domingo, março 02, 2025

Salazar e a cantina escola wokista

 O jornal Público de ontem deu a conhecer este projecto de uns tantos sacripantas da História, com destaque para o habitual José Pacheco Pereira, o efémero historiador do fassismo tal como o vê pelo olho esquerdo de sempre. 



O artigo começa logo mal com a designação errada do local da intervenção: é, tal como a fotografia mostra, a Escola Cantina Salazar e não a Escola Cantina do Vimieiro. 

O rigor do costume nestes hábitos de um jornal enviesado...que continua no mesmo rigor ao escrever que foi uma escola que "Salazar mandou construir"...



Será que a "intervenção" vai manter o nome tal como está e sempre esteve ao longo das décadas; ou irão sucumbir ao velho hábito estalinista de safar da História o que compromete uma visão que pretendem oferecer ao neófito ou ignorante e apagar o nome como fizeram na "ponte Salazar"?

A Escola Cantina Salazar é esta tal como se apresentava há dez anos:






O fotógrafo esteve lá...  


A história desta escola, nem uma linha merece no artigo do Público, a não ser que foi Salazar quem a mandou construir. Enfim.  No entanto, tal história está contada e encontra-se à distância de uns breves clicks...pelo que só por ignorância relapsa e wokista se compreende a omissão. 




É provável que este projecto de "Escola Cantina do Vimieiro" sirva para a velha e relha propaganda antifassista sobre o analfabetismo crónico do regime de Salazar, porque é o costume da História sacripanta do antifassismo.
Porém, nem assim apagarão a realidade, como denotam os números que mesmo em forma de propaganda num livro do regime sobre os "30 anos de Estado Novo", publicado em 1957, coligiu estes factos e números a propósito da educação e cultura, particularmente no ensino e "escolaridade mais geral":














Vai ser difícil ao nacional sacripantismo desmontar estes factos e realidades, a não ser que façam como Estaline fazia: apagar, literalmente, da História, os factos que não lhe interessavam e safar das imagens quem caíra em desgraça. 
E sobre estalinismo muito sabe o mentor principal do projecto, José Pacheco Pereira, principalmente porque foi nos seus verdes anos da idade adulta um deles: um estalinista puro e duro e julgo que nunca se recompôs porque estruturalmente as pessoas são como são.  E até escreve também que a "Escola foi mandada fazer por Salazar para a sua terra e família". Estamos conversados quanto a este historiador das dúzias e ao projecto de que ficou encarregado. 
A vida é assim e não há volta a dar. Quem andou mal foi quem o encarregou de liderar um projecto destes destinado a falsificar a História. 
Enfim, já o tempo de habitua...como cantava um deles. José Afonso, no caso. 
Quanto ao jornalismo que acapara estas iniciativas vai atrás da ignorância que se recusa a ver uma realidade que é aparente mas que ilude quem quer ser iludido. 
Basta sair de casa, andar uns quilómetros ou metros e ver os edifícios, interrogar-se sobre a sua história e a realidade surge a quem estiver interessado na realidade e não apenas na propaganda, no caso do antifassimo habitual. 

sábado, março 01, 2025

Os costumes da corrupção

 Este  artigo de António Barreto no Público dava um livro, um romance, uma novela, um filme, sei lá! Houvera quem tivesse génio para tal...mas não temos por cá um Moravia. Nunca tivemos, a não ser...um Camilo, no Eusébio Macário, com a personagem Calisto Elói. 

É um artigo sobre a corrupção que só mostra a face quando se vê uma floresta de enganos em vez de árvores dispersas de ocorrências. E denota ainda um paradoxo: o que não é corrupção é entendido como tal por uma vasta maioria dos que votam, sabendo que as coisas são mesmo assim. E o que é corrupção é assimilado ao que pode nem ser mas passará a sê-lo dentro de um contexto preciso que é o do exercício do poder político. 

Antes desse exercício, um Calisto Elói qualquer pode furar a vida como lhe aprouver, no limite da legalidade e dentro da limitação de um tráfico de influência propício e adequado: amigos, contactos, contratos e dinheiro público no jogo. Nada de mal, nem de criminoso. Eppure...e há contratos se houver contactos e só há dinheiro para tal onde não custa dar a ganhar, ou seja, no domínio vasto do erário público de quem decide. Com concursos e ajustes legalíssimos. Os que não beneficiam dos contactos e dos contratos que fossem mais finos...fizessem pela vidinha, sorrindo e contactando, trocando pequenos ou grandes favores, amizades e cumplicidades. 

A parte final do artigo é equívoca e estraga a sua essência: não é possível estancar uma onda tsunami de costumes corruptos há décadas, ou até desde sempre, com um aparato de barragens ou diques ainda por cima mal feitos. 

A corrupção criminal tem expressão nos tribunais se e quando lá chegarem os factos e para tal é preciso que passe por vários crivos, o primeiro dos quais é o que a legislação aprovada em ambiente de corrupção de costumes, hipócrita, consente. O segundo é que uma sociedade como a portuguesa é composta por gente que não pensa de modo unívoco relativamente ao fenómeno e é permissiva e complacente e tal reflecte-se também nas instituições judiciárias, para além do mais. 

Quantas vezes não ouvimos já declarações grandiloquentes de magistrados responsáveis por sectores de combate ao fenómeno, afirmarem que afinal o país não é assim tão corrupto como se pensaria e certos media sugerem?

Enfim, esta é uma questão em aberto e a propósito do assunto Montenegro e dos seus negócios privados antes do assumir cargo de responsabilidade política maior quando já tinha cargo de responsabilidade política menor. Das influências, contactos, contratos e vidinha. 

É exemplar, parece-me. Dava mesmo um grande romance. Aqui fica o artigo do Público de hoje:




Salazar e a cantina escola wokista