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terça-feira, junho 30, 2020

O ataque de António Costa à magistratura e ao poder judicial

O que é o Estado de Direito democrático? É escusado procurar a noção em sítios pagos pelo erário público. Há a Constituição e para quem é bacalhau basta:

Artigo 2.º
Estado de direito democrático

A República Portuguesa é um Estado de direito democrático, baseado na soberania popular, no pluralismo de expressão e organização política democráticas, no respeito e na garantia de efectivação dos direitos e liberdades fundamentais e na separação e interdependência de poderes, visando a realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia participativa.

 Obviamente que um dos elementos fulcrais deste Estado de Direito é a separação e interdependência de poderes.

António Costa, como primeiro ministro é o representante máximo do poder executivo e o juiz do TCIC que decidiu o caso Tancos é o representante máximo do poder judicial nesse caso concreto. Não é mais ninguém.

O primeiro ministro em obediência estrita a tal separação de poderes não deve interferir, com comentários, principalmente depreciativos, no exercício do poder judicial, comentando de modo chocarreiro decisões do poder judicial, como o fez no Domingo passado num programa de humor.

 A declaração chocarreira e atentatória a tal princípio foi esta, ipsis verbis:

"...é uma felicidade podermos todos agora subir ao grande palco porque finalmente o julgamento que tem sido público, vai continuar a ser público mas agora no local próprio que é o tribunal e com uma curiosidade que eu acho que todos temos...eu pelo menos tenho. Tenho que reconhecer que é um argumento muito original que é o argumento em que o crime verdadeiramente grave não foi o roubo das armas mas o crime verdadeiramente grave foi recuperar as armas. A tal originalidade da...do da narrativa, olhe eu por mim estou curiosíssimo em ver esse julgamento que felizmente vai chegar à praça pública".

Tal declaração reveste maior gravidade ainda porque se refere a uma decisão em que o próprio António Costa aparece mencionado como potencial suspeito de prática de outro atentado ao estado de direito democrático, através de ocultação e encobrimento de práticas criminosas tout court. 

A gravidade da situação não é para graçolas mas o primeiro-ministro perante o abulia geral dos media pode dar-se ao luxo de dizer tais coisas, sem consequências.

Na imprensa de hoje só um jornal dá o destaque devido ao desaforo grave: 


Mercê da corrupção deste Estado de Direito os comentários aos comentários do primeiro-ministro são feitos em off-record, por eventuais magistrados em exercício de funções. 
O que tal significa é simples: o clima de medo que se instalou na magistratura muito por via da actuação de magistrados na pele de homens ( e principalmente mulheres) de mão deste poder executivo e sistémico, já nem autoriza comentários a este atentado ao Estado de Direito senão em off-record e sob anonimato. 

Quanto a António Costa, primeiro-ministro, não só se ri disto tudo como se está positivamente a c. para tal situação. Sabe que está na mó de cima, em sondagens e que ninguém o incomodará com tais fait-divers...

segunda-feira, junho 29, 2020

António Costa a gozar com quem trabalha...

O primeiro-ministro António Costa foi ontem à SIC e em directo foi entrevistado pelo palhaço rico, o bobo da corte do regime que temos.
Para além de patacoadas relacionadas com o inédito e espectacular poder dos antibióticos contra os vírus, numa demonstração de sabedoria ideal para lidar com problemas de saúde pública, António Costa disse uma coisa que anda a passar despercebida. Porém é o ataque mais insidioso feito alguma vez por um titular do poder executivo ao poder judicial.
Disse textualmente ( ver minuto 8:56 a 9:40 ), rindo-se alarvemente e referindo-se ao julgamento aprazado do seu antigo ministro azarado Lopes:

"...é uma felicidade podermos todos agora subir ao grande palco porque finalmente o julgamento que tem sido público, vai continuar a ser público mas agora no local próprio que é o tribunal e com uma curiosidade que eu acho que todos temos...eu pelo menos tenho. Tenho que reconhecer que é um argumento muito original que é o argumento em que o crime verdadeiramente grave não foi o roubo das armas mas o crime verdadeiramente grave foi recuperar as armas. A tal originalidade da...do da narrativa, olhe eu por mim estou curiosíssimo em ver esse julgamento que felizmente vai chegar à praça pública".

Isto é bem um resumo do que tem sido este PS quanto à Justiça: ri-se dela e de quem lá trabalha, considerando-a uma farsa. E ri-se ainda porque sabe que tem lá, no sistema de justiça incluindo o Ministério Público, os peões necessários para jogar o xadrez e ganhar as partidas. Daí a displicência e o riso incontido. Lá dentro daquela mente baila a ideia bem real de que "está tudo controlado".  E se calhar está. Até tem uma ministra da Justiça que já é  conselheira do STJ.
Ao contrário do que escreve Eduardo Dâmaso, o MºPº neste caso concreto foi impedido de exercer autonomamente o seu múnus por um dirigente do DCIAP que mostrou o devido "respeitinho" por sua Excelência, aquele mesmo que agora se ri deles...

A linguagem usada, por quem se diz jurista e foi advogado também é um must de rigor e pertinácia. Outro pindérico à espera de se revelar como é.

