Luís Campos e Cunha foi ministro das Finanças de José Sócrates durante alguns meses. Demitiu-se por razões que são públicas e agora poderão ser melhor avaliadas.
Público de 21.7.2005:
As dúvidas do ex-ministro das Finanças sobre os investimentos públicos levaram Sócrates a decidir-se pelo seu afastamento. O artigo escrito no PÚBLICO do passado domingo foi considerado um acto de falta de solidariedade com o resto do Governo, ao pôr em causa projectos como a Ota e o TGV. Teixeira dos Santos é o novo ministro de Estado e das Finanças. O artigo escrito no PÚBLICO no passado domingo está na origem do afastamento de Luís Campos e Cunha do Governo. As dúvidas do ex-ministro sobre projectos como a Ota e o TGV, aliás repetidas na terça-feira no Parlamento, levaram José Sócrates a decidir-se a suster as divisões no Executivo, provocando o pedido de demissão de Campos e Cunha.
RTP, em 21.7.2005:
(...)
Os partidos da oposição reagiram sem grande surpresa, face às recentes polémicas em que o titular da pasta das Finanças se envolveu, nomeadamente o artigo de opinião, publicado domingo no Público, em que sustentou que o crescimento económico depende da qualidade e não da quantidade de investimento público, dando como exemplo o caso da Suécia.
E após José Sócrates ter garantido a construção do aeroporto da Ota e das linhas de comboio de alta velocidade (TGV) Lisboa/Madrid e Lisboa/Porto/Vigo, Luís Campos e Cunha sustentou, terça-feira, no Parlamento, que se tratava de projectos ainda em avaliação.
Campos e Cunha foi um ministro controverso, mesmo antes de tomar posse, em Março, ao admitir uma subida de impostos, contrariando o discurso da campanha do líder do PS, José Sócrates.
Luís Campos e Cunha é dos poucos socialistas que podem e devem ser ouvidos a propósito de assuntos económicos relacionados com a política geral do país.
Numa entrevista à revista trimestral Risco ( Agosto -Outubro 2016) diz assim:
Se a opinião de Campos e Cunha tivesse sido respeitada em 2005 nunca teríamos a bancarrota de 2011, apesar das crises económicas internacionais que agora servem de alibi a quem não sabe mais o que justificar.
E nunca teríamos uma "operação Marquês", com os contornos conhecidos...o que permite concluir que a opinião de uma pessoa, se seguida , pode fazer toda a diferença num país a sério.
quarta-feira, agosto 31, 2016
segunda-feira, agosto 29, 2016
A desincultura agrícola é outra desgraça...
Um(a) jornalista do Observador encontrou um título para designar o que se passa entre o primeiro-ministro António Costa e o anterior PM, Passos Coelho: "sol na eira de Costa. Chuva no nabal de Passos".
Quem ler o parágrafo seguinte tropeça nesta prosa:
"A meteorologia económica do Governo e da oposição não coincide. Pedro Passos Coelho e António Costa — um ex-primeiro-ministro, o outro primeiro-ministro em funções –, têm marcado o discurso político das últimas semanas como se vivessem em universos paralelos. Para o primeiro, vivemos debaixo de uma atmosfera que adivinha tempestade. Para o segundo, o sol brilha apesar das nuvens ameaçadoras. O Observador olhou para os números e falou com economistas: o clima não está assim tão bom, mas também não se espera que venha a ficar assim tão mau. Não há grande sol na eira, mas também não troveja no nabal."
O ditado antigo que menciona o sol na eira e chuva no nabal não tem aquele significado, mas um outro mais interessante: refere-se aos que querem tudo de agradável ao mesmo tempo, mesmo contrariando as leis da natureza.
Para quem entende esse ditado, o desejo de sol na eira e chuva no nabal é o máximo que se pode desejar porque concita a maior utilidade possível na agricultura.
No jornalismo, pelos vistos, é doutra maneira: a chuva é sempre um mal e o sol o bem supremo...
Quem ler o parágrafo seguinte tropeça nesta prosa:
"A meteorologia económica do Governo e da oposição não coincide. Pedro Passos Coelho e António Costa — um ex-primeiro-ministro, o outro primeiro-ministro em funções –, têm marcado o discurso político das últimas semanas como se vivessem em universos paralelos. Para o primeiro, vivemos debaixo de uma atmosfera que adivinha tempestade. Para o segundo, o sol brilha apesar das nuvens ameaçadoras. O Observador olhou para os números e falou com economistas: o clima não está assim tão bom, mas também não se espera que venha a ficar assim tão mau. Não há grande sol na eira, mas também não troveja no nabal."
O ditado antigo que menciona o sol na eira e chuva no nabal não tem aquele significado, mas um outro mais interessante: refere-se aos que querem tudo de agradável ao mesmo tempo, mesmo contrariando as leis da natureza.
Para quem entende esse ditado, o desejo de sol na eira e chuva no nabal é o máximo que se pode desejar porque concita a maior utilidade possível na agricultura.
No jornalismo, pelos vistos, é doutra maneira: a chuva é sempre um mal e o sol o bem supremo...
A geringonça da informação é uma desgraça nacional
Passos Coelho, agora na Oposição ao Governo, disse ontem publicamente e com destaque noticioso em tv´s coisas simples e que todos entendem. Duas delas merecem ser mencionadas em primeira página por qualquer jornal que tivesse do jornalismo a noção que deveria ter: informar com isenção o que se revela útil para o conhecimento da nossa realidade.
Uma afirmação de Passos referia a descida no investimento público realizado por este Governo em comparação com o anterior, contrariando até propósitos declarados de keynesianismo inflamado.
Só um jornal de hoje refere tal facto na primeira página: o i.
Outra afirmação tem carácter ideológico e politicamente é um apanhado que nenhum jornal deveria ter deixado escapar porque revela uma clivagem político-ideológica capaz de suscitar uma discussão acerca da natureza da geringonça governamental: "Quem é que põe dinheiro num país dirigido por comunistas e bloquistas?"
Nenhum jornal nacional de relevo se dignou mencionar em primeira página tal questão.
No entanto essa é uma das questões magnas na sociedade portuguesa actual, perceber a natureza do regime que temos, das contradições ideológicas que o atravessam e no final de contas compreender porque se chama geringonça a uma organização de governo com apoio parlamentar de partidos que não comungam ideologicamente dos mesmos propósitos e se encontram em campos opostos no modo de entender a sociedade e a política. A democracia não poderá funcionar sem problemas de maior se existir no seu seio quem queira acabar com a mesma, tal como é entendida na Europa ocidental.
O PCP, apesar dos aggiornamentos de décadas continua o mesmo de sempre e que levou Álvaro Cunhal a garantir a uma jornalista italiana do L´Europeo ( Oriana Fallacci) que Portugal jamais teria uma regime parlamentar semelhante ao da Europa ocidental. O PCP não mudou uma vírgula nesse entendimento ideológico de fundo; apenas de táctica, por muito que o deneguem, como aliás fizeram mentindo sobre aquele propósito declarado.
O BE, como se extrai das declarações avulsas dos seus líderes é um partido revolucionário, trotskista que se vai adaptando ás condições objectivas que encontra, oposto em muitas coisas ao PCP mas similar no desiderato: o socialismo não democrático.
Tanto o PCP como o BE são partidos de esquerda marxista com ideias muito afastadas das dos demais do espectro político no que se refere à organização económica da sociedade.
Esses factos e realidade são escamoteados continuamente por uma informação enfeudada ideologicamente a uma esquerda mítica, sempre a mesma, que tem apenas uma ideia base: a oposição ao capitalismo tal como se conhece. Agora chamam-lhe mercados, neo-liberalismo e outros epítetos, mas fundamentalmente é sempre a velha luta de classes que está impregnada no espírito de quem escreve e dirige os jornais. O PCP e o BE são os aliados naturais nessa luta de sempre porque uma boa parte dos jornalistas, os desta e os da geração anterior, estiveram sempre próximos dessa ideologia.
O que Passos Coelho disse- ninguém que tenha dinheiro para investir vai enterrá-lo num país que não protege ou garante o rendimento desse dinheiro- é uma afirmação de um senso comum que não se encontra nos jornais e tal fenómeno, só por si, merece estudo e reflexão.
Nos últimos 40 anos o discurso da esquerda marxista e mesmo daquela que meteu o marxismo na gaveta não suscita confiança nos investidores. O capitalismo desertou de Portugal em 1974 e nunca mais se recompôs tal como existia, apesar de essa esquerda marxista estar sempre a dizer o contrário.
As grandes empresas estrangeiras, os "monopólios", no dizer pitoresco dos marxistas do PCP e quejandos, não querem nada connosco porque conhecem muito bem o ambiente de prec permanente que existe neste Portugal de geringonça ideológica.
Os capitalistas endinheirados que surgiram em Portugal desde há 40 anos ganharam o dinheiro a vender mercearias e pouco mais. A indústria que existia e desapareceu nos anos 80 fruto da gestão inacreditável da esquerda não marxista, não voltou a aparecer do mesmo modo.
Os sectores que em Portugal exportam sabem pouco a português antigo e nenhum deles é capitaneado por qualquer capitão de indústria ou núcleo familiar que dantes existia.
As maiores exportadoras resultam de recomposições de antigas empresas que eram privadas em 1974, foram nacionalizadas em 1975 e resultaram em geringonças sem alma nacional, incluindo a TAP ou a GALP. As estrangeiras que vieram para cá estão no sector automóvel e similar e as construtoras civis de maior vulto são fruto do regime de proteccionismo prático e eventualmente corrupto através de verbas comunitárias para as autoestradas do futuro comprometido em PPP´s.
Nas vinte maiores empresas nacionais ( entre 10 mil milhões de euros e mil milhões de euros de facturação, o que é um retrato da nossa pobreza) as de energia e comunicações levam a parte de leão. Os merceeiros levam o resto que nem é muito, relativamente.
Quem produz artefactos para vestir e calçar mantém uma economia florescente no Norte do país, tendo sobrevivido miraculosamente aos precs. Quem produz na agricultura, idem. Mas são uma ínfime parte do que somos economicamente e uma sombra pálida do que poderíamos ser.
Não há muito tempo tínhamos cerca de 11 das 100 maiores empresas europeias a operar em Portugal. Em 2009, no tempo de um Inenarrável PM tínhamos 3 das maiores empresas de construção civil europeia e percebe-se bem porquê...
As vinte maiores empresas europeias nada têm a ver connosco e estão concentradas na área dos serviços e da construção automóvel.
A empresa suíça Novartis, do sector farmacêutico tinha há cerca de dez anos uma facturação que era quase o triplo na nossa maior empresa ( Petrogal).
A Volkswagen por exemplo e porque temos por cá uma espécie de entreposto deles, tem uma facturação anual de mais de 250 mil milhões de euros.
Em Portugal, há poucos anos, as 1000 maiores empresas facturavam nem sequer 150 mil milhões de euros, em conjunto...
Com estas realidade como é que se compreende que os jornais e os jornalistas nacionais dêem o destaque e a importância que efectivamente dão ao PCP e ao BE e ao mentor da actual geringonça que não sabe bem onde está e para onde vai?
Como é isto possível e principalmente durar ininterruptamente há mais de 40 anos, sem grande alternativa?
Uma afirmação de Passos referia a descida no investimento público realizado por este Governo em comparação com o anterior, contrariando até propósitos declarados de keynesianismo inflamado.
Só um jornal de hoje refere tal facto na primeira página: o i.
Outra afirmação tem carácter ideológico e politicamente é um apanhado que nenhum jornal deveria ter deixado escapar porque revela uma clivagem político-ideológica capaz de suscitar uma discussão acerca da natureza da geringonça governamental: "Quem é que põe dinheiro num país dirigido por comunistas e bloquistas?"
Nenhum jornal nacional de relevo se dignou mencionar em primeira página tal questão.
No entanto essa é uma das questões magnas na sociedade portuguesa actual, perceber a natureza do regime que temos, das contradições ideológicas que o atravessam e no final de contas compreender porque se chama geringonça a uma organização de governo com apoio parlamentar de partidos que não comungam ideologicamente dos mesmos propósitos e se encontram em campos opostos no modo de entender a sociedade e a política. A democracia não poderá funcionar sem problemas de maior se existir no seu seio quem queira acabar com a mesma, tal como é entendida na Europa ocidental.
O PCP, apesar dos aggiornamentos de décadas continua o mesmo de sempre e que levou Álvaro Cunhal a garantir a uma jornalista italiana do L´Europeo ( Oriana Fallacci) que Portugal jamais teria uma regime parlamentar semelhante ao da Europa ocidental. O PCP não mudou uma vírgula nesse entendimento ideológico de fundo; apenas de táctica, por muito que o deneguem, como aliás fizeram mentindo sobre aquele propósito declarado.
O BE, como se extrai das declarações avulsas dos seus líderes é um partido revolucionário, trotskista que se vai adaptando ás condições objectivas que encontra, oposto em muitas coisas ao PCP mas similar no desiderato: o socialismo não democrático.
Tanto o PCP como o BE são partidos de esquerda marxista com ideias muito afastadas das dos demais do espectro político no que se refere à organização económica da sociedade.
Esses factos e realidade são escamoteados continuamente por uma informação enfeudada ideologicamente a uma esquerda mítica, sempre a mesma, que tem apenas uma ideia base: a oposição ao capitalismo tal como se conhece. Agora chamam-lhe mercados, neo-liberalismo e outros epítetos, mas fundamentalmente é sempre a velha luta de classes que está impregnada no espírito de quem escreve e dirige os jornais. O PCP e o BE são os aliados naturais nessa luta de sempre porque uma boa parte dos jornalistas, os desta e os da geração anterior, estiveram sempre próximos dessa ideologia.
O que Passos Coelho disse- ninguém que tenha dinheiro para investir vai enterrá-lo num país que não protege ou garante o rendimento desse dinheiro- é uma afirmação de um senso comum que não se encontra nos jornais e tal fenómeno, só por si, merece estudo e reflexão.
