O Correio da Manhã de 29 de Março 2013, na sua revista de TV trazia cinco páginas com os "comentadores" televisivos que nos indundam os écrans geralmente à noite, para falarem com os "pivots" dos telejornais que os escolhem ou apanham já escolhidos por entidades na sombra das régies.
O título do artigo era "Televisões disputam audiências com políticos", querendo significar que a guerrilha de audiências das tv´s passa agora pelas contratações de prestadores de serviços opinativos de cariz político, agora com predomínio de políticos nas reserva ou mesmo no activo.
As imagens dizem tudo do que temos para nos mostrar o caminho político e dizem mais em meta-linguagem: estamos bem tramados com esta gente que têm sido figura pública na política dos últimos anos. Se Portugal está como está, numa periclitante situação de bancarrota adiada deve-se certamente a políticas concretas e definidas que alguns destes comentadores gizaram, influenciaram, aprovaram e aplicaram em nome do povo eleitor que foi aliás quem os escolheu por voto organizado em listas que os mesmos arranjaram e lhe apresentaram. É um círculo vicioso aquele a que estamos a assistir nas tv´s: os comentadores "de luxo", procurados agora pelas tv´s para elevar os ratings das audiências são os que trouxeram Portugal para o lixo dos ratings dos mercados.
Quem os escolhe? São os "directores de informação" que lá foram colocados por poderes de facto ou de direito, como é o caso da RTP. Os da Ponte ( gestores de bebidas a orientar media dá nisto), os Carvalhos ( medroso e conformado), as Judites ( esta, agora, faz censura na TVI, evitando assuntos incómodos para o poder que julga partilhar), as Fátimas ( o exemplo mais acabado deste panorama), são a expressão mais concreta da nossa mediocridade informativa, do nosso lixo mediático que temos vindo a suportar em degradação progressiva e a acompanhar a da situação do país.
Será aliás sintomático que tal suceda porque a meu ver uma coisa está ligada à outra. A qualidade opinativa na tv é rara e só por acaso acontece. Geralmente não é fruto do saber ou conhecimento de quem manda, mas por mero acaso de circunstância, porque o que vemos e temos para ouvir é geralmente o lumpen opinativo do tudismo arregimentado nos corredores do poder político e mediático.
Os da Ponte mais as Judites, Fátimas e Lourenços alcançaram um estatuto que diz bem com o Portugal que temos: miséria intelectual, pobreza de espírito inventivo, mediocridade conceptual. Escolhem por isso mesmo aqueles que são a sua imagem e lhes espelham o mesmo pensamento unificado e rebaixado à politiquice. Promovem os que depois os promoverão como foi o caso do director de informação da RTP, outro inenarrável.
Portanto, cada povo tem os comentadores que merece e estes são os nossos. Fica uma pergunta: o que é que esta gente pode esclarecer os portugueses que vêem tv a propósito dos assuntos correntes da governação ou política em geral? O que é que podem contribuir para um debate político esclarecido e revelador do senso comum da inteligência média? A meu ver pouco ou nada. Se nenhum deles comentasse fosse o que fosse teríamos mais a ganhar do que assim, com as opiniões avulsas que expedem com a facilidade do oportunismo circunstancial e muitas vezes manipulador.
É assim que a opinião pública se vai formando em Portugal e é assim que temos o país que temos. Parece que ninguém quer ver isto que parece uma evidência.
Curiosamente esta situação calamitosa nas tv´s e media em geral provoca poucas reacções ou alarmes.
Um dos mais recentes foi publicado ontem no Diário de Notícias e Vasco Pulido Valente também produziu outro alarmo de género no Público de ontem que não comprei mas li. Fica o do DN:
domingo, março 31, 2013
sábado, março 30, 2013
A Ponte do rio "voltai!"
Alberto da Ponte, antigo gestor de comidas e bebidas, deu uma entrevista ao Diário de Notícias de hoje para explicar o coktail que misturou Sócrates e Relvas, mais uns interessados em confundir a comunidade política dos comentadores habituais.
Que diz da Ponte sobre este regresso do estudante de filosofia política que deixou o curso por acabar, por nem sequer o ter começado?
Que esta apresentação de um "comeback kid" desta estirpe rara foi uma prova saudável do serviço público que a RTP presta dedicadamente ao país. Está dito por da Ponte que diz mais que isso. Por exemplo, quem teve a ideia genial da contratação do peso pesado da aldrabice feita modo corrente de encarar a política, foi o apagado director de informação que assim brilhou no escuro da sua intenção em corresponder a uma dedicação antiga e assolapada. Pensou e melhor o fez, dizendo-o ao da Ponte que concordou, "quando as conversas já estavam bem adiantadas", sim porque estas coisas levam o seu tempo e as negociações difíceis e complicadas careceram do tempo que da Ponte até prescindia "porque não tinham verdadeiramente que informar o presidente da estação da RTP dessa intenção" .
Precisamente por isso é que da Ponte só informou a sombra tutelar da mesma estação, com sede no governo e chamado Relvas, um dia antes, por "mera cortesia do presidente da RTP que não tinha o dever de o informar."
O da Ponte por sua vez, quando foi informado, aliás sem necessidade alguma, exclamou positivamente: "o José Sócrates?!" - com um alongado ponto de interrogação que acabou na tal exclamativa resultado da grande surpresa que lhe provocaram, a modos de partida de carnaval em que da Ponte embarcou alegremente, ainda mal refeito do efeito surpresa. Por isso, numa "segunda reacção", assentou que sim senhor, era uma "boa ideia para a estratégia da empresa, que passa por recuperar audiências e também cumprir o serviço público". E de graça. Três em um, como manda a sapatilha das regras das comidas e bebidas.
Este da Ponte é um ponto. Final.
Um diagnóstico clínico de um filósofo
MANUEL MARIA CARRILHO in DN:
O contrato com Sócrates para ser comentador semanal no canal público de televisão teve de partir, ou de passar, por Relvas. Isso é óbvio. E só a imagem do que terá sido essa negociação a dois dá uma ideia arrepiante, mas bem clara, do estado de degradação extrema a que chegou o regime.
É uma contratação que infelizmente não surpreende porque, na verdade, José Sócrates e Miguel Relvas são políticos siameses. Se olharmos bem para o perfil e para o percurso de um e de outro, a conclusão impõe-se como evidente. E muitas coisas estranhas se tornam, de repente, claras e compreensíveis.
A história da licenciatura de Relvas foi o primeiro sinal de uma semelhança que se revela bem mais funda: o mesmo fascínio pelo mundo dos negócios, o mesmo desprezo pela cultura e pelo mérito, o mesmo tipo de relação com a comunicação social, o mesmo apego sem princípios ao poder e, acima de tudo, a mesma lata, uma gigantesca lata! Só falta mesmo ver também Sócrates a trautear a "Grândola, Vila Morena", mas por este andar lá chegaremos...
O contrato com a RTP vem, de resto, acentuar mais uma convergência entre Sócrates e Relvas, e num ponto político extremamente sensível, que é o da concepção de serviço público de televisão. Porque, com este contrato, Sócrates aparece a cobrir inteiramente a devastação feita por Relvas no sector, e a bloquear tudo o que o PS pretenda dizer ou propor sobre o assunto. E quem cauciona o que Relvas fez aqui, cauciona tudo.
O que Sócrates deve fazer é assumir as suas responsabilidades na crise, e pedir desculpa aos portugueses - e para isso basta uma entrevista pontual, sóbria, esclarecedora e responsável. É isso que os Portugueses merecem, é disso que a nossa democracia precisa, e é a isso que o Partido Socialista tem direito. Ficar a pastar nos comentários, pelo contrário, é puro circo político, e do pior: é usar o horário nobre do serviço público de televisão para jogadas de baixa política e de pura revanche política pessoal.
Como já há tempos afirmei, Sócrates e Relvas são sem dúvida os dois políticos que mais contribuíram para a crise moral, e de confiança, que o País atravessa. Uma crise que veio agudizar todas as suspeitas com que os cidadãos olham para as suas elites dirigentes e para o continuado fracasso da sua ação.
São casos que a radical mediatização dos nossos dias facilita. Nomeadamente, porque ela abriu as portas à irrupção de um novo tipo de político, que trocou o retrato de cidadão esforçado, reservado e responsável de outros tempos, por um perfil em que o traço dominante é, simplesmente, o da lata.
E essa lata, é o quê? É sobretudo a expressão de uma afirmação pessoal sem limites de qualquer ordem, que tudo arrasa no seu caminho, num júbilo mais ou menos histérico que dispensa qualificações ou convicções que não sejam de ordem psicológica ou comunicacional. Daí, naturalmente, a excitação voluntarista e a encenação estridente que sempre a acompanham.
A lata não é certamente um exclusivo dos políticos, mas tem neles um terreno de excepção. Ela aparece hoje como um traço específico do que alguns autores têm diagnosticado como a "nova economia psíquica" do nosso tempo. É isso que leva muita gente a ver neles verdadeiros mutantes, e a lamentar nostalgicamente que, na política, tenham desaparecido os verdadeiros líderes...
Mas seja ou não de mutantes que se trata, é preciso reconhecer que os "políticos de lata" estão em sintonia com muitas transformações do mundo contemporâneo, e que é por isso que eles suscitam inegáveis apoios e vivas controvérsias. Figuras maiores, bem ilustrativas deste fenómeno, são Sílvio Berlusconi ou Nicolas Sarkozy.
São sempre criaturas mitómanas, destituídas de superego e, portanto, de sentido de culpa ou de responsabilidade. Revelam uma contumaz incapacidade de lidar com a frustração, que é, como Freud bem ensinou, onde começam todas as patologias verdadeiramente graves.
Com eles, tudo se dissolve num narcisismo amoral, quase delinquente, que vive entre a alucinação de todos os possíveis e a rejeição de quaisquer limites. Eles estão pois muito em linha com o paradigma do ilimitado que tem anestesiado e minado o mundo nas últimas décadas.
A lata tornou-se, deste modo, num traço político muito frequente, que anima os mais variados, e lamentáveis, tipos de voluntarismo. Não admira pois que os políticos de lata se singularizem, não pela sua dedicação a causas ou a convicções, mas pelos intermináveis casos em que se envolvem e são envolvidos.
É também por isso que eles têm sempre que tentar voltar - foi assim com Berlusconi, é o que se tem visto com Sarkozy, chegou a vez de José Sócrates. Não resistem... e todos encenam, para disfarçar a sua doentia obsessão com o poder, umas travessias do deserto mais ou menos culturais... Berlusconi com a música, Sarkozy com a literatura e o teatro, Sócrates com a filosofia.
Mas o seu compulsivo "comeback" acaba sempre por se impor, porque ele é o tributo que eles têm que pagar à sua tão vazia como ilimitada mitomania. Com consequências, atenção, que já conduziram várias sociedades e diversos países às piores tragédias. Esperemos que não seja esse, desta vez, o caso - mas o aviso aqui fica!...
O contrato com Sócrates para ser comentador semanal no canal público de televisão teve de partir, ou de passar, por Relvas. Isso é óbvio. E só a imagem do que terá sido essa negociação a dois dá uma ideia arrepiante, mas bem clara, do estado de degradação extrema a que chegou o regime.
É uma contratação que infelizmente não surpreende porque, na verdade, José Sócrates e Miguel Relvas são políticos siameses. Se olharmos bem para o perfil e para o percurso de um e de outro, a conclusão impõe-se como evidente. E muitas coisas estranhas se tornam, de repente, claras e compreensíveis.
A história da licenciatura de Relvas foi o primeiro sinal de uma semelhança que se revela bem mais funda: o mesmo fascínio pelo mundo dos negócios, o mesmo desprezo pela cultura e pelo mérito, o mesmo tipo de relação com a comunicação social, o mesmo apego sem princípios ao poder e, acima de tudo, a mesma lata, uma gigantesca lata! Só falta mesmo ver também Sócrates a trautear a "Grândola, Vila Morena", mas por este andar lá chegaremos...
O contrato com a RTP vem, de resto, acentuar mais uma convergência entre Sócrates e Relvas, e num ponto político extremamente sensível, que é o da concepção de serviço público de televisão. Porque, com este contrato, Sócrates aparece a cobrir inteiramente a devastação feita por Relvas no sector, e a bloquear tudo o que o PS pretenda dizer ou propor sobre o assunto. E quem cauciona o que Relvas fez aqui, cauciona tudo.
O que Sócrates deve fazer é assumir as suas responsabilidades na crise, e pedir desculpa aos portugueses - e para isso basta uma entrevista pontual, sóbria, esclarecedora e responsável. É isso que os Portugueses merecem, é disso que a nossa democracia precisa, e é a isso que o Partido Socialista tem direito. Ficar a pastar nos comentários, pelo contrário, é puro circo político, e do pior: é usar o horário nobre do serviço público de televisão para jogadas de baixa política e de pura revanche política pessoal.
Como já há tempos afirmei, Sócrates e Relvas são sem dúvida os dois políticos que mais contribuíram para a crise moral, e de confiança, que o País atravessa. Uma crise que veio agudizar todas as suspeitas com que os cidadãos olham para as suas elites dirigentes e para o continuado fracasso da sua ação.
São casos que a radical mediatização dos nossos dias facilita. Nomeadamente, porque ela abriu as portas à irrupção de um novo tipo de político, que trocou o retrato de cidadão esforçado, reservado e responsável de outros tempos, por um perfil em que o traço dominante é, simplesmente, o da lata.
E essa lata, é o quê? É sobretudo a expressão de uma afirmação pessoal sem limites de qualquer ordem, que tudo arrasa no seu caminho, num júbilo mais ou menos histérico que dispensa qualificações ou convicções que não sejam de ordem psicológica ou comunicacional. Daí, naturalmente, a excitação voluntarista e a encenação estridente que sempre a acompanham.
A lata não é certamente um exclusivo dos políticos, mas tem neles um terreno de excepção. Ela aparece hoje como um traço específico do que alguns autores têm diagnosticado como a "nova economia psíquica" do nosso tempo. É isso que leva muita gente a ver neles verdadeiros mutantes, e a lamentar nostalgicamente que, na política, tenham desaparecido os verdadeiros líderes...
Mas seja ou não de mutantes que se trata, é preciso reconhecer que os "políticos de lata" estão em sintonia com muitas transformações do mundo contemporâneo, e que é por isso que eles suscitam inegáveis apoios e vivas controvérsias. Figuras maiores, bem ilustrativas deste fenómeno, são Sílvio Berlusconi ou Nicolas Sarkozy.
São sempre criaturas mitómanas, destituídas de superego e, portanto, de sentido de culpa ou de responsabilidade. Revelam uma contumaz incapacidade de lidar com a frustração, que é, como Freud bem ensinou, onde começam todas as patologias verdadeiramente graves.
Com eles, tudo se dissolve num narcisismo amoral, quase delinquente, que vive entre a alucinação de todos os possíveis e a rejeição de quaisquer limites. Eles estão pois muito em linha com o paradigma do ilimitado que tem anestesiado e minado o mundo nas últimas décadas.
A lata tornou-se, deste modo, num traço político muito frequente, que anima os mais variados, e lamentáveis, tipos de voluntarismo. Não admira pois que os políticos de lata se singularizem, não pela sua dedicação a causas ou a convicções, mas pelos intermináveis casos em que se envolvem e são envolvidos.
É também por isso que eles têm sempre que tentar voltar - foi assim com Berlusconi, é o que se tem visto com Sarkozy, chegou a vez de José Sócrates. Não resistem... e todos encenam, para disfarçar a sua doentia obsessão com o poder, umas travessias do deserto mais ou menos culturais... Berlusconi com a música, Sarkozy com a literatura e o teatro, Sócrates com a filosofia.
Mas o seu compulsivo "comeback" acaba sempre por se impor, porque ele é o tributo que eles têm que pagar à sua tão vazia como ilimitada mitomania. Com consequências, atenção, que já conduziram várias sociedades e diversos países às piores tragédias. Esperemos que não seja esse, desta vez, o caso - mas o aviso aqui fica!...
sexta-feira, março 29, 2013
Dez perguntas...para Sócrates responder.
O Correio da Manhã de hoje pega num método já experimentado em Itália, pelo la Repubblica em relação a Berlusconi: dez perguntas ao dito, para responder. Berlusconi nunca respondeu, a não ser por ataque ao jornal, um dos poucos que não controlava no país e que foi a viva voz da contestação à pouca-vergonha do exercício do poder por aquele.
Por cá é o Correio da Manhã que imitando o estilo lança igualmente dez perguntinhas para Sócrates responder.
Como se diz por ditado vindo do Brasil "perguntar não ofende, né?" Ou seja, a pergunta feita da boa fé nascida da dúvida que suscitam os comportamentos dos políticos, não têm que ofender, por uma simples razão: os visados podem sempre responder cabalmente, desfazendo o efeito ou intenção maldosa que supostamente atribuem a quem as faz. Portanto, perguntar não deve ofender mesmo qualquer político que se preze.
Quanto a mim, as perguntas pecam por demasiado retóricas e imprecisas suscitando respostas fáceis e A primeira deveria ser reformulada e passar a ser assim:
1. Porque nomeou Pinto Monteiro para PGR e quem lho indicou concretamente? Ligada a esta viria a seguinte: Conheceu Noronha Nascimento presidente do STJ e quando? Quantas vezes esteve com o mesmo em conversas públicas ou privadas? Sabendo que o filho do mesmo ingressou no SIS, no tempo em que era primeiro-ministro, soube disso e interferiu de alguma forma no processo?
A segunda pergunta ainda me parece mais desastrosa. Reformula-la-ia assim:
2. Tomou conhecimento do despacho do PGR sobre o caso Face Oculta em que esteve envolvido e em que se arquivou o expediente recebido pelos magistrados de Aveiro? Quando e quem lho enviou, concretamente? Antes ou depois de o mesmo ter sido enviado para o processo que estava no STJ, em "extensão procedimental"?
