domingo, dezembro 03, 2017

Domingos Abrantes, comunista fossilizado



 O jornal i deste fim de semana entrevista Domingos Abrantes, um dos sobreviventes do comunismo desaparecido algures no início da década de 90 do século passado e que se mantém firme na doutrina fossilizada de há cem anos atrás.

A Revolução Russa? "Foram conquistas colossais". Escusado dizer-lhe que foram milhões de mortos pela fome, o Holodomor, os Gulags, o Terror estalinista. Tudo releva em nome das conquistas " dos de baixo" em relação aos " de cima", ou seja a sempiterna luta de classes movida a inveja pura que aliás não admite. Tem duas casas...diz, como prova.  Quais as tais "conquistas"? "Introduziu as oito horas de trabalho, a igualdade entre homens e mulheres ( no Soviete Supremo e nos desfiles na Praça Vermelha, na Tribuna, eram às dezenas as mulheres...não eram? Ou afinal nem uma sequer?! ), era um país de analfabetos e foi o primeiro a erradicar o analfabetismo" ( para poderem ler a cartilha do partido e pouco mais...).
São estas as "conquistas" e como é sabido foram exclusivo do comunismo soviético e por isso é que o Ocidente só alcançou tais conquistas muitas décadas depois ou nunca, como diz o sibilante Abrantes.  Não fosse o comunismo e ainda hoje os povos viveriam na opressão mais negra e feroz do analfabetismo e exploração. Como vivem, garante o Abrantes.

Sobre os crimes de Estaline? Ah, pois sim. E os crimes do capitalismo que continua a matar milhões? Este capitalismo assassino, para o sibilante Abrantes, também teria os gulags, as execuções em massa e sem processo. Como? O fascismo e o nazismo são o capitalismo e a guerra, voilà!
A Igreja não matou centenas de milhares de pessoas? Não queimou pessoas vivas? Voilà!

Com estes argumentos sibilantes e estafados o entrevistador não lhe pergunta porque razão não foram suficientes para convencerem os milhões de habitantes dos países de Leste que se desembaraçaram do comunismo em 1989.

Diz este Abrantes sibilante que a Revolução de Outubro não foram só desvios e violações. Pois não. Nem o nazismo ou o fascismo o foram...e no entanto desapareceram na época.
"A guerra não é o resultado do capitalismo? Estas bombas que caem no Iraque, no Afeganistão ou na Síria..." e Abrantes esquece de acrescentar ao brilhante raciocínio sibilante,  a coda: e na Crimeia, na Ucrânia, no Afeganistão dos anos oitenta, para não falar nas invasões da Hungria em 1956 e da Checoslováquia em 1968?  Tudo obra do capitalismo que este fóssil não faz por menos. E poderia acrescentar o panorama actual da Coreia do Norte ou da Venezuela, na mesma, obra do capitalismo.

Enfim, Domingos Abrantes é personagem de uma ficção que em Portugal teve o seu começo público e visível neste momento registado pelo fotógrafo Alfredo Cunha no aeroporto da Portela, em Abril de 1974, poucos dias depois do golpe. Abrantes, tal como Cunhal,  estava refugiado algures e vinha do frio.

Domingos Abrantes, acompanhado da imponente mulher, aparece atrás da sombra de Álvaro Cunhal numa foto rara e muito pouco divulgada,  então publicada no Século Ilustrado.

No recinto exterior nem uma bandeira do PCP, ainda clandestino e à cautela. Foi esse o erro principal do regime de então: esconder as caras, nomes e tristes figuras da ideologia fossilizada que o comunismo já era nessa altura.

Os basbaques e invejosos de todos os quilates agradeceram e impuseram o sibilante Abrantes, até hoje, a perorar sobre estas ideias mortas de tanta tragédia acumulada e nunca reconhecida.


E por falar em casas, o Tal&Qual de 7 de Dezembro de 1984 publicou esta pequena reportagem sobre este assunto tabu:


Esta notícia do Tal&Qual merece destaque pelo que revela da desfaçatez do PCP, da pouca-vergonha e da hipocrisia.

É inacreditável que uma casa comprovadamente usada pelos comunistas e que servia de pousio ao seu secretário-geral, Álvaro Cunhal, uma casa com estas características aristocráticas tenha sido usada em modo quase clandestino e escondido do povo português, comprada, alugada ou usada sabe-se lá com que meios e modos e tal tenha sido alvo de censura até agora.

O PCP goza de um pacto de silêncio mafioso, nos media em Portugal porque quem manda nos mesmos teve rabos de palha com esta canalha, é a única explicação.

Quem é que sabe disto em Portugal? Quem é que se interessa, aliás?

Este PCP é e sempre foi uma ignomínia e um embuste!

Foi nesta casinha que Cunhal se acoitou durante o tempo que em 1983 e 1984 era o de grande crise, com fome em Setúbal e gente com grandes dificuldades económicas devido à bancarrota de então, fomentada precisamente pela política e sistema económico comunista e socialista, o das nacionalizações da estrutura produtiva do país.

Em segredo, sempre escondido dos cidadãos e do povo trabalhador, dos operários e camponeses que jurava defender, Cunhal e amigos do partido vinham para a mansão, desfrutar o que criticavam aos "burgueses",  latifundiários e capitalistas.

A casinha já foi objecto de transacção no passado e as imagens não serão totalmente reveladoras do que então era. Mas ainda assim... foi propriedade do PCP que a vendeu a particulares. Alguém saberá mais desse negócio? E já agora como chegou à propriedade desse partido tido como impoluto e isento de corrupção?

Até o sibilante Abrantes diz agora que um comunista deve ter uma conduta de vida. E que conduta!

Quem não os conhecer que os compre...

Salazar, o ditador fassista na boca suja desta canalha, nunca teve em momento algum da sua vida pública ou particular uma casa com estas características, sua, emprestada ou do "governo". e poderia se o quisesse. Nem Salazar nem Marcello Caetano ou algum dos fassistas do seu governo.

A ética de Salazar, porém,  era de tal modo que esta canalha devia dobrar a língua quando se conhecem estas realidades.

Esta canalha, no entanto julga-se acima de qualquer ética, como se comprova. 


Questuber! Mais um escândalo!