No dia anterior ao 25 de Abril de 1974 Portugal tinha uma economia que nunca mais veio a ter. Como dizia José Luís Sapateiro ao Semanário, dez anos depois ( e quando o espectro do FMI espreitava, trazido por Mário Soares) o nosso sistema económico era então "intrinsecamente coerente" e tínhamos crescido na década de sessenta, dentro da média dos países europeus e em alguns casos até a taxas superiores.
O general Silvério Marques pronunciava-se então sobre o nosso esforço de guerra, no Ultramar que nos levava cerca de 40% do Orçamento ( imagine-se hoje!) Assim:
De resto para os mentecaptos da memória dessa época ficam aqui imagens da revista Observador ( quem quiser fazer a História desses anos tem obrigatoriamente que a consultar, a meu ver), sobre a nossa paisagem socio-económica que permitia aquele crescimento:
E como é que os estrangeiros nos viam, na véspera do 25 de Abril de 1974? A Time não tinha lá muito boa impressão, mas isso devia-se a motivos facilmente explicáveis e relacionados com o Ultramar português.
Ah! É verdade e já me esquecia: esta revista Time, de Novembro de 1973 comprei-a cá, num quiosque à vista de toda a gente. Não foi censurada, como agora querem fazer crer os que andam a inventar o discurso ao contrário daqueles que diziam que os comunistas comiam criancinhas ao pequeno almoço. Se tivessem vergonha na cara...
Não adianta José. Anda tudo comido da cabeça.
ResponderEliminarVeja a pérola de hoje no blogue O Insurgente.
Escreve o autor:
"Em 1970, só 21 mil alunos estavam matriculados no ensino secundário."
http://oinsurgente.org/2013/04/24/uma-educacao-refem-do-estado-novo/
O artigo é todo ele ridículo e sem ponta por onde se lhe pegue.
Mas fica aqui umas continhas básicas:
21000 alunos /305 municípios = 68,85 a média de alunos por concelho.
Será que o autor arranjou estes números na sede do PCP?
A diarreia mental está bem instalada em Portugal.
Na antiga URSS a lavagem ainda era maior e nada lhes adiantou...
ResponderEliminarNa RDA a Pide de lá punha esta de cá num frasco. E nada lhes adiantou.
ResponderEliminarEngraçado que, apenas 10 anos após a revolução, havia jornais que publicavam artigos que realçavam aspectos positivos do anterior regime.
ResponderEliminarEsse dois primeiros escritos do Semanário são de 1984.
Agora, decorridos mais de 40 anos, não vejo jornal ou revista alguma que fosse capaz de publicar artigos dessa natureza.
Seria uma heresia!
Ou será que já não haverá ninguém com memória desses tempos?
ResponderEliminarConseguiram mesmo distorcer a História?
Conseguiram, JC.
ResponderEliminarV. lê mais alguém a mostrar isto que o José mostra, mesmo na blogosfera?
Em 1984 a crise económica dava já para entender como a revolução socialista foi um imenso logro.
ResponderEliminarPorém, nem mesmo nessa altura apareceu alguém capaz de enfrentar o discurso comunista e esquerdistas e provar a esses farsantes que apenas destroem os países. Sempre.
Agora é o que se vê: todas as relevisões estão rendidas a essa escumalha esquerdista comunista.
Incrível. Quanto a mim é esse o maior perigo para Portugal porque as pessoas assim não vão mudar.
Os inteligentes da dita direita portuguesa que é a merda do costume ( Insurgentes e assim) não têm preparação para mostrar factos e acontecimentos da época porque não a viveram. São uns queques que falam de cor.
ResponderEliminarO Pedro Lomba por quem tenho consideração é muito novo e não sabe o que se passou porque não viveu isso.
ResponderEliminarEm Portugal devia haver meia dúzia de pessoas que fizessem o discurso de desconstrução do comunismo de modo que as tv´s lhe pegassem.
ResponderEliminarNinguém faz. O parvo do Relvas até cantou a Grândola...
POrtugal passados quase 40 anos continua a ser uma aberração política porque tem um partido comunista estalinista e uma esquerda bloquista que mais nenhum país da Europa tem. E nem sequer lhe valeu o que se passou no Leste onde os países proibiram o comunismo à maneira antiga. Aqui não. Celebra-se o centenário do estalinista e dão-se loas nas escolas a esta gente anti-democrática.
ResponderEliminarSurreal.
