terça-feira, maio 30, 2023

Sombras de Lucky Luke

 As histórias de Lucky Luke, o cóboi que disparava mais rápido que a própria sombra, foram publicadas na revista francesa Pilote e em finais de 1971 quando atingiram os 25 anos de existência, a revista fez um número especial. 


Nessa altura saiu um desenho animado das aventuras do cóboi:

Nessa altura a saga ia já em quase 40 álbuns mas ainda não chegara à sua obra-prima ( na minha opinião) que é La Guérison des Dalton, Psicanálise para os Dalton, em Portugal, publicado em 1975.
A revista dedicou a maior parte das páginas da edição de 9.12.1971, a mostrar como Lucky Luke poderia ser desenhado por...outros desenhadores, da mesma revista. 
Foi assim, a começar com Alessandrini e Got que imaginaram um Lucky Luke francês:





Claire Brétecher, a feminista de Les Frustrés, imaginou-o...mulher:



Gir, ainda sem o pseudónimo Moebius, fez uma adaptação espectacular e realista dos mesmos desenhos de Morris na aventura O Pézinho Mole:



 E vice-versa:



Solé fez assim:


E Got assado:



Em  Março de 1974 o sucesso da série levou à criação de uma revista exclusivamente dedicada ao herói com um cavalo capaz de trepar às árvores e comprei o primeiro número que além do mais trazia um poster magnífico de John Wayne, desenhado por...Gir. 




Ora nesse número aparece uma mini-história desenhada por Morris:





E algumas páginas à frente, outra aventura, embora desenhada por Henk Albers...



De 1949 a 2001, altura da morte de Morris, os álbuns da série eram assinados por este e a partir de então, por Achdé. E continuam a sair...tal como os de Astérix, Blake & Mortimer ou Corto Maltese, sem que os editores e leitores se incomodem muito com a mudança na autoria. 

CODA
Vale a pena colocar aqui quatro páginas tiradas de uma edição especial da revista Lire de há alguns anos, dedicada à figura de Lucky Luke:









O Ministério Público do silêncio

 Observador, artigo de Luís Rosa, a criticar a PGR Lucília Gago, pelo perfil demasiado silencioso e reservado, escondido e sem dar contas públicas de factos, acontecimentos e situações que o exigem. Não posso criticar muito, tirando as teorias de conspiração, mas consigo compreender. 

Lucília Gago assumiu o cargo de PGR e votou-se a um silêncio que aparenta ter medo da própria sombra. Incompreensível e só explicável pelo receio de se expôr e dizer asneiras. Lucília Gago não é pessoa reservada em privado porque é simples, comunicativa e faladora e até simpática, mais do que outros que assumiram o mesmo cargo, pelo que a perplexidade ainda é maior. Haverá porém, outra explicação complementar e que apresentarei no fim do postal.












Para entender a atitude de extrema reserva da PGR Lucília Gago talvez seja necessário conhecer quem são as pessoas da sua confiança e quem a influencia em escolhas, mormente de magistrados para cargos dirigentes. 

