O Militante de Março/Abril ( €1,70, bimestral, a preto e branco neo-realista, com publicidade restrita à propaganda das edições comunistas) mostra a verdadeira natureza do PCP: a que sempre teve, desde a sua fundação, em 1920 e que é o comunismo de inspiração e raiz soviética, sem pejo nem vergonha e principalmente sem leitura ou conhecimento dos crimes soviéticos contra a Humanidade que só têm comparação com os de outras ditaduras totalitários e mundiais. Com uma diferença: os chineses maoistas de fachada renegam esse líder histórico em cada Alibaba que fundam; os comunistas nacionais dão polimento à múmia de Lenine em cada nacionalização que reivindicam.
Em Portugal, porém, o PCP goza da condescendência geral e é aceite como partido normal na composição democrática, apesar de ser raposa em galinheiro político. Está na democracia para a destruir, por dentro, substituindo-a por outra democracia mais abrangente, a totalitária. A sua inexpressividade eleitoral permite tal condescendência mas a sua efectiva força sindical mina os alicerces da democracia ocidental que somos e o seu domínio ideológico no sector da Educação perverte as gerações que passam desde 1974, sem incómodo de maior para a nossa intelligentsia, aliás herdeira desse património ideológico.
Como se pode ler nesta página o roteiro dos tempos futuros está traçado: luta de massas, ou seja greves contínuas se for preciso, nos transportes, contra o fassismo.
O antifassista-mor Domingos Abrantes, de dentes ralos escreve este texto fundamental sobre a história do Partido. A fossilização evidente não incomoda ninguém e Lenine continua bem presente no imaginário da colectividade.
O PCP é uma pequena seita laica com a sua igreja provida de oficiantes e neófitos que se encarregam de propagar a fé comunista em Portugal. E já tem uma história quase centenária. Quem disse que viver da desgraça alheia não traz proveitos?