A terceira está mesmo a pedir um seco e rotundo não, sem interesse porque lhe falha a subtileza. Diria assim:
3. Sendo conhecido, pelo teor de escutas que mal ou bem foram divulgadas pelos media, e pelo que revelou o director deste jornal, que o senhor tentou intervir em órgãos de comunicação social que não lhe eram afectos politicamente, tal ocorreu até que ponto? E em seguida: é verdade que usou influências junto de entidades bancárias, como a CGD onde se encontrava o seu amigo A. Vara, para tal desiderato?
A quarta é simples mas carece de um intróito:
4. Sabendo que nomeou A. Vara e Bandeira, para administradores da CGD, os quais já foram apodados por Eduardo Catroga de indivíduos que "abandalharam" a instituição, não se sente responsável pelo descalabro nas contas do banco, particularmente nas imparidades resultantes de certas operações de crédito?
A quinta decorre da quarta, mas carece de maior precisão:
5. Não se sente responsável pelo que aconteceu a Joe Berardo, por exemplo, e a outros que causaram prejuízos de centenas de milhões de euros com operações bancárias efectuadas para tomar conta do BCP?
A sexta, "mais concreta e definida como outra coisa qualquer", pode ir mesmo assim porque é um murro no estômago da falta de vergonha.
A sétima igualmente, mas com um acrescento: o empréstimo que agora referiu na entrevista, "para estudar em Paris" foi efectuado quando? Confunde-se com o que a revista Flash noticiou em 21 de Março de 2011 e na qual dava conta de dois empréstimos que contraiu, para pagar no prazo de um ano: um em Maio de 2009 da importância de 30 150 euros e outro em Novembro do mesmo ano, da importância de 15 075 euros, totalizando 45 222 euros? E se não se confunde, como explica o pagamento das prestações que ascendem a mais de 4 500 euros por mês, se como primeiro-ministro ganhava pouco mais que isso? E porque pede um empréstimo desse género para pagamento num ano? Que garantias prestou à CGD para tal empréstimo e quem lho concedeu concretamente, com despacho e assinatura no processo?
A oitava não a faria. A mãe de Sócrates já deve sofrer demasiado com isto e a única culpa que tem é a de não ter dado ao filho umas valentes chapadas quando era criança, ensinando-o a não mentir.
A nona já foi em parte respondida na altura em que tal assunto se questionou publicamente: parte do dinheiro veio de um empréstimo bancário pago num prazo relativamente curto ( até 2010).
A décima é outra pergunta concreta e definida que tem que ser respondida, agora em tandem com o amigo Luís Ribeiro que é seu vizinho no condomínio.
É uma pergunta pertinente e interessante.
Por cá é o Correio da Manhã que imitando o estilo lança igualmente dez perguntinhas para Sócrates responder.
Como se diz por ditado vindo do Brasil "perguntar não ofende, né?" Ou seja, a pergunta feita da boa fé nascida da dúvida que suscitam os comportamentos dos políticos, não têm que ofender, por uma simples razão: os visados podem sempre responder cabalmente, desfazendo o efeito ou intenção maldosa que supostamente atribuem a quem as faz. Portanto, perguntar não deve ofender mesmo qualquer político que se preze.
Quanto a mim, as perguntas pecam por demasiado retóricas e imprecisas suscitando respostas fáceis e A primeira deveria ser reformulada e passar a ser assim:
1. Porque nomeou Pinto Monteiro para PGR e quem lho indicou concretamente? Ligada a esta viria a seguinte: Conheceu Noronha Nascimento presidente do STJ e quando? Quantas vezes esteve com o mesmo em conversas públicas ou privadas? Sabendo que o filho do mesmo ingressou no SIS, no tempo em que era primeiro-ministro, soube disso e interferiu de alguma forma no processo?
A segunda pergunta ainda me parece mais desastrosa. Reformula-la-ia assim:
2. Tomou conhecimento do despacho do PGR sobre o caso Face Oculta em que esteve envolvido e em que se arquivou o expediente recebido pelos magistrados de Aveiro? Quando e quem lho enviou, concretamente? Antes ou depois de o mesmo ter sido enviado para o processo que estava no STJ, em "extensão procedimental"?
A terceira está mesmo a pedir um seco e rotundo não, sem interesse porque lhe falha a subtileza. Diria assim:
3. Sendo conhecido, pelo teor de escutas que mal ou bem foram divulgadas pelos media, e pelo que revelou o director deste jornal, que o senhor tentou intervir em órgãos de comunicação social que não lhe eram afectos politicamente, tal ocorreu até que ponto? E em seguida: é verdade que usou influências junto de entidades bancárias, como a CGD onde se encontrava o seu amigo A. Vara, para tal desiderato?
A quarta é simples mas carece de um intróito:
4. Sabendo que nomeou A. Vara e Bandeira, para administradores da CGD, os quais já foram apodados por Eduardo Catroga de indivíduos que "abandalharam" a instituição, não se sente responsável pelo descalabro nas contas do banco, particularmente nas imparidades resultantes de certas operações de crédito?
A quinta decorre da quarta, mas carece de maior precisão:
5. Não se sente responsável pelo que aconteceu a Joe Berardo, por exemplo, e a outros que causaram prejuízos de centenas de milhões de euros com operações bancárias efectuadas para tomar conta do BCP?
A sexta, "mais concreta e definida como outra coisa qualquer", pode ir mesmo assim porque é um murro no estômago da falta de vergonha.
A sétima igualmente, mas com um acrescento: o empréstimo que agora referiu na entrevista, "para estudar em Paris" foi efectuado quando? Confunde-se com o que a revista Flash noticiou em 21 de Março de 2011 e na qual dava conta de dois empréstimos que contraiu, para pagar no prazo de um ano: um em Maio de 2009 da importância de 30 150 euros e outro em Novembro do mesmo ano, da importância de 15 075 euros, totalizando 45 222 euros? E se não se confunde, como explica o pagamento das prestações que ascendem a mais de 4 500 euros por mês, se como primeiro-ministro ganhava pouco mais que isso? E porque pede um empréstimo desse género para pagamento num ano? Que garantias prestou à CGD para tal empréstimo e quem lho concedeu concretamente, com despacho e assinatura no processo?
A oitava não a faria. A mãe de Sócrates já deve sofrer demasiado com isto e a única culpa que tem é a de não ter dado ao filho umas valentes chapadas quando era criança, ensinando-o a não mentir.
A nona já foi em parte respondida na altura em que tal assunto se questionou publicamente: parte do dinheiro veio de um empréstimo bancário pago num prazo relativamente curto ( até 2010).
A décima é outra pergunta concreta e definida que tem que ser respondida, agora em tandem com o amigo Luís Ribeiro que é seu vizinho no condomínio.
É uma pergunta pertinente e interessante.
Marianne-Mediapart- o jornalismo que não temos
A revista francesa Marianne, de esquerda civilizada e culta, daquela que aprecio, mostrou esta semana nas suas páginas as vicissitudes do caso chamado "branqueamento de fraude fiscal" que atingiu um governante do socialismo à Hollande que os socialistas de cá, pelos vistos, já nem querem ouvir falar.
O dito governante, dr. Cahuzac de nome e prefixo, médico e fiscalista prometido para o socialismo francês, foi apanhado com depósitos suspeitos na sua conta, alimentados por uma...farmacêutica. Sintomático, não é? As farmacêuticas transformadas em remédio para males de dinheiro de políticos...
Pois bem. o governante socialista não foi acusado de nada em concreto e comprovável, ainda. Mas já abandonou o posto.
O caso foi descoberto por um jornalista autêntico, um modelo para aqueles que não temos por cá e que atormentam políticos ao pequeno-almoço.
Edwy Plenel, mentor do sítio Mediapart, um outro modelo de jornalismo dos tempos que correm, electrónicos e de internet, tratou do assunto e escreve estas duas páginas na revista Marianne desta semana que deviam ser lidas nas escolas de jornalismo que tempos se por acaso os professores o fossem ou pudessem ser. Provavelmente nem conhecem a Marianne. Não têm tempo para isso...
O artigo aparece na sequência do editorial do Correio da Manhã de hoje e é para os sócrates deste país lerem, mais os patifes que os acolitam.
O dito governante, dr. Cahuzac de nome e prefixo, médico e fiscalista prometido para o socialismo francês, foi apanhado com depósitos suspeitos na sua conta, alimentados por uma...farmacêutica. Sintomático, não é? As farmacêuticas transformadas em remédio para males de dinheiro de políticos...
Pois bem. o governante socialista não foi acusado de nada em concreto e comprovável, ainda. Mas já abandonou o posto.
O caso foi descoberto por um jornalista autêntico, um modelo para aqueles que não temos por cá e que atormentam políticos ao pequeno-almoço.
Edwy Plenel, mentor do sítio Mediapart, um outro modelo de jornalismo dos tempos que correm, electrónicos e de internet, tratou do assunto e escreve estas duas páginas na revista Marianne desta semana que deviam ser lidas nas escolas de jornalismo que tempos se por acaso os professores o fossem ou pudessem ser. Provavelmente nem conhecem a Marianne. Não têm tempo para isso...
O artigo aparece na sequência do editorial do Correio da Manhã de hoje e é para os sócrates deste país lerem, mais os patifes que os acolitam.
A resposta do Correio da Manhã a Sócrates
As Páscoas têm-se revelado desastrosas para José Sócrates. Foi na Páscoa que saiu a notícia da "licenciatura" na Independente e de cuja vergonha não se deu por achado e é agora isto.
O Correio da Manhã de hoje redime-se da edição de ontem, com um editorial à altura do acontecimento que foi ataque descabelado que José Sócrates fez na entrevista à RTP.
Assim:
Para além disso, revela na primeira página que José Sócrates tem um Mercedes classe S em que "gastou" 95 mil euros. Isso após sair do governo, o que dá relevo à notícia porque nessa altura ainda não "trabalhava" como agora diz que trabalha ( pelos vistos a assessorar de vez em quando uma firma farmacêutica internacional e que durante o seu governo beneficiou de contratos com o Estado).
Ora tal facto reveste interesse noticioso porque se junta ao outro de ter ido para Paris "estudar". Sabe-se agora que será um "mestrado" em Ciência Política, algo que já teria designado como "filosofia política" mas que continua sem se saber que currículo exige, que disciplinas contém, que duração terá e que professores o ministram. Será um mestrado relvado em que a "experiência" política é que conta? Talvez António Caldeira, a principal nemesis daquele, no caso da licenciatura e com o rigor habitual que colocou na investigação que efectuou, digna da melhor que qualquer poder judiciário poderia e deveria ter feito, nos esclareça oportunamente.
Estes factos que vão sendo descobertos e publicados remetem para a falta de transparência da vida de José Sócrates, vida pública enquanto o tem sido, claro está. O pormenor de ter alugado um carrito modesto para chegar à RTP é revelador do cuidado na apresentação deste indivíduo de "esquerda" que combate a "direita" que só nos tem conduzido à desgraça com a austeridade e que por isso é preciso acabar com ela, como ele mesmo exemplifica.
O mentor-mor da politiquice partidária, Mário Soares tira-lhe o chapéu, hoje, na capa do Expresso. Acha que o regresso de Sócrates foi "excelente". Sem dúvida, como a RTP1 ( 360 º) ontem o demonstrou e o jornal i de hoje realça com factos, coisa que aquele Soares abomina quando não lhe agradam. Soares, nesse aspecto é um émulo de Reagan que dizia ( em 1988 num discurso na convenção Republicana) que "os factos são uma coisa estúpida".
Então tomem lá os factos, essa coisa estúpida que o Mentiroso narrou, para contrariar argumentos:
Outra coisa ainda: um dos factos que agora é repescado, refere-se às "escutas de Belém", uma intriga que a entourage de José Sócrates explorou até à medula da propaganda eleitoral e que agora repenicam novamente como arma de arremesso ao presidente da República.
Escreve o CM que Paulo Ferreira o jornalista que "tem esses conhecimentos de economia" trocou o Público, onde era subdirector, pela RTP, como editor de economia, escassos três meses depois de o diário noticiar que a presidência da República suspeitava que estaria a ser alvo de escutas por parte do governo de Sócrates. Esta notícia do Público- plantada por quem e para quem?- terá sido encomendada, evidentemente, tornando-se o assunto uma intriga em que procuram virar o bico ao prego. As suspeitas são mais que muitas, tanto mais que Paulo Ferreira não é jornalista que se destaque e mostrou-o mais uma vez na entrevista. Acresce que o caso das tais escutas putativas que não passaram de uma mera suspeita que alguém da presidência aventou em função da ocorrência de factos estranhos, dezassete meses antes de serem reveladas pelo Público e eventualmente por esse mesmo Paulo Ferreira- que o desminta porque é necessário que o faça...- foram uma cortina de fundo numa altura em se desenrolava o acto principal que as escutas do Face Oculta revelam muito bem: a tentativa de subverter o Estado de Direito através da manipulação de órgãos de informação, entre os quais o Correio da Manhã, como Octávio Ribeiro revelou recentemente.
Este facto torna obsceno que o patife Junqueiro ande a vilipendiar quem não deveria, antes de esclarecer isto.
O Correio da Manhã de hoje redime-se da edição de ontem, com um editorial à altura do acontecimento que foi ataque descabelado que José Sócrates fez na entrevista à RTP.
Assim:
Para além disso, revela na primeira página que José Sócrates tem um Mercedes classe S em que "gastou" 95 mil euros. Isso após sair do governo, o que dá relevo à notícia porque nessa altura ainda não "trabalhava" como agora diz que trabalha ( pelos vistos a assessorar de vez em quando uma firma farmacêutica internacional e que durante o seu governo beneficiou de contratos com o Estado).
Ora tal facto reveste interesse noticioso porque se junta ao outro de ter ido para Paris "estudar". Sabe-se agora que será um "mestrado" em Ciência Política, algo que já teria designado como "filosofia política" mas que continua sem se saber que currículo exige, que disciplinas contém, que duração terá e que professores o ministram. Será um mestrado relvado em que a "experiência" política é que conta? Talvez António Caldeira, a principal nemesis daquele, no caso da licenciatura e com o rigor habitual que colocou na investigação que efectuou, digna da melhor que qualquer poder judiciário poderia e deveria ter feito, nos esclareça oportunamente.
Estes factos que vão sendo descobertos e publicados remetem para a falta de transparência da vida de José Sócrates, vida pública enquanto o tem sido, claro está. O pormenor de ter alugado um carrito modesto para chegar à RTP é revelador do cuidado na apresentação deste indivíduo de "esquerda" que combate a "direita" que só nos tem conduzido à desgraça com a austeridade e que por isso é preciso acabar com ela, como ele mesmo exemplifica.
O mentor-mor da politiquice partidária, Mário Soares tira-lhe o chapéu, hoje, na capa do Expresso. Acha que o regresso de Sócrates foi "excelente". Sem dúvida, como a RTP1 ( 360 º) ontem o demonstrou e o jornal i de hoje realça com factos, coisa que aquele Soares abomina quando não lhe agradam. Soares, nesse aspecto é um émulo de Reagan que dizia ( em 1988 num discurso na convenção Republicana) que "os factos são uma coisa estúpida".
Então tomem lá os factos, essa coisa estúpida que o Mentiroso narrou, para contrariar argumentos:
Outra coisa ainda: um dos factos que agora é repescado, refere-se às "escutas de Belém", uma intriga que a entourage de José Sócrates explorou até à medula da propaganda eleitoral e que agora repenicam novamente como arma de arremesso ao presidente da República.
Escreve o CM que Paulo Ferreira o jornalista que "tem esses conhecimentos de economia" trocou o Público, onde era subdirector, pela RTP, como editor de economia, escassos três meses depois de o diário noticiar que a presidência da República suspeitava que estaria a ser alvo de escutas por parte do governo de Sócrates. Esta notícia do Público- plantada por quem e para quem?- terá sido encomendada, evidentemente, tornando-se o assunto uma intriga em que procuram virar o bico ao prego. As suspeitas são mais que muitas, tanto mais que Paulo Ferreira não é jornalista que se destaque e mostrou-o mais uma vez na entrevista. Acresce que o caso das tais escutas putativas que não passaram de uma mera suspeita que alguém da presidência aventou em função da ocorrência de factos estranhos, dezassete meses antes de serem reveladas pelo Público e eventualmente por esse mesmo Paulo Ferreira- que o desminta porque é necessário que o faça...- foram uma cortina de fundo numa altura em se desenrolava o acto principal que as escutas do Face Oculta revelam muito bem: a tentativa de subverter o Estado de Direito através da manipulação de órgãos de informação, entre os quais o Correio da Manhã, como Octávio Ribeiro revelou recentemente.
Este facto torna obsceno que o patife Junqueiro ande a vilipendiar quem não deveria, antes de esclarecer isto.
quinta-feira, março 28, 2013
Todo o homem tem o seu preço?
Estas duas páginas publicadas no jornal i de hoje, com uma entrevista a Joaquim Vieira, biógrafo de Mário Soares, são o requisitório mais grave e contundente que Mário Soares já viu escrito alguma vez, tirando o caso particular de Rui Mateus e o seu livro "Memórias de um PS desconhecido", aliás aqui também citado.
De caminho, o antigo procurador-geral da República, Cunha Rodrigues, é apontado como suspeito de ter denegado justiça no caso do fax de Macau, por razões que a razão jurídica desconhece. É a primeira vez que leio uma coisa destas dita por uma pessoa que investigou e isto é tão grave que Cunha Rodrigues tem que ser questionado sobre o assunto.
Joaquim Vieira aparentemente não se lobotomizou, apenas se adaptou para escrever a biografia. Esta entrevista devia vir em posfácio.
É ler, clicando duas vezes ( a primeira para abrir outra janela e a segunda para ampliar)
De caminho, o antigo procurador-geral da República, Cunha Rodrigues, é apontado como suspeito de ter denegado justiça no caso do fax de Macau, por razões que a razão jurídica desconhece. É a primeira vez que leio uma coisa destas dita por uma pessoa que investigou e isto é tão grave que Cunha Rodrigues tem que ser questionado sobre o assunto.
Joaquim Vieira aparentemente não se lobotomizou, apenas se adaptou para escrever a biografia. Esta entrevista devia vir em posfácio.