Nos últimos 40 anos o discurso da esquerda marxista e mesmo daquela que meteu o marxismo na gaveta não suscita confiança nos investidores. O capitalismo desertou de Portugal em 1974 e nunca mais se recompôs tal como existia, apesar de essa esquerda marxista estar sempre a dizer o contrário.
As grandes empresas estrangeiras, os "monopólios", no dizer pitoresco dos marxistas do PCP e quejandos, não querem nada connosco porque conhecem muito bem o ambiente de prec permanente que existe neste Portugal de geringonça ideológica.
Os capitalistas endinheirados que surgiram em Portugal desde há 40 anos ganharam o dinheiro a vender mercearias e pouco mais. A indústria que existia e desapareceu nos anos 80 fruto da gestão inacreditável da esquerda não marxista, não voltou a aparecer do mesmo modo.
Os sectores que em Portugal exportam sabem pouco a português antigo e nenhum deles é capitaneado por qualquer capitão de indústria ou núcleo familiar que dantes existia.
As maiores exportadoras resultam de recomposições de antigas empresas que eram privadas em 1974, foram nacionalizadas em 1975 e resultaram em geringonças sem alma nacional, incluindo a TAP ou a GALP. As estrangeiras que vieram para cá estão no sector automóvel e similar e as construtoras civis de maior vulto são fruto do regime de proteccionismo prático e eventualmente corrupto através de verbas comunitárias para as autoestradas do futuro comprometido em PPP´s.
Nas vinte maiores empresas nacionais ( entre 10 mil milhões de euros e mil milhões de euros de facturação, o que é um retrato da nossa pobreza) as de energia e comunicações levam a parte de leão. Os merceeiros levam o resto que nem é muito, relativamente.
Quem produz artefactos para vestir e calçar mantém uma economia florescente no Norte do país, tendo sobrevivido miraculosamente aos precs. Quem produz na agricultura, idem. Mas são uma ínfime parte do que somos economicamente e uma sombra pálida do que poderíamos ser.
Não há muito tempo tínhamos cerca de 11 das 100 maiores empresas europeias a operar em Portugal. Em 2009, no tempo de um Inenarrável PM tínhamos 3 das maiores empresas de construção civil europeia e percebe-se bem porquê...
As vinte maiores empresas europeias nada têm a ver connosco e estão concentradas na área dos serviços e da construção automóvel.
A empresa suíça Novartis, do sector farmacêutico tinha há cerca de dez anos uma facturação que era quase o triplo na nossa maior empresa ( Petrogal).
A Volkswagen por exemplo e porque temos por cá uma espécie de entreposto deles, tem uma facturação anual de mais de 250 mil milhões de euros.
Em Portugal, há poucos anos, as 1000 maiores empresas facturavam nem sequer 150 mil milhões de euros, em conjunto...
Com estas realidade como é que se compreende que os jornais e os jornalistas nacionais dêem o destaque e a importância que efectivamente dão ao PCP e ao BE e ao mentor da actual geringonça que não sabe bem onde está e para onde vai?
Como é isto possível e principalmente durar ininterruptamente há mais de 40 anos, sem grande alternativa?
domingo, agosto 28, 2016
O padreca laico falou e disse...tirou o chapéu e foi-se.
Louçã, o novo guru da esquerda que não alinha pelo PCP, disse coisas sobre a União Europeia. Essencialmente diz que é um projecto falhado:
Francisco Louçã considera que "a União Europeia é um projecto falhado" porque "representa o contrário do que prometeu", com o único argumento do poder de que é "preferível ser temido do que ser amado".
De facto é um projecto cuja falha maior é não conceder carta de alforria a projectos deste género já por aqui mencionados há tempos:
Não admira nada que a UE seja um projecto falhado. Enquanto não se aproximar desse magnífico projecto de realismo fantástico que é o de Louçã, será sempre falhado.
Francisco Louçã considera que "a União Europeia é um projecto falhado" porque "representa o contrário do que prometeu", com o único argumento do poder de que é "preferível ser temido do que ser amado".
De facto é um projecto cuja falha maior é não conceder carta de alforria a projectos deste género já por aqui mencionados há tempos:
Diz assim Louçã, sobre a essência ideológica do BE, depois da pergunta "Em que é que o BE acredita?":
"Numa
esquerda socialista. (...) Para nós o socialismo é a rejeição de um
modelo assente na desigualdade social e na exploração, e é ao mesmo
tempo uma rejeição do que foi o modelo da União Soviética ou é o modelo
da China. Não podemos aceitar que um projecto socialista seja menos
democrático que a "democracia burguesa" ou rejeite o sistema
pluripartidário. Não pode haver socialismo com um partido político
único, não pode haver socialismo com uma polícia política, não pode
haver socialismo com censura. O que se passa na China, desse ponto de
vista, é assustador para a esquerda. (...) Agora, a "esquerda
socialista" refere-se mais à história da confrontação, ou de alternativa
ao capitalismo existente. Por isso o socialismo é, para nós, uma
contra-afirmação de um projecto distinto. Mas, nesse sentido, só pode
ser uma estrutura democrática."
O que dizia Louçã em 2005 a este propósito? Isto:
"O
BE é um movimento socialista ( diferenciado da noção social-democrata,
entenda-se-nota minha) e desse ponto de vista pretende uma revolução
profunda na sociedade portuguesa. O socialismo é uma crítica profunda
que pretende substituir o capitalismo por uma forma de democracia
social. A diferença é que o socialismo foi visto, por causa da
experiência soviética, como a estatização de todas as relações sociais. E
isso é inaceitável. Uma é que os meios de produção fundamentais e de
regulação da vida económica sejam democratizados ( atenção que o termo
não tem equivalente semântico no ocidente e significa
colectivização-nota minha) em igualdade de oportunidade pelas pessoas.
Outra é que a arte, a cultura e as escolhas de vida possam ser impostas
por um Estado ( é esta a denúncia mais grave contra as posições
ideológicas do PCP). (...) É preciso partir muita pedra e em Portugal é
difícil. Custa mas temos de o fazer com convicção."
Não admira nada que a UE seja um projecto falhado. Enquanto não se aproximar desse magnífico projecto de realismo fantástico que é o de Louçã, será sempre falhado.
Ainda há quem dê ouvidos a este maluco? Que esperam para lhe cortar a colecta quase diária de microfones que lhe põem para ouvir estas baboseiras e outras ainda piores?
quinta-feira, agosto 25, 2016
A (re)visão permanente do esquerdismo militante
Este texto de José Vítor Malheiros ( o nosso Jacques Julliard porque quem não tem cão caça com gato) no Público é bem o exemplo dos equívocos que lavram nos nossos media há mais de 40 anos a esta parte.
Parte logo de um pressuposto falso: o domínio dos media nacionais pela "não esquerda", ou seja e para simplificar, pela "direita" seja lá isso o que for e no artigo é identificado como a actividade política dos empenhados em " impor na esfera política e em defender no espaço público uma agenda de privatização de serviços públicos, desregulação económica, liberalização do mercado de trabalho, destruição de direitos sociais e demonização do Estado".
Esta parece ser a definição operacional da "direita" por contraposição à de esquerda, definida como a defesa das actividades "empenhadas em difundir um ideário de combate às desigualdades e à injustiça social e em noticiar a actualidade a partir de um ponto de vista socialmente empenhado e intelectualmente independente dos poderes vigentes."
Este equívoco enunciado em sofisma permanente é o ideário da divisão "esquerda-direita" tal como o conhecemos em Portugal desde há longos anos. Não é, no entanto, o ideário do tal Jacques Julliard que costumava escrever pequenos textos na revista francesa Marianne e que se pautava por critérios de esquerda, assumidamente. Portugal tem uma esquerda marxista marcada por longos anos de lavagem cerebral vindos directamente do PREC de 1974-75.
Leia-se agora o resto do artigo do esquerdista português que escreve em jornais como o Público para vituperar a existência de uma escrita desconforme e desviada dos cânones daquela esquerda enunciada do modo exposto:
Imaginem que o jornal online Observador, em vez de ser um órgão de propaganda da direita neoliberal, criado e financiado por empresários conservadores empenhados em impor na esfera política e em defender no espaço público uma agenda de privatização de serviços públicos, desregulação económica, liberalização do mercado de trabalho, destruição de direitos sociais e demonização do Estado, fosse um projecto criado e financiado por pessoas ligadas à esquerda, empenhadas em difundir um ideário de combate às desigualdades e à injustiça social e em noticiar a actualidade a partir de um ponto de vista socialmente empenhado e intelectualmente independente dos poderes vigentes.
É evidente que, nessas circunstâncias, não veríamos um elemento do Observador a ocupar um lugar cativo nos painéis de comentadores da RTP e, se por acaso esse jornal fosse alguma vez citado por outros órgãos de comunicação social, seria identificado como “o jornal de esquerda Observador” ou “o jornal Observador, ligado aos meios da esquerda radical” e os jornalistas que assim o identificassem considerariam estar a fazer uma descrição não só objectiva mas necessária da fonte em causa.
Porque é que isso não acontece, simetricamente, e pelas mesmas razões, com o actual jornal Observador e porque é que este não é sempre apresentado como “o jornal de direita Observador” ou “o jornal Observador, ligado aos meios da direita radical”?
Isso acontece devido à hegemonia do pensamento conservador que considera “normal” que se seja de direita, e portanto não digno de ser sublinhado ou sequer referido, e “anormal” que se seja progressista, e portanto exigindo referência que sublinhe esse “desvio”. Para este pensamento hegemónico, ser de direita não é ser nada porque essa é a posição “natural”, enquanto ser de esquerda é ser algo “não natural”. Era precisamente pela mesma razão que, durante o Estado Novo, os apoiantes de Salazar “não faziam política”, por muito radicais que fossem nesse apoio em todas as facetas da sua vida, e os oposicionistas eram considerados “políticos”.
É evidente que os jornalistas, de direita ou de esquerda, sabem que é tão marcadamente ideológico ser de direita como de esquerda, mas por que razão sublinham então uma coisa e passam a outra em branco? Em certos casos, por mimetismo irracional. Muitos querem apenas to blend in e seguem a onda, imitam os colegas, as revistas, os famosos, os gurus que aparecem nos media – e estes são esmagadoramente de direita mesmo quando “não falam de política”. Noutros casos, por mimetismo premeditado. Querem apenas passar despercebidos e não pôr em risco o seu posto de trabalho. Noutros casos por cálculo. Querem fazer carreira, seja onde for, e aprenderam na escola de antijornalismo por onde andaram que a adulação funciona e que não se pisam os calos dos poderosos. Noutros caso por medo. A direita conservadora está no poder e tem o dinheiro, a força e muito da lei do seu lado. Noutros casos, devido ao ritmo industrial de produção imposto na maior parte das redacções, que obriga a aproveitar a informação primária tal como chega de algum centro de poder e a republicá-la sem tempo para a editar, reconstruir, verificar seja o que for ou sequer pensar. Noutros casos por pura distracção, porque o vento reaccionário é tão constante que se torna hipnótico. Noutros casos ainda, uma minoria, por consciente adesão a um modelo ideológico que se pretende reproduzir.
Estas circunstâncias têm todas algo em comum. São todas contrárias à deontologia que rege o jornalismo, que obriga a uma total independência dos poderes e à adopção de uma atitude de equidade e saudável cepticismo em relação à informação recebida das fontes, oficiais ou não.
Seja qual for a razão em cada caso particular, é por isso que continuamos a ver os noticiários cheios de citações nunca contraditadas de Pedro Passos Coelho, diga este as inanidades que disser no seu escasso léxico e por frágil que seja a sua situação política no interior do partido, e é por isso que qualquer pergunta a um político de esquerda está sempre dedicada a tentar encontrar brechas no entendimento parlamentar à esquerda, mesmo quando elas têm de ser inventadas por uma edição imaginativa. Porquê? Porque é preciso sublinhar, em cada momento, a contranaturalidade de um governo apoiado pela esquerda. Pensamento hegemónico da direita dixit. É também por isso que os pivots fazem uma careta quando dizem o nome de um dirigente do PCP mas não quando dizem o nome de um dirigente do PSD, numa demonstração de sectarismo que pode ser inconsciente, mas não é por isso menos sectária. É por isso que, numa entrevista de Catarina Martins publicada neste jornal, tem de ser colocada em título uma frase que dá a ideia contrária ao pensamento expresso pela entrevistada (dando a impressão de que, se fosse hoje, o BE não assinaria o acordo com o PS) mas que é conforme ao ar do tempo, sempre hegemónico, da direita.
Para esta esquerda militante contra o neo-liberalismo ( dantes era apenas o capitalismo, tout court) não devia existir o direito de alguém poder desviar-se do cânone estabelecido por eles próprios, segundo um ideário marxista. E se o fizesse, como aparentemente será o caso do Observador, deveria, em nome da decência democrática, ser denunciado e apresentado em pelourinho de opinião publicada como herético e desvirtuado dos valores político-morais dominantes.
A fogueira virtual seria apenas simbólica mas real na intenção de censurar e podar ideias adversas, eliminando a liberdade de expressão de tais propósitos. Tal como há quinhentos anos e desde então, em regimes que gostavam de ideário único e sem grandes contraditórios ideológicos. Esses regimes são precisamente os que essa esquerda apresenta como alternativa aos fassismos vários que apresentam sempre como o mal absoluto e irrefutável, o que se revela de uma contradição assinalável pela cegueira ideológia que ostenta.
Mesmo este argumento mergulhado na sua contradição, não encontra qualquer resistência uma vez que é contornado pela ideia simples de que o socialismo ou um regime de esquerda não é fatalmente catalogável entre os abominados totalitarismos, apesar de as evidências histórias o demonstrarem. Há sempre uma réstea benevolente nas virtualidades teóricas de tais regimes e por isso são desprezados os que denunciam a incoerência evidente. Pura e simplesmente, para esta esquerda, a realidade não a afecta porque vive sempre na virtualidade. O que é mau poderia ser bom e se fosse experimentada a receita certa sê-lo-ia pela certa. É assim que resolvem o paradoxo, do modo clássico e experimentado. O facto de ser sempre mau, com experiência comprovada de muitas décadas, não demove estes crentes da fé primitiva e original apresentada por Marx e desenvolvida por outros teóricos estudados.
