domingo, abril 30, 2017
Komentários deletérios sobre a Justiça
António Barreto é um dos komentadores mais conhecidos nos media nacionais. Foi opositor ao regime de Salazar e Caetano, tendo estado "exilado" numa Suíça intelectualmente retemperadora nesse tempo de guerra no Ultramar e depois associou-se ao partido Socialista, desde o início, depois de ter sido temporariamente comunista, abandonando tal partido por ter sabido o que se passara em 1956 e 1968 no centro da Europa, ao contrário dos fósseis que por lá andam que ainda não sabem.
A.Barreto foi ministro em 1978, de um governo PS e tentou com algum sucesso desfazer as loucuras comunistas no Alentejo agrário, sendo vítima durante longos meses de vitupérios escritos em paredes contra a "Lei Barreto" que retirava aos comunistas a propriedade plena que roubaram aos agrários durante o PREC. Nunca lhe perdoaram, obviamente.
Depois foi cronista assinalado na primeira página do jornal do actual regime, Expresso, numa pequena quadrícula de poucas frases. Aí se habituou a komentar tudo, sendo um dos primeiros tudólogos que temos como raça especial nos media.
Actualmente oficia de vez em quando nas tv´s e escreve no jornal Diário de Notícias em crónicas de página.
A de hoje, mais uma vez é lamentável.
A. Barreto poderia ater-se a assuntos que conhece - se é que conhece alguma coisa- mas porventura tal não lhe chegaria para preencher espaço.
Vai daí um dos alvos preferenciais do komentador é a Justiça e desta vez o caso Dias Loureiro, entre outros assuntos, como os malditos prazos de um inquérito que se tornou sigular por causa de a lei não ser igual para todos e poucos terem reparado nisso, incluindo o komentador.
Sobre os tais prazos, passo porque é matéria gasta. Sobre o caso Dias Loureiro vou ser muito sucinto:
Ó dr. António Barreto, komentador do DN!
O dito Dias Loureiro foi constuído arguido em 2009 e só se pode constituir arguido seja quem for quando há fundadas suspeitas de ter cometido um crime. Logo, haveria tais suspeitas.
Depois destes anos em investigação o caso foi arquivado e o MºPº justificou a razão daquelas suspeitas apesar de arquivar o assunto, ficando a aguardar melhor prova. Não há contradição entre os termos e há uma fundamentação de um despacho que é obrigatória e dizer o contrário é pretender ver mosquitos por cordas.
Por isso, o komentário é no mínimo fruto de uma ignorância seguidista e suspeita em relação ao visado, tanto mais que é produzido num jornal que tem como administrador principal um amigo do peito daquele Loureiro.
Só isso deveria mercer um komentário mais conspícuo e menos seguidista, conveniente e suspeito.
Por outro lado é por causa de komentários deste quilate que os magistrados aparecem nas sondagens de opinião como os maus da fita...o que se torna ainda mais triste. Quem faz o mal acaba depois a desfazer-se em caramunhas...
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