sexta-feira, novembro 21, 2025

Caso Zé Pinto: assim se castigam os costumes. A rir.

 Expresso de hoje:





Não é caso para menos: rir é o melhor remédio para a desmesura dos procedimentos, actuações e atitudes do visado Zé Pinto que atingem o paroxismo no decurso do julgamento penal em que é arguido. 

Não é suportável por muito tempo aturar as diatribes e comportamentos absolutamente inacreditáveis de quem perante um tribunal que o está a julgar segundo todas as regras processuais e mais algumas ( as do bom senso que até agora tem impedido outras medidas mais drásticas...) insiste em afrontar os julgadores e todos os que de alguma forma contradizem a narrativa que escolheu para explicar o que desde há muito se tornou óbvio aos olhares mesmo mais distraídos. 
Estamos perante alguém que sofre de um qualquer distúrbio que não afectando a sua imputabilidade atenta contra o senso comum como alguém que nega que a terra é redonda. 
Zé Pinto é afinal um...negacionista militante. Quem diria...

Venha a música e a rábula que quero ver.  Ridendo castigat mores...mas suspeito que virá por aí providência cautelar para defender honra putativa do visado, patrocinada pelos delilatórios ( termo surripiado a JDQ numa magnífica crónica no Observador.   

Será que a liberdade de expressão chegará para afastar o espectro de mais uma manobra delilatória? 

Para quem quiser informar-se da inacreditável saga do inginheiro, desde os tempos das covas da Beira e afins Planaltos da Covilhã, deve ler com proveito e como exemplo, o livrinho ( de 500 páginas em letra legível e estilo bem rasgado) de João Miguel Tavares. É o livro do ano, para mim, pelo que mostra da  indecência exposta do sistema político que ainda vamos tendo. Com facto, apenas factos. 
Só mesmo lendo se percebe o rol e o ror de aventuras na aldrabice, trafulhice e corrupção moral, política e criminal,  profunda, que exala das histórias relatadas. Todas elas impunes, até agora, o que revela bem a capacidade de aplicação da Justiça do nosso Direito actual, gizado pela bempensância da escola de Coimbra. 
Ao escrever isto dou conta de que estou a rir com coisas sérias, mas...haverá outro castigo possível, para quem apresenta todos os sinais de psicopatia social, por "total ausência de empatia, uma incapacidade patológica de mostrar educação, uma personalidade psicótica, egocêntrica, incapaz de pensar fora do seu interesse mais mesquinho", como escreve Eduardo Dâmaso no CM do passado dia 13 Novembro? 
Estou em crer que uma perícia psiquiátrica e forense, do género daquelas que o CEJ promove para escolher candidatos à magistratura, seria uma revelação para esta personagem tragi-cómica da nossa actual sociedade. E até julgo que o tribunal tem justificação e poder para a mandar realizar, perante tamanho rol de desconchavos comportamentais do visado, na sala de audiências e fora dela. 
Quem é que se atreve a sugerir no processo um acto destes? O MºPº? Porque não?!

Perante casos destes parece que se suspende temporariamente a sensação de incredulidade, no dizer de um professor francês da Sorbonne num artigo de uma publicação recente do Le Point, ao tentar explicar o que é a verdade e a pós-verdade.   

domingo, novembro 16, 2025

O enviesamento jornalístico generalizado

 Expresso, antes d´ontem


Alguma vez se imagina o Expresso a colocar alguém que diga, "não desisto de fazer frente à extrema-esquerda"? 
Não, não se imagina porque as escolas de comunicação social não forma(ta)ram alunos para tal e os que se forma(ta)ram e dirigem os media não são capazes sequer de perceber o alcance de tal situação. 
É um drama político-social em Portugal porque não conta com a realidade e tudo o que afronte a realidade afronta a natureza das coisas. E perderá, fatalmente. 

sexta-feira, novembro 07, 2025

O jornalismo, em Portugal, é de esquerda. Sempre foi.

 O título do postal não é equívoco, porque sempre me interroguei enquanto leitor de jornais por que razão tínhamos um jornalismo que pendia sempre para a esquerda, praticamente desde 25 de Abril de 1974 e até antes, com excepção de alguns periódicos afectos ao regime de então ( Diário da Manhã ou Diário de Notícias e depois disso com alguns media pouco expressivos como O Diabo ou o Tempo, ou meros epifenómenos como O Dia).

A história do jornalismo em Portugal, particularmente na era moderna da segunda metade do século XX está por fazer e valia a pena o esforço. Haja um João Miguel Tavares com vontade e disponibilidade para o fazer, em vários volumes ( como a história da vida adulta de José Sócrates que é um compêndio inacreditável de aldrabices) e mostrar a submissão ideológica generalizada à esquerda marxista que nos domina mediaticamente desde então.

Por aqui neste blog, desde 2003 que tento fazer algo a respeito disso e guardo os recortes que aliás estão publicados e denotam isso mesmo: a esquerda domina o panorama mediático desde sempre: imprensa, rádio e televisão, como nem sequer antes do 25 de Abril acontecia com o regime dito autoritário ou "fassista".

O jornalismo faz-se com jornalistas e os que  trabalham já pertencem a uma geração de antifassistas activistas e alguns já são filhos dos mestres que ainda peroram nas escolas de formação ( as que ministram estudos de Comunicação Social à la ISCTE e os tornam instantaneamente doutores).

É por isso que este artigo de Rui Ramos no Observador de hoje é delicioso, ao colocar e pressional a ferida de sempre. É ler...e como paguei a subscrição e o artigo pode desaparecer de um dia para o outro aqui fica o registo da minha cópia:








O artigo destaca o medo como a explicação mais prosaica para o comportamento generalizado do jornalismo televisivo perante André Ventura que aliás se afigura paradoxal. Ventura nunca teve tanta exposição individual e mediática como hoje, com entrevistas a fio no horário nobre das tv´s.
Não obstante, é como Rui Ramos escreve: acolhem o político com um saco de pedras mediáticas para lhe atirarem durante toda a entrevista, num caso patológico que realmente só se explica pela submissão e falta de liberdade dos jornalistas, perante as direcções de informação. 
O que se passou com os panegíricos e cobertura mediática do falecimento de Balsemão é simplesmente obsceno, mas enfim, é o que temos. 

Lembro-me, como aliás Rui Ramos também refere que Álvaro Cunhal nunca teve tratamento semelhante, em todas mas mesmo todas as entrevistas que me foi dado ler ao velho estalinista: não falhei uma das que foram sendo publicadas nos jornais de "referência" da época, incluindo as televisivas e fiquei sempre espantado como não lhe perguntavam o que era óbvio a propósito das suas opções ideológicas e compatibilidade das mesmas com a democracia que temos. Enfim, houve uma excepção, nos anos noventa: Miguel Esteves Cardoso fez-lhe uma entrevista, no Independente, por condescendência do velho comunista que porventura lhe achava graça e nessa altura perguntou-lhe algumas coisas- mas só algumas...- que poderiam ser incómodas para o senhor do comunismo em Portugal e outros jornalistas nunca ousariam fazer. Julgo que tal entrevista está transcrita neste blog, por aí  mas agora não tenho tempo de verificar. 

O nosso jornalismo actual é um meio de servidão generalizado. Todos têm medo, de perder o emprego que é afinal precário e por isso obedecem à doxa dominante que é a de esquerda. Como sempre. Até quando?



Porca miseria, como diriam os italianos...

O Ministério Público do medo