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segunda-feira, junho 24, 2024

O estranho caso do "envelope nove" e o caso "influencer"

 Em 4 de Janeiro de 2006 o jornal 24 Horas, então dirigido por Pedro Tadeu publicou esta "cacha":


A notícia desenvolvia-se assim:





Dali a dias, em 13 de Janeiro ampliou a notícia: para além de jornalistas também havia personalidades de "todos os titulares de órgãos de soberania". E noticiou mesmo que aquele a quem imputavam responsabilidades pelo desaforo, também constava da lista, o próprio...Souto Moura:



Uma bomba! Escrevia o jornal de Pedro Tadeu que nunca se considerou sensacionalista mas apenas "tablóide"...numa distinção subtil como a tromba de um elefante numa sala de porcelanas.

O então PGR Souto Moura incomodado, no mínimo, com tal situação, deu logo sastisfações e desmentiu os factos. No dia seguinte, levou com esta capa:


E afinal o jornal tinha razão, embora o epíteto fosse apenas acintoso. Souto Moura, admitiu o erro e foi explicar-se ao Parlamento, onde foi no dia 20 de Janeiro de 2006, para dizer isto, essencialmente:




Mesmo assim o jornal de Pedro Tadeu não desarmou e continuou acintosamente a invectivar o então PGR, não se interessando em noticiar como é que se chegou ao "envelope nove" e que significado teria o mesmo no contexto do processo Casa Pia. 
Em função dos desenvolvimentos que o jornal efectuou por conta própria na descodificação dos elementos do famigerado envelope, sucedeu isto: uma busca à redacção do jornal para apreensão de elementos de um crime de acesso indevido a dados, assim noticiada:


Rasgaram-se vestes e verteram-se lágrimas grossas de crocodilos gordos por causa disto e só não caiu o carmo e a trindade porque não estavam para aí virados. 

Ainda assim, o assunto foi noticiado com pormenor e fotos:



Quem foram os procuradores que presidiram às buscas? Rosário Teixeira e Antonieta Borges. Também precisariam de arrimo de directiva ou "interferência superior", como clamam certos colegas que na altura nem isto percebiam? E o juiz que autorizou a busca, também?


Muita baba e ranho depois, enlameado o PGR Souto Moura, em 23 de Setembro de 2006, o jornal punha na capa o resultado do inquérito. "Deu nisto" e está aqui tudo explicadinho sobre o caso e também se pode perceber o modo como um comunista actua, as armas que está disposto a usar e o conceito de verdade operativa que lhe serve de sustentáculo. 
Pior que isto é impossível de encontrar, eventualmente num ser humano...depois de saber perfeitamente o que estava a fazer, quem o determinou a tal e que métodos usou, através de um tal Kricken. Incrível! 


Ficou tudo esclarecido? Nem por sombras. Até ao fim do seu mandato como PGR Souto Moura foi submetido aos tratos de polé mediático como só um estalinista saberia fazer, ou seja, Pedro Tadeu. 
O qual declarava candidamente ao Independente da altura o seguinte:


Cínico?! Só isso?

Quanto a Souto Moura que acreditou piamente nas virtudes da comunicação oportuna e tempestiva aos media, foi corrido do lugar pela matilha de sempre e o cartoonista Cid em 26 de Maio de 2006 fazia o retrato certo:


Souto Moura percebeu tarde demais o que lhe fizeram e disse-o já em Setembro de 2006 prestes a ser substituído por outro. Quem? Pinto Monteiro. E quem indicou Souto Moura ao presidente Sampaio? Um certo António Costa...então ministro.






Lembrei-me de tudo isto a propósito dos factos que correm neste consulado da PGR Lucília Gago. Julgo que a mesma não tem noção disto, mas faz muito nem em nada dizer, em nada esclarecer a esta matilha e preocupar-se apenas com a legalidade e o cumprimento do princípio superior da igualdade de todos perante a lei. 
Não lhe adiantaria de nada falar, esclarecer o "parágrafo" ou fosse o que fosse. Seria sempre trucidada, pelos mesmo de sempre. Aposto que até o mesmo Pedro Tadeu que anda por aí no jornalismo já o deve ter tentado novamente. Burro velho não toma andadura.

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