sábado, abril 15, 2017

As Histórias que nos contam: o déja vu habitual da esquerda

O Público de hoje anuncia a publicação do último volume do Dicionário de História de Portugal, abrangendo agora o período temporal de 25 de Abril de 1974 a 28 de Junho de 1976 ( apesar desta data, tem "entradas" prematuras sobre o ELP, o MDLP e a "extrema-direita", assinadas por Riccardo Marchi).
Este Dicionário, originalmente de Joel Serrão foi publicado desde os anos sessenta, em seis volumes, pela editora Figueirinhas e nos anos noventa, o casal António Barreto-Filomena Mónica retomou a edição com a História do Estado Novo, contada da perspectiva de esquerda, apondo-lhe mais dois.
Agora temos outra vez a mesma perspectiva, sobre o que se passou nos dois anos que se seguiram ao 25 de Abril de 1976 e até à primeira bancarrota do país.
Não será preciso ler a obra para afirmar que se trata da repetição da versão da História que nos contam há 40 anos, em que não se dá voz aos que viveram o tempo contestando o que se passava e tentando mostrar a tragédia que nos estava a acontecer, todos os dias desses dois anos. Esta versão histórica será por isso falsa e parcial, faltando a visão de outras perspectivas mais consentâneas com a realidade completa.

Tudo fica por conta a Liberdade conquistada por aqueles que se sentiam privados dela pelo anterior regime. De modo que o que contam reflecte essa carência e a frustração que sentiam, podendo agora vituperar quem lha cerceou, fazendo-lhes o mesmo...sem qualquer pudor porque detêm autoridade democrática e não precisam por isso de contar a história "dessa gente fassista" a não ser para os vergastar ideologicamente.

A prova? A jornalista do Público que apresenta a obra e o escrito de hoje, no jornal:


Portanto, esta História já toda a gente a conhece porque é a versão oficial dos acontecimentos dessa época, contados por quem a viveu e não gostava do anterior regime que lhes limitava a liberdade de dizer coisas em público, eventualmente para defenderem totalitarismos e outros marxismos. Todos eles sofrem dessa pecha e por isso estão diminuídos na capacidade objectiva de contar seja o que for, para além disso.

Quem não os conhecer que os compre. Antes disso e para saberem o que podem contar leiam a ficha dos autores das "entradas" neste último volume. É suficientemente eloquente, por si, para evitar mais comentários.

No Expresso desta semana anuncia-se, aliás, outra obra do mesmo género histórico: o Portugal varrido pela ideologia esquerdista, neste caso de Mário Soares quando estava exilado, pelo regime que não queria que o mesmo defendesse publicamente o fim da guerra no Ultramar e o pluripartidarismo, incluindo comunistas e socialistas de geringonça que pretendiam entregar Portugal a Moscovo, como esteve quase para acontecer. O que aliás só prova o acerto do anterior regime, nesse aspecto.

A obra intitulada no original francês ( alguém a retroverteu para essa língua, claro, mas não é agora que se irá saber quem foi...) Le Portugal bailloné, ou seja, O Portugal impedido de se exprimir, traduzido como "amordaçado" para dar mais cor e vida impressionista, vai ser publicada em 7- fascículos-7, para que os leitores do semanário do militante nº 1 do PSD fiquem a saber o que Mário Soares pensava do regime de Marcello Caetano e Salazar.

A apresentação do livro, pelo sobrinho Alfredo Barroso começa logo por uma pequena falsidade: quando Mário Soares tomou conhecimento, em S. Tomé, onde se encontrava em férias forçadas pelo regime, de que Salazar dera um queda e fora operado a um "hematoma craniano" não pensou apenas "Um homem daquela idade! É o fim do salazarismo!"

Conforme já foi dito, foi outra coisa que o indivíduo agora também morto na altura pensou e terá dito, porque é assim que acontece quando alguém fica eufórico, com o mal de outrém...


De resto quando a cultura histórica o Expresso desta semana apresenta outras provas da sua actual pobreza e cretinismo.

Sobre a morte de Maria Helena da Rocha Pereira, o obituário é este: é mais importante o Spencer Hays do que a dita, o que fica tudo dito, sobre a cultura do director Pedro Santos Guerreiro e dos adjuntos.


Questuber! Mais um escândalo!