Público de hoje. Notícia sobre a comissão de inquérito às PPP, centrada neste caso, na concessão ferroviária da ponte sobre o Tejo, 25 de Abril.
João Cravinho, ouvido em sede de comissão disse que se corria o risco de "tratar na A.R. as PPP ao nível de uma conversa de café". Subtentende-se que o assunto é complicado e destinado a peritos. Faz lembrar uma peça de Brecht que a Esquerda conhece muito bem: " todos os dias os governantes dizem ao povo: como é difícil governar!"
Cravinho, um dos grandes bluffs do regime, foi do MES, de uma Esquerda profunda que foi abandonando tornando-se hoje um dos agentes dos execrados "mercados" com um cargo honorífico num banco- BERD.
Teve um prémio de desempenho político e o ganho é substancial. Todos os socialistas de gema impoluta têm um brinquedo destes. Eppure...
Como se lê, Cravinho meaculpa-se por causa de um "erro que podia ter sido evitado". O "erro" custou milhões de euros ao erário público e as justificações patéticas do socialista são de rir.
O caso tem a ver com o tráfego ferroviário na ponte sobre o Tejo. Cravinho reconhece agora que houve um "erro" de previsão no final da última década do século passado.
"Acreditou-se que ia haver uma transferência maciça do modo rodoviário para o ferroviário". Não houve e todos pagamos a conta desse "erro que no dizer do mesmo Cravinho podia ter sido evitado. Como? Não diz, mas a gente percebe: com maior competência e saber, porque o tal erro derivou de previsão "monumentalmente errada por parte da FBO, por parte dos três concorrentes e por pela própria Fertagus".
A monumentalidade do erro nunca foi corrigida e os magníficos administradores de toda essa plêiade de empresas em que o capital público campeia têm sido recompensados largamente destes "erros". Cravinho, considerado o génio saído de uma lâmpada anti-corrupção já foi devidamente retradado por um Garcia dos Santos, recentemente ( disse que o antigo governante fora alertado para a corrupção na JAE que envolvia o financiamento partidário do PS e nada fez).
Cravinho até diz mais e o óbvio que ulula como um cão danado: " tinha que haver uma partilha do risco de tráfego". Parece evidente para o senso comum, não parece? Pois não se fez e os responsáveis, obviamente,. foram os governantes da época. Cravinho, pois claro. Foi por isso responsabilizado ? O tanas!
Responsabilização pessoal é expressão que nunca conheceram e não é de agora que a irão conhecer. Podem asneirar o que quiserem que tudo lhes será perdoado. Por quem? Pelos que os nomearam e que esperam a vir a ser nomeados também.
É um retrato do país que mostra como nenhum outro as causas profundas do nosso endividamento monumental. Tipicamente socialista, mas não só.
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ResponderEliminarMas se os comboios andam lotados nas horas de ponta, qual era a previsão?
ResponderEliminarSerá que previram a existência de pessoas a andar aos milhares a meio do dia, ou durante a noite?
Uma coisa e um erro, outra é imbecidade pura.
o erro é sempre a favor dos amigos
ResponderEliminare em desfavor dos contribuintes
este é o verdadeiro socialismo
Este também é da BOA,da que está de vento em popa e aventais a esvoaçar.
ResponderEliminarEu fui um dos que se transferiu para a fertagus logo no início.
ResponderEliminarNesses tempos, havia uma grande frequÊncia de comboios e também comboios com as 8 carruagens.
A partir de determinada altura reduziram a frequência dos comboios e o número de carruagens.
Os comboios passaram a andar à pinha.
Simultaneamente, os preços dos passes assumiram valores estratosféricos.
Na altura ninguém percebia esta "política de preços".
Agora torna-se claro.
Quer transportem, quer não transportem, a empresa ganha sempre o seu. Paga o Estado. Se não transportar até poupa custos.