quinta-feira, agosto 22, 2024

As despesas da presidência da República

 O Tal & Qual da semana passada publicou esta primeira página com o respectivo desenvolvimento, sobre os gastos do presidente da República e das suas "casas" oficiais:




Esta semana, encolhidinha no interior do jornal aparece esta explicação dos visados:


Ora bem. Em nenhuma destas despesas é dado conta destoutra que a mim me se me tornou absolutamente inacreditável e que aqui publiquei em 2022, sendo certo que o processo em causa já terminou em 2023, sem se saber quanto é que o Estado gastou com os advogados da assistente, presidência da República...

O que então me deixou perplexo foi esta notícia da Sábado de então ( 13.4.2022) e que então comentei assim:

 Sábado de hoje:  


Por causa do julgamento de um antigo funcionário público, acusado pelo MºPº de vários crimes relacionados com peças artísticas do museu da presidência da República, esta entidade constituiu-se assistente no processo. 

Assistente, no caso, significa que passou a "ajudar" processualmente o MºPº no processo. Como este se refere a um crime público, investigado exclusivamente pelo MºPº e polícias, tal ajuda será eventualmente de pequena relevância. Não fica esclarecido no artigo mas resumir-se-á a uma dedução de pedido cível, em nome do Estado ( presidência da República) o que aliás deveria ser incumbência do próprio MºPº, no final da acusação e nos termos do artº 75º do C.P.P. 

Tal pedido acompanharia o procedimento criminal e em caso de procedência conduziria à condenação do arguido no pagamento da importância respectiva, aliás já liquidada: € 7 800,00, segundo a revista e valor que o MºPº pretende seja revertido a favor do Estado. 

Ainda assim, a "presidência da República" constituiu-se assistente, o que não deixa de ser bizarro, na medida em que o Estado se constitui assistente, sendo o Estado representado pelo MºPº, estatutaria e processualmente. 

Segundo a revista, tal entidade pública, ou seja a "Presidência da República",  contratou serviços jurídicos de um escritório de advocacia, no caso a Sérvulo&Associados que já cobrou cerca de 163 mil euros pelos serviços prestados à conta de tal constituição de assistente! E que seriam totalmente dispensáveis no caso, uma vez que o MºPº tinha o dever de representar os interesses em causa, o que nem se afigura difícil ou juridicamente complicado. Tudo isto, se for verdade, é simplesmente inacreditável! Escandaloso, mesmo!

A responsabilidade de contratar serviços deste género competirá à Secretaria-Geral da presidência, cujo sítio é omisso na indicação de responsáveis. É tudo anónimo...mas é sabido indirectamente através das "notícias" do sítio. E segundo esta notícia, a actual responsável pertence aos "quadros" da Inspecção-Geral de Finanças. 

O MºPº tem obrigação de abrir um inquérito para averiguar o que fez a Sérvulo para cobrar uma importância que é superior a vinte vezes o valor do pedido de perdimento a favor do mesmo Estado, deduzido pelo MºPº, por causa do peculato e outros crimes imputados ao antigo funcionário. 

Repito a pergunta que então fiz: "Como é que isto foi possível?!" E porque é que o Tal & Qual nem se deu conta disto?

terça-feira, agosto 13, 2024

O capitalismo português foi decapitado há 50 anos...

 A propósito de um livro de Luciano Amaral acerca do grupo CUF e do "império industrial desenvolvido por Alfredo da Silva", o jornal Público deu à estampa um artigo em que fazia a recensão de tal livro e titulava que o peso de tal grupo no PIB antes de 25 de Abril era de quase quatro Autoeuropas.

O artigo e o choque dos factos não demoveram os antifassistas de criticarem o artigo por estar a promover e branquear o regime anterior, de Salazar/Caetano, sempre com os mesmos argumentos: a economia de então funcionava com condicionamento industrial e na base de monopólios e concessões do Estado aos grupos económicos como a CUF e o grupo Champalimaud e cada grupo tinha um ou mais bancos para se financiar.

Como não sou economista suficientemente esclarecido para arrasar tais argumentos que aliás me parecem da habitual capoeira antifassista, deixo a opinião de outros, para se ver onde chega o sectarismo socialista e comunista que nacionalizou esses grupos em Março de 1975, incluindo os bancos e seguros, com a ideia de tornar Portugal um país a caminho do socialismo e da sociedade sem classes, o que aliás fizeram inscrever na Constituição de 1976 como um desiderato a atingir e só o esbateram mais de uma década depois e de muitas discussões de permeio. Para o PCP o desiderato continua o mesmo de sempre, sem uma vírgula a tirar ou pôr.

