terça-feira, agosto 30, 2011

A extrema-esquerda mediática


"A extrema-esquerda é a coqueluche da imprensa, sobretudo em tempo de crise", escreveu ontem João César das Neves, no Diário de Noticias. E acrescentava:

"Uma peculiaridade do nosso panorama político é o peso da extrema-esquerda. Ele não vem dos votos, pois no eleitorado essa área é residual. Os 14% acumulados das últimas eleições, dada a abstenção de 42%, devem representar cerca de 10% do total, nível estável há 20 anos. O fundamento do seu poder é mediático, pela sedução e captura dos jornalistas. "

E depois, uma verificação factual:

"A extrema-esquerda só se aguenta como força política p
orque ninguém se dá ao trabalho de escrutinar as suas propostas, ouvindo apenas as queixas. "

Como é que isto surgiu em Portugal, este facto indesmentível sobre a atracção que a extrema-esquerda exerce nos media e a aprente ausência de todo o sentido crítico relativamente ás propostas de tal gente para resolver seja que problema for no âmbito político?

Quanto a mim é simples, a explicação: todos os media congregam jornalistas, numa pesada maioria representativa que dispõem do discurso dominante e numa maioria de órgãos de informação, os seus directores foram e continuam a ser pessoa com ideologia de esquerda, mesmo alguns que mudaram tacticamente de campo ideológico e outros que nem se apercebem do vírus ideologicamente residente.

A matriz disto tudo reside no comunismo. A esquerda comunista, incluindo a trotskista, dominou todo o panorama ideológico dos últimos trinta e sete anos em Portugal, tendo surgido mesmo antes do 25 de Abril, escapando da Censura existente por via da escrita em entrelinhas.

Uma prova flagrante do pathos e ambiente social em que se desenvolveu esta ideologia mediática está na Constituição que herdámos da esquerda de 1976.

Leia-se esta passagem de uma entrevista a diversas figuras, precisamente em 1975, de Agosto e aquando da discussão político que se gerou antes do episódio do 25 de Novembro desse ano que capou as veleidades golpistas dessa extrema-esquerda que congregava então muitas das pessoas que mandam efectivamente nos órgão de informação que temos.
Seria sumamente interessante e por mim já o tenho feito por aqui, mostrar o percurso ideológico dessas pessoas. O salafrário ideológico Vital Moreira é apenas o exemplo mais notável do aggiornamento que esta gente faz: logo que percebem que o pode não para na estação que almejam, mudam de comboio ou carruagem. Estão sempre, sempre perto do poder político, seja como revisores seja como passageiros, seja até como almocreves.

Para essas pessoas, João César das Neves é uma espécie de imbecil troglodita de direita e assim arrumam o dito. E não o dizem por dizer retórico mas porque assim acreditam piamente.

E leia-se o que diziam os representantes do PPD ( Marcelo Rebelo de Sousa) e do PS ( José Luís Nunes), sobre o mesmo assunto na mesma época. Na coluna da esquerda da primeira imagem ainda podem ler-se algumas das posições ideológicas do CDS representado por Adelino Amaro da Costa.
A revista é a Vida Mundial de 7.8.1975 e é um documento que pode mostrar como formos dominados ideologicamente por ideias comunistas que perduraram muito mais que qualquer influência partidária ou eleitoral e é uma das razões pelas quais se impõe a revisão constitucional: expurgar definitivamente a praga ideológica que os vitais moreiras plantaram.



2 comentários:

lusitânea disse...

Agora que as conquistas de Abril com base em "dívida" só podem andar para trás é que vamos ver como é.Isso e se aproximarem do fim de vida os teóricos do actual regime.Que não é carne nem peixe mas que todo o mundo come...

zazie disse...

Excelente.

O Público activista e relapso