É ler, clicando duas vezes ( a primeira para abrir outra janela e a segunda para ampliar)
O Mentiroso voltou
A RTP1 acabou de demonstrar com números que José Sócrates mentiu ontem na entrevista. Mentiu compulsivamente, sem vergonha e do modo a que habituou os portugueses. As mentiras são de tal modo graves que resta uma conclusão: este indivíduo está mal de juízo.
Sobre as PPP´s rodoviárias, matéria que Sócrates abordou na entrevista, as aldrabices foram o prato forte, perante a apatia completa dos entrevistadores. Ver aqui, uma desmontagem.
Sobre as PPP´s rodoviárias, matéria que Sócrates abordou na entrevista, as aldrabices foram o prato forte, perante a apatia completa dos entrevistadores. Ver aqui, uma desmontagem.
A corrupção e os exemplos
Este professor, Xavier Pintado, escreve no jornal Sol de hoje este pequeno artigo sobre a corrupção. Diz a dado ponto que "um estudo recente do Banco Mundial mostra que existe uma relação estreita entre o grau de corrupção de um país e o seu desenvolvimento económico e social, sendo um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento de um país."
Evidentemente se isto é assim, Portugal é um país de corruptos, na Europa, porque somos o menos desenvolvido e o mais pobre.
E no entanto, certas figuras da magistratura de topo ( Pinto Monteiro e Cândida de Almeida) acham que não, acompanhando nessa análise fina da sociedade portuguesa, figuras ímpares como José Miguel Júdice ( já anda a comentar nas tv´s...) e outros indivíduos que nunca viram tal bicho careta à sua frente.
Seria bom, ou melhor, seria óptimo porque este é inimigo daquele, que os professores como este explicassem às pessoas comuns o que entendem por corrupção.
Por exemplo: dar a certas firmas de advogados, como a de Júdice, o privilégio de parecerística avulsa e paga a peso de ouro, será ou não um acto de corrupção lato sensu ( tinha escrito latu senso,mas corrigi o erro), ou seja, um acto que altera a substância, o julgamento, a linguagem, etc. ( como escreve hoje Edwy Plenel, na Marianne)?
E outros casos semelhantes como sejam os de atribuir concessões rendosas a certas empresas privadas por ajuste directo e sem justificação plausível, será ou não? E? E?
Era sobre este elenco alargado que gostaria de ver os professores deste país, como Xavier Pintado, a pronunciarem-se...porque assim, apenas com artigos genéricos, fica apenas a mancha impressa.
Evidentemente se isto é assim, Portugal é um país de corruptos, na Europa, porque somos o menos desenvolvido e o mais pobre.
E no entanto, certas figuras da magistratura de topo ( Pinto Monteiro e Cândida de Almeida) acham que não, acompanhando nessa análise fina da sociedade portuguesa, figuras ímpares como José Miguel Júdice ( já anda a comentar nas tv´s...) e outros indivíduos que nunca viram tal bicho careta à sua frente.
Seria bom, ou melhor, seria óptimo porque este é inimigo daquele, que os professores como este explicassem às pessoas comuns o que entendem por corrupção.
Por exemplo: dar a certas firmas de advogados, como a de Júdice, o privilégio de parecerística avulsa e paga a peso de ouro, será ou não um acto de corrupção lato sensu ( tinha escrito latu senso,mas corrigi o erro), ou seja, um acto que altera a substância, o julgamento, a linguagem, etc. ( como escreve hoje Edwy Plenel, na Marianne)?
E outros casos semelhantes como sejam os de atribuir concessões rendosas a certas empresas privadas por ajuste directo e sem justificação plausível, será ou não? E? E?
Era sobre este elenco alargado que gostaria de ver os professores deste país, como Xavier Pintado, a pronunciarem-se...porque assim, apenas com artigos genéricos, fica apenas a mancha impressa.
José Sócrates e o Correio da Manhã
José Sócrates apelidou de "lixo" o jornalismo do Correio da Manhã. Espero uma resposta à altura...
Afinal a resposta é esta, publicada na edição de hoje no Correio da Manhã. Pífia, medrosa, sem rasgo. É pena porque o que José Sócrates disse na RTP contra o jornal é grave e devia suscitar um editorial com outra profundidade e dimensão. Não tem e nem sequer Octávio Ribeiro escreve o que quer que seja. Pena.
Por outro lado, o Correio da Manhã descobriu a resposta para a única pergunta que deveria ter sido feita a José Sócrates: onde comprou o fato? Na notícia sobre o que ontem se passou o jornal escreve o que mais nenhum outro se atreve, porque têm medo.
"No Braamcafé, há muito que José Sócrates não era visto. Mas ontem, dia marcado para o seu regresso à vida mediática, o número 40C da rua Braamcamp esteve mais agitado. Passava pouco das 14h00 quando uma carrinha da alfaiataria Rosa & Teixeira entregou dois fatos na portaria do prédio. Pouco depois, um Mercedes com vidros fumados saiu da garagem com o motorista do ex-primeiro-ministro, segundo garantiram vizinhos. Apesar do luxo da garagem do edifício Heron Castilho, foi num Golf Sócrates abandonou o apartamento."
Portanto, via CM ficamos a saber que Sócrates terá comprado o fato na Rosa & Teixeira, alfaiataria quase em frente à casa e que num caso destes deve ter cobrado bem. Mil euros cada fato, no mínimo...
Estas pequenas coisas em personagens como Sócrates têm a sua importância porque é com estes pormenores que se percebe uma personalidade cujas características são medonhas. Neste sentido: a mentira como modo de expressão, por ocultação, dissimulação ou mera negação é algo que assusta em personagem que não tem qualquer pejo em usar esse modo de se livrar de responsabilidades éticas, cívicas, políticas ou mesmo criminais. É um narcisismo incrível o que dali ressuma.
A patologia que daí se evidencia é assustadora porque a maioria das pessoas não entende essa personalidade desse modo e aceita a expressão pelo valor facial, literalmente: o que Sócrates diz é sagrado para muito boa gente que não coloca em dúvida qualquer uma das suas afirmações e mesmo quando se detecta uma mentira flagrante e evidente ( ontem referiu um almoço com Teixeira dos Santos onde se disseram coisas que este já tinha desmentido e tal foi referido pelo director do Expresso, Ricardo Costa, no comentário que fez a seguir na Sic-Notícias) a facilidade com que se desvaloriza e minimiza a importância da discrepância é aflitiva nos media nacionais.
José Sócrates assemelha-se a um robot que aprendeu os truques da politiquice mais rasca e os usa sem qualquer pejo e o modo de pensar que ontem revelou, sem qualquer novidade ou aceitação expressa ou tácita de responsabilidades, mostra que estamos perante um personagem muito perigoso para todos, se voltar ao poder.
José Sócrates, para mim, é um indivíduo doente. Isso mesmo.
Afinal a resposta é esta, publicada na edição de hoje no Correio da Manhã. Pífia, medrosa, sem rasgo. É pena porque o que José Sócrates disse na RTP contra o jornal é grave e devia suscitar um editorial com outra profundidade e dimensão. Não tem e nem sequer Octávio Ribeiro escreve o que quer que seja. Pena.
Por outro lado, o Correio da Manhã descobriu a resposta para a única pergunta que deveria ter sido feita a José Sócrates: onde comprou o fato? Na notícia sobre o que ontem se passou o jornal escreve o que mais nenhum outro se atreve, porque têm medo.
"No Braamcafé, há muito que José Sócrates não era visto. Mas ontem, dia marcado para o seu regresso à vida mediática, o número 40C da rua Braamcamp esteve mais agitado. Passava pouco das 14h00 quando uma carrinha da alfaiataria Rosa & Teixeira entregou dois fatos na portaria do prédio. Pouco depois, um Mercedes com vidros fumados saiu da garagem com o motorista do ex-primeiro-ministro, segundo garantiram vizinhos. Apesar do luxo da garagem do edifício Heron Castilho, foi num Golf Sócrates abandonou o apartamento."
Portanto, via CM ficamos a saber que Sócrates terá comprado o fato na Rosa & Teixeira, alfaiataria quase em frente à casa e que num caso destes deve ter cobrado bem. Mil euros cada fato, no mínimo...
Estas pequenas coisas em personagens como Sócrates têm a sua importância porque é com estes pormenores que se percebe uma personalidade cujas características são medonhas. Neste sentido: a mentira como modo de expressão, por ocultação, dissimulação ou mera negação é algo que assusta em personagem que não tem qualquer pejo em usar esse modo de se livrar de responsabilidades éticas, cívicas, políticas ou mesmo criminais. É um narcisismo incrível o que dali ressuma.
A patologia que daí se evidencia é assustadora porque a maioria das pessoas não entende essa personalidade desse modo e aceita a expressão pelo valor facial, literalmente: o que Sócrates diz é sagrado para muito boa gente que não coloca em dúvida qualquer uma das suas afirmações e mesmo quando se detecta uma mentira flagrante e evidente ( ontem referiu um almoço com Teixeira dos Santos onde se disseram coisas que este já tinha desmentido e tal foi referido pelo director do Expresso, Ricardo Costa, no comentário que fez a seguir na Sic-Notícias) a facilidade com que se desvaloriza e minimiza a importância da discrepância é aflitiva nos media nacionais.
José Sócrates assemelha-se a um robot que aprendeu os truques da politiquice mais rasca e os usa sem qualquer pejo e o modo de pensar que ontem revelou, sem qualquer novidade ou aceitação expressa ou tácita de responsabilidades, mostra que estamos perante um personagem muito perigoso para todos, se voltar ao poder.
José Sócrates, para mim, é um indivíduo doente. Isso mesmo.
quarta-feira, março 27, 2013
José Sócrates - a entrevista alternativa ao narrador
José Sócrates, ex-primeiro-ministro regressa à televisão, e logo o canal público, por frete dos responsáveis. Aparece de fatiota azul escuro, gravatinha azul bebé e ar de inocência , passados dois anos a estudar supostamente algo que não se sabe bem o que seja. A última versão apontava para um cursilho de ciência política, na Sciences Po, em Paris.
A primeira perguntinha que lhe colocaria seria esta, muito simples e singela:
Snr. José Sócrates, onde arranjou esse fato? De que marca é? Comprou-o onde, exactamente?
A primeira pergunta afinal e outra:
Porque é que José Sócrates regressa, passados dois anos?
Diz Sócrates que "há um tempo para tudo"....citando o Eclesiastes e agora chegou o seu tempo de intervenção, "para tomar a palavra" .
E vai tomar a palavra para quê? ( esta pergunta é minha porque os entrevistadores, dois inenarráveis, não a fazem. Ora, responde Sócrates, porque "chegou a hora de dar a minha versão ". Uma versão....
Sócrates diz que "não tenho planos para regressar á vida política". Só quer participar no "debate político". Acha que o que tem ouvido é fruto do "pensamento único" e de uma narrativa única que Sócrates agora quer responder, aproveitando o contraditório.
Sócrates diz agora que não tem qualquer intenção de intervir politicamente e não quer ser presidente da República ou mesmo chefe do partido....
Sócrates só quer contrariar a narrativa e afirmar a sua versão. Vai ter muito que explicar...se alguém lho perguntar mas não são estes dois inenarráveis que ali estão.
Sócrates acha que quatro ex-líderes do PSD têm programa na tv. E portanto, Sócrates acha que tem o mesmo direito. Ter, tem. O que não tem é vergonha alguma.
E anuncia uma "má notícia" apodando os críticos que o querem impedir de dar a sua opinião...é altura para lhe perguntar ( o que os dois inenarráveis não fazem): e só agora é que tem a oportunidade? Alguém lha coarctou antes? Os inenarráveis não fazem perguntas. Dizem apenas as deixas...
Passa agora para o PS e esta direcção que tem um legado a defender...
Sócrates, sobre isto, "entende muito bem a posição do PS". "O PS procurou concentrar-se nas respostas a serem dadas aos problemas do portugueses" ...mas esta atitude que "é nobre" , deixou aos adversários políticos a "narrativa" ( já utilizou esta palavra mais de meia dúzia de vezes).
O entrevistador aponta-lhe o facto de Morais Sarmento ter dito que Sócrates não ter vergonha. Sócrates fica indignado putativamente fazendo uma carinha de peninha e diz que a "direita" é assim...
Repare-se bem: Sócrates a posicionar-se á esquerda...ahahahahahahah"! Perguntem-lhe agora quanto gasta em Paris, quem lhe comprou o fato. Perguntem-lhe agora como ganha a vida... é o perguntas.
Sócrates explica agora a a sua "contratação" pela RTP dizendo que é "pro bono"....ahahahhaah! Este tipo tem uma desfaçatez incrível! E os entrevistadores, respeitadores, veneradores e obrigados ao triste papel que estão a fazer, confirmam...
Sócrates não aceita pedir desculpa aos portugueses porque a "narrativa" que tem sido contada aos portugueses não é verdadeira e é por isso que Sócrates aqui está: para esclarecer a "narrativa".
O que tem sido dito da crise tem sido um "embuste" e Sócrates está aqui para explicar o "embuste". Sócrates, o mentiroso a explicar o embuste putativo.
Paulo Ferreira lá lhe aponta, muito a medo, as "causas internas" para a crise...mas Sócrates não se descose: "tínhamos um défice educativo muito forte e passei a minha governação a tentar resolver esse prolblema".
E tem mais: o investimento estrangeiro que atraiu ( IKEA, Embraer, etc) foi o seu resultado agora apontado para contrariar a "narrativa".
Sobre a crise ainda não explicou uma única vez e de maneira compreensível o que se passou. Continua o mesmo aldrabão e mentiroso.
"Foi a crise que levou à dívida e ao défice e não o contrário", diz. E começou em 2007 com o "comportamento ganancioso dos mercados".
"Eu assumo todas as responsabilidades da minha governação"....mas " não aquelas que me querem imputar". Ahahahah! Este gajo é demais.
O que nos levou à crise foi o "chumbo do PEC IV" !!!!!! Ahahahaha! Isto é incrível e os entrevistadores nada. Nada de nada. Incrível ainda mais. Esta canalha até incomoda.
Até agora Sócrates disse o que quis, como quis e sem qualquer contraditório ou pergunta pertinente para esclarecer. Estes entrevistadores são apaniguados de quem?
"O PSD não quis aprovar o PEC IV!... e foi isso, o problema nacional nasceu aí.Sócrates acha que a "narrativa" ( já utilizou a palavra mais outra meia dúzia de vezes) que tem sido apresentada não é a verdadeira e é por isso que passados dois anos vem agora esclarecer e repôr a verdade. Contra a "direita"...
Sócrates discorda agora do encafuado Paulo Ferreira que está incomodado em contraria sua excelência, sobre o assunto do PEC IV.
Diz que tinha uma solução em Bruxelas e que foi chumbada aqui.
E agora, sobre Cavaco dizer que houve uma deslealdade, Sócrates assume a gravitas em relação ao Snr presidente da República que lhe fez a acusação. Quer começar por dizer que acha extraordinária essa atitude. Faz-lhe um ataque por escrito um ano depois de sair e "isso diz muito da atitude do Snr presidente da República" E não reconhece ao presidente nenhuma autoridade moral para lhe dar lições e traz agora à colação o caso das escutas de Belém. Caso que Paulo Ferreira conhece demasia do bem...ahahahah! ( mas não foi Sócrates quem o disse...).
E diz mais: cita um assessor do presidente da República que terá sido o responsável pelo caso. E que o presidente não o castigou. É preciso ter lata, este Sócrates: está ali, perante um Paulo Ferreira que teve conhecimento deste caso, foi protagonista e tem o despudor de vir com o caso para a praça pública num assunto destes. E este tipo não se lembra do Face OCulta? Do BPN? Do BCP? Do Almeira Ribeiro?
Este tipo é um mentiroso do pior. E o Paulo Ferreira, sobre isto? Moita carrasco. Nem uma palavra. Este tipo não deve ser corrido da RTP, depois disto, deste ataque despudorado e imoral?
Que país é este em que um tipo destes tem antena aberta na RTP para dizer isto que acabou de dizer e que é um ataque descabelado ao presidente da República, por quem não tem o mínimo respeito, depois do que lhe fez?
E continua a malhar no presidente da República, a atacar por agora "não fazer nada". E vê nisso uma razão evidente: "o presidente da República esteve na origem desta solução política". O poltrão Ferreira acresenta em coda e em deixa se Sócrates acha que o presidente da República tem algo a ver com esta solução política, para ouvir a resposta que esperava ouvir, repetida, aliás. Vergonha de entrevistador, indigno.
"Eu sempre me opus ao pedido de ajuda internacional", diz Sócrates. Dizem-lhe que o ministro das Finanças e coisa e tal que Sócrates explica que foi uma pequena intriga. Nada de especial. O Teixeira a esta hora está a rir ou a chorar. De vergonha.
Dos entrevistadores, sobre isto nada mais.Nada que esclareça o que ocorreu com factos dados e números. O Ferreira, esse, está mudo e calado desde o caso das "escutas de Belém" . Ainda deve estar abalado.
Em resumo: nestes dois anos de estudos, Sócrates nada esqueceu e nada aprendeu.
O discurso continua o mesmo. A obstinação é igual, a explicação da crise a mesmíssima. É incrível. O que é que este tipo vem fazer para a RTP? O que vem afinal dizer aos espectadores? Isto? Já o disse sempre...
Os entrevistadores falam-lhe agora da conversa que teve com Mário Soares. Começou a negar e quando lhe dizem que foi o próprio Soares que a referiu lá admitiu que não tinha sido conversa importante e que não interessou para nada....tudo para manter a sua "narrativa" ( agora é a minha vez) . Este tipo é mesmo incrível.
Estes dois anos nada ensinaram a Sócrates. Desde o início que a sua "narrativa" é a mesma: contrariar a "narrativa" da oposição, com explicações da sua narrativa de sempre.
E há outro embuste, diz Sócrates: o de dizerem, o governo actual, por suposto, que estão apenas a aplicar o memorando da troika. Sócrates diz que este governo já ultrapassou em muito o que estava no memorando. Sócrates acha que isto não devia ser assim. Resta saber o que seria se tivesse continuado. Porventura estaríamos como o Chipre...