Por isso mesmo, para contrastar aqui fica a página do CM de hoje a propósito do caso concreto. Há quem não se ria disto, mesmo nada. E um dos que não tem nenhuma vontade de rir deve ser o mesmo azarado ministro que tudo indica disse o que havia para dizer e agora se vê apeado de qualquer apoio e entalado até ao pescoço.
A chefe de gabinete do primeiro-ministro, a Faden, deve saber bem melhor e de certeza não ficou com vontade nenhuma de se rir quando leu que recebeu comunicações do azarado ministro sobre o assunto.
A questão humorística é assim de outra ordem, mais séria: até que ponto sabia o primeiro-ministro António Costa algo sobre as manobras de dissimulação e ocultação do assalto e furto de armas,  colaborando igualmente num crime de encobrimento de outro crime?
A resposta a tal questão é que não dá vontade nenhuma de rir...

Tal como refere o juiz de instrução criminal, esta farsa só é inócua para quem entender, "que vale tudo no Estado de Direito democrático".
O juiz que assim escreveu por causa destas e doutras vai continuar a ser perseguido, pessoalmente, sendo uma questão de tempo que o indivíduo que está na Secretaria de Estado, o ex-director-geral Belo Morgado, faça o que foi para lá fazer: preparar terreno para extinguir o TCIC e extirpar o mal pela raiz:


domingo, junho 28, 2020

Mata-bicho, primeiro-ministro!

Hoje, no programa do palhaço rico, na SIC, António Costa proferiu esta frase antológica:

"As vacinas é para nós ficarmos imunes aos vírus; os antibióticos é para combater os vírus".

Talvez na próxima reunião com especialistas no Infarmed lhe expliquem...para que servem os antibióticos.

Mata-Bicho 79: baratas-tontas à solta

O CM de hoje mostra o manhoso desapontado com a trinadora da Internacional. Desta vez a avis rara na Saúde não colocou o ar de pespineta para vituperar quem lhe faz remoques. Amochou. E vai desamochar para outro lado, tarda nada que já é tarde de mais. A dona Graça que faz figuras de tontinha simpática ao lado da pespineta também anda a precisar do apoio moral do Torgal, desaparecido em combate prematuramente.


Quanto à notícia sobre a manifestação do Chega, o CM, tal como se pode ler no editorial do director-geral, continua na "outra banda" das conveniências. Não admira nada...é uma notícia de "fecho"...


sábado, junho 27, 2020

O contra-marxismo cultural pode ser isto...

A resposta ao assunto já tratado aqui, sobre os valores da RTP...da autoria do padre Portocarrero ( será jesuíta, do género platónico e relativizador) .

Observador:

Andam por aí muitos pais escandalizados com “Destemidas”, uma série de filmes de (des)animação passada no programa Zig Zag que, segundo a RTP, é um espaço infantil “dedicado a crianças entre os 18 meses e os 14 anos”. Um dos episódios conta a vida de Thérèse Clerc, pioneira do aborto livre e do movimento feminista em França.

Thérèse nasceu numa família católica conservadora, valha a redundância, e, por isso, é representada com uma cruz ao pescoço. O pai diz-lhe que deve ser dócil, enquanto a mãe acrescenta que se deve manter virgem até ao casamento. É óbvia a intenção de ridicularizar a moral cristã: a troça é o elogio que o vício presta à virtude.

Na cena seguinte, Thérèse, no leito matrimonial, com a cruz ao pescoço e sob um grande crucifixo, espera de forma submissa o marido, que lhe diz que quer ter mais uma criança. A mulher é, portanto, reduzida a um mero instrumento de reprodução, ou seja, uma proletária. Enquanto o homem tem uma vida profissional activa, a mulher fica em casa, escrava das tarefas domésticas e do cuidado a dar à numerosa geração.

Em jeito de ‘distração’ – é assim que se diz na curta-metragem – Thérèse frequenta a igreja. É aí que, por intermédio dos padres operários, conhece a obra de Karl Marx. É O Capital que a inspira a dar um novo rumo à sua existência: se todos os homens devem ser livres, as mulheres também!


A nova Thérèse, já feminista e sem a cruz que trazia ao pescoço, sai de casa com os filhos e junta-se a outra mulher. A partir dessa altura, apesar de saber que o aborto ilegal é a principal causa de óbitos femininos, dedica-se a essa prática criminosa.

O documentário sobre Thérèse Clerc, apóstola do amor livre e do aborto, canonizada pela televisão estatal e proposta como exemplo de virtudes à mocidade portuguesa, é digno de uma Leni Riefenstahl, senão mesmo do próprio Josef Goebbels.

Há por aí muito boa gente desanimada com este filme de animação, passe a contradição. Sem ânimo de polemizar com a RTP, a Radiotelevisão de Todos os Portugueses (excepto os católicos que, segundo dados oficiais, são apenas 80%), sugiro uma leitura alternativa desta obra-prima da sétima arte, digna de um leão de ouro de Veneza, ou até mesmo de um escaravelho de prata do Nepal ou, pelo menos, da melga de bronze do grande festival de cinema da Papua-Nova Guiné, sem ofensa para venezianos, nepalenses ou papuanos, nem leões, escaravelhos e melgas.