O Mal absoluto para os crentes desta seita politicamente albigense que reescreve a História como uma permanente récita acerca de uma luta de classes é a famigerada "direita" que apesar de muitas vezes nem se assumir como tal é reconhecida pela preferência de classe. O sofisma, entranhado como está já não lhes estranha.
É neste contexto que se pode ler a seguinte entrevista notável ( publicada no último número da revista História -Jornal de Notícias) do historiador do anti-fassismo primitivo, Fernando Rosas que teve um avô revolucionário e um tio salazarista e optou por afeiçoar as ideias daquele, eventualmente por defeito politicamente genético.
A entrevista não está completa porque a última parte não interessa tanto. Nestas páginas está o catálogo completo do ideário da esquerda comunista acerca o nosso devir histórico do séc. XX, contado do modo que sempre foi contado por estes esquerdistas: sempre a perspectiva marxista da luta de classes e sempre a perspectiva que denega a legitimidade histórica de quem governou Portugal nas décadas de 30 a 70 desse século.
Estas pessoas preferiam que Portugal tivesse sido regido pelo comunismo, apesar de tudo o que aconteceu nos países que tinham tal regime e que os mesmos tinham o dever de conhecer. Este Rosas particularmente e que se diz historiador tinha o estrito dever de perceber o totalitarismo aberrante que defendia como solução para o salazarismo. Não se dá por achado, continua na sua pesporrência ideológica a defender o indefensável e a acusar os demais historiadores que não pensam do mesmo modo, de "revisionistas" ! Pasme-se!
Gostaria que um Rui Ramos ou um Vasco Pulido Valente, citados na entrevista lhe respondessem e entrassem em polémica, mas isso é pedir muito, se calhar.
Porém, essa discussão tarda e não chega para recuperar o tempo perdido de 40 anos de esquerdismo militante nos media em modo de opinião unificada. A esquerda comunista conseguiu nos media o que nunca conseguiu nos sindicatos do trabalho: a unificação da linguagem.
Quando Rosas fala ( pág. 66) no ambiente vivido em Portugal nos anos do PREC é claro: a hegemonia era de esquerda. E os media acompanhavam, até hoje, com pequenos nichos de aldeias gaulesas ( o Observador, por exemplo) que nem sequer lutam de modo igual para desbastar essa linguagem malfazeja porque nem se dão conta do mal que provoca. É esse o grande segredo da Esquerda ou pelo menos o mais bem guardado porque visível a quem o souber ver: a manutenção da linguagem esquerdista como referência léxica.
Parte logo de um pressuposto falso: o domínio dos media nacionais pela "não esquerda", ou seja e para simplificar, pela "direita" seja lá isso o que for e no artigo é identificado como a actividade política dos empenhados em " impor na esfera política e em defender no espaço público uma agenda de privatização de serviços públicos, desregulação económica, liberalização do mercado de trabalho, destruição de direitos sociais e demonização do Estado".
Esta parece ser a definição operacional da "direita" por contraposição à de esquerda, definida como a defesa das actividades "empenhadas em difundir um ideário de combate às desigualdades e à injustiça social e em noticiar a actualidade a partir de um ponto de vista socialmente empenhado e intelectualmente independente dos poderes vigentes."
Este equívoco enunciado em sofisma permanente é o ideário da divisão "esquerda-direita" tal como o conhecemos em Portugal desde há longos anos. Não é, no entanto, o ideário do tal Jacques Julliard que costumava escrever pequenos textos na revista francesa Marianne e que se pautava por critérios de esquerda, assumidamente. Portugal tem uma esquerda marxista marcada por longos anos de lavagem cerebral vindos directamente do PREC de 1974-75.
Leia-se agora o resto do artigo do esquerdista português que escreve em jornais como o Público para vituperar a existência de uma escrita desconforme e desviada dos cânones daquela esquerda enunciada do modo exposto:
Imaginem que o jornal online Observador, em vez de ser um órgão de propaganda da direita neoliberal, criado e financiado por empresários conservadores empenhados em impor na esfera política e em defender no espaço público uma agenda de privatização de serviços públicos, desregulação económica, liberalização do mercado de trabalho, destruição de direitos sociais e demonização do Estado, fosse um projecto criado e financiado por pessoas ligadas à esquerda, empenhadas em difundir um ideário de combate às desigualdades e à injustiça social e em noticiar a actualidade a partir de um ponto de vista socialmente empenhado e intelectualmente independente dos poderes vigentes.
É evidente que, nessas circunstâncias, não veríamos um elemento do Observador a ocupar um lugar cativo nos painéis de comentadores da RTP e, se por acaso esse jornal fosse alguma vez citado por outros órgãos de comunicação social, seria identificado como “o jornal de esquerda Observador” ou “o jornal Observador, ligado aos meios da esquerda radical” e os jornalistas que assim o identificassem considerariam estar a fazer uma descrição não só objectiva mas necessária da fonte em causa.
Porque é que isso não acontece, simetricamente, e pelas mesmas razões, com o actual jornal Observador e porque é que este não é sempre apresentado como “o jornal de direita Observador” ou “o jornal Observador, ligado aos meios da direita radical”?
Isso acontece devido à hegemonia do pensamento conservador que considera “normal” que se seja de direita, e portanto não digno de ser sublinhado ou sequer referido, e “anormal” que se seja progressista, e portanto exigindo referência que sublinhe esse “desvio”. Para este pensamento hegemónico, ser de direita não é ser nada porque essa é a posição “natural”, enquanto ser de esquerda é ser algo “não natural”. Era precisamente pela mesma razão que, durante o Estado Novo, os apoiantes de Salazar “não faziam política”, por muito radicais que fossem nesse apoio em todas as facetas da sua vida, e os oposicionistas eram considerados “políticos”.
É evidente que os jornalistas, de direita ou de esquerda, sabem que é tão marcadamente ideológico ser de direita como de esquerda, mas por que razão sublinham então uma coisa e passam a outra em branco? Em certos casos, por mimetismo irracional. Muitos querem apenas to blend in e seguem a onda, imitam os colegas, as revistas, os famosos, os gurus que aparecem nos media – e estes são esmagadoramente de direita mesmo quando “não falam de política”. Noutros casos, por mimetismo premeditado. Querem apenas passar despercebidos e não pôr em risco o seu posto de trabalho. Noutros casos por cálculo. Querem fazer carreira, seja onde for, e aprenderam na escola de antijornalismo por onde andaram que a adulação funciona e que não se pisam os calos dos poderosos. Noutros caso por medo. A direita conservadora está no poder e tem o dinheiro, a força e muito da lei do seu lado. Noutros casos, devido ao ritmo industrial de produção imposto na maior parte das redacções, que obriga a aproveitar a informação primária tal como chega de algum centro de poder e a republicá-la sem tempo para a editar, reconstruir, verificar seja o que for ou sequer pensar. Noutros casos por pura distracção, porque o vento reaccionário é tão constante que se torna hipnótico. Noutros casos ainda, uma minoria, por consciente adesão a um modelo ideológico que se pretende reproduzir.
Estas circunstâncias têm todas algo em comum. São todas contrárias à deontologia que rege o jornalismo, que obriga a uma total independência dos poderes e à adopção de uma atitude de equidade e saudável cepticismo em relação à informação recebida das fontes, oficiais ou não.
Seja qual for a razão em cada caso particular, é por isso que continuamos a ver os noticiários cheios de citações nunca contraditadas de Pedro Passos Coelho, diga este as inanidades que disser no seu escasso léxico e por frágil que seja a sua situação política no interior do partido, e é por isso que qualquer pergunta a um político de esquerda está sempre dedicada a tentar encontrar brechas no entendimento parlamentar à esquerda, mesmo quando elas têm de ser inventadas por uma edição imaginativa. Porquê? Porque é preciso sublinhar, em cada momento, a contranaturalidade de um governo apoiado pela esquerda. Pensamento hegemónico da direita dixit. É também por isso que os pivots fazem uma careta quando dizem o nome de um dirigente do PCP mas não quando dizem o nome de um dirigente do PSD, numa demonstração de sectarismo que pode ser inconsciente, mas não é por isso menos sectária. É por isso que, numa entrevista de Catarina Martins publicada neste jornal, tem de ser colocada em título uma frase que dá a ideia contrária ao pensamento expresso pela entrevistada (dando a impressão de que, se fosse hoje, o BE não assinaria o acordo com o PS) mas que é conforme ao ar do tempo, sempre hegemónico, da direita.
Para esta esquerda militante contra o neo-liberalismo ( dantes era apenas o capitalismo, tout court) não devia existir o direito de alguém poder desviar-se do cânone estabelecido por eles próprios, segundo um ideário marxista. E se o fizesse, como aparentemente será o caso do Observador, deveria, em nome da decência democrática, ser denunciado e apresentado em pelourinho de opinião publicada como herético e desvirtuado dos valores político-morais dominantes.
A fogueira virtual seria apenas simbólica mas real na intenção de censurar e podar ideias adversas, eliminando a liberdade de expressão de tais propósitos. Tal como há quinhentos anos e desde então, em regimes que gostavam de ideário único e sem grandes contraditórios ideológicos. Esses regimes são precisamente os que essa esquerda apresenta como alternativa aos fassismos vários que apresentam sempre como o mal absoluto e irrefutável, o que se revela de uma contradição assinalável pela cegueira ideológia que ostenta.
Mesmo este argumento mergulhado na sua contradição, não encontra qualquer resistência uma vez que é contornado pela ideia simples de que o socialismo ou um regime de esquerda não é fatalmente catalogável entre os abominados totalitarismos, apesar de as evidências histórias o demonstrarem. Há sempre uma réstea benevolente nas virtualidades teóricas de tais regimes e por isso são desprezados os que denunciam a incoerência evidente. Pura e simplesmente, para esta esquerda, a realidade não a afecta porque vive sempre na virtualidade. O que é mau poderia ser bom e se fosse experimentada a receita certa sê-lo-ia pela certa. É assim que resolvem o paradoxo, do modo clássico e experimentado. O facto de ser sempre mau, com experiência comprovada de muitas décadas, não demove estes crentes da fé primitiva e original apresentada por Marx e desenvolvida por outros teóricos estudados.
O Mal absoluto para os crentes desta seita politicamente albigense que reescreve a História como uma permanente récita acerca de uma luta de classes é a famigerada "direita" que apesar de muitas vezes nem se assumir como tal é reconhecida pela preferência de classe. O sofisma, entranhado como está já não lhes estranha.
É neste contexto que se pode ler a seguinte entrevista notável ( publicada no último número da revista História -Jornal de Notícias) do historiador do anti-fassismo primitivo, Fernando Rosas que teve um avô revolucionário e um tio salazarista e optou por afeiçoar as ideias daquele, eventualmente por defeito politicamente genético.
A entrevista não está completa porque a última parte não interessa tanto. Nestas páginas está o catálogo completo do ideário da esquerda comunista acerca o nosso devir histórico do séc. XX, contado do modo que sempre foi contado por estes esquerdistas: sempre a perspectiva marxista da luta de classes e sempre a perspectiva que denega a legitimidade histórica de quem governou Portugal nas décadas de 30 a 70 desse século.
Estas pessoas preferiam que Portugal tivesse sido regido pelo comunismo, apesar de tudo o que aconteceu nos países que tinham tal regime e que os mesmos tinham o dever de conhecer. Este Rosas particularmente e que se diz historiador tinha o estrito dever de perceber o totalitarismo aberrante que defendia como solução para o salazarismo. Não se dá por achado, continua na sua pesporrência ideológica a defender o indefensável e a acusar os demais historiadores que não pensam do mesmo modo, de "revisionistas" ! Pasme-se!
Gostaria que um Rui Ramos ou um Vasco Pulido Valente, citados na entrevista lhe respondessem e entrassem em polémica, mas isso é pedir muito, se calhar.
Porém, essa discussão tarda e não chega para recuperar o tempo perdido de 40 anos de esquerdismo militante nos media em modo de opinião unificada. A esquerda comunista conseguiu nos media o que nunca conseguiu nos sindicatos do trabalho: a unificação da linguagem.
Quando Rosas fala ( pág. 66) no ambiente vivido em Portugal nos anos do PREC é claro: a hegemonia era de esquerda. E os media acompanhavam, até hoje, com pequenos nichos de aldeias gaulesas ( o Observador, por exemplo) que nem sequer lutam de modo igual para desbastar essa linguagem malfazeja porque nem se dão conta do mal que provoca. É esse o grande segredo da Esquerda ou pelo menos o mais bem guardado porque visível a quem o souber ver: a manutenção da linguagem esquerdista como referência léxica.
terça-feira, agosto 23, 2016
Portugal e o Mercado Comum em 1973
Para quem julga que Portugal se virou para a Europa por ter abandonado África aqui ficam seis páginas que o desmentem, da revista Observador de 15 de Maio 1973. O Mercado Comum não foi descoberto por Mário Soares como alguns ainda escrevem...:
segunda-feira, agosto 22, 2016
As memórias míticas do esquerdismo militante.
No fim de semana duas entrevistas suscitaram atenção devido ao assunto: a visão de esquerda extremada e mediática sobre o país que somos.
Na Sexta-Feira, o Jornal de Negócios publicou uma entrevista com Jacinto Godinho, filho do Sérgio e que andou a realizar uma série em documentário sobre "a Pide" e alguns dos seus agentes. Coisas com 40 anos que, afinal, e segundo o tal Jacinto ainda não se encontram explicadas. E é este Godinho, filho do outro que as vai agora explicar.