Sem apontar nomes diria que Lucília Gago segue a escola de Coimbra, da ultra-reserva e anquilosada maneira de lidar com certos factos e de certos magistrados. Apresento um exemplo de um desses factos que fica na história da magistratura, tal como o processo do fax de Macau, com o qual aliás apresenta algumas coincidências, sendo a maior delas a de envolver personalidades de topo, socialistas e adjacentes.  Tudo isto acontece com socialistas e não é por acaso, uma vez que foram eles quem determinaram o perfil da magistratura e o estatuto do Ministério Público, através de Almeida Santos e Cunha Rodrigues.
No tempo do processo Face Oculta, sabe-se que o procurador de Aveiro, João Marques Vidal, bem como o responsável pela PJ, Teófilo Santiago, tomaram conhecimento de factos gravíssimos que envolviam o então primeiro-ministro José Sócrates. Comunicaram-nos ao então procurador geral distrital de Coimbra, Braga Themido e todos foram ter com o então PGR, o inenarrável Pinto Monteiro que desvalorizou tudo o que lhe comunicaram, não deu seguimento a qualquer processo crime que deveria ser obrigatoriamente instaurado, incorrendo em crime de denegação de justiça. Ficou tudo em águas de bacalhau, com a bênção de outro inenarrável, o então pSTJ, Noronha Nascimento. Ninguém se incomodou verdadeiramente com o escândalo, muito maior do que este caso do SIS, dos pindéricos de sempre. Ninguém pediu comissões parlamentares de inquérito, que me lembre e tudo passou à história das ignomínias judiciárias.
Foi a escola de Coimbra que tomou conhecimento de tais factos e foi essa mesma escola que optou por não accionar criminalmente o então PGR, como a meu ver devia e podia ser feito. O processo de violação de segredo de justiça, gravíssimo no caso, tendo como suspeito principal o próprio PGR Pinto Monteiro, acabou por ser inacreditavelmente arquivado, em Lisboa, por Maria José Morgado, depois de ter sido tramitado na escola do MP de Coimbra. Ninguém sindicou verdadeiramente tais factos que ficaram arrumados com o tempo que passou. Um manto de relativo silêncio e desinteresse cobriu tal anormalidade, até hoje, vertida em despacho de arquivamento que se desconhece. 

O silêncio sobre este tipo de assuntos é de ouro e foi assim que a escola de Coimbra medrou, com o ultra-reservado e silencioso procurador-geral distrital de Coimbra, Braga Themido, que nunca ninguém ouviu falar sobre o assunto e que nunca se exprimiu sobre tal ignomínia, da responsabilidade do então PGR, Pinto Monteiro. Saiu em silêncio e goza a reforma, presumivelmente em silêncio. Lembra um convento? É porque parece! Um convento com votos de silêncio, em retiro permanente e na esteira de outros monges-magistrados, ainda mais reservados e que ensinaram os então estagiários, noviços e noviças,  as regras de conduta. São estes que entretanto ascenderam na carreira, alguns já reformados e que influenciaram a actual PGR, a meu ver. É esta escola, esta mentalidade prevalecente que se impôs no MºPº e os resultados são os visíveis.  
Essa escola de silêncio e de ausência de comunicação democrática torna-se demasiado ruidoso, nos tempos actuais em que o Ministério Público é solicitado para resolver problemas criminais com foro de escândalo político à mistura e interesse público evidente e a carecer de explicações como as apresentadas pelo articulista do Observador. 
Porém, tal como naquele caso, a reserva é entendida como um biombo legitimador para tal silêncio e cultivado como dever, porque foi assim que foram educados determinados magistrados: a não falar publicamente de nada, diluindo-se num  colectivo hierárquico cujo topo faz o mesmo. É uma escola! 

Ainda há dias na tv, um procurador alemão pronunciava-se publicamente sobre um caso concreto que lhe tinha sido distribuído e para informar a opinião pública que solicitava esclarecimentos. 
Aqui, em Portugal que copia abundantemente as leis alemãs de processo penal e outras, o silêncio é a regra e não se sai daqui. Qualquer magistrado que se atreva a quebrar as regras desta escola hierárquica só pode temer o pior: um processo disciplinar, no mínimo. E isso também faz escola.
O direito constitucional  à liberdade de expressão? É para os outros; não para os magistrados. Ninguém fala, com excepção do sindicalista de serviço que está autorizado a falar por dever de função. Mas não muito e nunca fora do caco.
E assim vamos, dando azo a artigos como o de Luís Rosa. 

segunda-feira, maio 29, 2023

Comics e bd franco-belga misturados

 Do Brasil, surgiu este desenho inédito de um autor, Marco Túlio Vilela que já dedicou muito tempo e imaginação a desenhar- é "desenhista"- novas versões de algumas obras conhecidas do universo da banda desenhada fraco-belga e também dos comics americanos. 

O conceito é interessante e a habilidade do artista também. Em tempos teve um blog, com as suas habilidades. 

 


O que Putin lá quer, é disto!