AMANHÃ É DIA DE LUTO PESADO
ResponderEliminarsobre o socialismo em geral
e esta porcaria em particular
diria como o meu Prof de Português
'SEI QUE NÃO VOU POR AÍ'
no palacete do conde de Mangualde
há pinturas actuais no sentido da falta de visão
numa delas 'o cavaleiro carrega o burro'
ou está tudo louco na comunicação socialista
ou eu tenho vivido noutra galáxia
hoje fiquei com a sensação que nenhum dos meus familiares estudou
da próximo vez talvez se diga que não nasci
Pois não vejo não, Zazie.
ResponderEliminarMas isto merecia muito mais que um blogue.
Isto merecia um livro.
Há aqui neste blogue já muita matéria para, compilada, servir de estrutura a um livro.
Porque é que não se abalança a isso, José?
Alguém tem de deixar um testemunho disto para as gerações futuras, e seria uma missão deveras prestigiante para si se fizesse isso.
Eu também penso que este trabalho do José merece isso.
ResponderEliminarA questão é que em formato virtual é tecnicamente mais fácil de mostrar.
Um livro não permitia todos estes cruzamentos, qualidade gráfica e ampliações que aqui se consegue.
ResponderEliminarO José tem este rigor, é verdadeiramente isento e apartidário e sabe apanhar o tom das coisas por uma perspectiva absolutamente diferente.
ResponderEliminaré uma questão de ouvido, não é de ideologia.
Não conheço mais ninguém assim. Vai à semântica; à linguagem das coisas pela toada.
ehehehe
E de uma memória com uma limpidez invulgar.
ResponderEliminarNão mistura as coisas e faz sempre justiça a tudo. Procura sempre todos os lados, para haver equilíbrio.
Vou escrever um livro, sim, mas para mim apenas e para os próximos. E não sobre este assunto mas apenas sobre imagens da minha infância e adolescência. Em formato grande e impresso folha a folha por mim, embora em formato profissional.
ResponderEliminarÉ um projecto antigo e ando a coleccionar imagens de tudo o que tenho.
Um livro tinha outra visibilidade, penso eu.
ResponderEliminarE podia organizar melhor o tema, leia-se a questão da verdade histórica do anterior regime.
Aqui no blogue o tema tem vindo a ser tratado de forma dispersa, no meio de outros assuntos.
Sobre isto já pensei mas não há público interessado nem quem financie.
ResponderEliminarNão me importo muito, mas julgo que faria melhor que outros que vejo por aí. E não sou historiador...
Estou como o Frank Zappa que disse isso mesmo da música que fazia ( e com quem me identifico cada vez mais, depois de ler a biografia e ouvir todos os discos): escrevo para mim porque é este tipo de assuntos sobre que quero ler e como não vejo ninguém a fazê-lo, ocupo-me disso para me entusiasmar.
ResponderEliminarNão sei se não haverá público interessado, José.
ResponderEliminarTenho visto recentemente alguns livros a aparecerem sobre Salazar e o anterior regime, que tenho a ideia que se vendem bem.
E não se esqueça da "bronca" que foi a votação para o melhor português de todos os tempos, ganha por Salazar.
Há ainda muita gente, talvez na casa dos 60 anos e daí para a frente, que sabem a realidade do Estado Novo, particularmente do início da década de 70, e que leriam com agrado, penso eu, uma espécie de memórias desse tempo, com recortes de jornais e revistas a cores.
Quanto a quem financie um livro desses, isso já é mais complicado, de facto.
Vão logo chamar-lhe fascista.
Eu penso que sei o que o José gostava e para o qual não há financiamento- era uma revista digital.
ResponderEliminarMas acho que faz todo o sentido escrever para si e para os seus, acerca do que o entusiasma.
ResponderEliminarEstou-me a lembrar que o Dragão disse o mesmo
";O)
"...tínhamos crescido na década de sessenta, dentro da média dos países europeus e em alguns casos até a taxas superiores". Na realidade, foi muito acima da média (6,9 contra 3,19 da CE a 12, PIB per capita de 1960 a 1973). Ver "A Economia Portuguesa desde 1960", José da Silva Lopes, Gradiva 1996, pág.44.
ResponderEliminarMais uma iniciativa dirigida ás crianças no ambito do Centenário de Álvaro Cunhal:
ResponderEliminarEste conto infantil "revolucionário" da autoria de Cunhal
http://combate.blogspot.pt/2006/04/os-barrigas-e-os-magrios.html
tem estado a ser dado, este ano e em anos anteriores, aos alunos de algumas escolas para estes o ilustrarem.
Este ano é nas escolas de Portimão, presumindo-se que algumas das professoras envolvidas nesta "dinamização cultural" sejam as da foto:
http://planetalgarve.com/2013/04/15/os-barrigas-e-os-magricos/
como resultado do trabalho desenvolvido nas escolas foi publicado o conto de Cunhal ilustrado pelos alunos de que pode ser feito download no final desta página:
http://bibliotecasescolaresdamoita.blogspot.pt/2013/04/os-barrigas-e-os-magricos.html
Não é nada de novo já que outras escolas, noutros anos lectivos, têm dado o conto de Cunhal aos alunos para estes o ilustrarem.