Assim:
Ontem, Domingo, o Público fez mais um frete ao Bloco de Esquerda e publicou uma entrevista extensa com Catarina Martins, com as banalidades esquerdistas do costume e que o Público tem acaparado. O que a mesma diz sobre aquilo em que acredita chega para todos se precaverem da desgraça que se anuncia. É de fugir, pela banalidade deste mal que se anuncia como redenção, mas é disto mesmo que o jornalismo do Público gosta.
Quem ler estas duas entrevistas fica com uma imagem bem nítida do que 40 anos desta democracia deram ao país: um retrato distorcido do que foi a vida em Portugal há mais de 40 anos, no tempo do "fassismo" que ambos vituperam, por força de convicções políticas comunistas herdadas como legado democrático em testamento de punho cerrado.
Esta Catarina Martins parece-me intelectualmente avariada, mas, tal como no caso daquele Jacinto tem o pedigree que lho garantiu à nascença.
Para o contraponto a esta lavagem de cérebro permanente e que dura há mais de 40 anos, nada melhor do que factos estatísticos e números do que era a vida económica portuguesa em 1972, no tempo de Marcello Caetano que esta gente confunde sempre com o de Salazar dos anos 40 do pós-guerra que foi o tempo dos pais que lhes legaram a crença.
Revista Observador ( the real thing) de 15 de Maio de 1973.
Neste artigo da revista Observador o contraste com aquelas balelas esquerdistas debitadas como verdades absolutas ideologicamente herdadas é de tal modo avassalador que a razão surge por trás dos números que hoje não se conseguem igualar porque não existe mais a razão que os sustinha. Foi substituída por uma linguagem etérea e que respiga uma lógica que é da falsidade que se respiram em todos os poros daquele testamento perverso.
Enquanto Portugal não se der conta desse logro esquerdista e mudar a linguagem corrente, teremos sempre um Público para entrevistar doidos.
Na Sexta-Feira, o Jornal de Negócios publicou uma entrevista com Jacinto Godinho, filho do Sérgio e que andou a realizar uma série em documentário sobre "a Pide" e alguns dos seus agentes. Coisas com 40 anos que, afinal, e segundo o tal Jacinto ainda não se encontram explicadas. E é este Godinho, filho do outro que as vai agora explicar.
Assim:
Ontem, Domingo, o Público fez mais um frete ao Bloco de Esquerda e publicou uma entrevista extensa com Catarina Martins, com as banalidades esquerdistas do costume e que o Público tem acaparado. O que a mesma diz sobre aquilo em que acredita chega para todos se precaverem da desgraça que se anuncia. É de fugir, pela banalidade deste mal que se anuncia como redenção, mas é disto mesmo que o jornalismo do Público gosta.
Quem ler estas duas entrevistas fica com uma imagem bem nítida do que 40 anos desta democracia deram ao país: um retrato distorcido do que foi a vida em Portugal há mais de 40 anos, no tempo do "fassismo" que ambos vituperam, por força de convicções políticas comunistas herdadas como legado democrático em testamento de punho cerrado.
Esta Catarina Martins parece-me intelectualmente avariada, mas, tal como no caso daquele Jacinto tem o pedigree que lho garantiu à nascença.
Para o contraponto a esta lavagem de cérebro permanente e que dura há mais de 40 anos, nada melhor do que factos estatísticos e números do que era a vida económica portuguesa em 1972, no tempo de Marcello Caetano que esta gente confunde sempre com o de Salazar dos anos 40 do pós-guerra que foi o tempo dos pais que lhes legaram a crença.
Revista Observador ( the real thing) de 15 de Maio de 1973.
Neste artigo da revista Observador o contraste com aquelas balelas esquerdistas debitadas como verdades absolutas ideologicamente herdadas é de tal modo avassalador que a razão surge por trás dos números que hoje não se conseguem igualar porque não existe mais a razão que os sustinha. Foi substituída por uma linguagem etérea e que respiga uma lógica que é da falsidade que se respiram em todos os poros daquele testamento perverso.
Enquanto Portugal não se der conta desse logro esquerdista e mudar a linguagem corrente, teremos sempre um Público para entrevistar doidos.
Amanhã qual destas notícias fará a primeira página dos jornais com maior destaque?
quinta-feira, agosto 18, 2016
Jornalismo lixo no Público.
O Público foi espreitar as contas dos partidos políticos das eleições legislativas. A jornalista Maria Lopes escreveu o artigo de três páginas que é uma vergonha jornalística porque enviesado sem qualquer pudor para a esquerda.
A capa do jornal de hoje destaca o facto de a coligação PaF ter gasto 475 mil euros com um contrato publicitário. O PS gastou 751 mil euros com a decoração de uma sala e o BE gastou 95.500 euros para pagar um almoço em geraldina a 1350 pessoas (cerca de 70 euros por pessoa...).
Quem é que tem os deputados mais caros ao país? O PCP, cujos oliveiras da figueira custaram a módica quantia de 83.832 euros, cada um. E quanto é que a lei permite seja gasto em campanha por cada deputado? 20.448 euros por candidato. Como é que o PCP vai arranjar dinheiro para pagar a diferença? Mistério que o Público nunca esclarecerá.
E que notícia encontrou a tal Lopes ou quem quer que seja no jornal para destacar na primeira página? Óbvio e elementar, caros watsons: a da PaF...que aliás deixou de o ser para ser designada como PSD e CDS. O PCP não teve a mesma sorte porque continua a ser CDU...nojo mais nojento será difícil encontrar em jornalismo deste género.
Este jornalismo é lixo porque não é jornalismo mas propaganda política pura. E com custos ocultos.
A capa do jornal de hoje destaca o facto de a coligação PaF ter gasto 475 mil euros com um contrato publicitário. O PS gastou 751 mil euros com a decoração de uma sala e o BE gastou 95.500 euros para pagar um almoço em geraldina a 1350 pessoas (cerca de 70 euros por pessoa...).
Quem é que tem os deputados mais caros ao país? O PCP, cujos oliveiras da figueira custaram a módica quantia de 83.832 euros, cada um. E quanto é que a lei permite seja gasto em campanha por cada deputado? 20.448 euros por candidato. Como é que o PCP vai arranjar dinheiro para pagar a diferença? Mistério que o Público nunca esclarecerá.
E que notícia encontrou a tal Lopes ou quem quer que seja no jornal para destacar na primeira página? Óbvio e elementar, caros watsons: a da PaF...que aliás deixou de o ser para ser designada como PSD e CDS. O PCP não teve a mesma sorte porque continua a ser CDU...nojo mais nojento será difícil encontrar em jornalismo deste género.
Este jornalismo é lixo porque não é jornalismo mas propaganda política pura. E com custos ocultos.
Ave, Cesar, morituri te salutant!
Observador, Helena Garrido:
700 mil milhões de euros. Nem temos a noção do que isso é. Mas é a
dívida do país. Mais de quatro vezes o que produzimos anualmente. Com
uma taxa de 1% significa tirar todos os anos ao rendimento sete mil
milhões de euros para pagar juros. Com uma dívida desta dimensão como é
que alguém pode considerar que podemos crescer através do consumo quando
acabou a era do crédito fácil? Quando todos tomaram consciência que a
dívida paga-se, que só se consegue gerir até a um determinado limite.
É irónico verificar que a teoria que nos atirou para a montanha de dívida que hoje temos só agora está em parte a aplicar-se. Estávamos nos primórdios do euro. O então governador do Banco de Portugal e actual vice-presidente do BCE defendia que pertencendo Portugal ao euro já não existiriam crises de balança de pagamentos. Tudo se ajustava com a mão invisível da restrição financeira de cada um num círculo virtuoso. Os credores, entre eles os bancos, emprestavam até à capacidade de endividamento dos devedores, estes teriam também consciência da sua restrição financeira.
Em Portugal o ex-Presidente da República Aníbal Cavaco Silva foi o único a opor-se publicamente a essa teoria. Numa homenagem a José da Silva Lopes em 2003 assistiu-se a uma espécie de luta de titãs. Numa intervenção com o título “Dores de cabeça”, Cavaco Silva alertava que o défice externo continuava a ser importante mesmo no euro e considerava que “a despesa das famílias, das empresas e do Estado tem de ser contida”. Deixando um alerta: “O ajustamento será tanto mais forte e penoso quanto mais o endividamento externo tenha sido encaminhado para a expansão do consumo e para investimentos de baixa qualidade”. Como se veio a confirmar com o repentino corte do financiamento a Portugal entre 2010 e 2011 a obrigar o país a fazer um “ajustamento”, leia-se a cair em recessão, violento.
Um dos primeiros economistas a avisar que o euro não acabava com as crises por falta de financiamento típicas de países com moeda própria foi Olivier Blanchard. Mas na altura em que dinheiro parecia infinito ninguém ouviu nem Cavaco nem Blanchard. A dívida foi subindo, subindo, até que repentinamente os financiadores que eram supostos serem racionais descobriram que tinham emprestado demais a Portugal, entraram em pânico, uns quiseram o dinheiro de volta, a maioria deixou de renovar empréstimos.
Perante o corte repentino de financiamento o país teve de pedir empréstimos às instituições internacionais, a troika, e aplicar medidas que reduzissem as suas necessidades de financiamento de forma ordenada para que a recessão não fosse ainda pior. Claro que Portugal não foi o único, aconteceu o mesmo à Grécia, à Irlanda e a Espanha.
Viveu-se uma sequência típica de mercados financeiros: da euforia ao pânico, sem aviso prévio. Na fase de euforia não há racionalidade nenhuma nem análise da capacidade de endividamento, há comportamentos de rebanho. Exactamente como na fase de pânico, com todos em fuga em sobre-reacção.
Na altura da euforia que durou até à crise iniciada em 2007 os governos deveriam ter adoptados medidas restritivas como aumento de impostos, redução do investimento público ou ainda, como chegou a estar previsto e não se fez, impor aos bancos reservas ou provisões anti-cíclicas. O que aconteceu foi o contrário. O Estado também alimentou a onda da dívida.
Com o fardo da dívida em cima, está em parte a acontecer aquilo que Constâncio previa na altura mas na forma de “casa roubada trancas na porta”. As famílias, as empresas e os financiadores (bancos ou outros) estão conscientes da restrição financeira porque apanharam um susto e porque ela é um facto. Limitados porque têm de pagar a dívida que contraíram e assustados pelo que viram, serão mais prudentes do que o normal ou desejável nas decisões de consumo e de investimento.
Estamos assim perante uma economia endividada e com falta de confiança, num futuro incapaz de gerar os rendimentos, que lhe permita pagar as dívidas e consumir e investir mais. Com este diagnóstico é óbvio que medidas keynesianas simplistas – do tipo aumento o rendimento das pessoas e logo elas vão consumir e logo a economia cresce –, não funcionam. Como se está a verificar pelos últimos números sobre a evolução da economia em Portugal publicados pelo INE.
Qualquer avaliação à situação portuguesa tem de integrar no modelo a restrição financeira muito activa, que o país tem neste momento, e que será tanto mais apertada quanto menos confiança os investidores tiverem no futuro do país. Assim como na fase de euforia faziam aqui investimentos às cegas, nesta fase de desconfiança analisam os mais pequenos pormenores, e tudo é razão para desistirem de investir. Até os consumidores podem ter um comportamento semelhante, preferindo amealhar em vez de gastarem, à espera de certeza sobre o futuro.
Um país endividado e com financiadores desconfiados só tem uma forma de desatar esse nó. Fazer da conquista da confiança a prioridade da política económica ao mesmo tempo que cria o melhor ambiente possível para o investimento empresarial.
Infelizmente não foi essa a escolha de António Costa. Inspirado num modelo que se deve ter esquecido da componente financeira da economia, concluiu-se que bastava dar mais dinheiro às famílias para a economia crescer.
A dimensão da nossa dívida total, os tais 700 mil milhões de euros que têm 200 financiados pelo exterior, reduz o menu de terapias que temos para o crescimento à confiança e aos incentivos ao investimento em produtos e serviços que se possam vender lá fora.
É preciso começar a pensar livremente no que é melhor para o país. Porque nos tempos que correm parece que perante um menu de soluções para os nossos problemas se começa primeiro por estudar o que é que vai ser percepcionado como sendo de direita e de esquerda. Só depois, conforme o preconceito de cada um, se vai ao cabaz da esquerda ou da direita.
No estado de urgência em que estamos é melhor sermos mais pragmáticos. Pensar menos em eleições e mais em soluções que ponham de facto o país na rota do crescimento. Confiança é a palavra chave.
Devemos 700 mil milhões de euros, não temos dinheiro para pagar nem meios de o obter. Ainda por cima a confiança anda pelas ruas da amargura. Não é preciso muito mais para prenunciar um desastre, engendrado por esta geringonça que governa.
Foi assim em 1976, foi assim em 1986 e foi assim em 2011 com as políticas de 2006. Nunca mais aprendemos e a esquerda domina, tendo sido a responsável única destes descalabros cíclicos.
Até quando?
Medidas simplistas, tipo toma dinheiro e faz a crescer a
economia, não funcionam em países endividados. O medo do futuro não
desaparece com bolsos cheios. Assim, como crescer com a dívida que
temos?
É irónico verificar que a teoria que nos atirou para a montanha de dívida que hoje temos só agora está em parte a aplicar-se. Estávamos nos primórdios do euro. O então governador do Banco de Portugal e actual vice-presidente do BCE defendia que pertencendo Portugal ao euro já não existiriam crises de balança de pagamentos. Tudo se ajustava com a mão invisível da restrição financeira de cada um num círculo virtuoso. Os credores, entre eles os bancos, emprestavam até à capacidade de endividamento dos devedores, estes teriam também consciência da sua restrição financeira.