 Le Un, desta semana:




 E a citação que faltava. Está entre aspas e denota o subido valor moral do chefe da Wagner. Muito subido e de exemplo certo para quem aceita isto. Será um cossaco? Ou apenas um eslavo bárbaro, antigo ladrão de meia-tijela alcandorado a oligarca? Seja como for, parece ser o exemplo que faltava para Putin o querer por lá:



Como se lê, tudo começou na África do Sul, nos anos noventa. A seguir, os EUA tomaram-lhe o gosto e agora é a Rússia de Putin que põe mais fichas nestes jogo. Afinal, há mais semelhanças do regime de Putin com o regime americano, do que parece. 

Bem me parecia...

domingo, maio 28, 2023

O rei dos obituários celebra a esquerda dionísica

 No Público de hoje, o relator de obituários residente, António Araújo, "jurista historiador" ( sic), apresenta assim o perfil de um artista dos anos dourados da esquerda nacional, os do tempo do fassismo e que feneceu no tempo de Abril no activismo equívoco do esquerdismo de sempre. 





O perfil do esquerdista Mário Dionísio, intelectual activista no pós-25 de Abril e co-autor das reformas fantásticas que conduziram o ensino ao estado em que se encontra, putativo ministro da Educação falhada no tempo de Vasco Gonçalves, já foi apresentado por Vasco Pulido Valente. 

Mário Dionísio, segundo o obituarista,  foi o autor de uma apreciação pessoal de Freitas do Amaral,  no tempo da AD: um "novo Salazar em formação, o sábio, calmo e sorridente Freitas do Amaral". Perspicaz, este indivíduo. E também quem o cita, perfeito similis que emparelha cum similibus. 

Aqui fica em reprise parte do postal de 2016 sobre Dionísio, acrescentado da citação completa de VPV, no Observador. Porque é que isto tem interesse, pelo menos para mim? Porque dá a conhecer o que foi a esquerda em Portugal, durante o fassismo e após tal período de obscurantismo e repressão apregoados por tal gente como sinal distintivo.

Por outro lado, este tipo de artigos, como o do obituarista residente no Público, exalam sempre o perfume da esquerda patente ou latente, como é o caso do similis Araújo. Participam alegremente naquilo que Gramsci defendia: aculturar o povo com as ideias certas, obliterando outras que as denegam, triturando assim a realidade e a memória:  

Vasco Pulido Valente gasta o melhor da sua crónica de hoje,no Observador a desbastar a efeméride do centenário de nascimento de um crítico e escritor português, Mário Dionísio.

"É celebrado este ano o centenário de uma pessoa de que hoje ninguém se lembra e que ninguém lê, Mário Dionísio. Foi um mau poeta, um mau romancista, um mau pintor de fim-de-semana e, principalmente, um mau crítico. Mas no cume do antifascismo, logo a seguir à guerra, foi também o “controleiro” do PC para o “sector intelectual”. Quando Cunhal, já preso, exigiu aos pobres literatos portugueses o estrito acatamento do “realismo socialista” de Jdanov, Mário Dionísio saiu do partido, mas ficou até ao fim da vida um “simpatizante” convicto. Conheci muito bem o indivíduo. Primeiro, como professor de literatura portuguesa no Colégio Moderno de João Soares (avô) e, depois, porque os meus pais, igualmente devotos da seita, eram amigos dele.

À sexta-feira, havia sempre uma reunião em casa de Mário Dionísio, cuja função era discutir a “linha correcta” para o PC, os “desvios” ideológicos da “inteligência” indígena e, lateralmente, as malfeitorias da Ditadura. Faziam parte deste grupo João Cochofel e a mulher, a pianista Maria da Graça Amado da Cunha e o marido (Roger de Avelar), o erudito excêntrico Huertas Lobo e uma ou outra figura de passeio. A partir dos doze, treze anos, comecei a ser arrastado para esta catequese e passei muitas noites – calado e quieto – a ouvir aquela gente perorar.

Mário Dionísio, como é evidente, presidia. Os meus pais mal abriam a boca: a minha mãe não tinha qualquer qualificação formal e o meu pai não passava de um engenheiro químico, ainda por cima director de uma empresa. Mas, calados que estivessem, não escapavam à crítica do seu estilo de vida. Tiveram de prometer não gastar mais do que ganhava um funcionário de Estado médio, não usar o carro em viagens de prazer e não me vestir luxuosamente. O povo passava fome e um bom comunista não devia viver como um milionário. Foi assim que, com muita raiva minha, usei calça curta e casacos voltados durante o liceu inteiro, ou quase.