Sócrates continua a explicar o que não sabe, o que não consegue explicar e o que aparentemente não compreende. Julgava que este tipo tinha aprendido alguma coisa com o tempo. Nada de nada aprendeu. Este tipo estiolou em Paris.A Filosofia que não aprendeu e a ciência política que não frequentou aranjaram.lhe um "front loading" de argumentos que são os mesmos de sempre que sempre utilizou.
É tempo de o desmascararem, mas com outros perguntadores porque estes são demasiado inábeis e ineptos.
Agora vem defender o "parar com a austeridade". E como?, perguntam-lhe... e até lhe fazem notar que "estamos num diálogo", como se a entrevista o fosse verdadeiramente e não o que tem sido, um monólogo e um diálogo socrático...ahahahah!
Sócrates apresenta a sua receita para sairmos da crise: nao podemos continuar com a austeridade. É essa a receita.
Seria altura para lhe perguntarem-lhe outra vez: onde comprou a fatiota e a gravatinha?
E ficamos portanto nas medidas de Sócrates para resolver a crise: parar com a austeridade.
Ao apresentarem-lhe a "narrativa" da dívida pública entre 2005 e 2008 explica que subiu cinco pontos e depois 22 pontos até 2010. E depois de 2008, altura da "crise internacional", então é que foi o problema...mas agora em 2012 subiu trinta! E Sócrates fica assim na sua "narrativa" que contradiz a dos adversários.E atribui essa subida a erros do actual governo que insistiu na austeridade. Então, esse fatinho e gravatinha, onde foram comprados? Era agora que lho deviam perguntar mas isso são minudências para os paulos ferreiras do jornalismo nacional.
Perguntam-lhe se o aumento dos funcionários públicos em 2009 foi um erro..."sabe, isso é muito fácil dizer isso agora". Sócrates explica que o aumento foi decidido em Setembro de 2008 e perante os aumentos que se verificavam, decidiu aumentar os funcionários públicos. Esqueceu-se de dizer e os entrevistadores não lho dizem que em 2009 havia eleições ( diz agora o Paulo Ferreira o que deixa Sócrates abespinhado). Sócrates diz que não que não e que não.Pois não...
Paulo Ferreira aponta-lhe agora os números da economia comparada europeia para realçar que em Portugal foi pior. Mas Sócrates não desarma com o Paulo Ferreira "que tem esses conhecimentos de economia". explicando que "houve um aumento á protecção social das famílias". Hummm....que grande aldrabão.
Paulo Ferreira pergunta-lhe directamente se a política do mesmo foi uma política despesista e que depois descobrimos que não a deveríamos ter feito. Sócrates diz que não. Que não e contesta a legitimidade da pergunta.
"Não reconheço que tive uma política despesista" diz. É incrível. É simplesmente incrível.
E agora vai falar nas PPP´s. "Vai aí uma história muito mal contada" diz. "Vou-lhe dar três números sobre as PPPs".
"Existem 22 PPP rodoviária, e quantas é que eu lancei? "Oito, dizem os entrevistadores em simultâneo.
A primeira ideia é que não foi o pai das PPP rodoviárias. Os encargos futuros, líquidos, para Sócrates que recebeu em 2005, 23 mil milhões de euros, mais 19 mil milhões de euros. E os encargos que deixou, diz Sócrates que foram menores que esses. Falam-lhe nas renegociações. Explica que os encargos eram de 10 mil milhões e as que deixou foram de 4 mil milhões.
Portanto, a ideia base é que Sócrates deixou menos encargos futuros do que os que herdou...
"Porque é que a nossa dív ida sobe ?", pergunta Sócrates. "Por causa da descida das receitas fiscais" e não tanto por causa da queda da despesa.
Agora a factura do BPN. A nacionalização terá sido uma boa decisão? Perguntam-lhe...e a resposta é a de sempre: na altura, o risco sistémico e coisa e tal...ninguém lhe diz que o risco sistémico era nulo segundo alguns economistas e foi assim como gato por cima de brasas que se tratou o caso BPN. So isto e nada mais.
E se o Constitucional chumbar as normas do Orçamento? Ai isso é preciso ver e coisa e tal.
A Sócrates insiste no recado ao governo: acabar com a austeridade. É a sua receita e vai de encontro ao que o BE diz.
Cita agora uma frase da Divina Comédia de Dante sobre o que este governo está a fazer: "Vós que entrais, abandonai toda a esperança!", para realçar que este governo não tem objectivo a não ser um discurso de punição.
Agora explica que está num curso em Paris, num mestrado sobre Ciência Política que dantes se chamava filosofia política. Vai agora falar da vida privada...vamos ver o que sai daqui.
"Ao longo destes dois anos reparei que na imprensa portuguesa, melhor um jornal, o Correio da Manhã fez uma campanha."
Com várias mentiras ( sobre o vida de luxo, etc) e a insinuar sobre " quem está a pagar "?
"Nunca tive nenhuma poupança e nenhuma conta a prazo. A primeira coisa que fiz foi pedir ao meu banco um empréstimo para ir viver em Paris ". Não ocorre a nenhum dos presentes perguntar uma coisa simples: quem paga o empréstimo e com que juros lho concederam? Terá período de carência?
E continua a catilinária: "Esse jornal fez uma campanha perfeitamente ignóbil, insinuando...essa imprensa vive muito de uma certa impunidade que o mundo da justiça permite e coisa e tal."
"Esse tipo de campanha também existe no estrangeiro mas lá fora é tratado de outra maneira".
E corrige o Correio da Manhã "entregue à sua ignomínia", dizendo que a RTP não convidou Dias Loureio e afinal o jornal nem corrigiu essa falsa informação. Paulo Ferreira, presente acenou com a cabeça...
Portanto, acabada a entrevista, vamos ao balanço:
Começando pelo fim e que foi a correr como cão por vinha vindimada, o que envergonha este tipo de entrevistadores comprometidos com algo inexplicável:
Só José Sócrates é responsável pelas insinuações do Correio da Manhão que lhe perguntou como vivia em Paris sem rendimentos conhecidos e sem empréstimos declarados...e o que o jornal escreveu, a meu ver e no meu modesto entender é perfeitamente legítimo e não releva de qualquer falsidade. Se bem me lembro, o jornal relatou que Sócrates vivia num apartamento de um bairro de luxo, o Quarter Latin e mostrou o prédio indagando das rendas habituais. As propinas na Sciences Po são caras. Sócrates tem um filho com ele a estudar em Paris. Foi notícia que pagou uma refeição a várias pessoas que nem amigas eram, numa ocasião e num restaurante de luxo. Comprou um carrito, um Mini que custa, em França cerca de 20 mil euros, pelo menos. Comprou-o com o empréstimo?
José Sócrates achará que estes assuntos para alguém que foi ex-primeiro-ministro não têm importância alguma e que são ignóbeis? Pois acha muito mal porque a democracia nos tais outros países já lhe tinha mostrado que a Justiça funcionaria efectivamente de outra forma.
Negar à imprensa o direito de informar sobre este assunto é negar a democracia e é outro atentado à mesma.
Quanto ao resto:
Sócrates continua o mesmo de sempre, não reconheceu qualquer erro, qualquer decisão menos acertada e nada tem a dizer ao país porque a solução que apresentou foi apenas uma: menos austeridade. Como? Não explicou porque evidentemente não sabe.
O que se passará a seguir no programa de comentário será mais do mesmo e sem qualquer novidade. Sócrates está acabado politicamente e pareceu-me ausente da modernidade, apesar de andar por Paris.
De resto, a única pergunta que lhe teria feito era esta:
Onde comprou esse fato?
E talvez outra: a sua família nunca o ajudou economicamente? Segundo Sócrates não, o que contraria a "narrativa" dos Lellos e companhia. Ahahaha. Esta gente nem inventada.
A primeira perguntinha que lhe colocaria seria esta, muito simples e singela:
Snr. José Sócrates, onde arranjou esse fato? De que marca é? Comprou-o onde, exactamente?
A primeira pergunta afinal e outra:
Porque é que José Sócrates regressa, passados dois anos?
Diz Sócrates que "há um tempo para tudo"....citando o Eclesiastes e agora chegou o seu tempo de intervenção, "para tomar a palavra" .
E vai tomar a palavra para quê? ( esta pergunta é minha porque os entrevistadores, dois inenarráveis, não a fazem. Ora, responde Sócrates, porque "chegou a hora de dar a minha versão ". Uma versão....
Sócrates diz que "não tenho planos para regressar á vida política". Só quer participar no "debate político". Acha que o que tem ouvido é fruto do "pensamento único" e de uma narrativa única que Sócrates agora quer responder, aproveitando o contraditório.
Sócrates diz agora que não tem qualquer intenção de intervir politicamente e não quer ser presidente da República ou mesmo chefe do partido....
Sócrates só quer contrariar a narrativa e afirmar a sua versão. Vai ter muito que explicar...se alguém lho perguntar mas não são estes dois inenarráveis que ali estão.
Sócrates acha que quatro ex-líderes do PSD têm programa na tv. E portanto, Sócrates acha que tem o mesmo direito. Ter, tem. O que não tem é vergonha alguma.
E anuncia uma "má notícia" apodando os críticos que o querem impedir de dar a sua opinião...é altura para lhe perguntar ( o que os dois inenarráveis não fazem): e só agora é que tem a oportunidade? Alguém lha coarctou antes? Os inenarráveis não fazem perguntas. Dizem apenas as deixas...
Passa agora para o PS e esta direcção que tem um legado a defender...
Sócrates, sobre isto, "entende muito bem a posição do PS". "O PS procurou concentrar-se nas respostas a serem dadas aos problemas do portugueses" ...mas esta atitude que "é nobre" , deixou aos adversários políticos a "narrativa" ( já utilizou esta palavra mais de meia dúzia de vezes).
O entrevistador aponta-lhe o facto de Morais Sarmento ter dito que Sócrates não ter vergonha. Sócrates fica indignado putativamente fazendo uma carinha de peninha e diz que a "direita" é assim...
Repare-se bem: Sócrates a posicionar-se á esquerda...ahahahahahahah"! Perguntem-lhe agora quanto gasta em Paris, quem lhe comprou o fato. Perguntem-lhe agora como ganha a vida... é o perguntas.
Sócrates explica agora a a sua "contratação" pela RTP dizendo que é "pro bono"....ahahahhaah! Este tipo tem uma desfaçatez incrível! E os entrevistadores, respeitadores, veneradores e obrigados ao triste papel que estão a fazer, confirmam...
Sócrates não aceita pedir desculpa aos portugueses porque a "narrativa" que tem sido contada aos portugueses não é verdadeira e é por isso que Sócrates aqui está: para esclarecer a "narrativa".
O que tem sido dito da crise tem sido um "embuste" e Sócrates está aqui para explicar o "embuste". Sócrates, o mentiroso a explicar o embuste putativo.
Paulo Ferreira lá lhe aponta, muito a medo, as "causas internas" para a crise...mas Sócrates não se descose: "tínhamos um défice educativo muito forte e passei a minha governação a tentar resolver esse prolblema".
E tem mais: o investimento estrangeiro que atraiu ( IKEA, Embraer, etc) foi o seu resultado agora apontado para contrariar a "narrativa".
Sobre a crise ainda não explicou uma única vez e de maneira compreensível o que se passou. Continua o mesmo aldrabão e mentiroso.
"Foi a crise que levou à dívida e ao défice e não o contrário", diz. E começou em 2007 com o "comportamento ganancioso dos mercados".
"Eu assumo todas as responsabilidades da minha governação"....mas " não aquelas que me querem imputar". Ahahahah! Este gajo é demais.
O que nos levou à crise foi o "chumbo do PEC IV" !!!!!! Ahahahaha! Isto é incrível e os entrevistadores nada. Nada de nada. Incrível ainda mais. Esta canalha até incomoda.
Até agora Sócrates disse o que quis, como quis e sem qualquer contraditório ou pergunta pertinente para esclarecer. Estes entrevistadores são apaniguados de quem?
"O PSD não quis aprovar o PEC IV!... e foi isso, o problema nacional nasceu aí.Sócrates acha que a "narrativa" ( já utilizou a palavra mais outra meia dúzia de vezes) que tem sido apresentada não é a verdadeira e é por isso que passados dois anos vem agora esclarecer e repôr a verdade. Contra a "direita"...
Sócrates discorda agora do encafuado Paulo Ferreira que está incomodado em contraria sua excelência, sobre o assunto do PEC IV.
Diz que tinha uma solução em Bruxelas e que foi chumbada aqui.
E agora, sobre Cavaco dizer que houve uma deslealdade, Sócrates assume a gravitas em relação ao Snr presidente da República que lhe fez a acusação. Quer começar por dizer que acha extraordinária essa atitude. Faz-lhe um ataque por escrito um ano depois de sair e "isso diz muito da atitude do Snr presidente da República" E não reconhece ao presidente nenhuma autoridade moral para lhe dar lições e traz agora à colação o caso das escutas de Belém. Caso que Paulo Ferreira conhece demasia do bem...ahahahah! ( mas não foi Sócrates quem o disse...).
E diz mais: cita um assessor do presidente da República que terá sido o responsável pelo caso. E que o presidente não o castigou. É preciso ter lata, este Sócrates: está ali, perante um Paulo Ferreira que teve conhecimento deste caso, foi protagonista e tem o despudor de vir com o caso para a praça pública num assunto destes. E este tipo não se lembra do Face OCulta? Do BPN? Do BCP? Do Almeira Ribeiro?
Este tipo é um mentiroso do pior. E o Paulo Ferreira, sobre isto? Moita carrasco. Nem uma palavra. Este tipo não deve ser corrido da RTP, depois disto, deste ataque despudorado e imoral?
Que país é este em que um tipo destes tem antena aberta na RTP para dizer isto que acabou de dizer e que é um ataque descabelado ao presidente da República, por quem não tem o mínimo respeito, depois do que lhe fez?
E continua a malhar no presidente da República, a atacar por agora "não fazer nada". E vê nisso uma razão evidente: "o presidente da República esteve na origem desta solução política". O poltrão Ferreira acresenta em coda e em deixa se Sócrates acha que o presidente da República tem algo a ver com esta solução política, para ouvir a resposta que esperava ouvir, repetida, aliás. Vergonha de entrevistador, indigno.
"Eu sempre me opus ao pedido de ajuda internacional", diz Sócrates. Dizem-lhe que o ministro das Finanças e coisa e tal que Sócrates explica que foi uma pequena intriga. Nada de especial. O Teixeira a esta hora está a rir ou a chorar. De vergonha.
Dos entrevistadores, sobre isto nada mais.Nada que esclareça o que ocorreu com factos dados e números. O Ferreira, esse, está mudo e calado desde o caso das "escutas de Belém" . Ainda deve estar abalado.
Em resumo: nestes dois anos de estudos, Sócrates nada esqueceu e nada aprendeu.
O discurso continua o mesmo. A obstinação é igual, a explicação da crise a mesmíssima. É incrível. O que é que este tipo vem fazer para a RTP? O que vem afinal dizer aos espectadores? Isto? Já o disse sempre...
Os entrevistadores falam-lhe agora da conversa que teve com Mário Soares. Começou a negar e quando lhe dizem que foi o próprio Soares que a referiu lá admitiu que não tinha sido conversa importante e que não interessou para nada....tudo para manter a sua "narrativa" ( agora é a minha vez) . Este tipo é mesmo incrível.
Estes dois anos nada ensinaram a Sócrates. Desde o início que a sua "narrativa" é a mesma: contrariar a "narrativa" da oposição, com explicações da sua narrativa de sempre.
E há outro embuste, diz Sócrates: o de dizerem, o governo actual, por suposto, que estão apenas a aplicar o memorando da troika. Sócrates diz que este governo já ultrapassou em muito o que estava no memorando. Sócrates acha que isto não devia ser assim. Resta saber o que seria se tivesse continuado. Porventura estaríamos como o Chipre...
Sócrates continua a explicar o que não sabe, o que não consegue explicar e o que aparentemente não compreende. Julgava que este tipo tinha aprendido alguma coisa com o tempo. Nada de nada aprendeu. Este tipo estiolou em Paris.A Filosofia que não aprendeu e a ciência política que não frequentou aranjaram.lhe um "front loading" de argumentos que são os mesmos de sempre que sempre utilizou.
É tempo de o desmascararem, mas com outros perguntadores porque estes são demasiado inábeis e ineptos.
Agora vem defender o "parar com a austeridade". E como?, perguntam-lhe... e até lhe fazem notar que "estamos num diálogo", como se a entrevista o fosse verdadeiramente e não o que tem sido, um monólogo e um diálogo socrático...ahahahah!
Sócrates apresenta a sua receita para sairmos da crise: nao podemos continuar com a austeridade. É essa a receita.
Seria altura para lhe perguntarem-lhe outra vez: onde comprou a fatiota e a gravatinha?
E ficamos portanto nas medidas de Sócrates para resolver a crise: parar com a austeridade.
Ao apresentarem-lhe a "narrativa" da dívida pública entre 2005 e 2008 explica que subiu cinco pontos e depois 22 pontos até 2010. E depois de 2008, altura da "crise internacional", então é que foi o problema...mas agora em 2012 subiu trinta! E Sócrates fica assim na sua "narrativa" que contradiz a dos adversários.E atribui essa subida a erros do actual governo que insistiu na austeridade. Então, esse fatinho e gravatinha, onde foram comprados? Era agora que lho deviam perguntar mas isso são minudências para os paulos ferreiras do jornalismo nacional.
Perguntam-lhe se o aumento dos funcionários públicos em 2009 foi um erro..."sabe, isso é muito fácil dizer isso agora". Sócrates explica que o aumento foi decidido em Setembro de 2008 e perante os aumentos que se verificavam, decidiu aumentar os funcionários públicos. Esqueceu-se de dizer e os entrevistadores não lho dizem que em 2009 havia eleições ( diz agora o Paulo Ferreira o que deixa Sócrates abespinhado). Sócrates diz que não que não e que não.Pois não...
Paulo Ferreira aponta-lhe agora os números da economia comparada europeia para realçar que em Portugal foi pior. Mas Sócrates não desarma com o Paulo Ferreira "que tem esses conhecimentos de economia". explicando que "houve um aumento á protecção social das famílias". Hummm....que grande aldrabão.