Então, devia ser assim: Thérèse nasce numa família feliz, porque católica. É bonita e rebelde, porque fiel ao maior revolucionário de todos os tempos: Jesus de Nazaré. Aprende dos pais e na catequese que, enquanto Marx, Engels, Lenin e Stalin, morreram na cama, como bons burgueses, Cristo, para salvar a humanidade, morreu crucificado. Thérèse é virgem, que é afirmação de personalidade e de amor, de que só são capazes as melhores mulheres e os mais homens, como seu pai e mãe lhe ensinaram, com a sua palavra e o exemplo da sua vida cristã, nomeadamente o seu casto namoro e noivado.

A Thérèse cristã sabe que a Missa não é nenhuma distração, mas o acto do mais sublime rebeldia e libertação de todos os homens e mulheres. Ao ouvir o Evangelho, percebe a força transformadora da doutrina social da Igreja. Enquanto o marxismo é o ópio do povo ignorante, a religião cristã é o grande segredo das vidas heróicas, como as das suas homónimas Santa Teresinha de Lisieux, padroeira das missões; Santa Teresa de Ávila, doutora da Igreja; Santa Teresa Benedita da Cruz, a filósofa carmelita que foi mártir em Auschwitz; e Santa Teresa de Calcutá, fundadora das missionárias da caridade.

É graças a um padre ‘operário’ que esta Thérèse católica lê o Evangelho, escondido sob a aparência de O Capital, de Karl Marx, porque vive num país comunista, como a China, ou a Coreia do Norte, onde não há liberdade e, por isso, a Bíblia é proibida. Este padre não é um mercenário, como os guerrilheiros marxistas da teologia da libertação, mas um verdadeiro ‘operário’ da messe do Senhor, que não tem medo de pregar o Evangelho.

Depois, a Thérèse cristã regressa a casa e, em vez de abandonar o marido, contagia à família o ideal da evangelização. Leva os filhos consigo, para que a ajudem no seu trabalho de promoção espiritual, humana e social.

Consciente de que o aborto, ilegal e legal, é a principal causa de morte de milhões de seres humanos inocentes, Thérèse decide ajudar as jovens mães em apuros. A sua missão é, sobretudo, salvar as crianças, mas também libertar as mulheres vítimas de parceiros opressores, reféns de organizações abortistas, ou ignorantes de uma evidência científica universal: o feto é um ser humano, com vida e personalidade própria.

Quando, finalmente, a mãe que pretendia dar morte ao seu filho ainda não nascido, se dá conta do embuste do aborto como ‘direito’ da mulher, decide-se a lutar pela vida. Já não o faz com um tímido sussurro, mas com um grito de rebeldia, que arrasta muitas outras mulheres, que passam a ser – estas sim! – as verdadeiras destemidas.

E, a concluir, um happy end. A Thérèse católica, ao contrário da homónima do filme, não enjeita a mãe idosa, mas mantém-na em casa até à sua morte natural. O seu marido e filhos agradecem-lhe, felizes, a bênção de uma tal presença.

É justo que os pais, desanimados com este filme de animação, protestem e aproveitem esta oportunidade para explicar às suas filhas e filhos a beleza da vida humana e a grandeza da moral cristã. Quanto respeito merecerão as jovens que se se souberem dar ao respeito! Há que ensinar a nova geração a ser destemida na luta contra a ideologia que o nosso nacional socialismo, através do Ministério da Educação e da RTP, lhes quer impingir.

Um voto, que é também um pedido a todos os pais, sobretudo os cristãos: que as vossas filhas não sejam outras Thérèse Clerc, mas outras Teresas santas, como a de Ávila, a de Lisieux, a de Auschwitz e a de Calcutá! Que estejam sempre prontas a dar razão da sua esperança, proclamando a dignidade de toda a vida humana – all human lives matter! – desde a concepção e até à morte natural! Que sejam destemidas na luta contra o aborto, vivam na liberdade gloriosa dos filhos de Deus e se animem a praticar a caridade cristã, que é a experiência revolucionária do verdadeiro amor.

O marxismo cultural é isto...

Repare-se neste estudo tipo ISCTE a que o Público chamou um figo:


Quem são "os portugueses"? Os brancos? Os pretos? Os de todas as cores e feitios? Não sabemos...
Para esta licenciada pela madrassa das madrassas são "portugueses" e basta. Para quem é bacalhau basta também.

Quem é que fez esta borrada? Esta licenciada pelo ISCTE:


As teses murchas dos pareceres arrebitados

Ontem, no TCIC do juiz Ivo Rosa o ambiente era este: o advogado Rui Patrício, de toga e a jogar em "casa".
 Espera-se, sinceramente, que não o seja literalmente. Espera-se, para se saber...e a comunicação social tem essa obrigação, a de saber se o jogo é em terreno verdadeiramente neutro ou em campo minado de incompatibilidades e suspeitas que envolvem pessoas concretas num caso concreto. Se for,  o caso seria demasiado grave e o escândalo arruinaria toda a credibilidade de envolvidos. Veremos se for de ver.


De resto o advogado dos patrícios do sistema foi eloquente, aparentemente. Porém, se o foi do modo como por vezes escreve no i, não o terá sido, de certeza porque geralmente é um embrulho de frases com sentido críptico e substracto duvidoso.