Fora isso, Mário Dionísio, justiça lhe seja feita, defendeu meia dúzia de escritores contra a fúria jdanovista do tempo, entre os quais José Cardoso Pires que me descreveu mais tarde os tremores com que tinha ido apresentar Os Caminheiros ao sumo sacerdote da ideologia. Como seria de esperar, Dionísio acabou a presidir à “comissão de saneamento” do Ministério da Educação. Toda a vida se preparara para esse nobilíssimo papel. Quando o meu pai morreu, deixou um quadro de Mário Dionísio: não houve leiloeiro ou ferro-velho que lhe pegasse.

Este artigo vitriólico e ajustado ao tempo do tal Dionísio contrasta com o perfil que a Wikipedia lhe traça, no qual nem uma vez aparece a menção a PCP...o que é curioso para quem foi um comunista de gema. É por isso bem vindo o artigo de VPV para mostrar outra verdade escondida, na alheira da Wiki.

Andei à procura nos catálogos que tenho, antigos, da editora do tal Dionísio e descobri que era na Europa-América.


Nada de especial, de facto, a não ser o tratamento ditirâmbico que lhe era dado, em 1971, no referido catálogo.
Mário Dionísio era ainda conhecido do suplemento Quinta-Feira à Tarde, no Diário Popular, como mostra este de 21 de Fevereiro de 1974.


sábado, maio 27, 2023

Guerra no Ultramar: uma memória triturada pela esquerda

 Saiu agora um livrinho de Miguel Cardina, um autor aboletado do CES do inefável professor Buonaventura e adepto do bloquismo, intitulado "O atrito da memória", sobre alguns aspectos da guerra no Ultramar, particularmente a memória desse tempo.

Cardina tritura tal memória, inventando uma História resumida à esquerda, mais particularmente à extrema-esquerda, como se fosse essa a História de Portugal nesse tempo. 

Escreve sobre um tempo que não viveu e apenas conhece de ouvir dizer, particularmente no discurso de extrema-esquerda dos rosas e flunsers avulsos. Um discurso que me parece falsificado porque nenhuma História se quiser ser verdadeira prescinde de ouvir os protagonistas. Todos, de preferência e não apenas os  que agradem. 

E assim escreve pérolas deste calibre:

 





Todo o escrito se centra na censura existente ao tempo em Portugal e que impedia a livre expressão dos grupelhos de extrema-esquerda e esquerda comunista que pretendia fazer a apologia aberta do anticolonialismo militante e a entrega dos territórios ultramarinos às mãos de guerrilheiros instruídos pelo comunismo soviético e chinês, militar e ideologicamente. 
Era esse o único propósito de tais grupelhos de esquerda comunista em Portugal, com o acrescento de lutarem para entregar territórios que tinham sido de Portugal durante séculos, que os descobrira e colonizara e ajudara a desenvolver, a potências que tinham interesses antagónicos e adversos relativamente ao nosso país. Chama-se a isso, em linguagem política corrente, traidores à pátria e era isso que lhes chamavam, nas instâncias de poder político de então. 

Não obstante, tais grupelhos entendiam como legítimo lutarem por tais ideais e livremente, sem peias nem censura, mesmo em tempo de guerra. Com a particularidade de não acreditarem nem sequer aceitarem tal liberdade uma vez que tomassem o poder. Hipócritas, por isso mesmo e ainda hoje. 
É essa denúncia, do controlo censório dessa época que o autor Miguel Cardina, sequaz das mesmíssimas ideias, vem agora fazer no opúsculo quase panfletário. 

As citações recorrentes vão todas parar às mesmas fontes e provêm das mesmas ideias e orientações políticas, como aliás se pode ler. 
Em determinada passagem reconhece o que denega na tese do livro: que havia "um amplo movimento editorial de defesa da política colonialista do regime", o que contrasta com a existência, apesar disso, de um "leque de livros, jornais e outras publicações, muitas delas animadas por activistas de esquerda [ a linguagem é deliciosa pelo que revela do politicamente correcto esquerdista] e por vezes circulando clandestinamente, que divulgaram textos críticos da guerra e do colonialismo!. 
Portanto, neste caso os "bons" são os grupelhos de esquerda e extrema-esquerda e os "maus" naturalmente são os que tomavam parte no referido amplo movimento de apoio ao regime. 