Em Portugal o ex-Presidente da República Aníbal Cavaco Silva foi o único a opor-se publicamente a essa teoria. Numa homenagem a José da Silva Lopes em 2003 assistiu-se a uma espécie de luta de titãs. Numa intervenção com o título “Dores de cabeça”, Cavaco Silva alertava que o défice externo continuava a ser importante mesmo no euro e considerava que “a despesa das famílias, das empresas e do Estado tem de ser contida”. Deixando um alerta: “O ajustamento será tanto mais forte e penoso quanto mais o endividamento externo tenha sido encaminhado para a expansão do consumo e para investimentos de baixa qualidade”. Como se veio a confirmar com o repentino corte do financiamento a Portugal entre 2010 e 2011 a obrigar o país a fazer um “ajustamento”, leia-se a cair em recessão, violento.
Um dos primeiros economistas a avisar que o euro não acabava com as crises por falta de financiamento típicas de países com moeda própria foi Olivier Blanchard. Mas na altura em que dinheiro parecia infinito ninguém ouviu nem Cavaco nem Blanchard. A dívida foi subindo, subindo, até que repentinamente os financiadores que eram supostos serem racionais descobriram que tinham emprestado demais a Portugal, entraram em pânico, uns quiseram o dinheiro de volta, a maioria deixou de renovar empréstimos.
Perante o corte repentino de financiamento o país teve de pedir empréstimos às instituições internacionais, a troika, e aplicar medidas que reduzissem as suas necessidades de financiamento de forma ordenada para que a recessão não fosse ainda pior. Claro que Portugal não foi o único, aconteceu o mesmo à Grécia, à Irlanda e a Espanha.
Viveu-se uma sequência típica de mercados financeiros: da euforia ao pânico, sem aviso prévio. Na fase de euforia não há racionalidade nenhuma nem análise da capacidade de endividamento, há comportamentos de rebanho. Exactamente como na fase de pânico, com todos em fuga em sobre-reacção.
Na altura da euforia que durou até à crise iniciada em 2007 os governos deveriam ter adoptados medidas restritivas como aumento de impostos, redução do investimento público ou ainda, como chegou a estar previsto e não se fez, impor aos bancos reservas ou provisões anti-cíclicas. O que aconteceu foi o contrário. O Estado também alimentou a onda da dívida.
Com o fardo da dívida em cima, está em parte a acontecer aquilo que Constâncio previa na altura mas na forma de “casa roubada trancas na porta”. As famílias, as empresas e os financiadores (bancos ou outros) estão conscientes da restrição financeira porque apanharam um susto e porque ela é um facto. Limitados porque têm de pagar a dívida que contraíram e assustados pelo que viram, serão mais prudentes do que o normal ou desejável nas decisões de consumo e de investimento.
Estamos assim perante uma economia endividada e com falta de confiança, num futuro incapaz de gerar os rendimentos, que lhe permita pagar as dívidas e consumir e investir mais. Com este diagnóstico é óbvio que medidas keynesianas simplistas – do tipo aumento o rendimento das pessoas e logo elas vão consumir e logo a economia cresce –, não funcionam. Como se está a verificar pelos últimos números sobre a evolução da economia em Portugal publicados pelo INE.
Qualquer avaliação à situação portuguesa tem de integrar no modelo a restrição financeira muito activa, que o país tem neste momento, e que será tanto mais apertada quanto menos confiança os investidores tiverem no futuro do país. Assim como na fase de euforia faziam aqui investimentos às cegas, nesta fase de desconfiança analisam os mais pequenos pormenores, e tudo é razão para desistirem de investir. Até os consumidores podem ter um comportamento semelhante, preferindo amealhar em vez de gastarem, à espera de certeza sobre o futuro.
Um país endividado e com financiadores desconfiados só tem uma forma de desatar esse nó. Fazer da conquista da confiança a prioridade da política económica ao mesmo tempo que cria o melhor ambiente possível para o investimento empresarial.
Infelizmente não foi essa a escolha de António Costa. Inspirado num modelo que se deve ter esquecido da componente financeira da economia, concluiu-se que bastava dar mais dinheiro às famílias para a economia crescer.
A dimensão da nossa dívida total, os tais 700 mil milhões de euros que têm 200 financiados pelo exterior, reduz o menu de terapias que temos para o crescimento à confiança e aos incentivos ao investimento em produtos e serviços que se possam vender lá fora.
É preciso começar a pensar livremente no que é melhor para o país. Porque nos tempos que correm parece que perante um menu de soluções para os nossos problemas se começa primeiro por estudar o que é que vai ser percepcionado como sendo de direita e de esquerda. Só depois, conforme o preconceito de cada um, se vai ao cabaz da esquerda ou da direita.
No estado de urgência em que estamos é melhor sermos mais pragmáticos. Pensar menos em eleições e mais em soluções que ponham de facto o país na rota do crescimento. Confiança é a palavra chave.
Devemos 700 mil milhões de euros, não temos dinheiro para pagar nem meios de o obter. Ainda por cima a confiança anda pelas ruas da amargura. Não é preciso muito mais para prenunciar um desastre, engendrado por esta geringonça que governa.
Foi assim em 1976, foi assim em 1986 e foi assim em 2011 com as políticas de 2006. Nunca mais aprendemos e a esquerda domina, tendo sido a responsável única destes descalabros cíclicos.
Até quando?
Notas em louvor do senhor Machado que vivia junto aos Grilos em Coimbra
O komentador-mor televisivo Marques Mendes é alvo da atenção de João Miguel Tavares, no Público de hoje, assim:
Este duende da política portuguesa é um fenómeno cujo estudo biográfico nos ajudaria, a par de outros, a compreender como estamos, social, económica e culturalmente. Falta-nos um romancista para traçar o retrato escrito e pintar o quadro social. É pena porque só desse modo seria plenamente entendido o substrato de que estas pessoas são feitas e que no fundo são a elite dos portugueses que compõem este regime.
Marques Mendes é filho de um advogado de Fafe, figura importante no PPD local e desde novo abancou em círculos políticos de social-democracia partidária. Não foi comunista ou socialista, mesmo nos tempos de PREC e acabou um curso de Direito em Coimbra sem grande história curricular. Terá sido mesmo um aluno voluntário, apartado por isso dos "ordinários". Estudava em casa e fazia exames na hora. Lia as sebentas que então havia, publicadas pelos mestres, lá faria os testes policopiados a stencil azul ou preto do senhor Machado, já velhinho para a idade dos estudantes e que vivia junto aos Grilos e os vendia por poucos tostões aos que o procuravam para ajudar na reforma que se calhar nem teria. Ainda tratava os professores por "mestres" e vestia sempre de escuro.
O tempo de Salazar, para ele, não tinha sido muito há muito e o lugar em que habitava era dele um retrato perfeito: antigo, modesto, simples, espartano, mas arrumado e limpo. Os modos, solícitos de educação esmerada e de simpatia no trato sem delongas de besuntas conversas.
Marques Mendes não era já desse tempo, como aliás a maioria dos frequentadores que compravam as cópias dos stencils arrumadas em pequenas pilhas de papel na estante espartilhada conforme as matérias e os anos lectivos.
Marques Mendes, no tempo em que poucos estudantes parqueavam carro dentro e fora da "porta férrea" da Universidade de Coimbra, já tinha carrito, modesto ainda mas já a prometer maior cilindrada futura. Em Braga, muito perto de Fafe, em 1975, já estava no Governo Civil um certo Eurico de Melo e depois outro certo Parcídio Summavielle e ainda um mais certo Ribeiro da Silva que acabaram por integrar o nosso Marques Mendes, todo pimpão, nas assessorias políticas dos governos civis da época. Ganhando o pecúlio merecido, pela certa.
Por força destas frequências extra-curriculares o curso de Coimbra terminado e o futuro à frente, o nosso duende lá terá estagiado junto de tais mestres da advocacia bracarense e as portas da política estavam naturalmente abertas para mais frequências e exames voluntários.
Resumindo, em 1977 já era autarca em Fafe e depois foi deputado em várias legislaturas em que se discutiram leis e mais leis, acabando depois por integrar governos do PSD, em cargos de algum relevo político.
Em 1995 o socialista Guterres, amoroso da educação que acabou por estragar de mimos, tomou conta do poder e os social-democratas da têmpera de Marques Mendes tomaram posição em empresas de jeito. Marques Mendes ainda não estava a jeito, mas conhece-os a todos de ginjeira.
Em 2002, em pleno pântano nacional, ocupou lugar no governo de Durão Barroso, o desistente que deu lugar a Santana Lopes e depois a Sócrates. Marques Mendes saiu desses governos e passou para "a privada", aparente e estranhamente sem o destino preferido daquela primeira fornada de "boys".
Nessa altura já o duende era advogado inscrito lá por Fafe e quando saiu do Governo, impressionou-me particularmente uma frase proferida em modo avulso quando lhe perguntaram o que iria fazer: advogar...
Estranhei tão singelo propósito porque advocacia é uma profissão a tempo inteiro e não um hobby e Marques Mendes foi político durante demasiado tempo para se cingir então ao universo dos tribunais, pleitos e consultadoria de gabinete que exige conhecimentos jurídicos apurados, aturados e sólidos, coisa que duvido muitíssimo Marques Mendes tenha, no âmbito jurídico. E já em tempos reparei nisso e dei conta.
Mas já não estranhei tanto depois de ver o que se passou nesse universo da advocacia a partir de meados dos anos 2000: certos gabinetes de advogados de consultadoria tomaram o regime e fizeram o regime, as leis do regime e os códigos de conduta do regime.
Naturalmente, Marques Mendes tomou lugar num deles.
Não satisfeito com este género de advocacia sui generis, o nosso duende imitou uns outros komentadores de televisão e arranjou lugar na TVI e depois na SIC, a debitar opinião paga sobre o momento político e largando umas larachas sobre o ambiente político geral. As televisões privadas e a pública adoram esta fauna e patinham nela alegremente aduzindo argumentos de share. O público é amorfo e encolhe os ombros metafóricos.
Marques Mendes é assim um dos apaniguados do regime e é por isso que concordo com João Miguel Tavares: fique lá este duende como komentador e que quem o quiser ouvir que ouça, mas presidente da República nem por sombras ou sequer intenções.
Pelos motivos apontados no escrito e mais alguns, o menor dos quais é o de ser simplesmente medíocre. E um povo é também fraco se quem o lidera é da mesma estirpe.
Quando vejo este duende nas tv´s sinto saudados do senhor Machado que vivia junto aos Grilos em Coimbra...e do modo como se encarava a vida, a política, a honra, a honestidade e até a inteligência.
E que ninguém se esqueça de uma coisa de que será preciso apurar a razão de ciência:
Belmiro de Azevedo quando Marques Mendes saiu dos governos disse claramente que nem o queria sequer para porteiro dos seus supermercados...
E ainda outra: provavelmente não será apenas da sua responsabilidade, mas o ensino que temos, a nível superior com as facilidades privadas suscitadas pelo sistema público começou algures em Fafe com cursos de fim de semana para licenciar a mascoto certos indivíduos que nem a quarta classe teriam...
Este duende da política portuguesa é um fenómeno cujo estudo biográfico nos ajudaria, a par de outros, a compreender como estamos, social, económica e culturalmente. Falta-nos um romancista para traçar o retrato escrito e pintar o quadro social. É pena porque só desse modo seria plenamente entendido o substrato de que estas pessoas são feitas e que no fundo são a elite dos portugueses que compõem este regime.
Marques Mendes é filho de um advogado de Fafe, figura importante no PPD local e desde novo abancou em círculos políticos de social-democracia partidária. Não foi comunista ou socialista, mesmo nos tempos de PREC e acabou um curso de Direito em Coimbra sem grande história curricular. Terá sido mesmo um aluno voluntário, apartado por isso dos "ordinários". Estudava em casa e fazia exames na hora. Lia as sebentas que então havia, publicadas pelos mestres, lá faria os testes policopiados a stencil azul ou preto do senhor Machado, já velhinho para a idade dos estudantes e que vivia junto aos Grilos e os vendia por poucos tostões aos que o procuravam para ajudar na reforma que se calhar nem teria. Ainda tratava os professores por "mestres" e vestia sempre de escuro.
O tempo de Salazar, para ele, não tinha sido muito há muito e o lugar em que habitava era dele um retrato perfeito: antigo, modesto, simples, espartano, mas arrumado e limpo. Os modos, solícitos de educação esmerada e de simpatia no trato sem delongas de besuntas conversas.
Marques Mendes não era já desse tempo, como aliás a maioria dos frequentadores que compravam as cópias dos stencils arrumadas em pequenas pilhas de papel na estante espartilhada conforme as matérias e os anos lectivos.
Marques Mendes, no tempo em que poucos estudantes parqueavam carro dentro e fora da "porta férrea" da Universidade de Coimbra, já tinha carrito, modesto ainda mas já a prometer maior cilindrada futura. Em Braga, muito perto de Fafe, em 1975, já estava no Governo Civil um certo Eurico de Melo e depois outro certo Parcídio Summavielle e ainda um mais certo Ribeiro da Silva que acabaram por integrar o nosso Marques Mendes, todo pimpão, nas assessorias políticas dos governos civis da época. Ganhando o pecúlio merecido, pela certa.
Por força destas frequências extra-curriculares o curso de Coimbra terminado e o futuro à frente, o nosso duende lá terá estagiado junto de tais mestres da advocacia bracarense e as portas da política estavam naturalmente abertas para mais frequências e exames voluntários.
Resumindo, em 1977 já era autarca em Fafe e depois foi deputado em várias legislaturas em que se discutiram leis e mais leis, acabando depois por integrar governos do PSD, em cargos de algum relevo político.
Em 1995 o socialista Guterres, amoroso da educação que acabou por estragar de mimos, tomou conta do poder e os social-democratas da têmpera de Marques Mendes tomaram posição em empresas de jeito. Marques Mendes ainda não estava a jeito, mas conhece-os a todos de ginjeira.
Em 2002, em pleno pântano nacional, ocupou lugar no governo de Durão Barroso, o desistente que deu lugar a Santana Lopes e depois a Sócrates. Marques Mendes saiu desses governos e passou para "a privada", aparente e estranhamente sem o destino preferido daquela primeira fornada de "boys".
