sexta-feira, maio 26, 2023

Tubular Bells, 50 anos de Mike Oldfield que tem setenta

 Nestes dias de há 50 anos saiu na Inglaterra um disco que se tornou um acontecimento musical devido à sua singularidade. 

Completamente instrumental, centrado num único tema recorrente e realizado por um músico com vinte anos, embora já com experiência de trabalho musical com outros artistas importantes ( Kevin Ayers) a tocar todos os instrumentos, era algo excepcional mas nem por isso suficiente para que as editoras acreditassem no projecto. Apesar de tais características nenhuma quis editar o disco e só um principiante na indústria aceitou a aposta: Richard Branson que tinha começado nessa mesma altura a aventura da Virgin Records, como editora discográfica. 

O disco chamou-se Tubular Bells, foi gravado nos intervalos em que o estúdio de Branson, Manor, estava livre de outras gravações, nesse começo acompanhado de mais quatro discos ( os de John Cale, Academy in Peril; Faust e The Faust tapes; Gong, The Flying Teapot e outro, uma sessão de gravações com vários músicos). Nenhum desses discos atingiu o sucesso de Tubular Bells que se tornou em pouco tempo o principal trunfo da Virgin para se alargar a outras produções.  

John Peel passou o disco integralmente no seu programa Top Gear da BBC e o produto vendeu aos milhões, ao todo cerca de uma dúzia e meia.  

Nos três anos seguintes Mike Oldfield repetiu a dose. Em 1974, com Hergest Ridge e no ano seguinte com Ommadawn, discos que aprecio tanto ou mais que Tubular Bells. A última vez que gostei de ouvir outra vez Mike Oldfield foi em 1983, com um single, Moonlight Shadow, cantado por Maggie Reilly. 

Daí para a frente repetiu-se musicalmente, sem o sucesso anterior.  Actualmente, está fora da música e nem sequer se interessou com a reedição de Tubular Bells, agora com 50 anos, tendo porém refeito tal disco, várias vezes, incluindo uma versão orquestral, em 1974, até à versão regravada em formato digital em 2003.   

A história do disco e da vida musical de Mike Oldfield foi agora contada pela revista britânica Prog, edição de Maio deste ano, assim:










A revista francesa Rock & Folk só lhe deu atenção quase um ano depois, em Março de 1974:


Porém, em 1999 inclui-o nos 2000 melhores de sempre:


Tubular Bells de Mike Oldfield, anos setenta no seu melhor. Agora com 50 anos.  E em conclusão: Mike Oldfield fez tudo o que era importante na sua vida artística quando ainda nem tinha vinte anos. E isso merece destaque. 
O Mozart era precoce e outros, mas este, nos tempos modernos, aprendeu e criou obras musicais antes dos 25 anos que muitos não conseguem durante a vida inteira. 

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