Páginas

quinta-feira, novembro 30, 2017

Un certain regard...

Sábado de ontem. A crónica de Pacheco Pereira sobre as cheias de 1967 apontam no sentido do costume: os estudantes universitários, filhos de família, católicos de tradição aliados a extremistas da esquerda, acabados de descobrir a Revolução apesar da Censura, foram ajudar os desalojados das cheias e descobriram o Portugal paupérrimo que não conheciam antes: "aquele País de mortos por contar, aquele País de vivos miseráveis, aquele país que deliberadamente se tentou esconder por todos os meios"...

O articulista disse "eu vi". Viu o quê, afinal?



Há no mesmo número da revista quem tenha visto outra coisa e morava perto do sítio das cheias. Nuno Rogeiro sobre as mesmas cheias de 1967:


Nuno Rogeiro é filho de Clemente Rogeiro que foi ministro de Marcelle Caetano.

Pacheco Pereira é filho de alguém da classe média do Porto.

O percurso pessoal, político e intelectual de ambos não difere no essencial: fazem parte da elite nacional dos educados no regime anterior com estudos universitários.

Sobre as cheias de 1967 têm visões diametralmente opostas. Quando Pacheco diz "eu vi", será retórica. Viu a partir do Porto. Quando Rogeiro escreve sobre o que viu percebe-se que viu mesmo o que descreve.

A quem se deve comprar um carro em segunda mão? Ao primeiro ou ao segundo?

A pergunta é apenas retórica porque Pacheco não é de confiança no que relata.

19 comentários:

  1. O Pacheco ainda anda na fase da máquina duplicadora com o que fazia um pouco de subversão.Quem nasce torto tarde ou nunca se endireita...
    Felizmente andam os antigos subversivos a queixar-se da "subversão" das "redes sociais"...

    ResponderEliminar
  2. nunca gasto todas as munições com sociais-fascistas ou ex-

    começo sempre pelas de menor calibre, mas eficazes

    neste GULAG de Frankenstein
    há frustrados e iluminados para todos os gostos e gozos

    a esquerda do 'fuá-grá'

    ResponderEliminar
  3. este MAGRIÇO entretém-se a defender a sua dama

    participa em torneios
    onde 'desfila a toda a brida' no seu ROCINANTE

    há moinhos de ventania previstos pelo IPMA

    acaba a apanhar as peças que caem da geringonça quando esta andar pelas ruas ... da amargura

    'no entre tanto' anda aos papéis

    ResponderEliminar
  4. fico com a convicção que actualmente

    a abreviatura pm significa
    PÉSSIMO MENTIROSO

    azar o do PP que escreveu
    'Esmeraldo de situ orbis'
    ter o mesmo nome de família
    felizmente tinha o nome cristão de Duarte

    ResponderEliminar
  5. Esta malta que andou pelo MRPP e restante extrema esquerda, em idade mais que suficiente para ter juízo, depois de algum baile de debutantes foi apresentada à sociedade, porque a burguesia fala sempre mais alto, mas constato que nunca deixaram de ser o que sempre foram. Excepções a confirmar a regra devem caber nos dedos de uma mão e sobram dedos.

    ResponderEliminar
  6. Este Pacheco Pereira anda uma vida inteira a justificar acções de juventude. Não sei como é que um país tão reles de mortos e vivos deu ao Mundo tamanha sumidade.

    ResponderEliminar
  7. Sobre o Pereira, penso que não vale a pena gastar cera com tão ruim defunto.

    Quanto ao Nuno Rogeiro, e apesar de não ser apreciador de tudólogos, sempre o considerei indiscutivelmente mais capaz e inteligente que a maioria do "especialistas em tudo" que vão aparecendo por aí e perguntei-me muitas vezes nos últimos 10 anos porque é que tinha desaparecido das televisões.

    Está explicado. É gente que pensa pela sua cabeça e que é capaz de atirar ao focinho dos marxistas culturais, na mesma edição de revista em que estes vomitam a sua ignorância, os seus "mitos urbanos", que qualifica de "ofensivos". Traduzindo: diz-lhes que mentem.

    Esses 10 anos de que falo são o período do triunfo do marxismo cultural no ocidente.

    ResponderEliminar
  8. Todos os comunistas, passados e presentes, têm uma inveja doentia dos ricos, das suas tradições, do seu dinheiro e da sua posição social e/ou estatuto. Também têm a mesma inveja da aristocracia e mais ainda dos nobres e dos monarcas e do seu poder, tradições e pergaminhos. Neste lote de invejosos estão incluídos os comunistas de todos os quadrantes, como é bom de ver.

