Jovem de liceu tive acesso a quase toda a obra vásica vilhena.
Considerado badalhoco, todos o liam. Eu achava muita graça.
Após 25 do A nem tanto, por virar para a política, apesar da mão magnifica para os cartoons e a graça natural, à lusitana.
O riso mundial, sob o pretexto de humor (que não tinha) vendia gajas boas, estilo avantajado e porno a interagir com labregos. O propósito da revista era onanistico. Sem gastar em fotos.
Aliás, abundou, então, banda desenhada desse tipo..."adulto".
Quanto ao humor do Vilhena por vezes era de facto de rir.
Como daquela vez que caricaturou mal e porcamente a princesa Carolina do Mónaco e os seus representantes lhe pespegaram com um processo em que lhe pediam milhares que o pobre Vilhena nunca teve.
A reacção dele num dos números da revista foi de rir: safa! Ou coisa que o valha.
Como quem diz: porra! Esta gente está a falar a sério...
Pois eu ainda hoje leio por causa dos desenhos de alguns autores que aprecio há muitos anos.
Há dias comprei a historiera de Tardi Adieu Brindavoine e La fleur au fusil que aliás já tinha na edição original da revista Pilote da época ( 1974). Agora comprei em espanhol. 6 euros.
E ando a comprar as aventuras de XIII que saiem às quartas no Público e por causa dos desenhos de William Vance que desenha carros, casas e espaços como poucos.
Ainda bem que fala no "nosso" humorismo de antes e pós Abril. Estava à espera desta deixa. Pessoalmente condeno em absoluto o humor que humilha ou insulta quem quer que seja. Nunca comprei o Charlie Hebdo porque nem sequer o conhecia como jornal ou revista. Mas se tal tivesse acontecido e perante as caricaturas que desde o recente e trágico acontecimento está na sua origem, devo dizer que nunca o faria por uma questão de formação moral. Não acho admissível existir um jornal ou revista que viva ùnicamente de caricaturas insultuosas e até obscenas com a finalidade de ofender uma religião e os seus devotos, qualquer que aquela seja.
Se já me incomodava tremendamente ver numa publicação qualquer uma pessoa, político ou não, ser ofendida gratuitamente através de caricaturas abjectas, muito mais me ofenderia ver um Ser Sagrado sê-lo de um modo rasteiro e velhaco (só para achincalhar e vexar ao máximo os seus seguidores e crentes) denotando falta de educação, nenhuma ética ou decência e sobretudo um espírito demoníaco sem pingo de amor ao próximo e vivendo do ódio que alimenta quem as produz fazendo descarregar por palavras e actos (no caso caricaturas, por ser o meio mais fácil e prático a que deitaram as mãos para propagar ideias sub-reptícias mas ofensivas, umas, outras ordinárias e frontais, quase todas condenáveis porque insultuosas para milhões de leitores crentes (sabe Deus com que intenções... ou saber-se-á de facto?), para produzir mais ràpidamente o efeito pretendido.
Afinal o que aquelas caricaturas revelam um ódio mal disfarçado dos autores contra si próprios e contra todos os diferentes deles em raça e/ou religião- numa palavra, contra a Humanidade.
Peço desculpa a quem não concordar comigo mas esta é a minha posição porque foi assim que fui educada e dela não me consigo afastar. Nós éramos poucas raparigas e muitos rapazes lá em casa. O nosso Pai proibiu terminantemente a qualquer dos meus irmãos de proferirem um único palavrão em casa, se o desejassem fazer que o fizessem sòmente na rua. Foi assim que o nosso Pai e a nossa Mãe foram educados, transmitindo aos filhos a mesma educação recebida dos nossos Avós.
Sobre o Vilhena pouco sei pois só depois do 25/4 vi algumas caricaturas dele nos jornais. Só posso dizer que era um excelente desenhador. Ousado, por vezes até demasiado para o meu gosto, mas inteligente e aqui ou ali algo interessante.
Como exemplo do que eu penso dever ser um genuíno e valoroso caricaturista, temos o magnífico Augusto Cid (na verdade o único caricaturista português que eu conheço bem e cujos desenhos, esculturas e livros, que possuo, apreciei imensamente) que, sem fugir ao assunto político do momento, na época em que colaborava no jornal O Diabo, glosando sempre com enorme actualidade e extrema acutilância as figuras do regime de então sem nunca ultapassar o limite da educação e da decência, antes gracejando de um modo superior e com indiscutível humor os caricaturados, sem nunca nivelar por baixo quer as figuras satirizadas quer a legendagem nelas aposta.