Nessa altura já o duende era advogado inscrito lá por Fafe e quando saiu do Governo, impressionou-me particularmente uma frase proferida em modo avulso quando lhe perguntaram o que iria fazer: advogar...
Estranhei tão singelo propósito porque advocacia é uma profissão a tempo inteiro e não um hobby e Marques Mendes foi político durante demasiado tempo para se cingir então ao universo dos tribunais, pleitos e consultadoria de gabinete que exige conhecimentos jurídicos apurados, aturados e sólidos, coisa que duvido muitíssimo Marques Mendes tenha, no âmbito jurídico. E já em tempos reparei nisso e dei conta.
Mas já não estranhei tanto depois de ver o que se passou nesse universo da advocacia a partir de meados dos anos 2000: certos gabinetes de advogados de consultadoria tomaram o regime e fizeram o regime, as leis do regime e os códigos de conduta do regime.
Naturalmente, Marques Mendes tomou lugar num deles.
Não satisfeito com este género de advocacia sui generis, o nosso duende imitou uns outros komentadores de televisão e arranjou lugar na TVI e depois na SIC, a debitar opinião paga sobre o momento político e largando umas larachas sobre o ambiente político geral. As televisões privadas e a pública adoram esta fauna e patinham nela alegremente aduzindo argumentos de share. O público é amorfo e encolhe os ombros metafóricos.
Marques Mendes é assim um dos apaniguados do regime e é por isso que concordo com João Miguel Tavares: fique lá este duende como komentador e que quem o quiser ouvir que ouça, mas presidente da República nem por sombras ou sequer intenções.
Pelos motivos apontados no escrito e mais alguns, o menor dos quais é o de ser simplesmente medíocre. E um povo é também fraco se quem o lidera é da mesma estirpe.
Quando vejo este duende nas tv´s sinto saudados do senhor Machado que vivia junto aos Grilos em Coimbra...e do modo como se encarava a vida, a política, a honra, a honestidade e até a inteligência.
E que ninguém se esqueça de uma coisa de que será preciso apurar a razão de ciência:
Belmiro de Azevedo quando Marques Mendes saiu dos governos disse claramente que nem o queria sequer para porteiro dos seus supermercados...
E ainda outra: provavelmente não será apenas da sua responsabilidade, mas o ensino que temos, a nível superior com as facilidades privadas suscitadas pelo sistema público começou algures em Fafe com cursos de fim de semana para licenciar a mascoto certos indivíduos que nem a quarta classe teriam...
quarta-feira, agosto 17, 2016
As balelas do fossilizado Arménio colam sempre
“Uma política
baseada na perspectiva dos cortes – nos salários, nas pensões, nos
direitos – que acentuou as desigualdades, a exploração e o
empobrecimento”, é desta forma que Arménio Carlos, líder da CGTP, em entrevista ao Notícias ao Minuto, descreve os últimos anos, desde a entrada na troika.
Vivemos um período de evolução, positiva, na opinião do
líder sindicalista, uma vez que deixámos um governo que fazia “tudo
contra os trabalhadores” e “tudo a favor das entidades patronais”, para
um que tem apostado na “reposição dos direitos”.
Este discurso do comunista da CGTP cola sempre no ouvido de quem gosta de ouvir lérias políticas. A Venezuela, país em que os trabalhadores estão no poder nem sequer lhes serve de exemplo...e muito menos ao jornalismo caseiro.
O simplismo de análise comunista sempre foi o melhor trunfo para os votos na esquerda. Acaba sempre por sobrar uma maioria, mesmo relativa que acredita piamente nestas balelas.
terça-feira, agosto 16, 2016
Um olho no burro e outro no cigano...
Observador:
“Vigilância apertada”. A agência de rating DBRS, decisiva para Portugal, diz que está a manter um “sharp eye“ sobre tudo o que se está a passar no país, designadamente as “pressões orçamentais que estão a formar-se” e as “possíveis responsabilidades que podem emergir no sector bancário“. Mais do que tudo, porém, a DBRS diz ao Observador que está “preocupada” com o facto de “não ser claro se o governo está ou não disponível” para anunciar novas medidas de austeridade, “como está a ser pedido pela Comissão Europeia. Irão os partidos da esquerda apoiar essas medidas? “Não sabemos“.
Esta agência de rating, de quem dependemos agora mais que nunca, está de olho em cima do burro e outro no cigano.
Adivinhem quem será um e outro...
O jornalismo caseiro, esse, nem percebe o aforismo e a imbecilidade reinante é confrangedora. Tanto como o optimismo militante daquele em quem os olhos estão postos.
“Vigilância apertada”. A agência de rating DBRS, decisiva para Portugal, diz que está a manter um “sharp eye“ sobre tudo o que se está a passar no país, designadamente as “pressões orçamentais que estão a formar-se” e as “possíveis responsabilidades que podem emergir no sector bancário“. Mais do que tudo, porém, a DBRS diz ao Observador que está “preocupada” com o facto de “não ser claro se o governo está ou não disponível” para anunciar novas medidas de austeridade, “como está a ser pedido pela Comissão Europeia. Irão os partidos da esquerda apoiar essas medidas? “Não sabemos“.
Esta agência de rating, de quem dependemos agora mais que nunca, está de olho em cima do burro e outro no cigano.
Adivinhem quem será um e outro...
O jornalismo caseiro, esse, nem percebe o aforismo e a imbecilidade reinante é confrangedora. Tanto como o optimismo militante daquele em quem os olhos estão postos.
Os politólogos e jornalistas que aconselham o Passos
O líder do PSD, Passos Coelho, fez um discurso político numa festa partidária e foi alvo de atenção da komentadoria caseira.
O sentimento geral, agora publicado, é que foi um discurso negativo e até repetitivo e portanto sem interesse algum para se aproveitar como proposta governativa. Este sentimento geral foi logo apresentado em particular pela misteriosa dama do PS, Ana Catarina Mendes, ventríloqua por excelência e detentora de segredos bem guardados desse partido.
Dizer que "a esquerda está a destruir o país e a direita é que terá de salvar o país" é negativo, como afirma um dos politólogos caseiros mais conceituados no meio, António Costa Pinto, um antigo aficionado de Arnaldo Matos, actualmente komentador quase residente da dona Lourença, da tv. O Centro, para estes politólogos encartados pelas tv´s desapareceu de Portugal e só existe a esquerda e a direita. Passos é da direita, naturalmente...
O Público de hoje até se dá ao trabalho de escrever na primeira página, dando depois uma inteira e ainda um editorial ao assunto, interrogando-se politico-partidariamente se este tipo de discurso será o mais adequado a uma estratégia favorável ao PSD...porque o Público é um jornal que tem estas preocupações editoriais permanentes, como lerá quem o lê.
Ontem, após do tal discurso de Passos Coelho, o Público dava destaque ao tal aspecto negativo com um título manhoso: "Passos diz que Governo está a levar a economia à estagnação". É o Passos que diz, cuidado, e como é o discurso negativo de sempre é para não levar muito a sério...tal como acontece com as previsões catastróficas de um Medina Carreira, sempre desvalorizadas em prol do optimismo costumeiro que nos tem garantido bancarrotas, alegremente.
Hoje, o tom noticioso é a desvalorização da estratégia de Passos, sempre negativa e portanto prejudicial ao PSD por quem o Público e demais jornais têm muita consideração política e desejam ardentemente que regresse ao poder. Até dão voz destacada ao pequenino duende que fala ao Domingo para as hostes que "querem o poder". Sem "poder" não se faz nada, nem negócios, nem sinecuras, nem tachos, nem sequer visibilidade. O poder é tudo e com discursos negativos torna-se uma miragem.
A não ser que o tempo venha dar razão aos discursos negativos que pelos vistos e ouvidos apenas falam de factos apresentados pelo INE: estamos a crescer metade do que nos prometeu este Governo do Costa e geringonça atrelada e a perspectiva é de piores resultados futuros, com bancarrota em perspectiva acelerada.
Relativamente a isto, o Público de hoje foi buscar os tais komentadores que assinam como Costa Pinto, mai-lo conhecido militante do PSD Pedro Marques Lopes que mostra a inteligência na SIC num programa humorístico a debitar inanidades e ainda um tal André Freire, também in illo tempore adepto daquelas agremiações que adoravam Mao e ainda a tal misteriosa Catarina Mendes, que só vista se acredita na transparência sincera do que diz.
É deste painel de excelência que sai o veredicto de polegar para baixo contra Passos: assim não vai lá...e eles obviamente estão ansiosos que Passos vá. Para o poder. O Público também, mai-lo Marques Lopes, o Costa Pinto, o André Freire e tutti quanti.
O sentimento geral, agora publicado, é que foi um discurso negativo e até repetitivo e portanto sem interesse algum para se aproveitar como proposta governativa. Este sentimento geral foi logo apresentado em particular pela misteriosa dama do PS, Ana Catarina Mendes, ventríloqua por excelência e detentora de segredos bem guardados desse partido.
Dizer que "a esquerda está a destruir o país e a direita é que terá de salvar o país" é negativo, como afirma um dos politólogos caseiros mais conceituados no meio, António Costa Pinto, um antigo aficionado de Arnaldo Matos, actualmente komentador quase residente da dona Lourença, da tv. O Centro, para estes politólogos encartados pelas tv´s desapareceu de Portugal e só existe a esquerda e a direita. Passos é da direita, naturalmente...
O Público de hoje até se dá ao trabalho de escrever na primeira página, dando depois uma inteira e ainda um editorial ao assunto, interrogando-se politico-partidariamente se este tipo de discurso será o mais adequado a uma estratégia favorável ao PSD...porque o Público é um jornal que tem estas preocupações editoriais permanentes, como lerá quem o lê.
Ontem, após do tal discurso de Passos Coelho, o Público dava destaque ao tal aspecto negativo com um título manhoso: "Passos diz que Governo está a levar a economia à estagnação". É o Passos que diz, cuidado, e como é o discurso negativo de sempre é para não levar muito a sério...tal como acontece com as previsões catastróficas de um Medina Carreira, sempre desvalorizadas em prol do optimismo costumeiro que nos tem garantido bancarrotas, alegremente.
Hoje, o tom noticioso é a desvalorização da estratégia de Passos, sempre negativa e portanto prejudicial ao PSD por quem o Público e demais jornais têm muita consideração política e desejam ardentemente que regresse ao poder. Até dão voz destacada ao pequenino duende que fala ao Domingo para as hostes que "querem o poder". Sem "poder" não se faz nada, nem negócios, nem sinecuras, nem tachos, nem sequer visibilidade. O poder é tudo e com discursos negativos torna-se uma miragem.
A não ser que o tempo venha dar razão aos discursos negativos que pelos vistos e ouvidos apenas falam de factos apresentados pelo INE: estamos a crescer metade do que nos prometeu este Governo do Costa e geringonça atrelada e a perspectiva é de piores resultados futuros, com bancarrota em perspectiva acelerada.
Relativamente a isto, o Público de hoje foi buscar os tais komentadores que assinam como Costa Pinto, mai-lo conhecido militante do PSD Pedro Marques Lopes que mostra a inteligência na SIC num programa humorístico a debitar inanidades e ainda um tal André Freire, também in illo tempore adepto daquelas agremiações que adoravam Mao e ainda a tal misteriosa Catarina Mendes, que só vista se acredita na transparência sincera do que diz.
É deste painel de excelência que sai o veredicto de polegar para baixo contra Passos: assim não vai lá...e eles obviamente estão ansiosos que Passos vá. Para o poder. O Público também, mai-lo Marques Lopes, o Costa Pinto, o André Freire e tutti quanti.
sábado, agosto 13, 2016
Branquear sempre, sempre o comunismo
Sapo:
Fidel: um estratega sedutor, sonhador e controverso.
Compare-se este título de um qualquer escriba de redacção que aprendeu o jornalismo nas madrassas tipo ISCTE com o que o mesmo escriba escreveria se estivesse a falar de Salazar...
Este nojo branqueador dura há mais de 40 anos e não mostra sinais de mudança.
Fidel: um estratega sedutor, sonhador e controverso.
Compare-se este título de um qualquer escriba de redacção que aprendeu o jornalismo nas madrassas tipo ISCTE com o que o mesmo escriba escreveria se estivesse a falar de Salazar...
Este nojo branqueador dura há mais de 40 anos e não mostra sinais de mudança.
Incêndiólogos
Hoje no Expresso uma socióloga, professora, aparentemente especialista em incêndios e suas causas próximas e remotas, mais a coorte de fenómenos ambientais, elenca cinco das ditas e apresenta as soluções para a desdita: o problema é social, naturalmente. Não há nada que não seja social e político, como é sabido. Não há políticas ( há um ror delas...); há o perfil florestal do país ( antes de 25 de Abril e depois não mudou, substancialmente e os incêndios dispararam como por encanto democrático); há desorganização ( enfim...); há "ausência de cadastro" em dois terços do país ( será mesmo assim? E se for será causa próxima ou remota ou apenas circunstância?); há falta de prevenção imediata ( pois isso é, mas...como é que se faz a "monitorização e vigilância, dia e noite nas matas"? Com voluntários à força ou carolas de circunstância? Com um corpo profissional de milhares e milhares de vigilantes? Com drones? Enfim...
Hoje no Correio da Manhã o presidente da Liga dos Bombeiros apresenta a sua causa principal para os incêndios: terrorismo organizado.
Aquela socióloga encartada em ambiente fica a ver navios...
Jaime Marta Soares é um autarca do Centro do país que deixou os "estudos a meio" para autarcar durante décadas. Diz que sabe tanto de incêndios ( é bombeiro há mais de 40 anos...)como a sua serra de Vila Nova de Poiares nunca poderá desmentir.
Estas são as elites que têm ideias sobre os fogos florestais em Portugal na época de Verão. Já as tinham há muitos anos e vão continuar a tê-las enquanto a floresta arde. As ideias peregrinas, agora actualizadas para o efeito terrorista, tal como no PREC, é que nunca ardem, mas ajudam aos incêndios, lá isso ajudam...