E até refere a existência de "dezenas de editoras políticas" pertencendo a esse grupelho de extremistas, o que obviamente denega o propalado atrito da memória, uma vez que se atrito existe é o que actualmente se verifica na trituração de tudo o que fuja dos cânones de esquerda, tal como apresentados por Miguel Cardina e outros. 

Para contrastar e apresentar o que a esquerda já triturou nessa memória que vai inventando para os devidos fins, fica aqui uma pequena resenha de notícias sobre a guerra, sob um regime de Censura, neste caso em tempos e circunstâncias que todos os regimes controlam para o efeito. 

Em primeiro lugar é preciso dizer que a guerra no Ultramar não era entendida por todos, ou seja pela maioria, do mesmo modo que a extrema-esquerda a via, nas tais publicações, então clandestinas e agora à vista desarmada, com o mesmíssmo teor ideológico.

Por exemplo a revista Observador saída em Fevereiro de 1971, começou a publicar alguns números sobre problemas específicos do país e um deles era o Ultramar, tal como apresentado na edição de 1 de Outubro de 1973. 




Em 5 de Novembro de 1971 tinha já dado um panorama da guerra, ouvindo intervenientes militares. 







E em 19 de Outubro de 1973:







Estes artigos não eram propaganda política do governo, porque a Observador apesar de apoiar algumas políticas do regime, não sendo por isso mesmo de oposição, tinha a atitude de muitos órgãos de informação que noutros países, como a França no tempo da Argélia ou os EUA no tempo do Vietname, tiveram relativamente às políticas assumidas pelos governos desses países. Não eram de extrema-esquerda nem queriam que tais sistemas fossem revolucionados para se transformarem em comunistas, como pretendia a esquerda e extrema-esquerda em Portugal, nessa altura e agora. 

Era esta aliás a posição política da maioria esmagadora do povo português, tal como demonstrada por diversas vezes publicamente, sendo a mais notória, aquando do regresso de Marcello Caetano de uma visita a Londres, no Verão de 1973, altura em que Mário Soares e a esquerda atacaram o então presidente do Conselho por causa da política ultramarina. 

Observador de 27 de Julho de 1973, resumindo tudo na capa de 17 de Agosto de 1973:




 Sobre as notícias avulsas e o desenrolar da guerra a imprensa e os media da época reflectiam o circunstancialismo particular que impunha censura a tais actividades. Não obstante, não havia um único português consciente politicamente que desconhecesse o que sucedia na guerra do Ultramar, particularmente através de relatos dos militares que regressavam e voltavam, alguns, a partir para novas comissões na guerra. 
Por isso os jornais também davam conta de tais factos, embora limitados pela censura. 

Diário de Lisboa de 5 de Fevereiro de 1972:


D.L. de 4.6.1973:


D.L. 2 de Novembro de 1973:

D.L. 27 de Dezembro de 1973:


A Censura aliás, não era exactamente como o revisionista Pacheco Pereira anda por aí a propalar que foi, por exemplo no caso dos suicídios que nem eram noticiados...


 Por outro lado, os mortos no Ultramar eram assinalados regularmente nas páginas dos jornais, sem qualquer destaque sensacionalista à moda do correio da manhã da actualidade e eram comunicados os números pelas entidades oficiais, pelo que ninguém ignorava que existiam mortos e feridos, por vezes em número elevado. 

Comércio do Porto de 28 de Setembro de 1968:


Diário de Notícias de 11 de Setembro de 1966:
 

Diário de Notícias de 2.3.1969:

Esta é que devia ser a perspectiva dos ces de Coimbra e arredores e não apenas a visão maniqueísta e radicalizada à esquerda de uma realidade que não foi o que dizem que era. 
Logo, são falsários, mentirosos e cujo profissionalismo é o que se pode ler. 

O Público activista e relapso