Paulo Ferreira pergunta-lhe directamente se a política do mesmo foi uma política despesista e que depois descobrimos que não a deveríamos ter feito. Sócrates diz que não. Que não e contesta a legitimidade da pergunta.
"Não reconheço que tive uma política despesista" diz. É incrível. É simplesmente incrível.
E agora vai falar nas PPP´s. "Vai aí uma história muito mal contada" diz. "Vou-lhe dar três números sobre as PPPs".
"Existem 22 PPP rodoviária, e quantas é que eu lancei? "Oito, dizem os entrevistadores em simultâneo.
A primeira ideia é que não foi o pai das PPP rodoviárias. Os encargos futuros, líquidos, para Sócrates que recebeu em 2005, 23 mil milhões de euros, mais 19 mil milhões de euros. E os encargos que deixou, diz Sócrates que foram menores que esses. Falam-lhe nas renegociações. Explica que os encargos eram de 10 mil milhões e as que deixou foram de 4 mil milhões.
Portanto, a ideia base é que Sócrates deixou menos encargos futuros do que os que herdou...
"Porque é que a nossa dív ida sobe ?", pergunta Sócrates. "Por causa da descida das receitas fiscais" e não tanto por causa da queda da despesa.
Agora a factura do BPN. A nacionalização terá sido uma boa decisão? Perguntam-lhe...e a resposta é a de sempre: na altura, o risco sistémico e coisa e tal...ninguém lhe diz que o risco sistémico era nulo segundo alguns economistas e foi assim como gato por cima de brasas que se tratou o caso BPN. So isto e nada mais.
E se o Constitucional chumbar as normas do Orçamento? Ai isso é preciso ver e coisa e tal.
A Sócrates insiste no recado ao governo: acabar com a austeridade. É a sua receita e vai de encontro ao que o BE diz.
Cita agora uma frase da Divina Comédia de Dante sobre o que este governo está a fazer: "Vós que entrais, abandonai toda a esperança!", para realçar que este governo não tem objectivo a não ser um discurso de punição.
Agora explica que está num curso em Paris, num mestrado sobre Ciência Política que dantes se chamava filosofia política. Vai agora falar da vida privada...vamos ver o que sai daqui.
"Ao longo destes dois anos reparei que na imprensa portuguesa, melhor um jornal, o Correio da Manhã fez uma campanha."
Com várias mentiras ( sobre o vida de luxo, etc) e a insinuar sobre " quem está a pagar "?
"Nunca tive nenhuma poupança e nenhuma conta a prazo. A primeira coisa que fiz foi pedir ao meu banco um empréstimo para ir viver em Paris ". Não ocorre a nenhum dos presentes perguntar uma coisa simples: quem paga o empréstimo e com que juros lho concederam? Terá período de carência?
E continua a catilinária: "Esse jornal fez uma campanha perfeitamente ignóbil, insinuando...essa imprensa vive muito de uma certa impunidade que o mundo da justiça permite e coisa e tal."
"Esse tipo de campanha também existe no estrangeiro mas lá fora é tratado de outra maneira".
E corrige o Correio da Manhã "entregue à sua ignomínia", dizendo que a RTP não convidou Dias Loureio e afinal o jornal nem corrigiu essa falsa informação. Paulo Ferreira, presente acenou com a cabeça...
Portanto, acabada a entrevista, vamos ao balanço:
Começando pelo fim e que foi a correr como cão por vinha vindimada, o que envergonha este tipo de entrevistadores comprometidos com algo inexplicável:
Só José Sócrates é responsável pelas insinuações do Correio da Manhão que lhe perguntou como vivia em Paris sem rendimentos conhecidos e sem empréstimos declarados...e o que o jornal escreveu, a meu ver e no meu modesto entender é perfeitamente legítimo e não releva de qualquer falsidade. Se bem me lembro, o jornal relatou que Sócrates vivia num apartamento de um bairro de luxo, o Quarter Latin e mostrou o prédio indagando das rendas habituais. As propinas na Sciences Po são caras. Sócrates tem um filho com ele a estudar em Paris. Foi notícia que pagou uma refeição a várias pessoas que nem amigas eram, numa ocasião e num restaurante de luxo. Comprou um carrito, um Mini que custa, em França cerca de 20 mil euros, pelo menos. Comprou-o com o empréstimo?
José Sócrates achará que estes assuntos para alguém que foi ex-primeiro-ministro não têm importância alguma e que são ignóbeis? Pois acha muito mal porque a democracia nos tais outros países já lhe tinha mostrado que a Justiça funcionaria efectivamente de outra forma.
Negar à imprensa o direito de informar sobre este assunto é negar a democracia e é outro atentado à mesma.
Quanto ao resto:
Sócrates continua o mesmo de sempre, não reconheceu qualquer erro, qualquer decisão menos acertada e nada tem a dizer ao país porque a solução que apresentou foi apenas uma: menos austeridade. Como? Não explicou porque evidentemente não sabe.
O que se passará a seguir no programa de comentário será mais do mesmo e sem qualquer novidade. Sócrates está acabado politicamente e pareceu-me ausente da modernidade, apesar de andar por Paris.
De resto, a única pergunta que lhe teria feito era esta:
Onde comprou esse fato?
E talvez outra: a sua família nunca o ajudou economicamente? Segundo Sócrates não, o que contraria a "narrativa" dos Lellos e companhia. Ahahaha. Esta gente nem inventada.
Silva Carvalho e Almeida Ribeiro
R.R.: ( que se arrependeram do título que entalava Relvas e modificaram o mesmo):
[texto alterado às 12H28, incluindo o título de "Miguel Relvas pode ser responsável por fugas de informação nas secretas" para "Capucho e Henrique Neto criticam integração de espião"]
A integração do ex-espião Silva Carvalho na Presidência do Conselho de Ministros é duramente criticada, em declarações à Renascença, pelo empresário e ex-deputado socialista Henrique Neto e pelo social-democrata António Capucho.
“É uma vergonha. Isso é um caso tão vergonhoso, que é impensável. Pelo menos, evidencia que há uma coincidência de interesses. Ou que o primeiro-ministro tem responsabilidades ou, até, muito provavelmente, o ministro Miguel Relvas tem responsabilidades naquilo que aconteceu nos Serviços de Segurança da República”, diz Henrique Neto.
O também dirigente da Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) desabafa, ainda "isso não deve ter sido feito inocentemente”.
Também o ex-conselheiro de Estado e militante social-democrata António Capucho levanta suspeitas em relação a um possível envolvimento de Miguel Relvas nas fugas de informação das secretas, pelo que se mostra surpreendido com a integração de Silva Carvalho.
“Em política, o que parece é, e isto parece imenso”, afirma Capucho, adiantando que, se há coisa que lhe "causou uma grande estupefacção, nos últimos tempos” é a integração de Silva Carvalho na Administração Pública.
“Eu não conheço a envolvente jurídica, mas alguém que está envolvido como ele nos problemas que conhecemos, que sai da função pública ou de um organismo do Estado para ir para a iniciativa privada, e, agora, de repente, tem a capacidade legal – ao que parece – de regressar à função pública e, ainda por cima, ser colocado no coração ou na cabeça da Administração Pública, na Presidência do Conselho de Ministros, sinceramente, não percebo como é que isso é possível”, diz Capucho.
Toda esta gente se alvoroça com um efeito que decorre da legalidade: a integração no alto funcionalismo público do antigo directo do SIED decorre directamente da lei que é de um dos governos de Sócrates.
O afã em entalar Relvas de qualquer modo e feitio leva pessoas do PSD como Capucho a fazerem figuras muito tristes quando as evitaram numa altura em que essas figuras seriam do maior relevo, como foi na altura da saída de um tal Almeida Ribeiro, também do SIS e que integrou o gabinete de José Sócrates enquanto governante.
Não me lembro de alguém mencionar um episódio, esse sim muito triste, que envolveu o mesmo personagem secreto, quando foi apanhado por um fotógrafo a sair do carro oficial do primeiro-ministro na altura de campanha eleitoral.
Quando saiu do governo continuou nos ministérios como funcionário e depois passou a leccionar. Onde? Onde mais senão no ISCTE?
Mas antes disso houve outras paragens que não incomodaram os agora incomodados com o caso Silva Carvalho. O i explicava...
Foi um dos grandes ideólogos dos seis anos de governo de José Sócrates e agora está de volta ao Serviço de Informações e Segurança (SIS). José Almeida Ribeiro foi nos últimos dois anos o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, mas desde 2005 que integrava o restrito núcleo político do ex-primeiro-ministro. Depois da derrota eleitoral de Junho, voltou para o seu lugar de origem, apurou o i.
Almeida Ribeiro pertence aos quadros do SIS há cerca de 30 anos - é analista de informação - e o seu percurso tem sido intercalado entre a actividade política e os serviços de informação. Numa primeira fase, no meio político, esteve mais próximo do cavaquismo, de quem acompanhou a campanha de 1991, enquanto espião. Mas acabou por ser no PS que ganhou relevância política, chegando mesmo a integrar o último executivo de José Sócrates.
Na década de 90, Almeida Ribeiro esteve no gabinete do então ministro da República para os Açores, Mário Pinto - um militante histórico do PSD - mas acabou por voltar ao SIS com o fim do cavaquismo. Quando António Guterres venceu as eleições, o então ministro da Cultura, Manuel Maria Carrilho voltou a requisitá-lo ao SIS e escolheu-o para seu chefe de gabinete. Em 2000, Carrilho deixou o governo e o ex-secretário de Estado adjunto de Sócrates voltou, mais uma vez, para os serviços de informação.
A relação com Carrilho vem dos tempos da faculdade. O ex--ministro foi professor de Almeida Ribeiro, ambos são da área da filosofia - e a proximidade com o ex-primeiro-ministro, José Sócrates, terá nascido durante o primeiro governo de António Guterres. Quando foi eleito primeiro-ministro, o líder do PS foi buscá-lo para seu adjunto político. Era ele um dos principais estrategas políticos de Sócrates e um dos homens que concebia os discursos do chefe do executivo. "É um excelente professor", diz fonte próxima, apontando como natural que Almeida Ribeiro acumule com a actividade no SIS a docência universitária.
Certo é que, contas feitas, este quadro das "secretas" passou quase 15 anos na actividade política, ou seja, metade da sua vida profissional como "espião". Confrontado com a mobilidade que existe nas "secretas", o presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, José Manuel Anes, defende que os casos mais graves são a transição dos serviços e informações para o sector privado, mas alerta que a "situação ideal é haver estabilidade profissional dentro dos serviços". "Seria melhor haver estabilidade, mas é a própria legislação que o permite", diz José Manuel Anes, numa altura em a ida do ex-director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa, Silva Carvalho, para uma empresa privada veio reabrir a discussão sobre o modelo que deve ser aplicado aos elementos das "secretas". L. C e R. T.
Portanto é preciso não esquecer que este personagem de banda desenhada ajudou Sócrates de um modo que Silva Carvalho nunca terá ajudado quem quer que fosse. Sobre isto é preciso não esquecer esse episódio e um outro bem posterior e que tem alguns meses:
A diferença entre Silva Carvalho e Almeida Ribeiro? Carvalho pertenceu à maçonaria má...
[texto alterado às 12H28, incluindo o título de "Miguel Relvas pode ser responsável por fugas de informação nas secretas" para "Capucho e Henrique Neto criticam integração de espião"]
A integração do ex-espião Silva Carvalho na Presidência do Conselho de Ministros é duramente criticada, em declarações à Renascença, pelo empresário e ex-deputado socialista Henrique Neto e pelo social-democrata António Capucho.
“É uma vergonha. Isso é um caso tão vergonhoso, que é impensável. Pelo menos, evidencia que há uma coincidência de interesses. Ou que o primeiro-ministro tem responsabilidades ou, até, muito provavelmente, o ministro Miguel Relvas tem responsabilidades naquilo que aconteceu nos Serviços de Segurança da República”, diz Henrique Neto.
O também dirigente da Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) desabafa, ainda "isso não deve ter sido feito inocentemente”.
Também o ex-conselheiro de Estado e militante social-democrata António Capucho levanta suspeitas em relação a um possível envolvimento de Miguel Relvas nas fugas de informação das secretas, pelo que se mostra surpreendido com a integração de Silva Carvalho.
“Em política, o que parece é, e isto parece imenso”, afirma Capucho, adiantando que, se há coisa que lhe "causou uma grande estupefacção, nos últimos tempos” é a integração de Silva Carvalho na Administração Pública.
“Eu não conheço a envolvente jurídica, mas alguém que está envolvido como ele nos problemas que conhecemos, que sai da função pública ou de um organismo do Estado para ir para a iniciativa privada, e, agora, de repente, tem a capacidade legal – ao que parece – de regressar à função pública e, ainda por cima, ser colocado no coração ou na cabeça da Administração Pública, na Presidência do Conselho de Ministros, sinceramente, não percebo como é que isso é possível”, diz Capucho.
Toda esta gente se alvoroça com um efeito que decorre da legalidade: a integração no alto funcionalismo público do antigo directo do SIED decorre directamente da lei que é de um dos governos de Sócrates.
O afã em entalar Relvas de qualquer modo e feitio leva pessoas do PSD como Capucho a fazerem figuras muito tristes quando as evitaram numa altura em que essas figuras seriam do maior relevo, como foi na altura da saída de um tal Almeida Ribeiro, também do SIS e que integrou o gabinete de José Sócrates enquanto governante.
Não me lembro de alguém mencionar um episódio, esse sim muito triste, que envolveu o mesmo personagem secreto, quando foi apanhado por um fotógrafo a sair do carro oficial do primeiro-ministro na altura de campanha eleitoral.
Quando saiu do governo continuou nos ministérios como funcionário e depois passou a leccionar. Onde? Onde mais senão no ISCTE?
Mas antes disso houve outras paragens que não incomodaram os agora incomodados com o caso Silva Carvalho. O i explicava...
Foi um dos grandes ideólogos dos seis anos de governo de José Sócrates e agora está de volta ao Serviço de Informações e Segurança (SIS). José Almeida Ribeiro foi nos últimos dois anos o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, mas desde 2005 que integrava o restrito núcleo político do ex-primeiro-ministro. Depois da derrota eleitoral de Junho, voltou para o seu lugar de origem, apurou o i.
Almeida Ribeiro pertence aos quadros do SIS há cerca de 30 anos - é analista de informação - e o seu percurso tem sido intercalado entre a actividade política e os serviços de informação. Numa primeira fase, no meio político, esteve mais próximo do cavaquismo, de quem acompanhou a campanha de 1991, enquanto espião. Mas acabou por ser no PS que ganhou relevância política, chegando mesmo a integrar o último executivo de José Sócrates.
Na década de 90, Almeida Ribeiro esteve no gabinete do então ministro da República para os Açores, Mário Pinto - um militante histórico do PSD - mas acabou por voltar ao SIS com o fim do cavaquismo. Quando António Guterres venceu as eleições, o então ministro da Cultura, Manuel Maria Carrilho voltou a requisitá-lo ao SIS e escolheu-o para seu chefe de gabinete. Em 2000, Carrilho deixou o governo e o ex-secretário de Estado adjunto de Sócrates voltou, mais uma vez, para os serviços de informação.
A relação com Carrilho vem dos tempos da faculdade. O ex--ministro foi professor de Almeida Ribeiro, ambos são da área da filosofia - e a proximidade com o ex-primeiro-ministro, José Sócrates, terá nascido durante o primeiro governo de António Guterres. Quando foi eleito primeiro-ministro, o líder do PS foi buscá-lo para seu adjunto político. Era ele um dos principais estrategas políticos de Sócrates e um dos homens que concebia os discursos do chefe do executivo. "É um excelente professor", diz fonte próxima, apontando como natural que Almeida Ribeiro acumule com a actividade no SIS a docência universitária.
Certo é que, contas feitas, este quadro das "secretas" passou quase 15 anos na actividade política, ou seja, metade da sua vida profissional como "espião". Confrontado com a mobilidade que existe nas "secretas", o presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, José Manuel Anes, defende que os casos mais graves são a transição dos serviços e informações para o sector privado, mas alerta que a "situação ideal é haver estabilidade profissional dentro dos serviços". "Seria melhor haver estabilidade, mas é a própria legislação que o permite", diz José Manuel Anes, numa altura em a ida do ex-director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa, Silva Carvalho, para uma empresa privada veio reabrir a discussão sobre o modelo que deve ser aplicado aos elementos das "secretas". L. C e R. T.
Portanto é preciso não esquecer que este personagem de banda desenhada ajudou Sócrates de um modo que Silva Carvalho nunca terá ajudado quem quer que fosse. Sobre isto é preciso não esquecer esse episódio e um outro bem posterior e que tem alguns meses:
A diferença entre Silva Carvalho e Almeida Ribeiro? Carvalho pertenceu à maçonaria má...
Não comprem mais aldrabices
Logo, José Sócrates vai à RTP em função de um arranjo político-partidário, de facção, organizado por alguém nisso interessado e com a participação de um director de informação da RTP, paga por todos nós.
Sob a capa de um pretenso interesse jornalístico inquestionável e uma ainda mais indiscutível opção democrática acerca da liberdade de expressão de um antigo primeiro-ministro, José Sócrates prepara-se para usufruir do seu tempo de antena televisivo, publicamente pago, com um único objectivo inconfessável: promover-se, mais uma vez, e tentar ludibriar os votantes deste país para novas aventuras políticas.
O episódio lembra-me um outro, também televisivo, dos anos setenta e que teve como protagonista o presidente dos EUA, Richard Nixon.Um jornalista de televisão, David Frost, tentou Nixon, em 1977, para uma série de entrevistas e este, carenciado de dinheiro, aceitou. O caso já deu um filme.
Na verdade, o paralelo pode parecer surrealista, porque além do mais, Nixon estava acabado politicamente. Porém queria limpar uma imagem muito suja na opinião pública e a tv pareceu-lhe tentadora.
Por outro lado, comparar Nixon e este indivíduo que anda por aí aos caídos políticos e não só, é o mesmo que comparar o tal director de informação, outro inenarrável, ao então jornalista David Frost que entrevistou aquele, ou ao jornalista do Washington Post, Bob Woodward que entalou Nixon num episódio que ficou para a história do jornalismo e que o tal Paulo Ferreira conhecerá mas julgará ser da ficção cientifica das utopias que não dão de comer a ninguém.