    Esta gente é de tão má índole que só descansa quando através de revoluções, guerras ou golpes de Estado sangrentos, consegue substituí-los alcançando o poder nos diversos países. Quando os invejosos por poder e dinheiro armados em libertadores dos povos e da pseudo opressão em que estes supostamente vivem, suspeitam que mesmo depois das revoluções e guerras fratricidas por eles próprios despoletadas, os governantes derrubados ou monarcas depostos podem mais cedo do que tarde voltar ao poder por possuírem o apoio dos seus povos e/ou súbditos, então os invejosos sequiosos de poder e dinheiro não hesitam um segundo em assassiná-los, sejam eles presidentes, primeiros ministros (ou ambos), monarcas ou famílias reais inteiras.

    Temos exemplos destes, tremendamente dramáticos, em quase todos os países da Europa, mas também nos restantes Continentes, tanto em séculos passados como nos mais recentes. O mais trágico de todos foi sem dúvida o séc. vinte.

    E a violência e a maldade indescritíveis a que Europa e o mundo assistiram neste último século provocadas pelos gananciosos por poder e dinheiro, foram consequência directa de uma inveja exacerbada dos ricos e poderosos e de uma cobiça insaciável pelas fortunas de outrem, para com estas poderem levar a vida luxuosa (e na maioria dos casos também de luxúria) que as mesmas proporcionam, pois caso optassem por vir a possuir os alvos da sua cobiça através de meios pacíficos e não bélicos, ela jamais estaria ao seu alcance.

    Mas é óbvio que um método pacífico para alcançar o poder nos países onde se alojam nunca foi nem nunca será o adoptado pelos invejosos e sedentos por derramamento de sangue deste mundo.

    ResponderEliminar
  9. Estive a ler e não vi nenhuma contradição entre os dois textos.

    Sim, tentava-se esconder que o país era paupérrimo.

    Sim, a catástrofe das cheias revelou esse Portugal desconhecido de muita gente.

    Agora era impossível de esconder.

    Onde está a contradição ?

    ResponderEliminar
  10. Bem me parecia que não entende o que lê...

    Então o Rogeiro também diz que se tentou esconder a miséria?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Indirectamente sim, visto que refere a censura que não seria propriamente para esconder as coisas boas do regime...

      Mas ambos concordam que a catástrofe das cheias foi grande demais pata esconder.

      Rogeiro refere notícias em jornais e Pacheco afirma que foi nessa altura que muita gente tomou consciência da miséria dos bairros pobres.

      Logo, embora haja diferenças de sensibilidades, as duas crónicas confirmam-se, não se contradizem.

      Simplesmente Rogeiro sublinha o aspecto noticioso da época para desmentir alguém que tenha dito que até essa catástrofe tenha sido escondida.

      Ora essa afirmação não aparece no texto de Pacheco, pelo que estará a referir outra pessoa. Ou outro texto de Pacheco, isso não sei.

      Mas estes dois textos não apresentam contradições.

      Eliminar
  11. Eles sabem que se tentou esconder pelos filmes e fotografias da época...

    ehehehehe

    Tudo nos jornais. Mas agora dizem que os jornais estavam escondidos e a coisa passou-se em terras que ninguém conhecia nem nunca tinha visto na vida.

    ResponderEliminar
  12. Estáveis á espera de quê? Que o adelo da Marmeleira dissesse bem de alguém!

    ResponderEliminar
  13. O próprio doutor Salazar escondia os jornais debaixo da cama… tiragens de 1.000.000 de exemplares e mais, tudo bem escondido. Felizmente temos um jornalismo pujante, que descobriu tudo. Só não descobriram o 44 e o Costa e esta tropa fandanga.

    ResponderEliminar
  14. Boa Joserui

    Andam para aqui uma meia dúzia de idiotas a tecer opiniões palermas sobre os anos 60, como se na altura tivéssemos redes sociais.
    Miserável é nos dias que correm os apaniguados do perdedor de eleições que ocupa São Bento tentarem esconder o óbvio ululante.

    Se calhar nas cheias foram anunciados 500 vitimas e foram 700.
    E então?

    Se voltar a acontecer uma chuvada daquelas, é melhor que não seja nos novos bairros de barracas que voltaram a surgir na periferia de Lisboa

    ResponderEliminar
  15. Nessa altura o Pacheco vivia em Lisboa.

    ResponderEliminar
  16. "aquele País que deliberadamente se tentou esconder por todos os meios" é uma frase no texto de Pacheco.

    Preciso de dizer mais ou nem isso entende?

    ResponderEliminar
  17. ò hajapchorra- o Pacheco Pereira em 67 viva em Lisboa?

    Onde foi buscar essa informação?

    ResponderEliminar
  18. Consta que estudava no Porto mas a informação das cheias chegou até ao Poto e a solidariedade e assim...
    Despejou a k7 idológica, foi o que foi. Não viu nada.

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.