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quinta-feira, setembro 23, 2021

ihr Kampf

 A luta da extrema-esquerda portuguesa, encapotada nos media do mainstream ( porque os seus directores escolhidos a dedo pelo "sistema"  nunca esqueceram nada e pouco aprenderam) é esta, bem espelhada nas capas da Sábado e da Visão de hoje.

Os fassistas de hoje, em Portugal são estes aqui identificados e alvo de atenção do SIS e da vigilância democrática que não tolera a dissidência de pensamento, por muito disparatada que possa ser.  Estes media, ao darem importância a estes fenómenos revelam-se como são: intolerantes e de raiz extremista, neste caso de esquerda. 

Ao darem-lhes mediaticamente a importância que os mesmos não têm e nunca terão, estão a fazer o jogo favorito da extrema-esquerda, o da diabolização de fantasmas de um passado que não tem eco. 

Estas minorias, ao contrário das que são protegidas pela extrema-esquerda, não têm direito a expressão e são perseguidas pelo sistema mediático invadido e enxameado de extremistas de esquerda, mesmo e principalmente os disfarçados de democratas. 

Nas notícias de hoje, há uma excepção a notar, pelo bom senso revelado e aliás habitual: João Soares, filho de Mário Soares, coloca os pontos nos ii ao dizer que o Chega e André Ventura afinal não são fascistas.  Imagine-se!  O que irá dizer um palerma como um tal Filipe Soares da bolha que rebenta na tv! 





Para se perceber a diferença de tratamento, basta ver e ler isto: Um verdadeiro terrorista, nem sequer arrependido, tratado como aliás deve ser, inócuo e integrado. 


Este, ao menos, tem pedigree e não é do tempo do famigerado PREC. É de 1985, pá! Na véspera de entrarmos para a CEE, pá! Nesse tempo, os directores daquelas publicações, se calhar ainda juravam pelo marxismo-leninismo-maoismo-trotskismo e pela "luta popular" e outras balelas do género que aliás permitiram que chegassem onde chegaram.






Uma das primeiras manifestações visíveis deste fenómeno do ataque da esquerda extremista a ideias que lhe são contrárias, sobrepondo uma intolerância atávica e denegadora do sentido da democracia ocorreu em 1974-75 durante o processo revolucionário que estava então em curso acelerado.

Vale a pena recordar e contextualizar os fenómenos procurando descobrir-lhes uma mesma raiz. 

Logo a seguir a 25 de Abril de 1974 foi preciso definir os "negacionistas" que não aceitavam as receitas sociais comunistas. Uma palavra foi suficiente porque ainda não tinha sido inventada para efeitos comuns a palavra negacionismo ( usada mais tarde para designar os que negavam a existência do Holocausto nazi contra os judeus): fascista! Para mostrar bem que era essa a palavra mágica, uma edição de O Jornal, em 5 de Setembro de 1975 trazia impressa tal palavra ou expressão 27 vezes numa única edição

O Jornal era dirigido e redigido por "moderados" (imagine-se o que seriam os radicais...), ligados ideologicamente à esquerda do MFA e ao comunismo difuso dos amanhãs a cantar. Foram os pais ideológicos dos actuais directores daquelas publicações e outras do Portugal actual e os que definiram os termos de linguagem que hoje se usa em Portugal, para designar fascistas e a beleza de os poder matar metaforicamente, coisa que  em mais lado nenhum da Europa se vê assim tão difundido mediaticamente, segundo creio. 

O "fascismo" carecia então de melhor enquadramento teórico e não faltaram os filósofos de ocasião para tal. Em 13.1.1975, no jornal dos socialistas ( o maçónico inveterado e socialista Raul Rego era o director até ser corrido pelos comunistas no Verão que se seguiu) era assim definido de um modo pan, ou seja global e abrangente:


No Verão de 1974 perante a ascensão meteórica da extrema-esquerda e do partido comunista de então ( e de agora) que aliás só se distinguiam nas tácticas, cedo aconteceu isto que se mostra a seguir.

Os "negacionistas" de então que combatiam a modernidade do extremismo esquerdista que prometia amanhãs a cantar e bacalhau a pataco eram essencialmente a "reacção", ou seja o "fassismo" enquistado principalmente em sectores conservadores da sociedade portuguesa, alguns deles que tiveram expressão durante o Estado Novo de Salazar e mesmo no novel Estado Social, de Marcello Caetano. Era tudo fascista e os seus jornais negacionistas e para abater, segundo outro jornal, o Sempre Fixe de um Ruella Ramos que era também director do Diário de Lisboa

Em 21 de Setembro de 1974 a fogueira desta inquisição preparava as achas:




Dali a oito dias, com a lenha já devidamente amontoada, deitaram-lhe fogo: 


Os fascistas eram às dúzias e denunciados claramente como tal, num auto-de-fé típico, tal como hoje. Os cabecilhas ficaram quase todos identificados em 30 de Setembro de 1974 e muitos foram presos: 


Quanto à Igreja católica, um dos redutos da "reacção", particularmente alguns bispos que se opunham claramente ao avanço da fronda comunista, também era "negacionista" avant la lettre" e por isso tinha o tratamento adequado e mediático: 

Começou cedo e logo em finais de 1974 já se mostrava o que viria a seguir, como mostra o inefável Expresso: 


E o Sempre-Fixe de 7.12.1974:


E já depois do 25 de Novembro de 1975, como mostra esta edição de O Jornal de 26.3.1976: 


Nesse mesmo ano a extrema-esquerda que se filia actualmente no BE, tinha um jornal, o Gazeta e em 8 de Maio aparecia este manifesto contra um negacionista do esquerdismo comunista: 



E não se julgue que eram apenas os pasquins da extrema-esquerda a mostrar esta forma de actuar democrático. O Expresso de 1 de Fevereiro de 1975 também ajudava a tal festa, deitando foguetes, como antes tinha apanhado as canas de outros:


Foi neste caldo de cultura que cresceram ou se criaram aqueles directores das publicações de hoje, pelo que não é de estranhar que tenhamos em Portugal os media que temos. 
E quanto a Balsemão, um burguês antigo e moderno, actualmente segundo alguns sinais, falido ( vai vender a sua casa materna, na Lapa, segundo escreve o Tal&Qual desta semana...) que passou sempre entre os pingos dessa chuva sem se molhar? Não há segredo algum e está aqui uma explicação, de 12 de Abril de 1975:


O jornalismo caseiro é quase todo ele herdeiro destes personagens que eram então os donos da informação em Portugal. Todos de esquerda. E quando aparecia um que saía dos trilhos politicamente correctos, um "negacionista", como Nuno Rocha, era simplesmente ostracizado pela "classe" mesmo que pretendesse solidarizar-se nas suas lutas...
O jornal de 16.5.1975:


E a edição de 12.9.1975:


E o que fizeram então ( Agosto de 1975) os combatentes do negacionismo de então a um dos negacionistas-mor, o arcebispo de Braga? Isto: baixe lá as calças, D. Francisco! 



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