sexta-feira, dezembro 15, 2017

A Direita que desapareceu, em Portugal

Depois de muito procurar dei com o livro de Riccardo Marchi, A Direita nunca existiu, publicado em segredo pelo Instituto de Ciências Sociais.  Parece que se não fosse António Costa Pinto, um esquerdista de antanho, revolucionário, tornado professor no dito Instituto, nem sequer haveria livro.



O índice dá um panorama dos assuntos tratados, todos relacionados com algumas pessoas que já desapareceram do mapa político e até do convívio físico e espiritual porque já morreram.


 A imagem da capa foi tirada de uma foto que o jornal semanário O Diabo publicou em 6 de Dezembro de 1977 e mostra uma manifestação de quem não se sentida identificado com a esquerda portuguesa, a descer uma avenida de Lisboa (a Av. da Liberdade ?).

Hoje em dia tal foto seria impossível porque não há tanta gente que se identifique com algo que não seja a esquerda, em Portugal.

Há um défice de direita em Portugal e tal se deve ao predomínio da informação e doutrinação em madrassas de ensino superior, totalmente dominadas pela ideologia esquerdista.

Mesmo os que não eram esquerdistas, nesse tempo dos anos setenta, renderam-se às conveniências pessoais, virando a casaca que nunca tiveram.

Em  Abril de 1986 o O Jornal classificava de "direita" estas personagens:


Hoje em dia, alguém como Jaime Nogueira Pinto que também arranjou lugar como professor algures foi barrado pela "esquerda" académica de alunos ignorantes como se fosse um perigoso fascista.

Notoriamente, porém, conformou-se com o regime e até charla semanalmente no sítio do Observador, fazendo contraponto a um comunista ( Ruben de Carvalho) e a um socialista moderado ( Jaime Gama). Quase nunca se nota o pendor direitista acentuado, mas apenas o conformismo assolapado pela idade. (En)calhou.

A Sábado entrevistou-o, publicando ontem a entrevista:



Não obstante, como conta Riccardo Marchi, até 1980 a Direita tentou encontrar um rumo e uma organização coerente que falhou redondamente e é desse falhanço que o livro dá conta, notabilizando uma personagem já desaparecida e que lutou para que não fosse esse o destino: Manuel Maria Múrias.



Em Maio de 1981 o jornal A Rua desapareceu e com ele uma voz que pretendia ser a da Direita em Portugal. Até hoje...

O obituário é de Marcelo Rebelo de Sousa, aliás muito apropriado. 


Questuber! Mais um escândalo!