Hoje no Correio da Manhã o presidente da Liga dos Bombeiros apresenta a sua causa principal para os incêndios: terrorismo organizado.
Aquela socióloga encartada em ambiente fica a ver navios...
Jaime Marta Soares é um autarca do Centro do país que deixou os "estudos a meio" para autarcar durante décadas. Diz que sabe tanto de incêndios ( é bombeiro há mais de 40 anos...)como a sua serra de Vila Nova de Poiares nunca poderá desmentir.
Estas são as elites que têm ideias sobre os fogos florestais em Portugal na época de Verão. Já as tinham há muitos anos e vão continuar a tê-las enquanto a floresta arde. As ideias peregrinas, agora actualizadas para o efeito terrorista, tal como no PREC, é que nunca ardem, mas ajudam aos incêndios, lá isso ajudam...
terça-feira, agosto 09, 2016
A colonização e a descolonização dos outros
Antes de nós termos chegado a África já lá tinham estado povos europeus, séculos atrás. O Norte de África tinha sido ocupado por Fenícios que fundaram Cartago e esta foi guerreada pelos romanos e númidas, seus aliados. Os vândalos também chegaram lá ainda antes da nossa era cristã e por isso quando os franceses apanharam o Norte de África, em meados do séc. XIX, já tinham passado séculos e séculos de descobertas e exploração do território africano por europeus e outros povos.
Ainda assim, no primeira metade do séc. XX o Norte de África falava francês, nomeadamente a Argélia e Marrocos, bem como outras regiões mais a sul.
Os Estados Coloniais atingem o seu apogeu nos anos 30 do séc. XX. A ideia primordial era a de "assimilação" mas a prevalecente foi a da prática da administração indirecta introduzida pelos britânicos. Os europeus estavam em África em número reduzido e cada colónia tinha uma hierarquia de direcção que ia do governador ao administrador de circunscrições que utilizavam os auxiliares locais e autoridades africanas para controlar os territórios. Um despotismo esclarecido, segundo se lê, no número especial da L´Histoire consagrada a África.
Foi assim até meados do séc. XX e a progressiva consciência política dos povos africanos foi-se desenvolvendo notoriamente a seguir às duas guerras mundiais, mesmo se o esforço de colonização tardio, com um desenvolvimento económico e social acelerado, encetado nos anos 50, não foi suficiente para convencer os povos autóctones e de raça negra, da superioridade da administração dos brancos.
Em 1914 a África estava completamente colonizada com excepção da Etiópia e Liberia e os territórios repartidos por potências coloniais europeias por força de tratados celebrados entre os finais do séc. XIX e os primeiros anos do séc. XX.
As revoltas contra essa colonização são um facto histórico. Em Angola, a dos Ovambos e dos Kongos, entre 1911 e 1915; em Moçambique a dos Chilembwe, em 1915 mas estendem-se a todo o continente africano nessa altura).
A maior potência colonial, em 1914 é a França.
Como é que a França saiu de África? A mal...
Em finais de 1954 sofreu os primeiros atentados e acções terroristas por parte dos movimentos de libertação no norte da Argélia. O que fizeram os franceses para contrariar o movimento de libertação que usava a táctica do terrorismo? Repressão feroz, torturas, execuções sumárias.
Mesmo assim, em finais de Agosto de 1955 deu-se isto que a revista francesas Paris Match de 3.9.1955 relatou:
Como aqui se dá conta, alguns "rebeldes" até se renderam e pediram perdão...
Não obstante, o problema colonial francês agudizou-se e em 16 de Setembro de 1959 De Gaulle ( admirava Salazar...) reconheceu o direito do povo argelino à autodeterminação. Em 3 de Julho de 1962 foi proclamada a independência.
Pelo meio ficaram 300.000 mortos argelinos para 30 000 franceses e 700.000 desalojados que vieram para a Europa...
E nós? A História é conhecida e há ainda quem pense que ainda deveríamos lá estar...
Se a História fosse outra talvez fosse possível pensar desse modo. Mas não foi. E não adianta pensar que poderia sê-lo se fôssemos suficientemente persistentes e lutadores. A França, tal como a Grã-Bretanha, no século XX tinha um poder militar muito superior ao nosso. Hipoteticamente poderia sustentar militarmente uma guerra pela defesa das suas possessões ultramarinas mas não o fizeram~.
A questão mais importante é por isso saber porquê...
Ainda assim, no primeira metade do séc. XX o Norte de África falava francês, nomeadamente a Argélia e Marrocos, bem como outras regiões mais a sul.
Os Estados Coloniais atingem o seu apogeu nos anos 30 do séc. XX. A ideia primordial era a de "assimilação" mas a prevalecente foi a da prática da administração indirecta introduzida pelos britânicos. Os europeus estavam em África em número reduzido e cada colónia tinha uma hierarquia de direcção que ia do governador ao administrador de circunscrições que utilizavam os auxiliares locais e autoridades africanas para controlar os territórios. Um despotismo esclarecido, segundo se lê, no número especial da L´Histoire consagrada a África.
Foi assim até meados do séc. XX e a progressiva consciência política dos povos africanos foi-se desenvolvendo notoriamente a seguir às duas guerras mundiais, mesmo se o esforço de colonização tardio, com um desenvolvimento económico e social acelerado, encetado nos anos 50, não foi suficiente para convencer os povos autóctones e de raça negra, da superioridade da administração dos brancos.
Em 1914 a África estava completamente colonizada com excepção da Etiópia e Liberia e os territórios repartidos por potências coloniais europeias por força de tratados celebrados entre os finais do séc. XIX e os primeiros anos do séc. XX.
As revoltas contra essa colonização são um facto histórico. Em Angola, a dos Ovambos e dos Kongos, entre 1911 e 1915; em Moçambique a dos Chilembwe, em 1915 mas estendem-se a todo o continente africano nessa altura).
A maior potência colonial, em 1914 é a França.
Como é que a França saiu de África? A mal...
Em finais de 1954 sofreu os primeiros atentados e acções terroristas por parte dos movimentos de libertação no norte da Argélia. O que fizeram os franceses para contrariar o movimento de libertação que usava a táctica do terrorismo? Repressão feroz, torturas, execuções sumárias.
Mesmo assim, em finais de Agosto de 1955 deu-se isto que a revista francesas Paris Match de 3.9.1955 relatou:
Como aqui se dá conta, alguns "rebeldes" até se renderam e pediram perdão...
Não obstante, o problema colonial francês agudizou-se e em 16 de Setembro de 1959 De Gaulle ( admirava Salazar...) reconheceu o direito do povo argelino à autodeterminação. Em 3 de Julho de 1962 foi proclamada a independência.
Pelo meio ficaram 300.000 mortos argelinos para 30 000 franceses e 700.000 desalojados que vieram para a Europa...
E nós? A História é conhecida e há ainda quem pense que ainda deveríamos lá estar...
Se a História fosse outra talvez fosse possível pensar desse modo. Mas não foi. E não adianta pensar que poderia sê-lo se fôssemos suficientemente persistentes e lutadores. A França, tal como a Grã-Bretanha, no século XX tinha um poder militar muito superior ao nosso. Hipoteticamente poderia sustentar militarmente uma guerra pela defesa das suas possessões ultramarinas mas não o fizeram~.
A questão mais importante é por isso saber porquê...
os pirómanos virtuais das tv´s
No Público de hoje João Miguel Tavares escreve sobre um assunto que também me preocupa: a voragem insana das tv´s pelas chamas dos incêndios criminosos de Verão. Segundo estatísticas oficiosas cerca de 75% dos incêndios terão origem criminosa, sendo certo que a esmagadora maioria de todos os incêndios terão origem em acção humana.
Portanto é de crimes e de terrorismo puro o que temos como espectáculo de verão das tv´s. Não custa muito a admitir, pelo senso comum, que a imagem das chamas, durante horas e horas de transmissão televisiva suscita ímpetos criminosos de imitação em quem é propenso a tal. Tal senso comum é completamente subjugado pelos interesses putativos de uma lógica informativa insana e perversa, logo ilegítima e irregular. Parece que estes jornalistas foram formatados como máquinas de produzir notícias sem olhar o conteúdo e efeitos deletérios com gravidade extrema, que provocam. São os mesmos que se preocupam em ocultar a face de uma criança qualquer que apareça numa gravação mas não se detêm um segundo a pensar no efeito das imagens do fogo durante horas e horas a consumir matas, casas e bens, com efeito seguro de imitação e que é fonte de novos incêndios cada um mais espectacular que o anterior e por isso apetecível do ponto de vista noticioso. Piromania pura, em modo virtual.
Sabendo isso os directores de informação dos canais de televisão participam nesse espectáculo de dar pasto às chamas em imagens de televisão actuando como pirómanos virtuais em nome de uma falsa liberdade de informação e uma muito discutível liberdade de conformação informativa.
Octávio Ribeiro da CMTV, Paulo Dentinho e António José Teixeira na RTP, Sérgio Figueiredo na TVi e Ricardo Costa na SIC, para além dos adjuntos e demais responsáveis são os nomes dos pirómanos.
Tenham juízo!
Portanto é de crimes e de terrorismo puro o que temos como espectáculo de verão das tv´s. Não custa muito a admitir, pelo senso comum, que a imagem das chamas, durante horas e horas de transmissão televisiva suscita ímpetos criminosos de imitação em quem é propenso a tal. Tal senso comum é completamente subjugado pelos interesses putativos de uma lógica informativa insana e perversa, logo ilegítima e irregular. Parece que estes jornalistas foram formatados como máquinas de produzir notícias sem olhar o conteúdo e efeitos deletérios com gravidade extrema, que provocam. São os mesmos que se preocupam em ocultar a face de uma criança qualquer que apareça numa gravação mas não se detêm um segundo a pensar no efeito das imagens do fogo durante horas e horas a consumir matas, casas e bens, com efeito seguro de imitação e que é fonte de novos incêndios cada um mais espectacular que o anterior e por isso apetecível do ponto de vista noticioso. Piromania pura, em modo virtual.
Sabendo isso os directores de informação dos canais de televisão participam nesse espectáculo de dar pasto às chamas em imagens de televisão actuando como pirómanos virtuais em nome de uma falsa liberdade de informação e uma muito discutível liberdade de conformação informativa.
Octávio Ribeiro da CMTV, Paulo Dentinho e António José Teixeira na RTP, Sérgio Figueiredo na TVi e Ricardo Costa na SIC, para além dos adjuntos e demais responsáveis são os nomes dos pirómanos.
Tenham juízo!
segunda-feira, agosto 08, 2016
Um escândalo nunca vem só.
Até hoje não vi ninguém ligado ao poder judicial pronunciar-se sobre isto que é grave e atenta contra os fundamentos democráticos.
O assunto parece morto e enterrado com aquele ar de leveza que o PS empresta sempre a estas coisas e os demais órgãos de soberania fazem por compreender e desculpar, sempre. Este, nem caso chegou a ser para ser digno de comentário justificativo do governo. O "Rocha" abafou tudo.
O director do JN, Camões de apelido, não se mexeu nem foi mexido. O CSM, órgão máximo da gestão e disciplina dos juízes, também não. Devem estar de férias e a parte que lá está em permanência, não está para se chatear. De resto é o PS e sabe-se que sendo useiros e vezeiros nestas coisas acham-se legitimados a assim proceder, impunemente.
Assim, ficamos até ao próximo escândalo. Se for com um juiz, cai o carmo e a trindade e se for contra o governo será o próprio primeiro-ministro a vir à liça...
Observador:
Facto 1: na guerra jurídica que opõe os colégios
com contrato de associação ao Estado (concretamente, ao Ministério da
Educação), o juiz Tiago Lopes de Miranda decidiu contra o Ministério em
duas providências cautelares. Entretanto, já o Ministério da Educação
havia solicitado (por três vezes) o afastamento do juiz, levantando
suspeição de ausência de imparcialidade devido a um processo passado e
não relacionado com as actuais providências. Por três vezes, os pedidos
do Ministério da Educação para a escusa do juiz foram julgados
improcedentes pelo Tribunal Central Administrativo do Norte.
Facto 2: no dia 2 de Agosto, o Jornal de Notícias (JN) fez manchete com a informação de que o juiz Tiago Lopes de Miranda teria a sua filha a estudar num dos colégios em causa nas providências cautelares e que, como tal, estaria sob um evidente conflito de interesses – “Juiz decide a favor de colégio onde a filha estuda” escreveu o JN. A confirmar-se a informação do JN, a conclusão seria inevitável: o juiz não reunia condições de isenção necessárias e as suas decisões, estando comprometidas, deveriam ser anuladas.
Facto 3: no próprio dia da publicação da notícia, foi emitido um comunicado do juiz desembargador presidente dos Tribunais Administrativos e Fiscais da Zona Centro, Antero Pires Salvador, que afirmou ser falsa a acusação exposta no JN. Afinal, o juiz em causa não tem a sua filha a estudar em nenhum dos colégios sobre os quais decidiu, mas num outro colégio com contrato de associação. Ou seja, não houve parcialidade e nenhuma das suas decisões ficou comprometida.
Facto 4: no dia seguinte, o JN publicou um desmentido da sua manchete – “Juiz não tem filha nos colégios de que julgou providência” – e uma nota da Direcção, explicando o sucedido: o jornal acreditou numa “fonte ligada ao governo, que reputava de credível” e que teria prestado informações falsas ao JN que, confiando, as publicou. Ou seja, alguém no governo, presumivelmente do Ministério da Educação, estaria directamente ligado ao caso e seria co-responsável pela difamação publicada.
Estes são os factos – objectivos, indesmentíveis e graves. Mas o episódio que eles narram passou praticamente despercebido no debate público. Não devia. Há aqui muita matéria para reflexão – e, já agora, acção.
