quarta-feira, março 27, 2013

Silva Carvalho e Almeida Ribeiro

 R.R.: ( que se arrependeram do título que entalava Relvas e modificaram o mesmo):

 [texto alterado às 12H28, incluindo o título de "Miguel Relvas pode ser responsável por fugas de informação nas secretas" para "Capucho e Henrique Neto criticam integração de espião"]

A integração do ex-espião Silva Carvalho na Presidência do Conselho de Ministros é duramente criticada, em declarações à Renascença, pelo empresário e ex-deputado socialista Henrique Neto e pelo social-democrata António Capucho.

“É uma vergonha. Isso é um caso tão vergonhoso, que é impensável. Pelo menos, evidencia que há uma coincidência de interesses. Ou que o primeiro-ministro tem responsabilidades ou, até, muito provavelmente, o ministro Miguel Relvas tem responsabilidades naquilo que aconteceu nos Serviços de Segurança da República”, diz Henrique Neto.

O também dirigente da Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) desabafa, ainda "isso não deve ter sido feito inocentemente”.

Também o ex-conselheiro de Estado e militante social-democrata António Capucho levanta suspeitas em relação a um possível envolvimento de Miguel Relvas nas fugas de informação das secretas, pelo que se mostra surpreendido com a integração de Silva Carvalho.

“Em política, o que parece é, e isto parece imenso”, afirma Capucho, adiantando que, se há coisa que lhe "causou uma grande estupefacção, nos últimos tempos” é a integração de Silva Carvalho na Administração Pública.

“Eu não conheço a envolvente jurídica, mas alguém que está envolvido como ele nos problemas que conhecemos, que sai da função pública ou de um organismo do Estado para ir para a iniciativa privada, e, agora, de repente, tem a capacidade legal – ao que parece – de regressar à função pública e, ainda por cima, ser colocado no coração ou na cabeça da Administração Pública, na Presidência do Conselho de Ministros, sinceramente, não percebo como é que isso é possível”, diz Capucho.



Toda esta gente se alvoroça com um efeito que decorre da legalidade: a integração no alto funcionalismo público do antigo directo do SIED decorre directamente da lei que é de um dos governos de Sócrates.

O afã em entalar Relvas de qualquer modo e feitio leva pessoas do PSD como Capucho a fazerem figuras muito tristes quando as evitaram numa altura em que essas figuras seriam do maior relevo, como foi na altura da saída de um tal Almeida Ribeiro, também do SIS e que integrou o gabinete de José Sócrates enquanto governante.
Não me lembro de alguém mencionar um episódio, esse sim muito triste, que envolveu o mesmo personagem secreto, quando foi apanhado por um fotógrafo a sair do carro oficial do primeiro-ministro na altura de campanha eleitoral.
Quando saiu do governo continuou nos ministérios como funcionário e depois passou a leccionar. Onde? Onde mais senão no ISCTE?
 
Mas antes disso houve outras paragens que não incomodaram os agora incomodados com o caso Silva Carvalho. O i explicava...

Foi um dos grandes ideólogos dos seis anos de governo de José Sócrates e agora está de volta ao Serviço de Informações e Segurança (SIS). José Almeida Ribeiro foi nos últimos dois anos o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, mas desde 2005 que integrava o restrito núcleo político do ex-primeiro-ministro. Depois da derrota eleitoral de Junho, voltou para o seu lugar de origem, apurou o i.
Almeida Ribeiro pertence aos quadros do SIS há cerca de 30 anos - é analista de informação - e o seu percurso tem sido intercalado entre a actividade política e os serviços de informação. Numa primeira fase, no meio político, esteve mais próximo do cavaquismo, de quem acompanhou a campanha de 1991, enquanto espião. Mas acabou por ser no PS que ganhou relevância política, chegando mesmo a integrar o último executivo de José Sócrates.

Na década de 90, Almeida Ribeiro esteve no gabinete do então ministro da República para os Açores, Mário Pinto - um militante histórico do PSD - mas acabou por voltar ao SIS com o fim do cavaquismo. Quando António Guterres venceu as eleições, o então ministro da Cultura, Manuel Maria Carrilho voltou a requisitá-lo ao SIS e escolheu-o para seu chefe de gabinete. Em 2000, Carrilho deixou o governo e o ex-secretário de Estado adjunto de Sócrates voltou, mais uma vez, para os serviços de informação.

A relação com Carrilho vem dos tempos da faculdade. O ex--ministro foi professor de Almeida Ribeiro, ambos são da área da filosofia - e a proximidade com o ex-primeiro-ministro, José Sócrates, terá nascido durante o primeiro governo de António Guterres. Quando foi eleito primeiro-ministro, o líder do PS foi buscá-lo para seu adjunto político. Era ele um dos principais estrategas políticos de Sócrates e um dos homens que concebia os discursos do chefe do executivo. "É um excelente professor", diz fonte próxima, apontando como natural que Almeida Ribeiro acumule com a actividade no SIS a docência universitária.

Certo é que, contas feitas, este quadro das "secretas" passou quase 15 anos na actividade política, ou seja, metade da sua vida profissional como "espião". Confrontado com a mobilidade que existe nas "secretas", o presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, José Manuel Anes, defende que os casos mais graves são a transição dos serviços e informações para o sector privado, mas alerta que a "situação ideal é haver estabilidade profissional dentro dos serviços". "Seria melhor haver estabilidade, mas é a própria legislação que o permite", diz José Manuel Anes, numa altura em a ida do ex-director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa, Silva Carvalho, para uma empresa privada veio reabrir a discussão sobre o modelo que deve ser aplicado aos elementos das "secretas". L. C e R. T.


Portanto é preciso não esquecer que este personagem de banda desenhada ajudou Sócrates de um modo que Silva Carvalho nunca terá ajudado quem quer que fosse. Sobre isto é preciso não esquecer esse episódio e um outro bem posterior e que tem alguns meses:


A diferença entre Silva Carvalho e Almeida Ribeiro? Carvalho pertenceu à maçonaria má...

Questuber! Mais um escândalo!