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segunda-feira, abril 27, 2009

Raposa velha

Mário S. está no Prós & Contras a dizer coisas graves: sobre a Justiça, disse que os magistrados do MP ( principalmente estes, porque os juízes são mais discretos, diz) andam a fazer fretes à comunicação social.

Mário S. está muito esquecido. Tem saudades do tempo de Cunha Rodrigues, Almeida Santos a mandar nas leis e um MP respeitador, venerador e obrigado a sua Excelência. .

As notícias do Independente, nessa altura, não vinham do MP: vinham dos adversários políticos.

Infelizmente, no programa não está ninguém que lhe diga umas tantas verdades que anda outra vez a precisar de ouvir. No altura mais acesa do processo Casa Pia, andou muito, mas mesmo muito calado. E nem disse nada, nessa altura, sobre os males da Justiça. Pelos vistos, anda outra vez com vontade de intervenção...

Sobre fretes, vejo o reflexo de um agora mesmo, no programa: Leonor Beleza foi acusada no processo dos hemofílicos. Ainda hoje estes clamam por justiça que sentem não ter sido feita. O tal Mário S. foi um dos que se manifestou em modo de frete, para defender aquela.
Quem o disse, aliás, foi o actual bastonário dos advogados, Marinho e Pinto, que no Diário do Centro, de 15.3.2000, escreveu assim:

"Mário Soares manifestou um profundo desprezo pela independência da justiça portuguesa e tentou pressionar publica e indevidamente magistrados no exercício das suas funções, aparecendo publicamente a solidarizar-se com Leonor Beleza no caso dos hemófilicos e proferindo declarações gravíssimas para a idoneidade e independência de magistrados.
Tudo para impedir um julgamento de uma figura política, apesar de haver fortíssimos indícios da prática dos delitos imputados. Soares, como advogado que foi sabia que, perante certos factos, só em julgamento é que se pode verdadeiramente apreciar a culpabilidade ou inocência das pessoas envolvidas, mas tudo fez, juntamente com outros políticos, para impedir esse julgamento."

Entretanto o programa está a terminar e algumas perguntas se impõem: que interessa aos portugueses de hoje, o que estas pessoas de ontem continuam a dizer depois deste tempo todo?

Que credibilidade e seriedade representam em si mesmos, estes indivíduos do discurso único, das referências unificadas da política de um bloco central gasto, velho, sem novidade alguma?

Não há mais ninguém para falar deste tempo e da herança do tempo de há 35 anos?

Não será isto a verdadeira censura, sob a forma do discurso unificado e sem alterantiva?

18 comentários:

  1. Até me esqueço que à 2ª dá essa peixeirada. Vou ver se ainda chego a tempo..

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  2. Anda com vontade anda , ainda hoje numa reportagem do Jornal da Noite veio defender o governo com argumentos muito rebuscados e muito mal explicadinhos graças a Deus.
    Devia estar sossegado a ler, a tratar da sua fundação(que nós pagamos...) e a não dizer disparates (Esta da descolonização ter sido óptima ... não lembrava nem ao diabo. Óptima foi de certeza para a famiglia e para o grupo de Macau entre outros.)
    Como costuma dizer um amigo meu, não desejo mal a ninguém mas ... existem uns figurões que já começam a dever uns aninhos à cova.

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  3. Pois está. Até parece combinado. Um programa para crucificar o MP e branquear os políticos.

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  4. Anda, porque o João Palma não é da corda dele e já disse mais coisas no primeiro dia de mandato do que o Cluny nos anos todos que lá esteve...

    O Cluny era uma das referências do Soares no MP. Até o apoiou para a presidência.

    Isto anda a correr mal para a raposa velha.

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  5. Peixeirada? Não vejo, mas o que me dizem e mais uma vez confirmam é que é "os prós & prós". Hoje são pró-25A & pró-25A, não é isso? Mas isso tem interesse? Estava aqui a escrever sobre alfazemas, mas posso interromper por uns momentos... -- JRF

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  6. Esta moderadora é muito engraçada ... até pede desculpa quando interrompe o ancião (não vá ele esquecer-se do que estava a dizer).
    E tem a lição muito bem estudada : "Como vai ser se nas próximas eleições não houver maioria absoluta?"
    Vai ser uma sorte para todos nós ... pior não acredito que possa ser.