Segundo o Público, que também publica a foto acima, o teor da alegação terá sido esta:


Com que então, delação premiada, ó Patrício dos patrícios?! Vejamos o prémio em jogo:

Esta questão dos 14 milhões tem barbas, naturalmente, porque estes patrícios da advocacia andaram durante anos a adubar o alfobre das nulidades, algumas vezes com ajuda prestimosa do indivíduo que está na tribuna acima mostrado e que tem perdido, praticamente os recursos todos deste processo (e de outros). Não se dá por achado, claro, uma vez que sente nas costas o bafo quente dos pareceres e dos entendimentos peregrinos da doutrina avulsa. As desautorizações sucessivas, permanentes,  não lhe fazem mossa, porque é mesmo assim. É juiz, tem opiniões, sustenta-as com as peregrinações do costume e ninguém o pode incomodar porque é independente.

Veremos por isso o que irá dizer, por exemplo, sobre a razão dos tais 14 milhões terem ido parar à conta calada, na Suíça, do pivot disto tudo, Ricardo Salgado e depois às contas ainda mais caladas do amigo imprescindível do antigo recluso 44 e por supuesto, a este último beneficiário, directo, de "empréstimos" aos milhões. Tantos que até nem os sabe contar ao certo. Enfim, histórias da carochinha para entreter patrícios:

Os alegados 14 milhões de euros que ofereceu a Ricardo Salgado, como forma de agradecimento às portas que o banqueiro lhe abriu para prosperar em Angola, são apenas um entre vários gestos que teve para com diversos empresários e políticos que têm sido investigados nos últimos anos. “Zé Grande”, como é conhecido o misterioso empresário do ramo da construção, foi assim apelidado não por mero acaso.

A história deste Zé Grande já era conhecida na época...e está ligada aos patrícios do sistema que incluía o Montepio e outros entrepostos como o Fripó.

Na altura ( Dezembro de 2914) escrevi sobre essa prenda o seguinte, para mostrar o valor de certos pareceres dos catedráticos de Coimbra. O parecer, no caso, era de um catedrático, Calvão da Silva, entretanto falecido e versava um argumento tão imbecil que nem o próprio Bataglia acreditava na bondade do mesmo. Tal como os familiares do mesmo Salgado que apesar disso foi declarado inocente e idónio para continuar a mandar naquilo tudo do BES/GES, uma decisão que agora pagamos todos, mesmo incluindo o salário principesco desse regulador que não regulava muito bem:

Esta notícia do Observador de hoje radica na história da "prenda", em termos de fino recorte jurídico qualificada como "liberalidade" que Ricardo Salgado recebeu de um construtor civil e cujo montante rumou a paragens desconhecidas que se tornaram fonte de problemas fiscais que um qualquer RERT entretanto resolveu, mas uma operação policial repristinou.
Primeiro eram oito milhões e pico e depois passou a 14 milhões, sem impostos devidamente pagos o que representa uma fraude pela qual a carregueira está à espera.

O gestor de uma empresa que Salgado conhece bem, Helder Bataglia da Escom, em Agosto deste ano disse o óbvio ululante:
«O José Guilherme é uma pessoa de grande generosidade, mas acharia estranho receber uma prenda de 14 milhões de euros».

Sobre essa coisa que toda a gente percebe menos os catedráticos de Coimbra, até os Salgados se pronunciaram em reunião de família, para repetirem a evidência: uma prenda tão grande cheira a esturro. Ou segundo o ditado popular...galinha gorda por pouco dinheiro...ou ainda, quando a esmola é grande até o... rico desconfia.

Como é que aparece neste quadro o cliente do advogado Patrício, Helder Bataglia? Por ter sido barriga de aluguer dos milhões do Zé Grande, contava o Observador.

Igualmente conhecida é a ligação de Hélder Bataglia à “Operação Marquês”, o inquérito-crime em curso no Departamento Central de Investigação e Ação Penal e que tem como principal arguido o ex-primeiro-ministro José Sócrates. Em abril de 2015, Joaquim Barroca, co-proprietário do Grupo Lena, e também ele arrolado no processo, ficou em prisão domiciliária. Pouco depois, em maio, o procurador Rosário Teixeira ordenou que se fizessem buscas no resort de Vale do Lobo — resort do qual, lembre-se, Hélder Bataglia é acionista, controlando-o de forma indireta a partir de uma sociedade, a Step, constituída na Holanda com Luís Horta e Costa e Pedro Ferreira Neto, dois administradores da Escom.

O objetivo de Rosário Teixeira era saber a razão de uma transferência de 14 milhões de euros para uma conta na Suíça de Joaquim Barroca. Os homens por detrás dessa transferência milionária? Jeroen van Dooren, um milionário holandês, e… Hélder Bataglia.

Que razão o levou a transferir 12 milhões de euros através das contas de Joaquim Barroca? — perguntava a revista Sábado a Hélder Bataglia em março. A resposta? “As matérias empresariais pertencem à minha esfera privada.” Esta sexta-feira, através dos Panama Papers, soube-se um pouco mais sobre o caso. Em declarações ao Expresso deste sábado, Helder Bataglia confirmou que as “transferências foram feitas a partir da ES Enterprises”.


E como é que o Bataglia acabou mesmo por entalar o dono do BES? Simplesmente através do esquema dos padrinhos, do género de se obrigar a aceitar ofertas de algo que não pode ser recusado...e nessa converseta de pé de orelha ao procurador do processo, magistrado e por isso conversa com valor jurídico, sem necessidade de se considerar delação premiada de espécie alguma, disse coisas estrondosas, sobre a conjuntura dos entalados todos do processo Marquês. De facto explicou o esquema de corrupção em que se envolveu, malgré lui. 

