sexta-feira, abril 21, 2017

Vinte e sete vezes o "fascismo" num único número de Jornal de 1975!

Este texto de Miguel Esteves Cardoso, no O Jornal de 5.9.1975 será talvez o primeiro que o então jovem estudante com vinte anos publicou em jornal.

No texto, a propósito de um filme português de Seixas Santos, Brandos Costumes, MEC usa a palavra "fascismo" cinco vezes. É obra! Comunista, claro está. E na mesma página, o comunista Correia da Fonseca acrescente só da sua lavra, mais sete.

É só um exemplo do fenómeno que atingiu em cheio a cultura portuguesa pós-74.


No mesmo número de O Jornal esta página sobre o então arcebispo de Braga, d. Francisco Maria da Silva juntava mais três "fascismo", incluindo do título da notícia.



Por curiosidade dei-me ao trabalho de catar em cada página desse número de O Jornal as vezes que tal palavra aparece escrita.

Na pág. 2 aparece num artigo de Cáceres Monteiro ( "Uma Revolução para perder ao jogo?"), inserida na expressão " pesadas grilhetas do fascismo".
Na pág. 3 aparece duas vezes.
Na pág. 10 nada menos que três vezes num pequeno artigo de Urbano Tavares Rodrigues.
na pág 14 em editorial nada menos que duas vezes e na página seguinte, das cartas do director, uma vez.
Na pág. 29 na redacção da Guidinha, de Stau Monteiro, uma vez.
Na pág. 30, numa notícia sobre os jornalistas despedidos do DN ( pelo avant nóbél Saramago) uma vez.
Na pág. 32, em notícia sobre Angola, num comunicado do CEME do general Fabião, uma vez.

No total a palavra "fascismo" aparece 27 vezes, neste único número de O Jornal!

Questuber! Mais um escândalo!