Acicatado pela curiosidade em saber se o Templo de Jerusalém, cuja construção é atribuída ao rei Salomão que terá vivido cerca do ano mil antes de Jesus Cristo, existiu e terá sido continuado posteriormente ao seu desaparecimento, fui procurar documentação.
O que encontrei foi isto:
Em primeiro lugar e para contextualizar, uma cronologia judaica que a revista L´Express publicou em 20.12.2007 com " A grande história dos judeus" em que aparece mencionado tal facto bem como a tomada de Jerusalém, a destruição de tal Templo primitivo, seguido da deportação de judeus para a Babilónia por volta do ano 597 A.C.
Em 515 A.C. novo Templo reconstruído, pelos judeus regressados do exílio. Por volta do ano 167 A.C. os judeus encontram-se divididos em três seitas: para além dos essénios, a dos saduceus, intérpretes fidelizados à letra da Tora, recusando a tradição oral e portanto inimigos dos fariseus, ligados a tal prática da oralidade. É dos filisteus que reza a história de Jesus, com a sua hostilidade manifesta a tais hipócritas, aliás na génese do judaísmo actual.
O Talmude, ensinamento rabínico ( Rabbi Juda Hanassi, racionalista e hostil ao misticismo, segundo se lê), em compilação escrita das leis orais rabínicas, apareceu no fim do sec. II. É um dos três livros fundadores da literatura judaica, tal como mencionado na revista Lire de Março de 2008:
O Talmude é por isso uma compilação que reúne escritos e tradição oral judaica, após o cativeiro da Babilónia e que foi organizado a partir do sec II e a primeira edição completa terá ocorrido em 1520, em Veneza, através de um editor cristão, como se lê na Le Point de Jan-Feve 2020 que aliás contém uma alusão ao primeiro Templo de Salomão.
É uma obra em "progresso" e segundo se lê em 1242 foi queimado em Paris, na praça pública, o que atesta a sua popularidade entre o cristianismo de então:
Em 70 D.C. o segundo Templo foi destruído pelos romanos que subjugaram uma sublevação judaica. É deste Templo, afinal construído segundo a Tradição sobre as ruínas do primeiro, que subsistem sinais actuais, como seja o Muro das Lamentações em Jerusalém.
A L´Express mostrava em três páginas que Jesus Cristo ao surgir na Judeia, dirigindo-se a judeus não poupava os fariseus, no próprio Templo, o segundo ainda de pé.
Os primeiros cristãos também eram judeus e apesar da dissensão existente a fractura ocorreu logo nas primeiras décadas depois de Jesus Cristo, particularmente com a revolta dos judeus contra os romanos que os cristãos não apoiaram.
E até aparece um artigo sobre o Corão e a ligação à Bíblia...
Sobre este assunto a revista Le Monde des religions de Dezembro de 2016 explica melhor o que se passou e que deixou raízes até hoje:
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