É um caso de prova indirecta que o advogado dos patrícios não quer ouvir falar, apesar de ser muito versado em teorias de tretas jurídicas. 

E será por aí que o cliente vai ser entalado, provavelmente, tal como os demais que fazem parte do sistema corrupto que o advogado Patrício se empenha em defender, ao mesmo tempo que escrevinha artigos recheados de ética no jornal i, de vez em quando, mesmo incompreensíveis e vazios de qualquer moralidade menos uma: a da hipocrisia. 

sexta-feira, junho 26, 2020

O Chega é cá da direita.

O Público de hoje tem uma entrevista com o especialista italiano da direita nacional, Riccardo Marchi.

Antes de Marchi ninguém tinha escrito de modo conveniente sobre o que tinha sido a direita em Portugal, depois da Revolução de 1974, para além de algumas obras avulsas acerca de algumas figuras do antigo regime.
Marchi sistematizou algumas ideias e já dei conta disso por aqui e por ali.


A entrevista ao Público esclarece o ponto de vista de Marchi sobre o Chega, partido de André Ventura em que afirma não ser um partido racista ou xenófobo e nem sequer de extrema-direita.
André Ventura afirma-se de direita, vindo de um partido social-democrata.

A análise que Marchi faz parece-me correcta e subscrevo: o Chega pode ser a "nova direita anti-sistema". Veremos se o será...


O principal problema do Chega é...ideológico. De fundo e de base não Chega ser social-democrata com algumas ideias de uma direita difusa nos países europeus da actualidade e que se aproximam daquilo que vulgarmente se chama de populismo.
Para o Chega poder ser um verdadeiro partido de uma direita com pés para andar seria necessário que os seus líderes estudassem e soubessem dizer algo sobre isto ( imagem retirada do livro de Marchi, Ideias e Percursos das direitas portuguesas, Texto, 2014):


Esta ideologia era dos anos trinta e supunha traduzir a essência do Estado Novo, com a testeira num "chefe", o platonismo ambiente seduzido pela figura de um Salazar, o verdadeiro tutor da pátria e dos valores que importavam e deviam importar ainda hoje.
Salazar morreu há mais de 50 anos e quem ficou depois dele foi Marcello Caetano que não era tão platónico porque era mais democrata e acreditava nas virtudes da inteligência escolhida sem necessidade de lideranças unipessoais de despotismo esclarecido.

A democracia é compatível com o Chega actual mas falta-lhe um recorte ideológico original e de amplo denominador comum a uma maioria de portugueses.
Os portugueses de 1974 foram os mesmos de 1975 mas nessa altura passaram a acreditar em balelas que continuam a ser propaladas por quem manda e sempre mandou desde então.

Tais balelas conduziram-nos a três bancarrotas e os fautores das mesmas estão prontos a preparar-nos uma quarta, desculpando-se sempre com os outros.

A democracia permite denunciar tais balelas. Haja quem o faça de modo eloquente. Porém, não estou a ver André Ventura investido em tal tarefa, desprovido de lastro e substância ideológica que está toda ali naquele quadro de valores antigos mas perenes.
Já não será o corporativismo mas continua a ser o povo que o sustentou durante décadas  que deve acreditar que é na família, mesmo a moderna, com taxas de divórcios impressionantes,  que assenta a base de um Estado e que o trabalho é quem faz a riqueza de acordo com o capital.
Não é a luta de classes que faz a riqueza e por isso se  corporativismo pressupunha a colaboração das classes hoje em dia tal acontece com os sindicatos e os acordos colectivos, como por exemplo na AutoEuropa.
Ficamos sem outras grandes empresas que eram nacionais por causa do mito da luta de classes e por isso é tempo de abandonar definitivamente tais mitos. Que o Chega seja claro neste discurso simples...

Por outro lado, a organização do Estado, já perto do topo, assenta na divisão efectiva de poderes o que pressupõe que um magistrado não seja ministro por algum tempo, esteja ligado umbilicalmente a partidos e interesses políticos e depois seja outra vez magistrado de Supremos tribunais.
Pressupõe ainda que a liberdade de informação seja efectiva e não esteja vinculada a ideologia única ,opinião unificada e censura efectiva das outras correntes de opinião, como acontece hoje em dia.

Só com estas linhas já dá para se refazer uma ideologia de direita...

EDP, a chave da corrupção política em Portugal

Repare-se nesta notícia do jornal i de hoje ( o jornal i é do mesmo grupo que o Sol, do inefável José António Saraiva que às vezes parece andar nos jornais por ver andar os outros...):


Decisão relativa ao caso EDP cabe ao juiz Carlos Alexandre e deverá ser conhecida nas próximas horas.
António Mexia, presidente da EDP, e João Manso Neto, CEO da EDP Renováveis, citaram na sua recente contestação ao agravamento das medidas de coação proposto pelo Ministério Público (MP) – promoção que deverá ser decidida nas próximas horas pelo juiz Carlos Alexandre – um apontamento do penalista Faria Costa no qual este critica a referência aos benefícios milionários como justificação para a proposta de suspensão de funções dos arguidos na elétrica.

