôr:
Quanto ao presidente tornado rei pela maioria dos portugueses votantes era isto, mais ou menos:
O PS é e sempre foi isto. O resto é folclore. E miséria assegurada para todos nós.
Ah! E já me esquecia: ontem, na tv, o refugiado ( na Suécia) Rui Mateus, prócere do PS e que continua a jurar fidelidade ao mesmo e amizade post-mortem a Mário Soares, disse, ao fim de quase trinta anos que o que escreveu no livro Contos Proibidos-memória de um PS desconhecido, é tudo verdade "porque nunca foi desmentido". Tal e qual, o que significa que o PS foi um partido de grandes corruptos, incluindo Mário Soares.
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