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  7. "Não será isto a verdadeira censura, sob a forma do discurso unificado e sem alterantiva?"

    Porta-aviões ao fundo, José!

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  8. Para quem não viu e tenha interesse em ver (tb há malta que gosta de ir ao zoo):

    - http://ww1.rtp.pt/icmblogs/rtp/pros-contras/

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  9. A propósito de discurso estafado, sempre os mesmos, etc, um apontamento de Miguel Esteves Cardoso:

    «Ganha-se muito em ver o 25 de Abril como um bebé que entretanto cresceu. Quando nasceu, foi uma festa. Foram despachados para a Madeira os tios chatos que achavam a gravidez uma pouca-vergonha. É que o pai de Abril era magala e não estava casado com a mãe. Mas acabou por correr tudo bem.

    Abril teve uma infância turbulenta. O mal - ou a sorte - dele foi ter uma família numerosa. O pai era incógnito mas não faltavam senhores que o queriam adoptar - ou só dar o nome. Isto deu nalguma algazarra porque a mãe, a Liberdade, sendo uma jóia de pessoa, era uma Maria-vai-com-as-outras; ia sempre atrás do último pretendente que lhe batia à porta. Chegou a haver pancadaria da grossa quando o Abrilinho tinha 1 ano e picos, no Verão de 1975, pouco antes de aprender a andar sozinho.

    Abril tem 13 anos quando entra na puberdade. Faz-se adolescente em 1986, ano em que faz a primeira viagem à Europa, pela mão do bonacheirão do Tio Mário. E aqui interrompo a história para tomar consciência de quanto ela está contaminada pelo contador. Para muitos, por exemplo, o Abrilito adoeceu em 1975 e foi internado em 1986. O que interessa não é a diferença profunda entre todas as histórias. É a variedade e a coexistência delas.

    Seja como for, 35 é uma idade chata. A crise de meia-idade aproxima-se a galope. Abril já não pode fazer a vida que fazia, comendo e bebendo e acamando tanto quanto lhe apetece. Mas ainda é uma bela idade. E jovem de mais para perder tempo com memórias e saudades.»

    Público - 25/04/2009

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  10. Não vi!

    Foi mesmo assim? José
    É que mal vi a Leonor Beleza mudei de canal!!!

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  11. Agora que se está a desenvolver uma cooperação estratégica com a Tunísia porque não mandá-lo para Hammamet fazer companhia ao fantasma do Craxi.O Seboriano tratava disso com gosto...

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  12. Não vi o programa, mas parece-me ter todo o fundamento na apreciação que faz.
    Sem prejuízo, a verdade é que a relação de trato das Magistraturas com a Comunicação social também parece ser uma questão que carece ainda de muita ponderação e adequação por parte de todos.
    Não parece haver ideias concertadas e ainda menos acertadas sobre aquilo que, designadamente de um processo, deva ou não ser revelado.
    Talvez em resultado disso vem-se assistindo a uma espécie de vedetismo exibicionista por parte de poucos, a partir de cujas atitudes toda uma classe profissional é julgada pela comunidade.
    Mas, claro, este seria um tema para outro post .
    :-)

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  13. A ser como diz Marinho Pinto, que devia passar mais tempo calado e não se esquecer que é Bastonário da Ordem dos Advogados, fica a pergunta: Porque se deixa a Magistratura sujeitar a pressões?
    Não é soberana?

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  14. A Magistratura sempre foi sujeita a pressões. O problema é que alguns, deixam-se pressionar pelo seu próprio sentido...de condescendência e afinidades político-ideológicas.

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  15. Traduzindo por miúdos...o bailinho dos aventais!

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  16. Só dos aventais?!
    A Opus Dei, não!
    Pois sei de um célebre caso na FLUL em que as ligações de um franciscano à Opus Dei o terão livrado de uma boa meia dúzia de sarilhos criminais, como perjúrio e falsificação de documentos.... o pântao é o mesmo onde todos chafurdam...

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  17. Karocha:
    que comportamento mais típico! Isso é o que fazem 98% dos portugueses. Eu só não desligo o televisor ou mudo de cana quando vejo tal criatura, porque viro a cara para o lado!
    Agora, vem-me à memória uma questão: o filho dela já saiu da cadeia?

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  18. Calculo que sim!
    Só merece eheheheh

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