Na delação de Emilio Odebrecht, o empresário comentou que a corrupção vem de longa data. Algo como “há 30 anos”. Isso todos nós já sabíamos, mas também sabemos que a corrupção foi amplificada na era do PT.
Odebrecht comentou que os acertos entre autoridades e grandes empreiteiras não só eram um “negócio institucionalizado”, mas vistos como “uma coisa normal”. Aqui novamente devemos lembrar o óbvio: tudo isso só iria aumentar quando surgisse um partido bolivariano, que depende do saqueamento estatal para criar totalitarismo.
Eis que ele fala da imprensa: “o que me entristece é que a imprensa toda sabia”. Em seguida, questiona: “por que só agora?”. E conclui que “a imprensa sabia disso e agora fica com essa demagogia”.
Como se vê, ele questiona para saber onde estava a mídia esses anos todos. A resposta é simples: estava tirando selfie com a Dilma, recebendo polpudas verbas estatais de anúncios e, com isso, ignorando toda a corrupção.
Em Portugal costumamos sempre chegar atrasados às tendências do estrangeiro, mesmo do Brasil. Mas talvez lá cheguemos mais cedo ou mais tarde.
O antigo presidente do Brasil, FHC falou assim, hoje, em Portugal:
“Eu penso que era necessário (a Lava Jato). Chegou a um ponto tal que era preciso uma virada e está ocorrendo. Isso é sempre doloroso, há sofrimento, há injustiças, há justiça, mas no conjunto é um processo importante, que mostrou que o Brasil tem forças para sacudir a poeira”, declarou o ex-Presidente brasileiro (1995-2002).
Fernando
Henrique Cardoso (FHC) fez estas declarações aos jornalistas à margem
do V Seminário Luso-Brasileiro de Direito, que se realiza em Lisboa
entre hoje e quinta-feira.
A operação Lava Jato, tida como a maior operação de combate à corrupção da história do Brasil, investigava inicialmente a actuação de 'doleiros' (pessoas que vendem dólares no mercado paralelo), mas, posteriormente passou a investigar também a corrupção na petrolífera estatal Petrobras, envolvendo políticos e outras empresas.
A operação Lava Jato, tida como a maior operação de combate à corrupção da história do Brasil, investigava inicialmente a actuação de 'doleiros' (pessoas que vendem dólares no mercado paralelo), mas, posteriormente passou a investigar também a corrupção na petrolífera estatal Petrobras, envolvendo políticos e outras empresas.
Na semana passada, com base nos depoimentos dos executivos da Odebrecht, o juiz do STF Edson Fachin mandou abrir inquéritos para investigar 98 pessoas.
Entre elas, estão 39 deputados federais, 24 senadores, oito ministros, um ministro do Tribunal de Contas da União e três governadores.
Os acusados, que são possíveis candidatos presidenciais de 2018, como o senador Aécio Neves (PSDB – mesmo partido de FHC), serão investigados sobretudo por corrupção, branqueamento de capitais e falsidade ideológica (fraude) eleitoral.
“Tudo vai depender de que a justiça avance. O importante é chegar até ao final e haja uma decisão da justiça. O eleitorado vai acompanhar isso, com aflição, obviamente. Quem estiver comprometido tem de pagar algum preço, deve pagar”, sublinhou Cardoso.
Para FHC, a crise da democracia é geral, a crise dos partidos, a falta de confiança neles, "não sendo só no Brasil".