Um exemplo aqui:
http://issuu.com/coisinhas/docs/livro_25_abril
A novidade neste ano de centenário é que o conto de Cunhal foi levado ao teatro estando agora a peça infantil a percorrer o país. Mais pormenores no Avante!
http://www.avante.pt/pt/2052/emfoco/124434/
As escolas vão-se organizando e levam os alunos a assistir à peça infantil baseada no conto de Cunhal
http://www.facebook.com/media/set/?set=a.513589615372445.1073741827.187297834668293&type=3
"Teatro
22, 23 e 24 de maio, 10.30 e 14 horas
Os Barrigas e os Magriços
Peça de teatro pelas companhias de teatro Fórum de Moura e Teatro Extremo
Escolas públicas do 1.º ciclo"
http://www.setubalnarede.pt/content/index.php?action=articlesDetailFo&rec=19388
Centenário de Álvaro Cunhal
Sátão
- Domingo, 7, às 15h00, no âmbito do programa da Biblioteca Municipal do Concelho do Sátão, exposição «Vida, pensamento e luta: exemplo que se projecta na actualidade e no futuro». Ainda, sessões do conto infantil «Os Barrigas e os Magriços», da autoria de Álvaro Cunhal, e projecção de filmes e documentários para os alunos das escolas.
http://www.avante.pt/pt/2053/assembleiadarepublica/124574/?tpl=392
25 de abril
De Álvaro Cunhal o conto: “Os Barrigas e os Magriços”.
Lido por Inês Vila, bibliotecária na Biblioteca Municipal de Ílhavo.
http://www.bibliotecamunicipal.cm-ilhavo.pt/PortalWeb/DesktopModules/Articles/ArticlesView.aspx?TabID=0&Alias=portalweb&Lang=pt-PT&ItemID=50&mid=10327
Já em 2009 tinha decorrido uma iniciativa semelhante:
ResponderEliminarhttp://ainocenciarecompensada.blogspot.pt/2009/05/os-barrigas-e-os-magricos-ou-historia.html
"Esta edição da Junta de Freguesia de Portimão preenche uma lacuna importante no panorama editorial português, uma vez que o texto de Álvaro Cunhal nunca tinha sido editado em formato livro. E bem o merecia! Ilustrado por crianças do pré-escolar, o texto encontra-se finalmente com os leitores a quem se destinava e é visto e recriado a partir dos seus olhares e das suas cores. Atente-se na genuína ingenuidade com que são representadas as personagens, nas fisionomias que buscam fidelidade ao texto e no cuidado arranjo visual da edição, comemorativa dos 35 anos do 25 de Abril, nomeadamente na variação cromática dos fundos das páginas."
Já este ano o conto de Cunhal sendo lido aos alunos de mais uma escola:
ResponderEliminarhttp://escolabasicadealbernoa.blogspot.pt/2013/04/o-25-de-abril.html
Para quem não conheça o autor do 2º conto lido aos alunos referido no comentário anterior...
ResponderEliminarhttp://www.avante.pt/pt/1910/BrevesPCP/109514/
"Foi lançado, num jantar promovido pelo Sector Intelectual do Porto – e que contou com a presença de mais de uma centena de pessoas –, o manifesto Por um novo rumo, intelectuais do Porto contra a resignação. Entre os sessenta primeiros subscritores do documento contam-se nomes como.... Vergílio Alberto Vieira."
Não é de espantar que esteja a ser dado destaque ao centenário de Cunhal nas escolas. Um dos elementos que integram a comissão promotora é o reitor da universidade de Lisboa,
ResponderEliminarligado ás ciencias da educação:
http://alvarocunhal.pcp.pt/comiss%C3%A3o-promotora
António Sampaio da Nóvoa, Reitor da Universidade Lisboa
o rectângulo socialista no dia de são barreirinhas
ResponderEliminar'No plaino abandonado
Que a morna brisa aquece,
De balas trespassado-
Duas, de lado a lado-,
Jaz morto, e arrefece.'
MT Cícero
'a nossa vida é governada pela (pouca) sorte e não pela sabedoria'
amanhã há frente polar fria
tenham um 'Bom dia'
Dar textos de Cunhal, de cariz acentuadamente ideológico, ás crianças para estas imaginarem as ilustrações é algo que se poderia esperar num acampamento dos Pioneiros de Portugal do PCP
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=u8LnlzQyVJg
http://ephemerajpp.files.wordpress.com/2012/05/pcp_pioneir_autoc.jpg
http://4.bp.blogspot.com/_BQX0dcueIsA/Rr9tFMgCXzI/AAAAAAAAAF8/UH1uuK1Q3Uk/s400/politica+(26).jpg
agora nas escolas?