O artigo do Público suscitou reacções de reaccionários socialo-comunistas e o Provedor do Leitor, sempre muito solícito a tais demandas, destacou a de um leitor que contestou o tom do artigo, indignando-se com o "panegírico da ditadura disfarçada de história económica".

É este:


O tema tem sido recorrente neste blog ao longo dos anos e por isso, a fim de atalhar razões e colocar os pontos nos ii de quem na altura foi directamente visado vou republicar um postal de 2018, sobre Champalimaud que afinal responde de algum modo às críticas que então lhe foram dirigidas, ainda antes das nacionalizações, por um sábio que inspirou os trotskistas e o BE em particular na figura de Louçã, o frade laico desta seita. João Martins Pereira, era o tal sábio, já me esquecia e trabalhou para os ditos patrões, cuspindo sempre na sopa...

O postal é de 19-3-2018 por ocasião do centenário de Champalimaud. O que vem lá poderia ser escrito a propósito do grupo CUF....

Faz cem anos que nasceu António Champalimaud, um dos nossos maiores industriais de sempre. Se não fosse o Diário de Notícias nem me ocorria, apesar de ontem, na tv, Paulo Portas ter passado todo um programa a evocar a figura do industrial que se notabilizou na indústria dos cimentos e na siderurgia que  fundou, em Portugal, no tempo de Salazar.
Em 25 de Abril de 1974 estava entre a meia dúzia de pessoas mais ricas da Europa. Logo a seguir perdeu tudo o que tinha em Portugal e foi para o Brasil, onde recomeçou a actividade e quando morreu, legou centenas de milhões de euros para a Fundação que tem o seu nome.

Já houve quem lhe fizesse uma biografia que vale a pena ler, mas está esgotada, segundo penso.

 Não há em Portugal, nos últimos cem anos, nesse campo, ninguém que se lhe compare.

Ainda assim estranhei a capa do DN de hoje:


Demasiada celebração para esta efeméride que mais nenhum outro jornal notou assim. Pensando bem não admira:Champalimaud foi o patrono de Proença de Carvalho que domina o jornal. Logo...ou mandou fazer a capa ou apreciará o  frete .

O artigo, aliás, é  farto em citações deste personagem, o que mostra logo de onde veio a ideia:



Ainda assim é justa e merecida a homenagem, não fosse a circunstância de o porem logo a nascer em 19 de Março quando terá sido a 18...
 Melhor seria porém, escreverem sobre a circunstância de o terem enxotado daqui para fora, em 1975 e principalmente sobre quem foram os mentores da estupidez: o PS e o PCP que ajudaram a nacionalizar as empresas que lhe pertenciam e dali a um ano, se tanto puseram Portugal neste estado:


A questão é muito simples de enunciar e estes recortes elucidam quem tem dúvidas:

O Expresso de  20 de Dezembro de 1975 pretendia mistificar o que se tornou claro nos anos a seguir: os comunistas e principalmente os socialistas, os verdadeiros gestores das nacionalizações eram uns nabos, assim sem mais ademanes. Estragaram em poucos meses o que Champalimaud teria melhorado no mesmo espaço de tempo. Parece isto tão claro que até dói pensar nestes miseráveis que têm nome posto. Em primeiro lugar, Mário Soares e depois, claro, Álvaro Cunhal.


Como pensavam estes miseráveis? Simples de mostrar: com inveja enraizada  nos genes políticos. Como isso é característica humana alastrou a milhões de portugueses, até hoje:

E como é que esses miseráveis queriam fazer para mostrarem que eram competentes? Assim:


Quem é que sabe disto melhor que ninguém e sabe que é mesmo assim? O actual presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. O que fez o indivíduo enquanto jornalista do Expresso no tempo do PREC? Alinhou com os miseráveis. Sempre.

Nesse tempo os miseráveis aludidos ( Mário Soares, Álvaro Cunhal e as forças políticas que suportavam ) tinham um discurso de ruptura com o capitalismo ao modo que Champalimaud o entendia e a História mostrou que estava certo.
Em finais de 1974 prepararam o plano para destruir a indústria portuguesa, até hoje:




 Havia um finório que foi empregado de um deles, desses capitalistas e se tornou o guru do actual Bloco de Esquerda, João Martins Pereira, e que armado em intelectual da Economia pretendia dar lições a Champalimaud.

