Em 3 Maio de 1986, escassa dúzia de anos após o 25 de Abril, o Expresso ( dirigido então por Vicente Jorge Silva futuro director do Público dali a quatro anos) interrogava-se sobre a "direita" portuguesa.
Para saber novas da desaparecida em combate, se alguma vez existiu, perguntaram a "quatro jovens comentadores políticos", a saber, Jorge Braga de Macedo ( social-democrata de sempre); José Miguel Júdice ( socialista encapotado no centrão de sempre); Paulo Portas ( salta pocinhas para o poder de sempre, num pragmatismo vazio de sentido ideológico) e Jaime Nogueira Pinto ( acomodado ao regime que temos, de sempre e sem se demarcar ideologicamente, mas ainda assim o mais consistente nos argumentos e o mais coerente ao longo dos anos, pelo menos no que escreve )- "para onde vai a direita portuguesa"?
E que responderam os "quatro jovens"?
É ler...meditar e concluir que em Portugal, a Direita, de facto, nunca existiu, após Marcello Caetano ter saído do poder. A Direita que supostamente existe em Portugal é uma fraude e um pretexto para que a Esquerda faça o jogo do engana que sempre costuma fazer para ganhar.
Provavelmente, antes de Marcello Caetano, já tinha desaparecido do mapa político-ideológico, substituida por uma prosaica atitude que é muito antiga: primum vivere; deinde philosophare...e que se justifica plenamente num país pobre que não tem meio de sair da cepa torta.
A "vidinha" está primeiro, para os próceres de uma putativa direita que ninguém sabe ao certo definir. Num país de miséria intelectual, sem pensadores com autoridade e talento, o compromisso ideológico e prático na busca da vidinha levou um proto-fascista, adepto antigo e confesso de Primo de Rivera ( J.M. Júdice) a confessar, alguns anos e muitos pareceres jurídicos depois, a sua admiração por um José Sócrates ao ponto de lhe prestar vassalagem partidária...
Nestas duas páginas fica o equívoco todo à vista: Braga de Macedo assume uma costela esquerdista por causa da preocupação social. Portas, como "finalista de Direito e cronista político do Semanário" já sabia que " a esquerda tem revelado uma visão proprietária, dominial da cultura", mas ao longo dos anos políticos e culturais ( no Independente) pouco fez de realmente efectivo para demarcar essa dominialidade e ajudar a apagar essa lavagem cerebral ideológica. O Independente foi apenas um projecto editorial que serviu depois como trampolim para o poder. Só isso interessava e como nunca foram capazes de, como partido, passar além da mentalidade taxista, ( et pour cause), Portas é nada na Direita portuguesa e o que fez em Julho de 2013 irá sair-lhe bem caro e é muito bem feito.
Quanto a Júdice é um tratado aquilo que aqui diz. " entendo que faz sentido falar de direita e esquerda, no aspecto sociológico. É o sentido em que se fala de povo da direita e de povo da esquerda. Eu faço parte do povo da direita". Dali a anos, muito poucos, passava-se de armas e bagagens para o "povo da esquerda" onde agora se encontra na sua firma de advocacia de negócios, no seu palácio das Lágrimas, nas suas propriedades no Algarve e na sociedade Eleven, toda constituida por personagens saídos dos contos de Eça, perdão, da Esquerda.
Quanto a Jaime Nogueira Pinto, na altura andava a citar antecipadamente Fukuyama cujo artigo sobre o Fim da História sairia dali a três anos...
Para se perceber toda a dimensão destas ideias basta ler este título: apontar Cavaco como líder do "povo de direita" em Portugal é simplesmente uma imbecilidade. Tal como o actual José Sócrates dizer como disse recentemente que será o líder que a "direita" prefere..."
"Sou o chefe democrático que a direita sempre quis ter ", teve o topete de dizer.
Portanto, sobre a Direita em Portugal estamos entendidos: nunca existiu. E se alguma existiu, envergonhou-se e deixou que aparecesse por ela um ersatz, um faz-de-conta que só ajudou a Esquerda a mandar ideologicamente no país durante mais de quatro décadas. Se alguém, algum dia se reclamar de Direita será banido do gotha democrático porque em Portugal quem se atrever a tal é naturalmente de...extrema-direita. Onde é que já se viu tal desaforo? Todas as tv´s à hora dos telejornais, capitaneadas pelas anas lourenço denunciariam o perigo para a democracia e Balsemão apareceria muito preocupado e com a cara mais esbranquiçada que nunca. Soariam todos os alarmes dos "memes" e em dois tempos democráticos tais ideias seriam novamente banidas do espaço mediático, confinadas a becos sem saída.