E no entanto, há similitudes nestes dois acontecimentos.
Nixon tinha saído da presidência em 1974, a mal, muito mal, essencialmente por causa do escândalo Watergate.
O caso, na altura, foi desmontado por dois jornalistas do Washington Post, um deles precisamente Bob Woodward que ajudado por alguém do interior do FBI, descobriu que a administração Nixon tentou subverter o Estado de Direito, espiando e escutando adversários da oposição e subornando pessoas para tal, às escondidas do povo americano que elege.
Não foi mais que isto, o suficiente para Nixon resignar e afastar-se do poder.
Por cá, o caso Face Oculta e agora também o jornalista Octávio Ribeiro revelou que José Sócrates tentou manipular uma série de órgãos de informação, em 2007, socorrendo-se de comparsas tipo Vara e palermas de outra espécie que nem nomeio, para alcançar o objectivo.
Comparativamente, Nixon foi um menino de coro que gravou as conversas com os responsáveis pelas malfeitorias em Watergate e foi apenas por isso, por se ter descoberto que sabia dos factos, que foi obrigado a resignar, pela investigação do Congresso e com apoio jornalístico exemplar.
Por cá, coisa muito pior que essa nem sequer foi investigada. Porquê? Deve perguntar-se ao jornalismo caseiro tipo para quem é bacalhau basta e a estes seus próceres, tipo Paulo Ferreira, a razão que aliás é tão evidente que democraticamente até dói pensar nela.
Portanto, José Sócrates safou-se dessa. Agora regressa ao palco televisivo para fazer esquecer ainda mais esse e outros episódios porque ninguém lhos vai lembrar, na televisão pública que temos.
Nixon, em 1977, escassos dois anos e pico após a saída da presidência, acedeu nas entrevistas a David Frost, a troco de dinheiro vivo de que precisava para pagar despesas avulsas. José Sócrates pelos vistos vai de graça porque não precisa de dinheiro para viver, apesar de ninguém lhe conhecer rendimentos concretos, a não ser uma esquisita e obscura contratação, à 25ª hora da sua reaparição pública, para assessorar uma empresa farmacêutica internacional, o que constituiu outra singularidade no comportamento deste indivíduo que agora pretende intervir outra vez politicamente e na condescendência que mediaticamente lhe concedem.
Nessa altura, Nixon escrevia já as suas memórias em livro que no ano seguinte foi publicado.
A recepção pública desse livro não podia ser mais expressiva, como mostra este anúncio publicado na revista Rolling Stone de 15 Junho de 1978 da autoria de uma "comissão" para boicotar livros de aldrabões e patifes:
Também neste caso o eventual interesse em saber coisas novas de um antigo governante é relativamente menorizado pelo carácter do mesmo e pelos antecedentes conhecidos. Um mentiroso, na política e não só, não devia merecer qualquer confiança, seja de quem for. E só quem é da laia do mesmo lhe dará a trela necessária porque as mentiras vão continuar e a manipulação será contínua, ainda mais com este tipo de jornalismo de fretes.
A mensagem de 1978 continua a ser válida: não comprem mais aldrabices a patifes e apresentem-lhes a factura devida, como esta que a JSD pretende apresentar:
Sob a capa de um pretenso interesse jornalístico inquestionável e uma ainda mais indiscutível opção democrática acerca da liberdade de expressão de um antigo primeiro-ministro, José Sócrates prepara-se para usufruir do seu tempo de antena televisivo, publicamente pago, com um único objectivo inconfessável: promover-se, mais uma vez, e tentar ludibriar os votantes deste país para novas aventuras políticas.
O episódio lembra-me um outro, também televisivo, dos anos setenta e que teve como protagonista o presidente dos EUA, Richard Nixon.Um jornalista de televisão, David Frost, tentou Nixon, em 1977, para uma série de entrevistas e este, carenciado de dinheiro, aceitou. O caso já deu um filme.
Na verdade, o paralelo pode parecer surrealista, porque além do mais, Nixon estava acabado politicamente. Porém queria limpar uma imagem muito suja na opinião pública e a tv pareceu-lhe tentadora.
Por outro lado, comparar Nixon e este indivíduo que anda por aí aos caídos políticos e não só, é o mesmo que comparar o tal director de informação, outro inenarrável, ao então jornalista David Frost que entrevistou aquele, ou ao jornalista do Washington Post, Bob Woodward que entalou Nixon num episódio que ficou para a história do jornalismo e que o tal Paulo Ferreira conhecerá mas julgará ser da ficção cientifica das utopias que não dão de comer a ninguém.
E no entanto, há similitudes nestes dois acontecimentos.
Nixon tinha saído da presidência em 1974, a mal, muito mal, essencialmente por causa do escândalo Watergate.
O caso, na altura, foi desmontado por dois jornalistas do Washington Post, um deles precisamente Bob Woodward que ajudado por alguém do interior do FBI, descobriu que a administração Nixon tentou subverter o Estado de Direito, espiando e escutando adversários da oposição e subornando pessoas para tal, às escondidas do povo americano que elege.
Não foi mais que isto, o suficiente para Nixon resignar e afastar-se do poder.
Por cá, o caso Face Oculta e agora também o jornalista Octávio Ribeiro revelou que José Sócrates tentou manipular uma série de órgãos de informação, em 2007, socorrendo-se de comparsas tipo Vara e palermas de outra espécie que nem nomeio, para alcançar o objectivo.
Comparativamente, Nixon foi um menino de coro que gravou as conversas com os responsáveis pelas malfeitorias em Watergate e foi apenas por isso, por se ter descoberto que sabia dos factos, que foi obrigado a resignar, pela investigação do Congresso e com apoio jornalístico exemplar.
Por cá, coisa muito pior que essa nem sequer foi investigada. Porquê? Deve perguntar-se ao jornalismo caseiro tipo para quem é bacalhau basta e a estes seus próceres, tipo Paulo Ferreira, a razão que aliás é tão evidente que democraticamente até dói pensar nela.
Portanto, José Sócrates safou-se dessa. Agora regressa ao palco televisivo para fazer esquecer ainda mais esse e outros episódios porque ninguém lhos vai lembrar, na televisão pública que temos.
Nixon, em 1977, escassos dois anos e pico após a saída da presidência, acedeu nas entrevistas a David Frost, a troco de dinheiro vivo de que precisava para pagar despesas avulsas. José Sócrates pelos vistos vai de graça porque não precisa de dinheiro para viver, apesar de ninguém lhe conhecer rendimentos concretos, a não ser uma esquisita e obscura contratação, à 25ª hora da sua reaparição pública, para assessorar uma empresa farmacêutica internacional, o que constituiu outra singularidade no comportamento deste indivíduo que agora pretende intervir outra vez politicamente e na condescendência que mediaticamente lhe concedem.
Nessa altura, Nixon escrevia já as suas memórias em livro que no ano seguinte foi publicado.
A recepção pública desse livro não podia ser mais expressiva, como mostra este anúncio publicado na revista Rolling Stone de 15 Junho de 1978 da autoria de uma "comissão" para boicotar livros de aldrabões e patifes:
Também neste caso o eventual interesse em saber coisas novas de um antigo governante é relativamente menorizado pelo carácter do mesmo e pelos antecedentes conhecidos. Um mentiroso, na política e não só, não devia merecer qualquer confiança, seja de quem for. E só quem é da laia do mesmo lhe dará a trela necessária porque as mentiras vão continuar e a manipulação será contínua, ainda mais com este tipo de jornalismo de fretes.
A mensagem de 1978 continua a ser válida: não comprem mais aldrabices a patifes e apresentem-lhes a factura devida, como esta que a JSD pretende apresentar:
domingo, março 24, 2013
Sócrates, para quem já esqueceu...
José Sócrates em 2004, antes de aceder ao poder político através de eleições que deram maioria ao PS, já era figura cuja transparência na vida pessoal relacionada com a política deixava muito a desejar.
A revista Focus de 15 de Setembro de 2004 traçava-lhe um perfil pouco abonatório para quem desejava exercer o mais alto cargo político no poder executivo do sistema.
A maioria das pessoas não ligou a essas coisas que eram publicitadas como provocando perplexidade a quem se habituou a viver honestamente do seu modo de vida, mesmo acima da média. A revista escrevia na capa que o mesmo já fazia "vida de rico", morava num prédio de luxo e declarava como único rendimento o salário de deputado ( um "simples deputado" como o mesmo declarou poucos anos depois).
Ainda não eram conhecidos os problemas que viriam a surgir durante o mandato, mas as dúvidas já eram mais que muitas, pedindo meças ao senso comum.
Já então se falava no caso da Cova da Beira, na "teia de Felgueiras" ( Resin) e nada disso impediu a designação como primeiro-ministro, com aplauso geral para quem estas coisas são sempre de sómenos.
Na Páscoa de 2011, sete anos depois, José Sócrates mantinha o mesmo nível de vida com um salário que não daria mais que Passos Coelho conseguirá fazer...e no entanto ninguém se interrogava como é que era possível.
Parece que aos portugueses essas coisas são sempre minudências sem importância.
A Flash de 21 de Março de 2011 mostrava que Sócrates continuava o mesmo de sempre, "fazendo vida de rico" com salário de remediado.
Nunca ninguém se importou verdadeiramente com isto e não entendo porquê...
A revista Focus de 15 de Setembro de 2004 traçava-lhe um perfil pouco abonatório para quem desejava exercer o mais alto cargo político no poder executivo do sistema.
A maioria das pessoas não ligou a essas coisas que eram publicitadas como provocando perplexidade a quem se habituou a viver honestamente do seu modo de vida, mesmo acima da média. A revista escrevia na capa que o mesmo já fazia "vida de rico", morava num prédio de luxo e declarava como único rendimento o salário de deputado ( um "simples deputado" como o mesmo declarou poucos anos depois).
Ainda não eram conhecidos os problemas que viriam a surgir durante o mandato, mas as dúvidas já eram mais que muitas, pedindo meças ao senso comum.
Já então se falava no caso da Cova da Beira, na "teia de Felgueiras" ( Resin) e nada disso impediu a designação como primeiro-ministro, com aplauso geral para quem estas coisas são sempre de sómenos.
Na Páscoa de 2011, sete anos depois, José Sócrates mantinha o mesmo nível de vida com um salário que não daria mais que Passos Coelho conseguirá fazer...e no entanto ninguém se interrogava como é que era possível.
Parece que aos portugueses essas coisas são sempre minudências sem importância.
A Flash de 21 de Março de 2011 mostrava que Sócrates continuava o mesmo de sempre, "fazendo vida de rico" com salário de remediado.
Nunca ninguém se importou verdadeiramente com isto e não entendo porquê...
A legalidade é um princípio para cumprir pelo DIAP
JN-SALOMÃO RODRIGUES
O secretário de Estado adjunto e da Defesa usou carro e motorista do Ministério para participar numa reunião de accionistas da Fundição Felino. Do currículo oficial de Braga Lino não consta a sua participação no capital da empresa.
Cerca das 11.45 horas de quinta-feira, o governante chegou às instalações da Felino, em Ermesinde, acompanhado de mais duas pessoas, num Mercedes cinzento, com matrícula inscrita como propriedade da Secretaria-Geral do Ministério da Defesa, conduzido pelo motorista.
O JN apurou que Paulo Braga Lino participou na assembleia de accionistas da empresa, da qual deterá, juntamente com o pai, uma participação no capital de 40%. A reunião decorreu até às 13.30 horas.
Ao sair - e quando se preparava para entrar na viatura - o secretário de Estado foi confrontado com a presença da equipa de reportagem do JN, que o tentou questionar. Visivelmente surpreendido, deu instruções ao motorista para partir e voltou de imediato para o interior das instalações. Sairia cerca de dez minutos depois, sentado no banco traseiro de uma viatura particular.
No exterior do edifício da Felino, permaneceram o administrador da empresa, Manuel Braga Lino (primo do secretário de Estado) e Rafael Campos Pereira, presidente da assembleia de accionistas. "O senhor secretário de Estado participou na assembleia de accionistas a título pessoal, nada tem com as funções do Governo", confirmou, ao JN, este último.
Também questionado pelo JN, o administrador acabou por confirmar a participação accionista do membro do Governo. "Ele [secretário de Estado] e o pai têm 40% de participação", adiantou, embora não esclarecesse a parcela detida por cada um deles.
Em resposta às questões suscitadas pelo JN, a Secretaria de Estado justificou a utilização de viatura oficial com o facto de Braga Lino se encontrar em deslocação oficial ao Porto. No entanto, o JN apurou que o membro do Governo efectuou outras deslocações à empresa, igualmente na viatura oficial e com o respectivo motorista.
No currículo do secretário de Estado que consta na página oficial do Governo, dá-se conta da sua passagem pela empresa. A biografia explicita que Braga Lino foi controler, director administrativo e financeiro e administrador da Felino, entre 1995 e 1999. Não é, contudo, feita qualquer referência ao facto de ser accionista.
Esta notícia do JN de ontem merece o seguinte comentário: o facto aqui relatado configura a ocorrência de um crime de peculato, se comprovado. O princípio da legalidade obriga, neste caso o DIAP, a abrir um inquérito criminal para apurar se isto que aqui se narra e descreve, ocorreu e se há motivo para acusação penal. Não deve haver, aqui, qualquer sentido de oportunidade ou "vistas grossas", ainda que se entenda que estes procedimentos e porventura ainda piores, são "mato" na floresta de quem governa. Se são terão de deixar de o ser e só se consegue tal efeito com procedimentos criminais que mostrem a quem governa que não podem fazer tudo o que bem entendem com os bens que são públicos e não deles, particulares em funções públicas.
Isto nem é ser demasiado radical porque o que se tem visto algumas vezes é uma total anomia de quem governa relativamente a este tipo de assuntos. Parece que quem governa julga ter o direito a estas coisas. E não tem. Definitivamente não tem e é bom que percebam que não tem.
É bom lembrar que o mesmo DIAP instaurou inquéritos sobre este tipo de ocorrências em ocasiões avulsas no tempo do governo anterior e até fez buscas a gabinetes ministeriais para recolher provas. O cidadão comum não sabe nada do destino desses inquéritos e devia saber. Por onde andam e o que lhes aconteceu, aos inquéritos que tiveram como alvo , a actuação de um José Magalhães ou um Alberto Martins? Já saíram do segredo de justiça? E então?
O secretário de Estado adjunto e da Defesa usou carro e motorista do Ministério para participar numa reunião de accionistas da Fundição Felino. Do currículo oficial de Braga Lino não consta a sua participação no capital da empresa.
Cerca das 11.45 horas de quinta-feira, o governante chegou às instalações da Felino, em Ermesinde, acompanhado de mais duas pessoas, num Mercedes cinzento, com matrícula inscrita como propriedade da Secretaria-Geral do Ministério da Defesa, conduzido pelo motorista.
O JN apurou que Paulo Braga Lino participou na assembleia de accionistas da empresa, da qual deterá, juntamente com o pai, uma participação no capital de 40%. A reunião decorreu até às 13.30 horas.
Ao sair - e quando se preparava para entrar na viatura - o secretário de Estado foi confrontado com a presença da equipa de reportagem do JN, que o tentou questionar. Visivelmente surpreendido, deu instruções ao motorista para partir e voltou de imediato para o interior das instalações. Sairia cerca de dez minutos depois, sentado no banco traseiro de uma viatura particular.
No exterior do edifício da Felino, permaneceram o administrador da empresa, Manuel Braga Lino (primo do secretário de Estado) e Rafael Campos Pereira, presidente da assembleia de accionistas. "O senhor secretário de Estado participou na assembleia de accionistas a título pessoal, nada tem com as funções do Governo", confirmou, ao JN, este último.
Também questionado pelo JN, o administrador acabou por confirmar a participação accionista do membro do Governo. "Ele [secretário de Estado] e o pai têm 40% de participação", adiantou, embora não esclarecesse a parcela detida por cada um deles.
Em resposta às questões suscitadas pelo JN, a Secretaria de Estado justificou a utilização de viatura oficial com o facto de Braga Lino se encontrar em deslocação oficial ao Porto. No entanto, o JN apurou que o membro do Governo efectuou outras deslocações à empresa, igualmente na viatura oficial e com o respectivo motorista.
No currículo do secretário de Estado que consta na página oficial do Governo, dá-se conta da sua passagem pela empresa. A biografia explicita que Braga Lino foi controler, director administrativo e financeiro e administrador da Felino, entre 1995 e 1999. Não é, contudo, feita qualquer referência ao facto de ser accionista.
Esta notícia do JN de ontem merece o seguinte comentário: o facto aqui relatado configura a ocorrência de um crime de peculato, se comprovado. O princípio da legalidade obriga, neste caso o DIAP, a abrir um inquérito criminal para apurar se isto que aqui se narra e descreve, ocorreu e se há motivo para acusação penal. Não deve haver, aqui, qualquer sentido de oportunidade ou "vistas grossas", ainda que se entenda que estes procedimentos e porventura ainda piores, são "mato" na floresta de quem governa. Se são terão de deixar de o ser e só se consegue tal efeito com procedimentos criminais que mostrem a quem governa que não podem fazer tudo o que bem entendem com os bens que são públicos e não deles, particulares em funções públicas.
Isto nem é ser demasiado radical porque o que se tem visto algumas vezes é uma total anomia de quem governa relativamente a este tipo de assuntos. Parece que quem governa julga ter o direito a estas coisas. E não tem. Definitivamente não tem e é bom que percebam que não tem.
É bom lembrar que o mesmo DIAP instaurou inquéritos sobre este tipo de ocorrências em ocasiões avulsas no tempo do governo anterior e até fez buscas a gabinetes ministeriais para recolher provas. O cidadão comum não sabe nada do destino desses inquéritos e devia saber. Por onde andam e o que lhes aconteceu, aos inquéritos que tiveram como alvo , a actuação de um José Magalhães ou um Alberto Martins? Já saíram do segredo de justiça? E então?