Isto sim, o género de humor (sátira/crítica/ironia) saído do lápis ou caneta de Augusto Cid, pelo menos para mim, traduz/traduzia o que eu considero com rigor dever ser um verdadeiro caricaturista. Cid é um génio na arte de esculpir, de desenhar e de escrever, além de possuir uma educação superior e muita, mas muita classe como artista e como pessoa. A diferença que existe entre este senhor caricaturista e os do Charlie Hebdo é a mesma que existe entre a noite e o dia. Ou seja, não há comparação possível.
deixei de ler BD por falta de tempo enquanto exerci as várias profissões em simultâneo (durmo 4-5 h)
depois deixei de ter 'cum cuibus' para a compra passei a escrever e investigar, como agora e pro bono 1/3 da minha pequena reforma vai para os que nada têm a não ser fome catarse!
gostava muito de ver 'eanito, el estático' de Sobral Cid, que não sei se será descendente do psiquiatra
o José falou na exposição de Paris. no Albertina vi há uns 5 anos uma sobre o mesmo período onde aparecia o catalão Rodrigo Bórjia, papa Alex vi em fim de vida (Miguel Ângelo e o seu tempo)
A exposição que vi era relativamente pequena e sem grandes obras. Apenas meia dúzia de quadros de colecções particulares, alguns do Uffizi e documentos de época.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarJovem de liceu tive acesso a quase toda a obra vásica vilhena.
ResponderEliminarConsiderado badalhoco, todos o liam.
Eu achava muita graça.
Após 25 do A nem tanto, por virar para a política, apesar da mão magnifica para os cartoons e a graça natural, à lusitana.
O riso mundial, sob o pretexto de humor (que não tinha) vendia gajas boas, estilo avantajado e porno a interagir com labregos.
O propósito da revista era onanistico. Sem gastar em fotos.
Aliás, abundou, então, banda desenhada desse tipo..."adulto".
Para dizer a verdade, Vilhena desenhava mal e porcamente, literalmente.
ResponderEliminarE por isso nunca li ou folheei com curiosidade a folha de couve que foi publicando para sobreviver.
Melhor que ele é o Carlos Alberto que ainda é vivo e que fez aqueles desenhos que se podem ver nas Riso Mundial.
Quanto ao humor do Vilhena por vezes era de facto de rir.
ResponderEliminarComo daquela vez que caricaturou mal e porcamente a princesa Carolina do Mónaco e os seus representantes lhe pespegaram com um processo em que lhe pediam milhares que o pobre Vilhena nunca teve.
A reacção dele num dos números da revista foi de rir: safa! Ou coisa que o valha.
Como quem diz: porra! Esta gente está a falar a sério...
desde que o meu filho começou a ler nunca mais li BD nem bonecada
ResponderEliminarde Vilhena adorei 'o canto livre', onde a personagem central de penico na mão se dirigia para o único local por ocupar
os sociais-fascista atiraram com a albarda ao ar
Pois eu ainda hoje leio por causa dos desenhos de alguns autores que aprecio há muitos anos.
ResponderEliminarHá dias comprei a historiera de Tardi Adieu Brindavoine e La fleur au fusil que aliás já tinha na edição original da revista Pilote da época ( 1974). Agora comprei em espanhol. 6 euros.
E ando a comprar as aventuras de XIII que saiem às quartas no Público e por causa dos desenhos de William Vance que desenha carros, casas e espaços como poucos.
Ainda bem que fala no "nosso" humorismo de antes e pós Abril. Estava à espera desta deixa.
ResponderEliminarPessoalmente condeno em absoluto o humor que humilha ou insulta quem quer que seja. Nunca comprei o Charlie Hebdo porque nem sequer o conhecia como jornal ou revista. Mas se tal tivesse acontecido e perante as caricaturas que desde o recente e trágico acontecimento está na sua origem, devo dizer que nunca o faria por uma questão de formação moral.
Não acho admissível existir um jornal ou revista que viva ùnicamente de caricaturas insultuosas e até obscenas com a finalidade de ofender uma religião e os seus devotos, qualquer que aquela seja.
Se já me incomodava tremendamente ver numa publicação qualquer uma pessoa, político ou não, ser ofendida gratuitamente através de caricaturas abjectas, muito mais me ofenderia ver um Ser Sagrado sê-lo de um modo rasteiro e velhaco (só para achincalhar e vexar ao máximo os seus seguidores e crentes) denotando falta de educação, nenhuma ética ou decência e sobretudo um espírito demoníaco sem pingo de amor ao próximo e vivendo do ódio que alimenta quem as produz fazendo descarregar por palavras e actos (no caso caricaturas, por ser o meio mais fácil e prático a que deitaram as mãos para propagar ideias sub-reptícias mas ofensivas, umas, outras ordinárias e frontais, quase todas condenáveis porque insultuosas para milhões de leitores crentes (sabe Deus com que intenções... ou saber-se-á de facto?), para produzir mais ràpidamente o efeito pretendido.
