O primeiro-ministro, António Costa, afirma que os alemães conhecedores da realidade nacional confiam e investem em Portugal.
Um dia depois de o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, ter declarado que Portugal pode precisar de um novo resgate se não cumprir as regras europeias, António Costa deixou uma mensagem nas redes sociais.
Quem é a Continental? Uma empresa capitalista da Alemanha que já vem do séc. XIX...
Em 1871 a Continental é fundada como „Continental - Caoutchouc- und Gutta-Percha Compagnie“, uma Sociedade Anónima, por nove banqueiros e industriais residentes em Hanôver, Alemanha.
No entanto, não existia nenhuma ida à bolsa no sentido de hoje. As acções foram primeiro distribuídas entre os nove fundadores e só foram transacionadas pouco a pouco. Já em 1873/74 a acção é cotada na bolsa de Hanôver.
A “marca do cavalo” já se encontra registada desde Outubro 1882 como logomarca da Continental, no Instituto Imperial de Patentes de Hanôver e protegida até hoje como distintivo expressivo.
No fim dos anos 1920, importantes empresas da indústria alemã de cauchu, unem-se formando a „Continental Gummi-Werke AG“. Esta produz quase exclusivamente na Alemanha. Porém, a quota de exportação sobe continuamente.
A orientação internacional do fabricante de pneus alemão para fornecedor internacional da indústria automóvel, começa em 1979, sendo desde então levada em frente com determinação.
Em 1979 a Continental adquire as actividades europeias de pneus da Uniroyal Inc. americana. Com isto a Continental cria uma base mais alargada na Europa.
Em 1985 a Continental toma definitivamente pé na Europa com a aquisição da marca de pneus austríaca Semperit.
A Continental tem ligações a Portugal através da Mabor...que é uma fábrica nacional cuja história é esta:
A marca Mabor (sigla de Maria Borges, mulher do Conde da Covilhã, fundador da empresa) é a pioneira no fabrico de pneumáticos em Portugal.
A sua história remonta a 1938 e ao Lousado, uma zona particularmente
pobre do norte de Portugal. O cardeal Cerejeira pede ao seu bom amigo,
dr. Júlio Anahori de Quental Calheiros - Conde da Covilhã e Presidente
do Concelho de Administração do “Banco Borges & Irmão -, para
trazer, para esta freguesia de Famalicão, uma indústria.
Uma vez que não havia qualquer fábrica de pneus em Portugal, na criação
da Mabor o Conde da Covilhã contou com as amizades que tinha na General
Tire e Rubber Company, para o fornecimento de tecnologia e maquinaria
necessárias. Como contrapartida, a empresa americana ficou com 20% do
capital.
(...)Após a crise do petróleo em meados da década de 70, o regresso às competições acontece na década de 80 com o Troféu Mabor.
A abertura do mercado internacional e a falta de investimento na modernização das instalações e no desenvolvimento tecnológico resultou numa perda de competitividade dos seus produtos. Em 1989 surge uma oportunidade de revitalização com a criação de joint-venture com o fabricante alemão Continental. No negócio entra também a ITA – Indústria Têxtil do Ave S.A.R.L
A nova empresa, Continental Mabor, Indústria de Pneus SA, vem dar resposta à necessidade contratual de incorporar produção nacional nos veículos que iriam começar a ser produzidos na AutoEuropa, em Palmela: VW Sharan e Ford Galaxy.
Em 1993, a Continental assume o controlo total da Continental Mabor (até então detinha 60% do capital) e integra o valor da marca no seu espólio de produtos.
Actualmente, os pneus Mabor são produzidos não apenas em Portugal mas em diversas fábricas do grupo alemão, o quarto maior fabricante de pneus e o maior fornecedor mundial de equipamento para a indústria automóvel.
A sorte da Mabor e agora do investimento da Continental tipicamente capitalista, foi a de ter escapado à febre nacionalizadora do PREC dos anos setenta...que gerou muitos gestores que temos, no Estado.