O nojo e a decência
Comprei hoje o Público por causa de um artigo desenvolvido sobre António Borges, o guru do liberalismo económico que aconselha o governo.
Não li o jornal porque já não o consigo ler. O Público é um jornal morto e ainda não sabe que o é, porque não há vida naquelas páginas de artigos bafientos.
O editorial, sem assinatura concreta e por isso imputável à directora que enterrou o jornal, ainda com ténues sinais vitais, exprime opinião sobre a contratação de José Sócrates para a RTP. Os argumentos são do mais puro jacobinismo:
"José Sócrates, o émulo de Fontes que apontou para um país futurista criado com a ilusão da dívida, está de volta para provar que continua a ser uma das mais consistentes fontes de polémica da história recente do país. Neste seu papel, é normal que se discutam os méritos do seu regresso e os efeitos secundários que terá na vida pública ou que se questione o convite da RTP. O que não faz sentido é dar ouvidos aos que dizem que os seus "crimes" políticos exigiam como pena o seu afastamento definitivo do espaço público."
Ora bem, passemos imediatamente a outro personagem do nosso entertainment político-social para perceber a hipocrisia jacobina desta gente: parece que Dias Loureiro terá sido igualmente convidado para comentador residente da RTP e recusou tal convite. O que escreveria a direcção do moribundo jornal se Dias Loureiro tivesse aceite tal convite?
É fácil de dizer porque a lógica hipócrita se revelaria em todo o esplendor: diria que era indecente e que tal personagem não tem lugar no comentário social actual, a não ser para ser castigado pelos males do BPN e outros que vierem por arrasto. Que não haja a mais pequena dúvida que a coveira do jornal escreveria tal coisa com o desplante com que o faz agora relativamente a este episódio.
E curiosamente faria bem. Porquê?
Porque, como se diz no Eclesiastes, "há um tempo para tudo" e socialmente a política deve obedecer a critérios mínimos de decência e é preciso um período de nojo para tais fenómenos, se extemporâneos, não meterem nojo real e náusea política.
José Sócrates tem direito a intervir no espaço público? Claro. Como qualquer cidadão. Até a directora do Público o tem.
José Sócrates tem o direito de se fazer convidado por uma estação pública de televisão ou aproveitar um oportuno convite ou ainda minar o seu "sistema de contactos" para tal suceder? Não. Agora, ainda não. E porquê?
Porque José Sócrates governou o país até há escassos dois anos. A herança que deixou é não só polémica mas envolta em nebulosidade política e com contornos criminais. Tal como Dias Loureiro que também governou pastas ministeriais e influenciou politicamente órgãos decisores da política nacional e fez parte do Conselho de Estado até há bem pouco tempo. Ambos foram suspeitos de comportamentos criminais e por razões que o tempo e a História explicarão melhor, tem-se safado de responder perante um tribunal. Até lá, são inocentes de malfeitorias criminais e por isso com direito a expressão público-mediática sem restrições de maior. No entanto, Dias Loureiro não tem a mesma condescendência mediática que o outro. Porquê? Nem é preciso responder porque todos o sabem: não é de esquerda nem socialista-cabalista e porventura nem sequer de maçonarias regulares.
Por outro lado, a principal razão ainda poderá ser de outro teor que revela o jacobinismo e hipocrisia da directora do moribundo jornal: José Sócrates não aparece a comentar do mesmo modo que outros líderes aparecem e são convidados para esportularem opiniões e pareceres baseados na sua experiência. Tal efeito, os apaniguados de José Sócrates já o apresentaram para justificar algo também injustificável e nebuloso: a contratação para consultor da Octapharma. José Sócrates não vai para comentador da RTP como inocente ex-político cuja experiência pode ainda aproveitar aos cidadãos crédulos e esquecidos do que o mesmo fez como governante. Vai, sim, para aproveitar o efeito mediático da exposição. José Sócrates, é bom lembrar, já foi comentador televisivo antes de ser governante e porventura essa exposição ajudou e foi a base da notoriedade que alcançou e o alcandorou à direcção do partido que António Vitorino então não quis.
É esse efeito que José Sócrates pretende novamente provocar, sem atenção ao tempo que passou e confiado que os seus dotes de manipulador e mentiroso compulsivo o conduzirão ao mesmo lugar de mando e poder.
Esse efeito que é evidente e só não vê quem não quer, é o impedimento mais forte para que um indivíduo assim tenha visibilidade público-mediática numa estação pública de televisão, paga por todos e envolvida em polémicas sobre serviço público.
O que a RTP faz neste caso é apenas um frete político, obsceno, nojento e inadmissível em democracia.
Quem não entende isto é "socratista". Como a directora do Público, cuja decência há muito foi deixada na cova que cavou para o jornal.
Não li o jornal porque já não o consigo ler. O Público é um jornal morto e ainda não sabe que o é, porque não há vida naquelas páginas de artigos bafientos.
O editorial, sem assinatura concreta e por isso imputável à directora que enterrou o jornal, ainda com ténues sinais vitais, exprime opinião sobre a contratação de José Sócrates para a RTP. Os argumentos são do mais puro jacobinismo:
"José Sócrates, o émulo de Fontes que apontou para um país futurista criado com a ilusão da dívida, está de volta para provar que continua a ser uma das mais consistentes fontes de polémica da história recente do país. Neste seu papel, é normal que se discutam os méritos do seu regresso e os efeitos secundários que terá na vida pública ou que se questione o convite da RTP. O que não faz sentido é dar ouvidos aos que dizem que os seus "crimes" políticos exigiam como pena o seu afastamento definitivo do espaço público."
Ora bem, passemos imediatamente a outro personagem do nosso entertainment político-social para perceber a hipocrisia jacobina desta gente: parece que Dias Loureiro terá sido igualmente convidado para comentador residente da RTP e recusou tal convite. O que escreveria a direcção do moribundo jornal se Dias Loureiro tivesse aceite tal convite?
É fácil de dizer porque a lógica hipócrita se revelaria em todo o esplendor: diria que era indecente e que tal personagem não tem lugar no comentário social actual, a não ser para ser castigado pelos males do BPN e outros que vierem por arrasto. Que não haja a mais pequena dúvida que a coveira do jornal escreveria tal coisa com o desplante com que o faz agora relativamente a este episódio.
E curiosamente faria bem. Porquê?
Porque, como se diz no Eclesiastes, "há um tempo para tudo" e socialmente a política deve obedecer a critérios mínimos de decência e é preciso um período de nojo para tais fenómenos, se extemporâneos, não meterem nojo real e náusea política.
José Sócrates tem direito a intervir no espaço público? Claro. Como qualquer cidadão. Até a directora do Público o tem.
José Sócrates tem o direito de se fazer convidado por uma estação pública de televisão ou aproveitar um oportuno convite ou ainda minar o seu "sistema de contactos" para tal suceder? Não. Agora, ainda não. E porquê?
Porque José Sócrates governou o país até há escassos dois anos. A herança que deixou é não só polémica mas envolta em nebulosidade política e com contornos criminais. Tal como Dias Loureiro que também governou pastas ministeriais e influenciou politicamente órgãos decisores da política nacional e fez parte do Conselho de Estado até há bem pouco tempo. Ambos foram suspeitos de comportamentos criminais e por razões que o tempo e a História explicarão melhor, tem-se safado de responder perante um tribunal. Até lá, são inocentes de malfeitorias criminais e por isso com direito a expressão público-mediática sem restrições de maior. No entanto, Dias Loureiro não tem a mesma condescendência mediática que o outro. Porquê? Nem é preciso responder porque todos o sabem: não é de esquerda nem socialista-cabalista e porventura nem sequer de maçonarias regulares.
Por outro lado, a principal razão ainda poderá ser de outro teor que revela o jacobinismo e hipocrisia da directora do moribundo jornal: José Sócrates não aparece a comentar do mesmo modo que outros líderes aparecem e são convidados para esportularem opiniões e pareceres baseados na sua experiência. Tal efeito, os apaniguados de José Sócrates já o apresentaram para justificar algo também injustificável e nebuloso: a contratação para consultor da Octapharma. José Sócrates não vai para comentador da RTP como inocente ex-político cuja experiência pode ainda aproveitar aos cidadãos crédulos e esquecidos do que o mesmo fez como governante. Vai, sim, para aproveitar o efeito mediático da exposição. José Sócrates, é bom lembrar, já foi comentador televisivo antes de ser governante e porventura essa exposição ajudou e foi a base da notoriedade que alcançou e o alcandorou à direcção do partido que António Vitorino então não quis.
É esse efeito que José Sócrates pretende novamente provocar, sem atenção ao tempo que passou e confiado que os seus dotes de manipulador e mentiroso compulsivo o conduzirão ao mesmo lugar de mando e poder.
Esse efeito que é evidente e só não vê quem não quer, é o impedimento mais forte para que um indivíduo assim tenha visibilidade público-mediática numa estação pública de televisão, paga por todos e envolvida em polémicas sobre serviço público.
O que a RTP faz neste caso é apenas um frete político, obsceno, nojento e inadmissível em democracia.
Quem não entende isto é "socratista". Como a directora do Público, cuja decência há muito foi deixada na cova que cavou para o jornal.
sábado, março 23, 2013
O jornalismo-pelicano
A jornalista Filomena Martins que agora escreve no DN uma crónica, depois de ter sido cronista noutros lados e repórter no Correio da Manhã, esportula no jornal de hoje a sua opinião sobre o caso de Sócrates se tornar comentador televisivo, na RTP, assim:
A pergunta retórica que coloca e à qual responde em modo muito prático e a afogar evidências de outras retóricas é exemplar deste tipo de jornalismo croniqueiro que invadiu de forma crónica o jornalismo nacional:"É de interesse público ouvir o que o ex-primeiro-ministro tem a dizer? Claro", responde logo, como se essa evidência não trouxesse mais água no bico que um pelicano imerso em maré negra.
Se lhe perguntassem do mesmo modo - "É de interesse público ouvir o que o ex-presidente do Benfica, Vale e Azevedo tem a dizer?", responderia o quê, esta jornalista-pelicano? "Claro" ? Não, de certeza escuro.
E se em vez de Vale e Azevedo fosse, sei lá, o presidente do PNR, José Pinto Coelho, o que diria a pelicano-jornalista?
Provavelmente, uma vez que integrará tal pessoa na extrema-direita, sem dúvida alguma, o que já escreveu em tempos...dizendo claramente que "“A melhor forma de lidar com esse fenómeno desprezível, xenófobo e racista, tem duas vias: o ataque, relevando o pior do que defendem sem contemplações e controlando os seus passos ao milímetro, agindo contra todas as ilegalidades; ou o desprezo, cortando-lhe campo de manobra e impedindo qualquer tipo de promoção.”
Esta jornalista que apelida a polémica suscitada com este caso, de "ridícula e absurda" não se deu conta de que absurda é a sua miopia croniqueira ao não reconhecer o óbvio: que o aparecimento de José Sócrates, agora, na RTP em tempo e espaço de opinião que apenas o mesmo controla, sem contraditório, não se destina a qualquer esclarecimento do papel do mesmo como ex-primeiro-ministro, mas apenas a um branqueamento e reciclagem política no momento que atravessa. Destina-se exactamente ao oposto que supostamente uma intervenção televisiva deste teor deve ser: esclarecimento e elucidação do cidadão comum, acerca do fenómeno político trocada gratuitamente por propaganda desenfreada e obscena. Com uma agravante nada despiciente: é precisamente ao jornalismo decente e competente que compete a denúncia e a não admissão de tais procedimentos. A característica de contra-poder do jornalismo devia obrigar os verdadeiros jornalistas a tal tarefa, mas pelos vistos alguns preferem ser jornaleiros de causas.
A intervenção televisiva de José Sócrates destina-se apenas a propaganda política do costume, de nada valendo a experiência antiga porque os processos são sempre os mesmos e os objectivos idênticos: a conquista do poder político.
Quem olvida voluntariamente este efeito necessário e evidente da intervenção televisiva de um político, na circunstância que atravessamos, não merece sequer cronicar em jornais, porque o que escreve traz a suspeita da água no bico. E é água suja.E nada tem de ridículo porque é triste, apenas.
A pergunta retórica que coloca e à qual responde em modo muito prático e a afogar evidências de outras retóricas é exemplar deste tipo de jornalismo croniqueiro que invadiu de forma crónica o jornalismo nacional:"É de interesse público ouvir o que o ex-primeiro-ministro tem a dizer? Claro", responde logo, como se essa evidência não trouxesse mais água no bico que um pelicano imerso em maré negra.
Se lhe perguntassem do mesmo modo - "É de interesse público ouvir o que o ex-presidente do Benfica, Vale e Azevedo tem a dizer?", responderia o quê, esta jornalista-pelicano? "Claro" ? Não, de certeza escuro.
E se em vez de Vale e Azevedo fosse, sei lá, o presidente do PNR, José Pinto Coelho, o que diria a pelicano-jornalista?
Provavelmente, uma vez que integrará tal pessoa na extrema-direita, sem dúvida alguma, o que já escreveu em tempos...dizendo claramente que "“A melhor forma de lidar com esse fenómeno desprezível, xenófobo e racista, tem duas vias: o ataque, relevando o pior do que defendem sem contemplações e controlando os seus passos ao milímetro, agindo contra todas as ilegalidades; ou o desprezo, cortando-lhe campo de manobra e impedindo qualquer tipo de promoção.”
Esta jornalista que apelida a polémica suscitada com este caso, de "ridícula e absurda" não se deu conta de que absurda é a sua miopia croniqueira ao não reconhecer o óbvio: que o aparecimento de José Sócrates, agora, na RTP em tempo e espaço de opinião que apenas o mesmo controla, sem contraditório, não se destina a qualquer esclarecimento do papel do mesmo como ex-primeiro-ministro, mas apenas a um branqueamento e reciclagem política no momento que atravessa. Destina-se exactamente ao oposto que supostamente uma intervenção televisiva deste teor deve ser: esclarecimento e elucidação do cidadão comum, acerca do fenómeno político trocada gratuitamente por propaganda desenfreada e obscena. Com uma agravante nada despiciente: é precisamente ao jornalismo decente e competente que compete a denúncia e a não admissão de tais procedimentos. A característica de contra-poder do jornalismo devia obrigar os verdadeiros jornalistas a tal tarefa, mas pelos vistos alguns preferem ser jornaleiros de causas.
A intervenção televisiva de José Sócrates destina-se apenas a propaganda política do costume, de nada valendo a experiência antiga porque os processos são sempre os mesmos e os objectivos idênticos: a conquista do poder político.
Quem olvida voluntariamente este efeito necessário e evidente da intervenção televisiva de um político, na circunstância que atravessamos, não merece sequer cronicar em jornais, porque o que escreve traz a suspeita da água no bico. E é água suja.E nada tem de ridículo porque é triste, apenas.
O Tribunal de Contas de Oliveira Martins
Ontem, o antigo presidente da EP, Almerindo Marques, foi ao Parlamento explicar contratos, negócios e modo como se realizaram, relativamente a algumas PPP´s rodoviárias.
O jornal i de hoje explica mais ou menos o que se passou.
A TVI, numa reportagem de Carlos Enes explicou ainda outra coisa: o Tribunal de Contas esteve presente em algumas negociações, através do seu director-geral, em modo que Almerindo Marques classificou como sendo uma autêntica assessoria técnico-jurídica, para se ultrapassarem problemas com a eventual recusa de visto por aquele tribunal.
Tal procedimento parece que era usual, na instituição presidida por Oliveira Martins, que também teve outros a merecer atenção, como ocorreu aquando de um assunto já por aqui tratado em tempos e a que ninguém ligou. O assunto tem relação directa com as últimas eleições legislativas e parece muito grave.
Porém, o tribunal de Contas, mesmo sui generis, é mesmo um tribunal, ou seja, um órgão de soberania distinto do Governo ou da Administração pública. Num Estado de Direito, como o que supomos ter, deve existir uma separação de poderes para assegurar o bom funcionamento das instituições democráticas. Enviar um emissário, ainda por cima um funcionário do mesmo tribunal, às negociações dos contratos das PPP´s, relativamente às quais o tribunal teria que se pronunciar posteriormente é uma coisa extraordinária que só se compreende num Estado cujo Direito deixa muito a desejar.
O Tribunal de Oliveira Martins não é um couto. E uma instituição do Estado, separada do Governo ou de outros poderes e só essa separação garante a independência da instituição.
Se o governo ( de José Sócrates, claro está) carecia de assessores para o prevenir de eventuais chumbos em visto prévio ou posterior, deveria fazer de outro modo...mas parece que não e que o snr Oliveira Martins, presidente do dito tribunal vai ter que dar explicações detalhadas sobre o seu conceito de democracia. Poderiam aproveitar a oportunidade para o confrontarem com o outro problema, também grave e que passou sem alarido.
Aqui fica a notícia da TVI:
O Tribunal de Contas assegura que a presença do seu diretor-geral numa reunião com membros do Governo não tinha como intuito ajudar a contornar o chumbo do Tribunal, mas sim explicar «o alcance da decisão». Reação às declarações do ex-presidente das Estradas de Portugal, Almerindo Marques, no Parlamento.
«O diretor-geral foi solicitado a informar sobre o sentido e alcance das decisões tomadas, tendo salientado as ilegalidades apontadas pelo Tribunal e o caráter inequívoco das suas consequências», explica a instituição liderada por Guilherme d'Oliveira Martins, num esclarecimento enviado à TVI, sublinhando que, enquanto os juízes decidem os processos, o diretor-geral não conhece os processos nem participa nas decisões.
«O diretor-geral e outros dirigentes do Tribunal de Contas (TC) colaboram regularmente com as entidades públicas que o solicitem, prestando informações sobre a jurisprudência do Tribunal relativa aos casos que lhe são submetidos. O TC, enquanto tal, bem como os seus Juízes Conselheiros, não participam nesta colaboração. Por seu turno o diretor-geral não conhece os processos em causa, nem participa nas decisões», assegura a entidade, que lembra que, no seguimento da atuação e das recomendações do Tribunal em casos concretos, «a lei foi alterada e já não é possível a execução de obras similares, antes do visto do Tribunal de Contas».
