A Sábado e o CM dão atenção ao fenómeno da corrupção de Estado, em Portugal. Esta semana, a Sábado tem este artigo de Eduardo Dâmaso, um dos jornalistas mais incansáveis na denúncia que o próprio reconhece não ser coisa endémica mas que anda à "rédea solta" no nosso país.
O panorama descrito é suficientemente grave para se entender como algo com solução legalmente difícil pois o modus operandi dos respectivos actores, altos funcionários do Estado, já atingiu as raias do sentimento de impunidade. A normalidade na desonestidade é de tal grau que só se compreende pelo sentimento de que existe uma grande probabilidade de sucesso nos métodos corruptivos. A experiência e conhecimento de métodos comprovados é suficiente para tal efeito e por isso o sentido de anomia, de desprezo pela integridade, é quase prevalecente.
O CM de hoje continua na mesma tecla, desta vez destacando os métodos de autarcas envolvidos em casos recentes, como o do patético Miguel Alves de Caminha ou do autarca de Montalegre, passando pelos negócios suspeitos na Defesa que levam anos de impunidade, passando pelo tristíssimo caso dos submarinos que envolve o então ministro Paulo Portas e as luvas recebidas por alguém que não foi possível identificar nas investigações criminais e conduziu à impunidade, como escreve Eduardo Dâmaso.
O fenómeno da corrupção em Portugal, na capacidade de se tornar impune, assemelha-se ao mecanismo das trutas, em agilidade e cautelas para escapar aos pescadores, com as leis penais a ajudar no esconderijo.
O governo socialista que existe há oito anos, perante os escândalos sucessivos, entendeu instituir um mecanismo de combate ao fenómeno, que designou como MENAC- Mecanismo nacional anticorrupção, criado há dois anos, pela inefável Van Dunem, casada com o advogado Paz Ferreira, beneficiário de ajustes directos, da ordem das centenas e centenas de milhar de euros. Uma mina!
Passados dois anos, o MENAC da Van Dunem, tem este perfil:
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