Afinal o que aquelas caricaturas revelam um ódio mal disfarçado dos autores contra si próprios e contra todos os diferentes deles em raça e/ou religião- numa palavra, contra a Humanidade.
Peço desculpa a quem não concordar comigo mas esta é a minha posição porque foi assim que fui educada e dela não me consigo afastar. Nós éramos poucas raparigas e muitos rapazes lá em casa. O nosso Pai proibiu terminantemente a qualquer dos meus irmãos de proferirem um único palavrão em casa, se o desejassem fazer que o fizessem sòmente na rua. Foi assim que o nosso Pai e a nossa Mãe foram educados, transmitindo aos filhos a mesma educação recebida dos nossos Avós.
Sobre o Vilhena pouco sei pois só depois do 25/4 vi algumas caricaturas dele nos jornais. Só posso dizer que era um excelente desenhador. Ousado, por vezes até demasiado para o meu gosto, mas inteligente e aqui ou ali algo interessante.
Como exemplo do que eu penso dever ser um genuíno e valoroso caricaturista, temos o magnífico Augusto Cid (na verdade o único caricaturista português que eu conheço bem e cujos desenhos, esculturas e livros, que possuo, apreciei imensamente) que, sem fugir ao assunto político do momento, na época em que colaborava no jornal O Diabo, glosando sempre com enorme actualidade e extrema acutilância as figuras do regime de então sem nunca ultapassar o limite da educação e da decência, antes gracejando de um modo superior e com indiscutível humor os caricaturados, sem nunca nivelar por baixo quer as figuras satirizadas quer a legendagem nelas aposta.
Isto sim, o género de humor (sátira/crítica/ironia) saído do lápis ou caneta de Augusto Cid, pelo menos para mim, traduz/traduzia o que eu considero com rigor dever ser um verdadeiro caricaturista. Cid é um génio na arte de esculpir, de desenhar e de escrever, além de possuir uma educação superior e muita, mas muita classe como artista e como pessoa. A diferença que existe entre este senhor caricaturista e os do Charlie Hebdo é a mesma que existe entre a noite e o dia. Ou seja, não há comparação possível.
Cid. Fez bem lembrar porque tenho muitos desenhos dele em livro e jornal.
ResponderEliminardeixei de ler BD por falta de tempo enquanto exerci as várias profissões em simultâneo (durmo 4-5 h)
ResponderEliminardepois deixei de ter 'cum cuibus' para a compra
passei a escrever e investigar, como agora e pro bono
1/3 da minha pequena reforma vai para os que nada têm a não ser fome
catarse!
gostava muito de ver 'eanito, el estático' de Sobral Cid, que não sei se será descendente do psiquiatra
o José falou na exposição de Paris.
no Albertina vi há uns 5 anos uma sobre o mesmo período onde aparecia o catalão Rodrigo Bórjia, papa Alex vi em fim de vida (Miguel Ângelo e o seu tempo)
A exposição que vi era relativamente pequena e sem grandes obras. Apenas meia dúzia de quadros de colecções particulares, alguns do Uffizi e documentos de época.
ResponderEliminarInteressante na mesma.
As edições de vilhena tinham muita saída, a Esc. 20.
ResponderEliminarEram encomendadas por via postal.
Não concordo com josé quanto ás caricaturas e bonecada cartoon do vilhena.
Eram bastantes curiosas - e lembravam-me aqueles portugueses que constam dos biombos japoneses nambam - que como refere SFB
s biombos Namban contam
A história alegre das navegações
Pasmo de povos de repente
Frente a frente
Alvoroço de quem vê
O tão longe tão de pé
Laca e leque
Kimono camélia
Perfeição esmero
E o sabor de tempero
Cerimónias mesuras
Nipónicas finuras
Malícia perante
Narigudas figuras
Inchados calções
Enquanto no alto
Das mastreações
Fazem pinos dão saltos
Os ágeis acrobatas
das navegações
Dançam de alegria
Porque o mundo encontrado
É muito mais belo
Do que o imaginado
(Sophia de Mello Breyner)
Sobre a qualidade gráfica e de desenho de Jo´se vilhena, sugiro estes exemplos, tirdos da sua longa actividade:
ResponderEliminarwww.tabacaria.com.pt/josevilhena/Index.htm
E pesquisar o que nele mais há.
Se isto não é cartoonar e desenhar bem...
Por curiosidade, veja-se a biografia do humorista.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarPERDÃO:
ResponderEliminarhttp://www.tabacaria.com.pt/josevilhena/Index.htm
http://piratasdoreino.blogspot.pt/
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