Actualmente, os pneus Mabor são produzidos não apenas em Portugal mas em diversas fábricas do grupo alemão, o quarto maior fabricante de pneus e o maior fornecedor mundial de equipamento para a indústria automóvel.
A sorte da Mabor e agora do investimento da Continental tipicamente capitalista, foi a de ter escapado à febre nacionalizadora do PREC dos anos setenta...que gerou muitos gestores que temos, no Estado.
Mas essa história não interessa nada lembrar à geringonça que governa, a não ser que tem lá gente que é visceralmente contra este capitalismo...
E foi por pouco, muito pouco porque em 1974-1975 o panorama apresentava-se negro e de "combate":
Os trabalhadores da Mabor (fábrica de pneus na Lousada) escreveram um longo manifesto (ver Combate nº 5, 26 de Julho de 1974) onde concluíam: “Hoje sabemos que a nossa luta faz parte da luta que todos os operários travam contra todos os patrões onde quer que a exploração destes se exerça sobre quem tudo produz e pouco recebe. [...] Hoje sabemos que só quando todos os explorados se unirem contra os exploradores conseguiremos vencer total e definitivamente!”.
Foi por um triz que estes combatentes do capitalismo que agora tecem loas ao investimento estrangeiro precisamente na fábrica que então contestavam, não ganharam a parada e liquidaram a empresa porque foi o que sucedeu com muitas outras, as maiores, aliás.
Na vanguarda destas lutas estavam os Rosas e os Louçãs que continuam aí como se nada fosse e a defender o mesmo de sempre, com outro paleio mais suave e elaborado. E ninguém lhes retira o megafone mediático porque são até os mais requisitados pelas Lourenças e todos os pés-de-microfone das televisões.
Até patrocinam estudos académicos sobre a loucura do PREC como se fossem algo com dignidade intelectual acima do jornalismo caseiro.
Os trabalhadores da Mabor (fábrica de pneus na Lousada) escreveram um longo manifesto (ver Combate nº 5, 26 de Julho de 1974) onde concluíam: “Hoje sabemos que a nossa luta faz parte da luta que todos os operários travam contra todos os patrões onde quer que a exploração destes se exerça sobre quem tudo produz e pouco recebe. [...] Hoje sabemos que só quando todos os explorados se unirem contra os exploradores conseguiremos vencer total e definitivamente!”.
Foi por um triz que estes combatentes do capitalismo que agora tecem loas ao investimento estrangeiro precisamente na fábrica que então contestavam, não ganharam a parada e liquidaram a empresa porque foi o que sucedeu com muitas outras, as maiores, aliás.
Na vanguarda destas lutas estavam os Rosas e os Louçãs que continuam aí como se nada fosse e a defender o mesmo de sempre, com outro paleio mais suave e elaborado. E ninguém lhes retira o megafone mediático porque são até os mais requisitados pelas Lourenças e todos os pés-de-microfone das televisões.
Até patrocinam estudos académicos sobre a loucura do PREC como se fossem algo com dignidade intelectual acima do jornalismo caseiro.
A Mabor foi uma empresa tipicamente nacional do tempo de Salazar e se foi implantada em Portugal tal se deve ao cardeal Cerejeira, que era de Lousado, Famalicão e sabia a pobreza que então existia, tendo feito algo para diminuir tal situação.
Em vez de lutar contra o capitalismo e defender o socialismo colectivista, apoiou a implantação de uma empresa capitalista que se tornou modelar, mesmo actualmente, com o aplauso da esquerda da geringonça.
Ironias do destino...e que deviam ser lembradas pelo primeiro-ministro em exercício, em vez de louvaminhar apenas o investimento (capitalista) estrangeiro.
Em vez de lutar contra o capitalismo e defender o socialismo colectivista, apoiou a implantação de uma empresa capitalista que se tornou modelar, mesmo actualmente, com o aplauso da esquerda da geringonça.
Ironias do destino...e que deviam ser lembradas pelo primeiro-ministro em exercício, em vez de louvaminhar apenas o investimento (capitalista) estrangeiro.