“É, pois, com preocupação, para dizer o menos, que lemos no requerimento do MP – em fase de inquérito! – a seguinte formulação: ‘A aplicação das medidas de coação acima promovidas, em especial a suspensão de funções, sob pena de, como se afirma popularmente, ‘o crime compensa’ quando é cometido ao mais alto nível (e com benefícios milionários), e não quando é praticado pelos restantes cidadãos. Pior sinal à comunidade não poderia ser dado’”.

No parecer, Faria Costa lança ainda uma outra farpa aos magistrados do MP que investigam o caso das rendas excessivas: “Temos para nós que sinais do MP como este não deveriam existir. E por aqui nos quedamos porque este é um parecer jurídico, porquanto, como académico e universitário que ensina direito e processo penal há quase 50 anos, teríamos coisas bem mais duras a dizer”.

O MP pedira recentemente a suspensão de funções do presidente da EDP e do CEO da EDP Renováveis. Além disso, pediu a prestação de cauções de dois milhões e um milhão de euros, respetivamente, assim como a proibição de os arguidos viajarem para o estrangeiro e de entrarem em instalações da EDP.

Decisão conhecida em breve Agora cabe ao juiz Carlos Alexandre a última palavra: se vai ou não agravar as medidas de coação, como foi proposto pelos procuradores do MP, uma decisão que deverá ser conhecida nas próximas horas.

Recorde-se que a defesa de António Mexia e de Manso Neto tentou afastar Carlos Alexandre do processo, tendo posto em causa a imparcialidade do magistrado. Mas a pretensão foi rejeitada pela Relação de Lisboa.


O "penalista" Faria Costa é um dos representantes mais lídimos do sistema político-jurídico que temos em Portugal, vindo das berças de Coimbra e do seio da Faculdade de Direito que tem dado novos mundos a este pequeno mundo que é o pais político-mediático e sistémico. 

Nem no tempo de Salazar e Caetano esta gente se atrevia ao poder que agora tem, apesar de o próprio Salazar e o jurista Manuel Rodrigues terem vindo de lá. havia outro respeito pelos interesses nacionais que agora pura e simplesmente não há.
 Faria Costa tem este percurso profissional

Presidente da Federação Ibero-Americana de Ombudsman (FIO) (10 de março de 2016)
Provedor de Justiça de Portugal (desde 2013)
Coordenador Científico da Secção de Direito Penal da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (desde 2014)
Comissário externo da Comissão avaliadora, referente aos Professores Catedráticos e Associados (sector concursal 12/G1 - Direito Penal), no âmbito da Abilitazione Scientifica Nazionale, Itália (2013-2014)
Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Instituto de Direito Penal Económico e Europeu (desde 2013)
Presidente do Instituto de Direito Penal Económico e Europeu (2009-2013)
Vogal do Conselho Superior de Magistratura (2009-2013)
Membro do Conselho Geral da Universidade de Coimbra (2008-2013)
Presidente do Conselho Directivo da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (2005-2009)
Director da Imprensa da Universidade de Coimbra (2005-2009)
Avaliador do Departamento de Direito Penal da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (2005)
Presidente do grupo português da Associação Internacional de Direito Penal (1998)
Membro do Conselho de Redacção e do Conselho Científico das mais prestigiadas revistas, nacionais e estrangeiras, da sua especialidade.


Falta ainda uma actualização importante que a Wikipedia omite: Faria Costa é um elemento maçónico importante na estrutura do GOL. Assim, em 2019:

José de Faria Costa, provedor de Justiça entre 2013 e 2017, está a preparar-se para entrar na corrida à sucessão de Fernando Lima como grão-mestre do Grande Oriente Lusitano, apurou o SOL junto de fontes da maçonaria.

Foi, aliás, já com o propósito de arregimentar maçons para a sua ‘causa’ que Faria Costa participou na semana passada num jantar da loja Luís Nunes de Almeida, no Hotel Mundial, em Lisboa. Entre os participantes no jantar contavam-se Manuel Alegre e Miguel Coelho, dois socialistas que, por falta de dedicação ativa ao GOL, se encontram ‘adormecidos’ (termo maçónico utilizado para definir ‘irmãos suspensos’). Fonte do SOL acrescentou que Faria Costa, num outro recente encontro entre maçons, referiu-se aos «novos ventos que aí vêm», deixando implícita a disponibilidade para assumir uma candidatura alternativa ao atual grão-mestre, Fernando Lima.

Professor catedrático da Universidade de Coimbra, Faria Costa deverá contar com uma base eleitoral e inicial de apoio entre os maçons que, nas últimas eleições internas, estiveram ao lado de Adelino Maltez contra Lima.

Esta gente nunca dá um ponto sem nó...e a meticulosidade traz-lhes proventos. À falta de melhor, até serve uma universidade de arrabalde, como a Lusófona:



Por trás de todas estas funções estão pessoas, nomes, influências, contactos, sistemas diversos de "redes sociais" de tipo não virtual. O mesmo acontece com o seu colega Costa Andrade, presidente do Tribunal Constitucional. 

Faria Costa nunca poderia emitir um parecer relativamente ao caso EDP diverso do que se noticia. É um parecer violento, contra o MºPº e que significa que a gente da EDP está de cabeça perdida e "a gente da EDP" é muito pouca gente. 
Na verdade por trás dos chineses que agora mandam na empresa que já foi nossa, de portugueses estão os "mesmos de sempre", cinco nomes que vêm do PSD, do CDS e do PS. 
Jorge Braga de Macedo, Celeste Cardona, Eduardo Catroga, Augusto Mateus, Luís Amado. O presidente é António Mexia.