O que escreveu então na Vida Mundial de Dezembro de 1974 é muito elucidativo do pensamento destes miseráveis, entre os quais se inclui um certo Eugénio Rosa que ainda anda por aí:






Chamo miseráveis a estes indivíduos porque sempre viveram com a miséria alheia como mote para se tornarem "ricos", um ou outro literalmente e os demais, politicamente. Assim sucedeu e a "geringonça" que temos é o resultado desta miséria e destes miseráveis.

Enquanto estes miseráveis conseguiram arruinar o país em dois tempos de dois anos de má gestão, Champalimaud, em 1968 e enquanto banqueiro, actividade que nem era a da sua eleição fazia isto, em cujo postal incluí uma publicidade ao BP&SM, alusiva ao dia do pai, de 18.5. 1974:



O primeiro "multibanco", segundo uma publicidade de 4 de Outubro de 1968, na Vida Mundial:


 E uma publicidade de 1967, tirada daqui,  ao "autobanco" do BPSM de Champalimaud:


Que respondem a isto os miseráveis que ainda andam por aí, aos milhões? Nada, nem vergonha têm do que fizeram...

quinta-feira, agosto 08, 2024

Garcia Pereira, o burro velho totalitário

 O advogado Garcia Pereira que ganha bem a vida a representar interesses privados junto dos tribunais, deu uma entrevista ao Público de hoje onde confessa claramente o seu credo pessoal e político: anti-democrático de sempre, ditatorial e totalitário. Defende a revolução proletária como meio de atingir o poder político e repôr o equilíbrio social que contesta existir. 
Quanto ao Ministério Público, neste contexto, o que diz é apenas ridículo e afinal coerente, por um motivo bem simples: no sistema político que defende, totalitário e ditatorial, o Ministério Público nunca poderia ser um qualquer poder dentro do Estado ou um "estado dento do estado" porque se confundiria com o Estado totalitário. Seria a longa manus do poder do Partido que representa os "proletários" tal como definidos pelos kamaradas marxistas-leninistas-maoistas. Seria afinal o Estado e não apenas um dos poderes do Estado. É claríssimo como conceito mas o jornalista entrevistador achou por bem nem sequer o questionar sobre a contradição aparente ou a coerência exposta.

É a estas personagens de opereta trágico-cómica que os media portugueses ainda vão dando destaque desproporcionado ao valor intelectual que representam e principalmente ao significado real das suas opões políticas, claramente de extrema-esquerda, sempre bem vindas em jornais como o Público. 

Num Estado de Direito que se pretende democrático um Ministério Público que defenda a legalidade enquanto tal e portanto que considere os cidadãos iguais perante a mesma é simplesmente uma afronta. Como o mesmo refere, é "um Estado dentro do Estado". Nem mais!

O que Garcia Pereira defende é um Ministério Público amarrado e submisso às ordens de um partido totalitário, sem qualquer veleidade de independência ou autonomia. Compreende-se tudo interpretando aquela confissão...fascista, como efectivamente é Garcia Pereira, embora de esquerda. Um totalitário que ideologicamente deveria merecer tanto ou mais desprezo que os nazis ou fascistas italianos da primeira metade do séc. XX. 

Em Portugal não é assim por motivos esconsos, ínvios e no fundo ignorantes e complacentes deste jornalismo lamentável. 

Ecce homo!





Garcia Pereira não é sensível a argumentos como estes, de Eduardo Dâmaso, sobre o Ministério Público em Portugal, mas a razão porque o não é difere daqueles que criticam o poder do Ministério Público e que E.Dâmaso denuncia. 




As razões de Garcia Pereira são mais estúpidas que manhosas; mais absurdas e insustentáveis que as daqueles. São razões de burro velho que nada esqueceu na vida e nada aprendeu durante a vida. A não ser as que o kamarada Arnaldo Matos lhe chimpava na cara: as de um aburguesado, traidor da classe que diz defender em nome de ideias totalitárias que proclama porque lhe é impossível mudar para outras. E agora é tarde...

O que espanta é ter espaço mediático como vai tendo, capitalizando mais valias do tempo em que este jornalismo de capoeira tinha os seus galos a cantar a Internacional...

O Público activista e relapso