E quanto à Esquerda? Amanhã veremos a cor que tem...mas hoje basta ler o que um esquerdista dos jornais escrevia ontem no Público. José Vítor Malheiros conheceu a tal direita envergonhada e é desse fantasma que escreve quando escreve assim, mostrando amplamente toda a cor dos memes. A direita hoje em dia, para o jornalista de antanho, invadiu os media e está em todos os telejornais e ainda nos artigos de opinião. A direita é a sombra que projecta "os mercados", a sombra dos "neocons", dos neoliberais, que invaviu as redacções a tal ponto que só temos neoconismo no jornalismo nacional actual.
É ler porque é isto que escreve este esquerdista que não sabe o que é a direita e proclama a sua visão periférica como o centro do universo ideológico da isenção pura e do equilíbrio metafísico do ser jornalístico.
para escrever sobre as 30 cisões maçónicas li durante 2 anos a tempo inteiro os 5 principais jornais do séc. XIX
ResponderEliminarnunca encontrei qualquer político que se declarasse de direita e ninguém estava interessado em definições
D. Miguel e seguidores não apoiavam politicas sociais e económicas de direita
a sua política era praticamente a mesma dos liberais do 'mano Pedro'
a diferença residia nos politiqueiros e sua sede do poder.
'le roi passos' era um ditador de opereta, saldanha das mil caras, a raposa rodrigo, eram exactamente o mesmo
sampaio da revolução era o Pantagruel
os únicos que sabiam o que queriam eram o Marquês de Tomar e o Duque de Ávila e Bolama
'só mudaram as moscas'
quem vier atrás que feche as portas
entretanto sigam os conselhos do médicos recomendados por João XXI
alegria
descanso
dieta
O Dieudonné também já estava banido dos media havia muito tempo. Ainda assim, conseguiu agitar as águas.
ResponderEliminarTalvez precisemos de um, em Portugal. Não sei é se seria melhor que fosse comediante. É que desses, já temos muitos...
Os franceses têm o síndroma Dreyfus.
ResponderEliminarEstive há uns anos no museu judaico de Paris e é uma festa ver aquelas narrativas de época sobre o caso, com os jornais desde o L´Aurore, com o J´accuse ao Le Petit Journal.
Por cá, um judeu foi presidente da República e nada sucedeu porque nem sequer tal facto foi mencionado.
E assim é que deve ser, mas sempre com cuidado porque o "povo escolhido" não brinca com esses privilégios e acha-se mesmo escolhido o que é uma chatice para a democracia e a igualdade...
Por outro lado, o Júdice é uma coisinha muito reles...
ResponderEliminarE o Nogueira Pinto também havia de ter alguma vergonha na cara.
Eles não eram de direita. Eram de extrema-direita. Mesmo lá da pontinha. Daquela que já não existe. Cidadela, MJP, etc, etc. Está tudo no livro do Riccardo Marchi.
É por estas e por outras que admiro muito o sr. dr.
Era um português que não cabia cá em rectas. Nem devemos nós caber.
Esses dois são a prova provada de que quem está na recta pode, e provavelmente vai, mudar de posição conforme o que esteja a dar.
Isto quem diz que é de direita ou esquerda é desconfiar logo. Se se disser democrata então, é fugir...
Não podem ser essas coisas a base de um pensamento político. E quem anda aqui a dizer que é de direita deveria ter isso em conta.
Esse sem vergonha, M. Júdice, fingido que se farta e oportunista mais do que tudo (só quer dinheiro a rodos e procura-o onde ele exista..., como o Soares e bastantes outros mais), teve o descaramento inaudito de se proclamar de direita!, para poder usufruir das regalias que então lhe poderiam ser proporcionadas por essa mesma direita, começando a escrever crónicas no Jornal O Diabo. Se a saudosa Vera Lagoa estivesse viva dir-lhe-ia poucas mas boas. A ele e a muitos outros hipócritas da mesma igualha. E ela era insuspeita, todavia não tinha peias em dizer as verdades sobre os muitos farsantes e sobretudo tratantes esquerdistas, muito seus conhecidos.
ResponderEliminarO povo da Direita
ResponderEliminarahahahahaha
Grande palhaço.