Segundo refere o jornalista Miguel Szymanski, em entrevista no outro dia num canal de tv, é aterrador: a EDP manda em Portugal e no Governo de A. Costa. Disse mais: na China, se dissesse o que tinha dito, teria sido afastado do comentarismo, na melhor das hipóteses, por acumulação de "pontos negativos".

Faria Costa e os outros da parecerística avulsa nunca poderiam contrariar quem manda...obviamente.




quinta-feira, junho 25, 2020

A selecção grotesca

É esta, tirada do órgão oficioso da dita, o Expresso:


As demais fotos do evento, tiradas do sítio que nos envergonha a todos. Nem o Américo Tomás fazia estas figuras:



 Paulo Tunhas, aqui:



Entretanto este é o povo que representam...com fotos tiradas de uma "rede social" que mostra a realidade que os grotescos preferem não ver. Mesmo que vissem não saberiam resolver o problema...


A lição do Porto

Recebido por mensagem:





Sebastião só come do bom e do melhor...

Esta é uma história de um indivíduo que foi sempre funcionário do Banco de Portugal até lhe sair a sorte grande relacionada com a amizade que tinha com um tal Manuel Pinho, o "encornado". Este Pinho já se pôs ao fresco, algures para Espanha, depois de ter perdido o direito a uma reforma dourada do antigo BES, onde trabalhou, ao mesmo tempo que era ministro do tal José Sócrates, elo de ligação desta gente toda.
Quanto ao Pinho declarou logo em 2009 ao que vinha: "A minha forma de estar na vida é defender as pessoas que trabalham comigo, a minha equipa e os meus amigos." Mais palavras para quê?!

Isto passou-se nos primeiros anos do consulado do antigo preso 44, por corrupção, mas ninguém viu nada de especial na altura. Toda a gente que tinha olhos para ver assobiou para o lado e os que não viram fizeram como os macaquinhos que tapam todos os sentidos menos os que lhes convêm, com destaque para a cobardia e pusilanimidade.
E não foi por falta de visibilidade do assunto que o MºPº fez como os macaquinhos da lenda...mas nessa altura tinha lá o inenarrável Pinto Monteiro e a  ingénua Cândida. Agora corre atrás do prejuízo como se costuma dizer. Mais de dez anos depois...

 Para ver como este indivíduo subiu na vida basta atentar no modo como adquiriu a casa onde vive porque vem aqui contada e já tinha sido mostrada nessa altura. Tem tudo a ver com sinergias...




A ideologia perversora do ISCTE

Está aqui toda, nesta entrevista da Visão de hoje a uma docente da ESE de Setúbal que se doutorou nestas ideias, no ISCTE. É especialista em bairros de "realojamento" e o racismo é uma causa tão natural como a cor da pele a que só estas pessoas, paradoxalmente,  dão verdadeiramente importância.
Esta activista aposta na revisão histórica do nosso país porque afinal as aulas de história a que assistiu estavam a "ser dadas por portugueses brancos, aquilo era a história deles, não era a minha"...e fica tudo dito porque subentende que quer ser ela e outros como ela a recontar a História, aqui, em Portugal. E parece que há papalvos aos montes que aceitam tal perversão.



Razões ideológicas para esta perversão? Em primeiro lugar o marxismo, o comunismo puro e duro que nunca abandonou a essência que é a luta de classes. Porém, até o partido marxista mais fóssil do mundo, como é o PCP discorda desta perversão e por isso torna-se necessário olhar para outras bandas neo-marxistas.

Por exemplo, o rapaz ilustrado que é João Pereira Coutinho escreve hoje na Sábado sobre um dos mentores principais de tal ideologia alternativa que é muito lá de casa do ISCTE: Herbert Marcuse.


quarta-feira, junho 24, 2020

"Isto é tudo um putedo!", já dizia o outro...

O CM de hoje dá um destaque de página interior ao fait-divers protagonizado por uma puta, perdão, "acompanhante de profissão" que foi à AR defender o direito das putas a serem uma profissão condigna com a legalidade. Nada a opor. Afinal dizem ser a mais velha profissão do mundo e mesmo no tempo de Salazar eram respeitadas pelo que faziam às escondidas, tendo-lhes sido dispensados os dispensários convenientes para prevenir doenças infecto-contagiosas. Realismo político, sem grandes moralismos.

Depois do 25 de Abril as putas foram promovidas a trabalhadoras sexuais e agora voltaram à cepa torta do putedo mais singelo e por isso reclamam direitos que nesse tempo lhe foram vergonhosamente negados.
Lamentavelmente o jacobinismo legalista criminalizava o  putedo e depois descriminalizou-o, com uma nuance: continuava e continua a punir criminalmente o putedo institucionalizado em lenocínio ou seja, orientado por chulos, proxenetas, punindo estes e deixando as putas em roda livre. A hipocrisia é evidente e por isso a minha simpatia para com esta puta, perdão, "acompanhante de profissão".


Quanto ao assunto vexante pouco ou nada a dizer. Paleio de puta não deve chegar para além do céu da boca, principalmente quando é expelido no Parlamento, um sítio frequentado pelo putedo ambiente da política, no sentido apontado pelo saudoso Arnaldo Matos, o glorioso maluco da máquina rastejante do MRPP.

