O editorial da revista Sábado desta semana:
Nada sobre o saneamento ( a pedido) de Alberto Gonçalves. Umas linhas sobre João Pereira Coutinho, o novel cronista que ocupa o lugar daquele. A crónica de JPC é esta:
Tanto JPC como Alberto Gonçalves são autores de escrita irónica, zombeteira, mordaz, satírica e cáustica.
Porém, o estilo deste, a escolha temática e a análise idiossincrática tem uns furos acima das crónicas leves de JPC. Enquanto AG é um virtuoso deste tipo de escrita, inventivo e natural, aquele JPC é repetitivo na verve e banal na composição.
A Sábado perdeu um cavalo para ganhar um burro, salvo seja e sem querer faltar ao respeito a ambos.
E para mostrar que assim é basta ler estas duas crónicas publicadas em Março, na revista, por aquele Alberto Gonçalves:
É outra divisão e um exemplo que poderia dar é o do som do vinilo perante o do cd. De vez em quando este supera aquele. Mas muito de vez em quando porque o som analógico é outra coisa mais agradável ao ouvido e quase sempre supera o gravado digitalmente na origem.
Quanto ao conteúdo da revista, a reportagem de fundo, assinada pelo inevitável António José Vilela, pesca novamente nas águas profundas do processo do marquês. O título de capa refere "Toda a prova". Mau seria se assim fosse.
No artigo interior escreve-se logo que se relata o que "está nas 103 páginas de crimes imputados a José Sócrates" e resultou do interrogatório ao mesmo. Ora a imputação de crimes ainda não chega a prova dos mesmos...
Logo, o título é um equívoco destinado ao sensacionalismo. Mau começo porque estes títulos não prestam, a não ser que se queira uma revista assim-assim a fazer de conta que é séria. Enfim, é melhor que nada mas o bom é inimigo do óptimo.