Não existe direita, em Portugal. A esquerda, não deixa,os comités censuram logo, qualquer veleidade só autorizam o paulo situacionista portas, dá um ar democrático. Fora da pretensa direita do pp, tudo é demonizado.
ResponderEliminarA esquerda, está bem quando existe dinheiro dos outros, quarenta anos depois do 25 e três bancarrotas, só atesta a qualidade dos esquerdistas, culpando sempre a direita, pelos seus fracassos. A esquerda liquidou Portugal, só que não larga o cadáver. Sabe que num confronto politico, não tem qualquer hipótese.
Este Malheiros é que é mais outro biblicamente estúpido.
ResponderEliminarComo é possível um tipo escrever uma coisa destas.
"Discurso hegemónico, de carácter propagandístico, de direita (defensor da desigualdade)..."
ResponderEliminarE na tv.
Até tive que ler isto duas vezes.
Não dá para acreditar.
Esse discurso do Malheiros deve ser a tese que agora querem fazer passar: que na comunicação social reina a direita!
ResponderEliminarParece anedota...
Mas provavelmente será essa a tese a difundir, para se tentar fazer crer que é assim mesmo...quando é exactamente o contrário.
Ainda tive a esperança de que, com este estrebuchão da terceira intervenção do FMI, o país se fosse aos poucos apercebendo do falhanço do "paradigma" que move a(s) nossa(s) querida(s) esquerda(s), mas a lavagem cerebral dos media e o ruído que impede a clarificação parece estar a ter o efeito contrário. Passando um pouco ao lado dos rótulos, posso dizer que a "extrema direita" não me faz falta no espectro político; há é extrema esquerda em excesso. Não fora o caso de haver uma grande costela "leftish" nos partidos de direita e centro-direita, diria que o Governo actual falhou na tentativa de "fazer ver" aos portugueses que o socialismo não é o caminho. Ou então a maioria dos portugueses não é lá muito inteligente.
ResponderEliminarDieudonné linchado pelos médias porque se atreveu a ironizar a nomenklatura sionista, que tem influência grotesca no governo francês.
ResponderEliminarEvidentemente, Stefano.
ResponderEliminar---
Eu acho que é de pouca utilidade andarmos aqui a falar de socialismo, porque isso também não existe.
O socialismo que temos é mais xuxialismo. E há diferença.
Um bairro para trabalhadores, no fundo, é socialismo.
Lustres do Siza Vieira nas escolas, é xuxialismo.
Salário(s) mínimo(s) é socialismo. RSI para a ciganada, de qualquer etnia, que não faz nenhum, é xuxialismo.
A conversa rectilínea da esquerda-direita é paleio para boi dormir. A pergunta certa é: que partido representado tem na base do seu pensamento os interesses essenciais do país? Cuja base é o interesse nacional?
A resposta é nenhum.
Dos minúsculos não sei.
Dos monárquicos nem vale a pena, visto que têm a recta deles também. Além do mais, nunca apoiaria um rei que, na hora mais grave do seu reino, ninguém o vê. Agora seria o momento para demonstrar que consegue unir o reino em torno dele. Mas é melhor andar a fazer sabe-se lá o quê. A ganir pelo património da Casa de Bragança ou coisa do género... Enfim.
Do PNR, não se vê nada. Não se sabe quem está, nem o que quer ao certo. Além do mais, se vão pelo caminho da claque de futebol e da cruz celta - e não sei se vão ou não - mais vale estarem quietos.
Em Portugal, em termos ideológicos e de forma organizada, só há quadrilhas. Chamam-lhes partidos.
ResponderEliminarVão desculpar-me o dislate, mas sobre o PNR, há cerca de um ano, tenho a dizer que os confundi com... indianos.
ResponderEliminarEstava a atravessar a passadeira do arco da R. Augusta e ao aproximar-me do Terreiro do Paço vi 2 ou 3 homens de panfletos na mão, um deles com um megafone. Pensei: "publicidade a um restaurante indiano? Para que querem eles o megafone?" Afinal o panfleto anunciava que um dos líderes dele estava a fazer greve de fome junto ao Arco. Conclusão: bem pode a esquerda estar descansada, quando a extrema-direita se dedica a estas pantominas.
AHAHAHAHAHAHAHAHA
ResponderEliminarOs monhés do PNR
Esta foi o máximo
":O))))))))))))
Publicidade a um restaurante indiano?
ResponderEliminarNão; era um exemplar nacionalista que não queria comer
AHAHAHAHAHAHAHHAHAHA