Aqui também seria de esperar algo desse género...
ResponderEliminarhttp://www.dailymail.co.uk/news/article-2307937/North-Korea-Haunting-images-indoctrination-ceremony-communist-cult-leaders-threatening-nuclear-war-poisoning-generation.html
É que é mesmo isto:
ResponderEliminarEntrevista ao Avante do professor José Manuel Vargas
http://www.avante.pt/pt/1730/pcp/17989/
"Levar o Partido Para as Escolas
José Manuel Vargas - Há uma linha de trabalho importante e que vamos prosseguir que é a acção dos professores comunistas junto dos outros professores."
O skeptikos deu uma boa sugestão.
ResponderEliminarJá não é assim tão difícil assim auto-publicar (digitalmente, pelo menos) hoje em dia. Investigue, pode ser que até lhe apeteça. O problema creio, seria a promoção e distribuição, por causa da censura.
De toda a forma, eu ando aqui a magicar na cabeça era outra coisa.
Uma espécie de mapa dos relacionamentos em Portugal. O José farta-se de pôr notícias, actuais e antigas, que revelam ligações entre as pessoas, coisas que fizeram, etc. Essas pinceladas, chamemos-lhe assim, pintam um quadro.
Se houvesse forma de a gente obter facilmente, dado um nome, por exemplo, o quadro dessa pessoa, seria mais fácil expôr a cambada: o que fez, com quem se relacionou, onde foi, onde trabalhou, etc. Tudo digital e fácil de obter, mediante pesquisa simples online. No fundo, aquilo que deviam os jornalistas fazer, mas não fazem. Mas melhor, porque mais sofisticado, porque acessível semanticamente às máquinas e de fontes públicas, portanto inatacáveis legalmente. Um levantamento em permanente actualização da máfia que governa Portugal capaz de inferir relações não necessariamente explícitas.
Tecnicamente, temos três grandes problemas. O primeiro é o da digitalização dos conteúdos. Não é grande problema para notícias actuais que já vêm grande parte em formato digital, mas é-o para as antigas (que são igualmente importantes). O segundo é, uma vez digitalizados os conteúdos, aquilo que se chama reconhecimento de entidades mencionadas; ou seja, dado um texto que tem as palavras "Mário Soares", perceber que se trata do vigarista fundador do PS (outra entidade), por exemplo. O terceiro é a elaboração de uma ontologia (é assim que se chama, tecnicamente), que permita mapear semanticamente os factos que se pretendem registar, na forma sujeito-predicado-objecto e.g. --. A informação assim formatada permite representar virtualmente qualquer coisa e aplicar sofisticados algoritmos de inferência lógica que detectam relações não explícitas, parecendo que o computador entende a informação, e por isso se chama semântica.
Não são problemas triviais, mas também não são impossíveis e já foram atacados. O José possui um arquivo notável e valiosíssimo de informação que a esta gente lhe não interessa nada que se saiba, mas a nós todos interessa-nos muito. Seria muito interessante tê-la disponível e fácil de pesquisar...
A digitalização é relativamente fácil de fazer. Tenho um Epson Perfection V500 Photo, com software ( Scan n Stich deluxe) que vem "bundled" e que permite digitalizar em todos os formatos, mesmo em póster porque com várias passagens ( até 10) reconstitui o documento original automaticamente sem necessidade de o fazer em Photoshops ou em xn view como o fazia até aqui.
ResponderEliminarPortanto, o problema é o trabalho de o fazer e o que já tenho permitiria tal coisa. Mas ainda tenho mais e muito mais...
Portanto tenho vontade, tenho meios, tenho tempo ( arranja-se sempre para o que se gosta) e tenho disciplina.
ResponderEliminarPorque não o faço já? Porque preciso de mais disciplina.
eheheh
ResponderEliminarSe há o mapa dos donos de Portugal que se crie então o mapa dos cabrões de Portugal.
ResponderEliminarO mapa dos donos de Portugal:
http://www.donosdeportugal.net/p/grande-familia.html
Muito obrigado. Tenho que pensar melhor no assunto porque a prioridade ia para o projecto particular e pessoal.
ResponderEliminarDe resto, um livro como esse seria interessante se fosse único. E teria que assumir uma perspectiva de documentário e nunca de panfleto como a Esquerda está habituada a fazer, historiando a sua Historieta.