A primeira página do Público de hoje tem uma notícia com o título "Cerca de 9% dos juízes recorrem a substâncias ilícitas", referindo que tal será "para lidar com stress".
Em primeiro lugar deixa de ser uma afirmação peremptória e na afirmativa " recorrem", para passar a ser uma hipótese em que afinal 8,7% dos juízes "admitem" tal coisa que a jornalista acrescenta poder tratar-se de " haxixe e cocaína", além das mais.
A estatística provém de um "estudo académico" da "área da psicologia" que incidiu sobre uma "amostra de 690 juízes, advogados e procuradores" sobre os efeitos da pressão profissional a que os mesmos estão sujeitos.
Desta amostra conclui-se no artigo que há 30 juízes desse universo não identificado em número exacto e em que se indica apenas no fim do artigo integrar 117 juízes ( é a interpretação do escrito...), que "assumiram usar drogas", que podem ser outras que não aquelas e que uma percentagem um pouco mais elevada relativa a "39 juízes ainda admitiu consumir bebidas alcoólicas para lidar com as exigências laborais". Não se refere qualquer abuso, mas o simples consumo...e ainda que entre os advogados inquiridos cujo número também não se indica, só 0,7% admitiu "usar substâncias ilícitas", sem se discriminar quais sejam ou se incluem as tais drogas.
Para se avaliar o rigor informativo e a categoria profissional do escrito basta ler o mesmo e... fazer as contas, como dizia essa luminária socialista de seu nome António Guterres.
E é com isto que se faz um título e se associam 30 juízes num universo de 117 ( que afinal serão 342 embora tal não resulte directamente do escrito) que consumirão "substâncias ilícitas", incluindo haxixe e cocaína...com o efeito sensacional que tal provoca no leitor desprevenido. Nem o CM da Tânia Laranjo conseguiria fazer melhor!
Enfim, um nojo de artigo que deveria dar suspensão ou despedimento com justa causa a quem escreve uma atoarda destas, nestes moldes.
Quem lê o título fica com a ideia que "cerca de 9% dos juízes recorrem a substâncias ilícitas". É esse o "lead" da atoarda e da asneira escrita que fica.
É caso para dizer que a jornalista deve ter escrito isto, drogada. De incompetência, pelo menos.
Com os mesmos dados estatísticos e os elementos recolhidos pelo "estudo"...o Obervador escreveu assim:
Veja as diferenças...
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