Nos anos setenta do século que passou, o jornalista João Paulo Guerra terá cunhado a expressão "nacional-cançonetismo", para definir "um tipo de
cançoneta vazia que o regime assumia como sua por oposição às cantigas
de intervenção” .
João Paulo Guerra tem hoje uma ocupação de luxo: de manhã, pelas oito e meia apresenta na Antena Um, os "títulos" dos jornais que escolhe. Geralmente "títulos" que se enquadram às mil-maravilhas noutra expressão não cunhada mas já usada e de paráfrase àquela: "nacional-jornalismo".
Um dos representantes lídimos dessa corrente jornalística que peregrinou nas últimas décadas em Portugal, desde os tempos heróicos da resistência passiva ( para a generalidade dos cultures do género) ao "fassismo", é Mário Zambujal.
A história da sua vida resumida dá-nos um panorama do ambiente do nacional-jornalismo que é comum e habitado por muitos outros da sua geração.
É raro, senão impossível encontrar hoje o jornalismo que se enquadrava no que o antigo regime "assumia como seu, por oposição ao jornalismo de intervenção", cujo exemplo tenho vindo por aqui a apresentar, com o Observador. Aliás, o "nacional-jornalismo" já então dominava a imprensa e apenas se adaptou aos novos tempos, imergindo nos mesmos como peixes na água, dando largas às ideias feitas antigas e recicladas no "sonho".
A partir de 25 de Abril de 1974, a esmagadora maioria dos jornalistas assumiu a escrita e a linguagem do nacional-jornalismo e o pensamento único tomou conta das redacções.
Foram esses primeiros cultores quem formou os sucessores e actuais profissionais do ramo, que se tornaram uma espécie de subcultura daquela, com laivos de tecnicismo que os antigos não dominavam, mas cujo talento lhes sobrava para escreverem muito melhor que estes de agora.
As anas lourenço e os josés alberto de carvalho mais os marcelinos não são mais que sucessores da linha de esquerda deste nacional-jornalismo que domina o panorama dos media há 40 anos.
A revista Tabu do jornal Sol, publica algumas páginas de entrevista com Mário Zambujal e para entender o que pretendo dizer pode ler-se:
"As anas lourenço e os josés alberto de carvalho mais os marcelinos não são mais que sucessores da linha de esquerda deste nacional-jornalismo que domina o panorama dos media há 40 anos"
ResponderEliminarParabens José, o que descreveu é a ontogénese do problema, que apanhou com mestria e colocou com sabedoria.
E o zambujal um macaquinho pró-soviético, com elevada experiência no ramo.
Não sei se tem por hábito sintonizar a Antena 2. Se não tem experimente. Vale a pena.Logo pela manhã.
E delicie-se a apreciar o fantástico cocktail da chamada música clássica devidamente 'seleccionada' para enquadrar temas, comentários, conteúdos de carácter 'antifassista' com convidados especiais de esquerda à maneira.
Aquilo é uma extensão do que acaba por observar na chamada "linha de esquerda deste nacional-jornalismo que domina o panorama dos media há 40 anos."
Só que na Antena 2 é "eu vou ser como a toupeira", esburaca quase sem se notar, pela calada.
Trincheira como é óbvio do PC e reduto de saudosistas das abriladas.
Exceptuando Ricardo Saló que apesar de radical de esquerda tem um continente musical digno de respeito no Fuga da Arte, aos domingos.
Éter ao serviço da vanguarda da classe operária e outro chiqueiredo de esquerda.
Ouço sempre a Antena Um, outro refúgio deste esquerdismo e ocasionalmente a Doi, que sintonizo sempre que passa música coral.
ResponderEliminarAqui há uns anos era uma estação muito palradora, com um apresentador que falava pelos cotovelos e foi criticado por isso.
Por mim não desgostava das historietas à roda da fogueira erudita.
Corroboro o que diz o commentador Anibal Duarte Corrécio, com um senão. O chavascal ali «pela calada» é gato escondido com rabo de fora.
ResponderEliminarA antiga Emissora 2 é um completo desconchavo. Já nem falo das entremeadas matinaes de jazz à mistura com o música etnographica do baixo Niger ou do Sudão do sul, ou lá o que é.
Isto foi tudo tomado de assalto.
Cumpts.
Com respeito à Antena 2, tenho uma postura muito simples: sempre que a música acaba e se começa a falar de outra coisa que não a música que vai ser emitida de seguida, desligo de imediato o rádio ou sintonizo outra estação.
ResponderEliminarA antena 2?!, João Almeida, Joel Costa, António Rodrigues, Judite Lima, Ana Paula Russo, António Cartaxo, Gabriela, Canavilhas,André Cunha Leal,Rui Vieira Nery, Vanda de Sá?,...é lá!, desde há muitos anos que tenho permanentemente sintonizada a A2! Verdade que já reparei em alguns detalhes curiosos, mas não a esse ponto. Não me parecem politicamente tendenciosos e tenho grande admiração e respeito por todos.
ResponderEliminarDevem ser detalhes curiosos então...
ResponderEliminarhttp://biclaranja.blogs.sapo.pt/768457.html
http://biclaranja.blogs.sapo.pt/501609.html
E este um de alta cultura.
http://biclaranja.blogs.sapo.pt/515719.html
Cumpts.
Ainda de alta cultura na emissora 2, temos o primeiro da lista, o Joel Costa.
ResponderEliminarhttp://biclaranja.blogs.sapo.pt/506200.html
Cumpts.