Não conhecia este cronista do Observador - Paulo Ramos- e calhou de ler a crónica que me deixou completamente rendido à qualidade de escrita, ao snobismo académico de bom tom e ao virtuosismo no uso das palavras repescadas de autores portugueses e aplicadas a preceito com sentido de humor. Notável! Não me lembro de ninguém com este talento esmerado no manuseio do verbo escrito. Qual MEC, qual carapuça! Tem muito que andar para chegar a estes calcanhares!
Movido pela curiosidade e alegre pela descoberta, fui ver quem seria...e afinal nasceu em 1972, é de Letras, com todas as letras das Humanidades, linguística e filosofia. O currículo, pelo próprio:
Foi professor do básico e secundário e "tirou" Latim e Grego, antes de rumar aos filósofos e à mitologia que cita com maior desenvoltura do que o professor Costa Andrade, de Coimbra.
O que espanta de algum modo é ser um aluno dos anos oitenta, altura em que o ensino do "português" sofreu tratos de polé, nos manuais e curricula, com o advento da gramática em "árvores" dos sintagmas e dos textos analíticos destinados a perscrutar a "ciência do narrador".
O texto de Paulo Ramos não cai no barroquismo estéril porque junto a tal fronteira perigosa, resvala logo para o sentido de humor, salvando a prosa.
Repito: fiquei cliente e espero mais. Porventura uma crónica sobre o nosso ensino de Humanidades, já agora e se não é pedir muito.
E fico invejoso do saber esportulado, sem alardes bacocos e com a curiosidade em saber o que leu, como leu e quando leu. Porque tudo depende da leitura...ahahaha.
Paulo Ramos é um literato! Dos bons, a meu ver.
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