Se algo grave sucedeu com a actividade de putedo admitida implicitamente pela "acompanhante de profissão",  relativamente a um juiz praticamente identificado e uma das suas trabalhadoras do putedo ( diz que é dona de "uma casa de prostituição no Campo Grande...) então deveria ter sido comunicado ao órgão de gestão e disciplina dos juízes, o CSM, antes de remetido ao MºPº não se sabe bem para quê.

A "acompanhante de profissão" perguntou retoricamente ao presidente da AR, o excelso Ferro e a todos os deputados presentes sobre " o que vai na cabeça deste juiz?" Qual delas? E depois concluiu também retoricamente denegando a própria pergunta: "E nós? Podemos denunciar? Não, não podemos", disse a puta, assumindo o "nós" colectivo como se reflectindo na própria pessoa e denunciando ipso facto o que assumiu como não podendo fazer.

Enfim, misérias humanas.

Outra miséria é a que dá conta Eduardo Dâmaso no mesmo jornal de hoje a propósito do comportamento de alguns advogados de "famosos" que lidam com o "dinheiro" e o "crime", a cuja actividade noticiosa  se dedicava diariamente o saudoso Pedro Tadeu, no falecido 24h,  que agora perora aos Sábados na Antena 1 a interromper sistematica e cretinamente o comentador Jaime Nogueira Pinto nas charlas habituais sobre assuntos de política internacional ( o Tadeu é um sabe-tudo...).


 A questão é a de os advogados chamarem ao MºPº a "nova Pide", como se isso fosse indigno ou desprezível e moralmente inadmissível, para além de tecnicamente perverso.

Vê-se bem que Dâmaso não está muito habituado a lidar com este tipo de advogados que dizem n´importe quoi para safar clientes entalados até ao pescoço em histórias mirabolantes que são dignas de contos da carochinha.
Estes advogados e advogadas regem-se pelo princípio da defesa dos interesses dos clientes. Tal como as putas...e estão habituados e habituadas a brochar páginas e páginas de estudos avulsos, mesmo jurisprudenciais que permitam o efeito libertador que os clientes esperam e cujo serviço pagam a bom preço, para serem mascarados como "direitos de defesa".
Na falta de argumentos e principalmente de razão, vale tudo. Até mesmo deitar areia para os olhos de todos os circunstantes..

terça-feira, junho 23, 2020

Se não visse, custava-me acreditar...

Sapo24:


Não sei que dizer disto, mas este presidente não anda bem. Este indivíduo, às vezes parece-me não ter existência própria e real, vivendo apenas em função dos media e da aparência de realidade que os mesmos transmitem, como propósito de vida pública. Particularmente nem terá tempo para algo diferente uma vez que está sempre nos écrans e aparentemente já precisa disso como de pão para a boca. Literalmente, se calhar.

Sobre isto, bem real...


...nada!

1975: a cronologia de uma tragédia nacional e os tartufos de sempre

Na revista Flama de 2 de Janeiro de 1976 aparece uma cronologia do ano que tinha passado, cuja capa dizia ter sido em "bolandas".


A revista que pertencia a organismos católicos transformara-se logo a seguir a 25 de Abril de 1974 em órgão de propaganda comunista, muito pelo esforço dos jornalistas que aí trabalhavam, particularmente um sectário Alexandre qualquer coisa.

No número inicial do ano de 1976, para além de algumas páginas difusas sobre os intérpretes das "canções revolucionárias" ,  dava-se conta do estado do país: prè-bancarrota e sem melhoria à vista.

Há muita gente que não se apercebe do que foi o nosso país no ano que se seguiu à "revolução dos cravos" e por isso fica aqui registada a cronologia de acontecimentos nacionais relevados nesse número da revista.


As óbvias contradições do "processo revolucionário" que teve o seu curso mais intenso até Novembro desse ano, continuavam sem solução como se depreende da entrevista a um dos beneficiários directos e mais afortunados de tal "revolução", o advogado Vasco Vieira d´Almeida, cujo escritório é actualmente um dos maiores de Lisboa e que defende luminárias apagadas como os mexias da edp.

VVA já foi retratado por aqui, assumindo-se como um velhote esquerdista de sempre, mas ligado ao moderado PS que nunca deixou de ser carne e peixe ao mesmo tempo, o que é uma impossibilidade metafísica porque os ornitorrincos só aparentam o que não são e nunca poderão vir a ser.
Socialismo e sociedade liberal e capitalista não rimam, mas este Vieira de Almeida entendia que sim e por isso viveu sempre com um pé ali e outro acolá. O dinheiro é a ponte moral e ética capaz de eliminar todas as contradições, principalmente as que gritam incoerências...


Por causa destes finórios tivemos a receita que já repetimos ao longo das décadas e que se teme venha novamente a repetir-se em breve, sempre pela mão dos mesmos, ou seja destes tartufos que são os únicos que saem sempre a ganhar destas misérias e desta tragédia nacional:


Como arautos de tal tragédia das ruas de flores murchas havia os "cantores revolucionários" cujo destino era já incerto e só o Bloco esquerdista veio recuperar a tendência extremista dos mesmos. Um deles é o Letria que manda na SPA.