O jornal i de hoje explica mais ou menos o que se passou.
A TVI, numa reportagem de Carlos Enes explicou ainda outra coisa: o Tribunal de Contas esteve presente em algumas negociações, através do seu director-geral, em modo que Almerindo Marques classificou como sendo uma autêntica assessoria técnico-jurídica, para se ultrapassarem problemas com a eventual recusa de visto por aquele tribunal.
Tal procedimento parece que era usual, na instituição presidida por Oliveira Martins, que também teve outros a merecer atenção, como ocorreu aquando de um assunto já por aqui tratado em tempos e a que ninguém ligou. O assunto tem relação directa com as últimas eleições legislativas e parece muito grave.
Porém, o tribunal de Contas, mesmo sui generis, é mesmo um tribunal, ou seja, um órgão de soberania distinto do Governo ou da Administração pública. Num Estado de Direito, como o que supomos ter, deve existir uma separação de poderes para assegurar o bom funcionamento das instituições democráticas. Enviar um emissário, ainda por cima um funcionário do mesmo tribunal, às negociações dos contratos das PPP´s, relativamente às quais o tribunal teria que se pronunciar posteriormente é uma coisa extraordinária que só se compreende num Estado cujo Direito deixa muito a desejar.
O Tribunal de Oliveira Martins não é um couto. E uma instituição do Estado, separada do Governo ou de outros poderes e só essa separação garante a independência da instituição.
Se o governo ( de José Sócrates, claro está) carecia de assessores para o prevenir de eventuais chumbos em visto prévio ou posterior, deveria fazer de outro modo...mas parece que não e que o snr Oliveira Martins, presidente do dito tribunal vai ter que dar explicações detalhadas sobre o seu conceito de democracia. Poderiam aproveitar a oportunidade para o confrontarem com o outro problema, também grave e que passou sem alarido.
Aqui fica a notícia da TVI:
O Tribunal de Contas assegura que a presença do seu diretor-geral numa reunião com membros do Governo não tinha como intuito ajudar a contornar o chumbo do Tribunal, mas sim explicar «o alcance da decisão». Reação às declarações do ex-presidente das Estradas de Portugal, Almerindo Marques, no Parlamento.
«O diretor-geral foi solicitado a informar sobre o sentido e alcance das decisões tomadas, tendo salientado as ilegalidades apontadas pelo Tribunal e o caráter inequívoco das suas consequências», explica a instituição liderada por Guilherme d'Oliveira Martins, num esclarecimento enviado à TVI, sublinhando que, enquanto os juízes decidem os processos, o diretor-geral não conhece os processos nem participa nas decisões.
«O diretor-geral e outros dirigentes do Tribunal de Contas (TC) colaboram regularmente com as entidades públicas que o solicitem, prestando informações sobre a jurisprudência do Tribunal relativa aos casos que lhe são submetidos. O TC, enquanto tal, bem como os seus Juízes Conselheiros, não participam nesta colaboração. Por seu turno o diretor-geral não conhece os processos em causa, nem participa nas decisões», assegura a entidade, que lembra que, no seguimento da atuação e das recomendações do Tribunal em casos concretos, «a lei foi alterada e já não é possível a execução de obras similares, antes do visto do Tribunal de Contas».
sexta-feira, março 22, 2013
O frete de um tal Paulo Ferreira, com Relvas no meio da Ponte...
A RTP divulgou em comunicado que a anunciada entrevista com José Sócrates será feita na próxima quarta-feira, às 21h, em direto no primeiro canal.
O antigo primeiro-ministro será entrevistado por Paulo Ferreira, diretor de Informação, e Vítor Gonçalves, numa conversa que marca o seu regresso à atividade política desde a sua derrota nas eleições legislativas.
Depois da derrota com Passos Coelho e da saída do Governo, Sócrates optou por ir estudar para Paris e recolher-se ao silêncio. Mas já prepara o regresso aos palcos políticos, uma vez que a partir de abril terá um um espaço semanal de comentário na RTP1, conforme foi noticiado esta semana.
Antes dissoi, porém, e como também ficou acordado, dará uma entrevista para falar dos temas que marcam a atualidade nacional e internacional.
quinta-feira, março 21, 2013
Calma! Vamos ouvir falar de corrupção a um indivíduo que vem de França...
R.R.:
O chefe do Governo anterior, José Sócrates, vai comentar a actualidade, a partir de Abril, num programa semanal na RTP.
A notícia é avançada na edição desta quinta-feira do “Diário de Notícias”, segundo a qual Sócrates vai ser um dos elementos do novo painel de comentadores, do qual fará também parte o social-democrata Nuno Morais Sarmento.
O jornal adianta que o antigo primeiro-ministro não vai receber qualquer retribuição financeira directa, mas desconhecem-se os termos concretos do acordo estabelecido com a televisão pública.
José Sócrates deixou Portugal em 2011, quando perdeu as eleições para o PSD, e tem vivido em Paris. Desde 1 de Janeiro que exerce o cargo de presidente do conselho consultivo da farmacêutica Octapharma para a América Latina, tendo sido escolhido pelo seu "conhecimento profundo" da região e pela sua "vivência com os problemas de saúde pública", segundo comunicado da empresa.
O seu Governo pode voltar a ser investigado pelo Ministério Público por suspeitas de tráfico de influências no âmbito do processo Face Oculta, num caso ligado à margem de lucro das farmácias.
De acordo com o jornal “i”, numa notícia divulgada em Março, o actual Executivo terá entregado ao Ministério Público, no final do ano passado, documentação sobre a eventual pressão exercida pelo presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), João Cordeiro, sobre o socialista Armando Vara para pedir a José Sócrates que aprovasse legislação que repusesse a margem de lucro das farmácias em 20%. A alteração aconteceu em Março de 2010.
A absoluta falta de vergonha de quem manda na RTP, neste caso singular, é paradigmática do que aconteceu ao país. Um indivíduo que fez o que fez, politicamente, passados escassos dois anos, volta de Paris, onde se encontra a estudar não se sabe bem o quê, sendo agora consultor de não se sabe exactamente o quê e ganhando a vida não se sabendo exactamente como, para intervir outra vez abertamente na política nacional e assim ganhar visibilidade e relevo político que de outra forma não conseguiria. Isto é um frete aberto, claro e obsceno.
A RTP, evidentemente, cedendo a solicitações externas porque não lembra ao careca convidar uma pessoa assim sem ser através de pressões diplomáticas da política nacional, convida o indivíduo que ainda não prestou qualquer conta do que fez ao país, para comentar a actualidade, com outro prócere destas andanças, sócio de capital da PLMJ ( depois de ter sido sócio de indústria e ter alcançado o lugar após sair de um governo) e outro exemplo da falta de vergonha nacional erigida como paradigma de comportamento político.
Isto é demais. Quem convidou esta gente para comentar a política nacional devia ser despedido com a justíssima causa de ser incorrigível. Esta gente que nos afundou politica e economicamente não pode ser branqueada assim, sem mais e quem os convida para tal não tem a mínima noção da situação em que nos encontramos.
A RTP devia ser privatizada porque este tipo de serviço é obsceno e revela o que de pior se alcançou na estação pública de tv. O DN fala num tal Paulo Ferreira. Quem é este indivíduo e que fez para fazer o que agora fez? Como é que esta gente chega a cargos de poder na informação? O que é que Relvas tem a ver com isto?
Inacreditável.
O chefe do Governo anterior, José Sócrates, vai comentar a actualidade, a partir de Abril, num programa semanal na RTP.
A notícia é avançada na edição desta quinta-feira do “Diário de Notícias”, segundo a qual Sócrates vai ser um dos elementos do novo painel de comentadores, do qual fará também parte o social-democrata Nuno Morais Sarmento.
O jornal adianta que o antigo primeiro-ministro não vai receber qualquer retribuição financeira directa, mas desconhecem-se os termos concretos do acordo estabelecido com a televisão pública.
José Sócrates deixou Portugal em 2011, quando perdeu as eleições para o PSD, e tem vivido em Paris. Desde 1 de Janeiro que exerce o cargo de presidente do conselho consultivo da farmacêutica Octapharma para a América Latina, tendo sido escolhido pelo seu "conhecimento profundo" da região e pela sua "vivência com os problemas de saúde pública", segundo comunicado da empresa.
O seu Governo pode voltar a ser investigado pelo Ministério Público por suspeitas de tráfico de influências no âmbito do processo Face Oculta, num caso ligado à margem de lucro das farmácias.
De acordo com o jornal “i”, numa notícia divulgada em Março, o actual Executivo terá entregado ao Ministério Público, no final do ano passado, documentação sobre a eventual pressão exercida pelo presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), João Cordeiro, sobre o socialista Armando Vara para pedir a José Sócrates que aprovasse legislação que repusesse a margem de lucro das farmácias em 20%. A alteração aconteceu em Março de 2010.
A absoluta falta de vergonha de quem manda na RTP, neste caso singular, é paradigmática do que aconteceu ao país. Um indivíduo que fez o que fez, politicamente, passados escassos dois anos, volta de Paris, onde se encontra a estudar não se sabe bem o quê, sendo agora consultor de não se sabe exactamente o quê e ganhando a vida não se sabendo exactamente como, para intervir outra vez abertamente na política nacional e assim ganhar visibilidade e relevo político que de outra forma não conseguiria. Isto é um frete aberto, claro e obsceno.
A RTP, evidentemente, cedendo a solicitações externas porque não lembra ao careca convidar uma pessoa assim sem ser através de pressões diplomáticas da política nacional, convida o indivíduo que ainda não prestou qualquer conta do que fez ao país, para comentar a actualidade, com outro prócere destas andanças, sócio de capital da PLMJ ( depois de ter sido sócio de indústria e ter alcançado o lugar após sair de um governo) e outro exemplo da falta de vergonha nacional erigida como paradigma de comportamento político.
Isto é demais. Quem convidou esta gente para comentar a política nacional devia ser despedido com a justíssima causa de ser incorrigível. Esta gente que nos afundou politica e economicamente não pode ser branqueada assim, sem mais e quem os convida para tal não tem a mínima noção da situação em que nos encontramos.
A RTP devia ser privatizada porque este tipo de serviço é obsceno e revela o que de pior se alcançou na estação pública de tv. O DN fala num tal Paulo Ferreira. Quem é este indivíduo e que fez para fazer o que agora fez? Como é que esta gente chega a cargos de poder na informação? O que é que Relvas tem a ver com isto?
Inacreditável.
terça-feira, março 19, 2013
Calma! Trata-se provavelmente de corrupção, mas é em França...
Expresso online ( que escreveu "branqueamento de fraude fiscal", o que denota o habitual jornalismo para quem é...bacalhau basta...):
O Ministério Público francês abriu esta tarde um processo por "branqueamento de fraude fiscal" no qual é visado o ministro socialista do Orçamento, Jérôme Cahuzac, suspeito de ter tido, até 2010, uma conta secreta num banco suíço.
Os magistrados consideram que existem indícios suficientes para investigar as acusações contra o ministro lançadas há mais de três meses pelo site "Mediapart", dirigido pelo antigo diretor do jornal Le Monde, Edwy Plenel.
Mediapart tinha designadamente divulgado uma gravação de uma conversa telefónica atribuída a Cahuzac, na qual este evocava inquietação com a existência de uma sua conta no banco UPS, em Genebra.
O Ministério Público francês indicou que, depois de diversas investigações, a gravação é autêntica e que é "provavelmente" a voz de Cahuzac que nela se ouve.
Jérome Cahuzac sempre desmentiu as acusações de "Mediapart". "Ele mente desde o princípio e deveria já ter-se demitido", declarou Edwy Plenel, esta tarde.
Segundo o site de informação, a alegada conta na Suíça do atual ministro foi fechada em 2010 e o dinheiro transferido, através de uma complexa montagem financeira, para Singapura.
A conta teria vários milhões de euros e teria sido alimentada por diversos laboratórios farmacêuticos. Cahuzac, que é milionário, foi cirurgião (medicina estética) antes de optar por uma carreira política.
ADITAMENTO:
E... realmente quem se enganou desta vez fui eu. Trata-se mesmo de "blanchiment de fraude fiscale", conforme um comentador/a indicou na caixa dos ditos.
Assim, desta vez a cretinice é minha e l´arroseur est arrosé.
Pardon, messieurs.
O Ministério Público francês abriu esta tarde um processo por "branqueamento de fraude fiscal" no qual é visado o ministro socialista do Orçamento, Jérôme Cahuzac, suspeito de ter tido, até 2010, uma conta secreta num banco suíço.
Os magistrados consideram que existem indícios suficientes para investigar as acusações contra o ministro lançadas há mais de três meses pelo site "Mediapart", dirigido pelo antigo diretor do jornal Le Monde, Edwy Plenel.
Mediapart tinha designadamente divulgado uma gravação de uma conversa telefónica atribuída a Cahuzac, na qual este evocava inquietação com a existência de uma sua conta no banco UPS, em Genebra.
O Ministério Público francês indicou que, depois de diversas investigações, a gravação é autêntica e que é "provavelmente" a voz de Cahuzac que nela se ouve.
Jérome Cahuzac sempre desmentiu as acusações de "Mediapart". "Ele mente desde o princípio e deveria já ter-se demitido", declarou Edwy Plenel, esta tarde.
Segundo o site de informação, a alegada conta na Suíça do atual ministro foi fechada em 2010 e o dinheiro transferido, através de uma complexa montagem financeira, para Singapura.
A conta teria vários milhões de euros e teria sido alimentada por diversos laboratórios farmacêuticos. Cahuzac, que é milionário, foi cirurgião (medicina estética) antes de optar por uma carreira política.
ADITAMENTO:
E... realmente quem se enganou desta vez fui eu. Trata-se mesmo de "blanchiment de fraude fiscale", conforme um comentador/a indicou na caixa dos ditos.
Assim, desta vez a cretinice é minha e l´arroseur est arrosé.
Pardon, messieurs.
domingo, março 17, 2013
O jornalismo abaixo de cão
No Telejornal da RTP1, agora mesmo, conduzido pela jornalista Cristina Esteves, está Herman José, como convidado especial, a comentar incidentalmente as notícias.
Sobre o "caso Isaltino" e sobre o "caso Rui Pedro" , Herman José esportula a sua opinião tipo tudista. Acha que a Justiça, em Portugal, lembra a inquisição. Tal e qual. A razão encontra-a na incompreensão do sistema e "noutras coisas" que não especifica, mas é fácil de adivinhar, porque se há alguém que não devia falar assim da Justiça, é Herman José. Safou-se por causa de um equívoco e na Inquisição não havia garantias dessas.
Por outro lado, a jornalistas apresentou o tema de abertura do telejornal de hoje, a cerimónia papal referente ao "Angelus", citando o latim original num modo ainda mais original: chamou-lhe "anguelus".
Fica tudo dito sobre este jornalismo, sobre o princípio de Peter e sobre o costume de a RTP dar aos espectadores o chamado jornalismo abaixo de cão. É que nem sequer é aquele do tipo para quem é, bacalhau basta.
E daí...não fica ainda tudo. A mesma jornalista, à míngua de novidades, repassou uma peça de ontem, sobre uma reunião partidária do PS em que esteve presente Jorge Coelho, o regressado administrador da Mota-Engil, dispensado por não ser mais preciso.
E que disse Jorge Coelho para os apaniguados do partido e público em geral ouvir? Que com estas políticas "neo-liberais" ainda vamos regressar ao tempo da mortalidade infantil acima da média europeia e outros índices perigosos para o bem estar social.
Jorge Coelho é o mesmo que assegurava há uns anos, no programa de tv Quadratura do Circulo, que a memória das pessoas é muito curta.
Jorge Coelho é o mesmo que foi designado administrador de uma empresa privada de construção civil e obras públicas e foi durante a "sua" administração que a firma conseguiu umas rendosas renegociações das PPP´s rodoviárias que a beneficiaram de modo inadmissível e prejudicaram o erário público em milhões e milhões.Jorge Coelho, sobre isto, não deve ter nenhuma memória.
Jorge Coelho conta evidentemente com este jornalismo abaixo de cão e com a memória curta dos portugueses para continuar a enganar papalvos.
Sobre o "caso Isaltino" e sobre o "caso Rui Pedro" , Herman José esportula a sua opinião tipo tudista. Acha que a Justiça, em Portugal, lembra a inquisição. Tal e qual. A razão encontra-a na incompreensão do sistema e "noutras coisas" que não especifica, mas é fácil de adivinhar, porque se há alguém que não devia falar assim da Justiça, é Herman José. Safou-se por causa de um equívoco e na Inquisição não havia garantias dessas.
Por outro lado, a jornalistas apresentou o tema de abertura do telejornal de hoje, a cerimónia papal referente ao "Angelus", citando o latim original num modo ainda mais original: chamou-lhe "anguelus".
Fica tudo dito sobre este jornalismo, sobre o princípio de Peter e sobre o costume de a RTP dar aos espectadores o chamado jornalismo abaixo de cão. É que nem sequer é aquele do tipo para quem é, bacalhau basta.
E daí...não fica ainda tudo. A mesma jornalista, à míngua de novidades, repassou uma peça de ontem, sobre uma reunião partidária do PS em que esteve presente Jorge Coelho, o regressado administrador da Mota-Engil, dispensado por não ser mais preciso.
E que disse Jorge Coelho para os apaniguados do partido e público em geral ouvir? Que com estas políticas "neo-liberais" ainda vamos regressar ao tempo da mortalidade infantil acima da média europeia e outros índices perigosos para o bem estar social.
Jorge Coelho é o mesmo que assegurava há uns anos, no programa de tv Quadratura do Circulo, que a memória das pessoas é muito curta.
Jorge Coelho é o mesmo que foi designado administrador de uma empresa privada de construção civil e obras públicas e foi durante a "sua" administração que a firma conseguiu umas rendosas renegociações das PPP´s rodoviárias que a beneficiaram de modo inadmissível e prejudicaram o erário público em milhões e milhões.Jorge Coelho, sobre isto, não deve ter nenhuma memória.
Jorge Coelho conta evidentemente com este jornalismo abaixo de cão e com a memória curta dos portugueses para continuar a enganar papalvos.
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