Em primeiro, a questão mais óbvia e grave: o governo plantou num jornal uma notícia falsa, que atingiu o bom nome de um juiz (que, coincidência, o Ministério da Educação tentou afastar) e colocou em causa a validade, na opinião pública, das suas decisões (que, coincidência, foram em desfavor do Ministério da Educação). Não é necessário um conhecimento profundo dos fundamentos de um Estado de Direito para detectar que este comportamento persecutório é abominável em democracia, por constituir um ataque aos pilares da separação de poderes que suportam o regime. Num país e num regime que se dessem ao respeito, isto não seria um fait-divers ou uma polémica. Seria um escândalo político. E, no mínimo, abalaria a cadeira do ministro.
Em segundo, o episódio revela um modelo de jornalismo que confunde o dever de informar o público com o acto de difundir informações sopradas – de gabinetes, de sindicatos, de agentes interessados. Demasiadas vezes, os jornais facilitam, abdicam de confirmar dados e deixam-se instrumentalizar pelas suas fontes que, não tendo nada de inocente, são actores do jogo político e visam manipular o debate público em seu proveito, obtendo vantagens estratégicas na defesa dos seus interesses. Ora, é alarmante a ideia de que um jornal possa publicar notícias que atingem o bom nome de alguém, com potenciais consequências profissionais para o atingido, sem sequer se dar ao trabalho de confirmar a correcção da informação. Foi o que aconteceu neste caso – a falsidade só chegou ao papel porque o jornal, em nome da confiança que depositava na sua fonte, abdicou de a confirmar. A (ir)responsabilidade do jornal é máxima.
O episódio é daqueles que vale a pena fixar, uma vez que, sobretudo pelo facto de ter caído no esquecimento em minutos, explica muito do que funciona mal no país. O governo ataca um juiz que considera seu adversário plantando notícias falsas e difamatórias. Fá-lo porque, nos jornais, encontra quem, facilitando no rigor, publica o que lhe dão a publicar. E tudo acontece com impunidade porque deste lado – o dos leitores, dos cidadãos, da sociedade civil – já está tudo entorpecido demais para reparar. São estes episódios, que rodeiam o intolerável de silêncio, que confirmam o que, tantas vezes, nos recusamos a acreditar: que, entre indignações selectivas, Portugal vai mesmo tendo o que merece.
O assunto parece morto e enterrado com aquele ar de leveza que o PS empresta sempre a estas coisas e os demais órgãos de soberania fazem por compreender e desculpar, sempre. Este, nem caso chegou a ser para ser digno de comentário justificativo do governo. O "Rocha" abafou tudo.
O director do JN, Camões de apelido, não se mexeu nem foi mexido. O CSM, órgão máximo da gestão e disciplina dos juízes, também não. Devem estar de férias e a parte que lá está em permanência, não está para se chatear. De resto é o PS e sabe-se que sendo useiros e vezeiros nestas coisas acham-se legitimados a assim proceder, impunemente.
Assim, ficamos até ao próximo escândalo. Se for com um juiz, cai o carmo e a trindade e se for contra o governo será o próprio primeiro-ministro a vir à liça...
Observador:
O governo plantou no JN uma notícia falsa, que atingiu o bom nome
de um juiz (que o Ministério da Educação tentou afastar). Num país e
num regime que se dessem ao respeito, isto seria um escândalo.
Facto 2: no dia 2 de Agosto, o Jornal de Notícias (JN) fez manchete com a informação de que o juiz Tiago Lopes de Miranda teria a sua filha a estudar num dos colégios em causa nas providências cautelares e que, como tal, estaria sob um evidente conflito de interesses – “Juiz decide a favor de colégio onde a filha estuda” escreveu o JN. A confirmar-se a informação do JN, a conclusão seria inevitável: o juiz não reunia condições de isenção necessárias e as suas decisões, estando comprometidas, deveriam ser anuladas.
Facto 3: no próprio dia da publicação da notícia, foi emitido um comunicado do juiz desembargador presidente dos Tribunais Administrativos e Fiscais da Zona Centro, Antero Pires Salvador, que afirmou ser falsa a acusação exposta no JN. Afinal, o juiz em causa não tem a sua filha a estudar em nenhum dos colégios sobre os quais decidiu, mas num outro colégio com contrato de associação. Ou seja, não houve parcialidade e nenhuma das suas decisões ficou comprometida.
Facto 4: no dia seguinte, o JN publicou um desmentido da sua manchete – “Juiz não tem filha nos colégios de que julgou providência” – e uma nota da Direcção, explicando o sucedido: o jornal acreditou numa “fonte ligada ao governo, que reputava de credível” e que teria prestado informações falsas ao JN que, confiando, as publicou. Ou seja, alguém no governo, presumivelmente do Ministério da Educação, estaria directamente ligado ao caso e seria co-responsável pela difamação publicada.
Estes são os factos – objectivos, indesmentíveis e graves. Mas o episódio que eles narram passou praticamente despercebido no debate público. Não devia. Há aqui muita matéria para reflexão – e, já agora, acção.
Em primeiro, a questão mais óbvia e grave: o governo plantou num jornal uma notícia falsa, que atingiu o bom nome de um juiz (que, coincidência, o Ministério da Educação tentou afastar) e colocou em causa a validade, na opinião pública, das suas decisões (que, coincidência, foram em desfavor do Ministério da Educação). Não é necessário um conhecimento profundo dos fundamentos de um Estado de Direito para detectar que este comportamento persecutório é abominável em democracia, por constituir um ataque aos pilares da separação de poderes que suportam o regime. Num país e num regime que se dessem ao respeito, isto não seria um fait-divers ou uma polémica. Seria um escândalo político. E, no mínimo, abalaria a cadeira do ministro.
Em segundo, o episódio revela um modelo de jornalismo que confunde o dever de informar o público com o acto de difundir informações sopradas – de gabinetes, de sindicatos, de agentes interessados. Demasiadas vezes, os jornais facilitam, abdicam de confirmar dados e deixam-se instrumentalizar pelas suas fontes que, não tendo nada de inocente, são actores do jogo político e visam manipular o debate público em seu proveito, obtendo vantagens estratégicas na defesa dos seus interesses. Ora, é alarmante a ideia de que um jornal possa publicar notícias que atingem o bom nome de alguém, com potenciais consequências profissionais para o atingido, sem sequer se dar ao trabalho de confirmar a correcção da informação. Foi o que aconteceu neste caso – a falsidade só chegou ao papel porque o jornal, em nome da confiança que depositava na sua fonte, abdicou de a confirmar. A (ir)responsabilidade do jornal é máxima.
O episódio é daqueles que vale a pena fixar, uma vez que, sobretudo pelo facto de ter caído no esquecimento em minutos, explica muito do que funciona mal no país. O governo ataca um juiz que considera seu adversário plantando notícias falsas e difamatórias. Fá-lo porque, nos jornais, encontra quem, facilitando no rigor, publica o que lhe dão a publicar. E tudo acontece com impunidade porque deste lado – o dos leitores, dos cidadãos, da sociedade civil – já está tudo entorpecido demais para reparar. São estes episódios, que rodeiam o intolerável de silêncio, que confirmam o que, tantas vezes, nos recusamos a acreditar: que, entre indignações selectivas, Portugal vai mesmo tendo o que merece.
domingo, agosto 07, 2016
A génese da geringonça é o aborto esquerdista
Para entender a origem do esquerdismo e da actual geringonça nada melhor do que ouvir os seus protagonistas falar acerca das suas raízes socio-culturais.
João Semedo entrou no PCP em 1972, depois de se aliar ao esquerdismo por causa das cheias de Lisboa de 1967 que lhe mostraram a pobreza que existia às portas de Lisboa. Portanto, para estes indivíduos a pobreza foi o leit-motivo para o esquerdismo activo e militante.
Não lhes ocorreu, em 1972, saber como ia a pobreza lá pelos lados dos países de Leste, lugar de todas as ilusões políticas. Não lhes ocorreu ligar os factos históricos ocorridos em 1956 na Hungria ou em 1968 na Checoslováquia e pensar por que razão o povo desses países não queria o que eles queriam. Já nem se fala em procurarem saber o que era o regime soviético e comunista na realidade e que em 1972 qualquer pessoa intelectualmente sóbria tinha possibilidade de saber se assim o quisesse.
Não, nada disso lhes interessou porque o desejo de combater o fassismo mais a vontade de sermos todos iguais sem condições naturais para tal se lhes sobrepôs no bestunto.
Este comunista arrependido lá se aguentou no PCP até ao ano 2000(!). Nenhuma leitura avulsa o demoveu. Nenhum testemunho passado o comoveu. Nenhuma história factual o convenceu. Só saiu quando concluiu que o PCP era irreformável.
E saiu logo para outra utopia do mesmo género ou pior uma vez que os princípios marxistas não ligam com a liberdade que pensa defender e não explica com que sistema económico pretende acabar com a tal pobreza que parece ser o elemento base de uma crença quase religiosa. Este Semedo como aliás o Louçã ou a Martins querem "mudar o mundo" e isso lhes basta como propósito. Como? Logo se vê..e como dizia John Lennon que eventualmente afeiçoam pelo lado esquerdista, logo em 1968 no álbum branco- "Então quer uma revolução? Bem, todos nós queremos mudar o mundo. E diz que tem a verdadeira solução? Então, gostávamos de ver os planos...)- o plano de "mudança do mundo" muda conforme as circunstâncias.
Actualmente é a geringonça que funciona como método, à míngua da revolução que soçobrou em 1975 ou das bombas das FP25 que só mataram moscas nos anos 80, àparte uns infra-humanos fascistas que só perderam pela demora.
Contudo estas pessoas que acreditam nestas utopias são sempre as mesmas, por dentro e por fora, só mudando o discurso em que descaem de vez em quando.
Semedo só descobriu em 2000 que Álvaro Cunhal se "cristalizou" nas ideias fósseis do comunismo estalinista.
Se lermos o que diz sobre o modo de "mudar o mundo" as ideias são fluidas como as palavras que encantam papalvos ou radicais de todas as cores: "primeiro os direitos políticos e depois os direitos sociais, muito relacionados com o trabalho, a protecção social, a reforma, o Estado social. E agora, uma nova geração de direitos, que aprofunda os direitos humanos, os direitos de cidadania e de identidade".
Estes "direitos" são o objectivo, o modo de os conseguir e o dinheiro ou pib para tal, disso é que não se fala. Não é preciso, aliás, quando se termina a entrevista dizendo que "sou um militante da esquerda socialista internacionalista".
Tal como Louçã ou outros. Tal como um tal João Martins Pereira já por aqui muito citado que encetou uma polémica por escrito, com António Champallimaud, na revista Vida Mundial de finais de 1974.
As ideias são as mesmas, as consequências iguais: pobreza, bancarrota e desgraça maior para os pobres que dizem querer defender.
Vão ver como esta gente vive diariamente e depois falamos...sobre a coerência de princípios e valores.
Repito: estas pessoas são as mais perigosas que existem em Portugal. São mentecaptos da realidade. Acreditam hoje numa utopia como há 40 anos acreditavam seria possível e continuaram a acreditar, através do comunismo e do socialismo. As três bancarrotas que sofremos nada lhes ensinaram e a quarta que se aproxima muito menos ainda.
Pelo sonho é que vão e sonhar custa muito pouco e sempre foi assim. Custa muito pouco ser amigo dos pobrezinhos acusando sempre os ricos de terem a culpa.
Esta gente que os acolhe nos jornais ( São José de Almeida, no caso) são fruto da mesma cepa ideológica e vinho da mesma pipa política. São os responsáveis directos, por antonomásia, de todas as nossas desgraças económicas dos últimos 40 anos e ficarão indignados se alguém lho escarrapachar na cara física.
Mas é assim mesmo.
João Semedo entrou no PCP em 1972, depois de se aliar ao esquerdismo por causa das cheias de Lisboa de 1967 que lhe mostraram a pobreza que existia às portas de Lisboa. Portanto, para estes indivíduos a pobreza foi o leit-motivo para o esquerdismo activo e militante.
Não lhes ocorreu, em 1972, saber como ia a pobreza lá pelos lados dos países de Leste, lugar de todas as ilusões políticas. Não lhes ocorreu ligar os factos históricos ocorridos em 1956 na Hungria ou em 1968 na Checoslováquia e pensar por que razão o povo desses países não queria o que eles queriam. Já nem se fala em procurarem saber o que era o regime soviético e comunista na realidade e que em 1972 qualquer pessoa intelectualmente sóbria tinha possibilidade de saber se assim o quisesse.
Não, nada disso lhes interessou porque o desejo de combater o fassismo mais a vontade de sermos todos iguais sem condições naturais para tal se lhes sobrepôs no bestunto.
Este comunista arrependido lá se aguentou no PCP até ao ano 2000(!). Nenhuma leitura avulsa o demoveu. Nenhum testemunho passado o comoveu. Nenhuma história factual o convenceu. Só saiu quando concluiu que o PCP era irreformável.
E saiu logo para outra utopia do mesmo género ou pior uma vez que os princípios marxistas não ligam com a liberdade que pensa defender e não explica com que sistema económico pretende acabar com a tal pobreza que parece ser o elemento base de uma crença quase religiosa. Este Semedo como aliás o Louçã ou a Martins querem "mudar o mundo" e isso lhes basta como propósito. Como? Logo se vê..e como dizia John Lennon que eventualmente afeiçoam pelo lado esquerdista, logo em 1968 no álbum branco- "Então quer uma revolução? Bem, todos nós queremos mudar o mundo. E diz que tem a verdadeira solução? Então, gostávamos de ver os planos...)- o plano de "mudança do mundo" muda conforme as circunstâncias.
Actualmente é a geringonça que funciona como método, à míngua da revolução que soçobrou em 1975 ou das bombas das FP25 que só mataram moscas nos anos 80, àparte uns infra-humanos fascistas que só perderam pela demora.
Contudo estas pessoas que acreditam nestas utopias são sempre as mesmas, por dentro e por fora, só mudando o discurso em que descaem de vez em quando.
Semedo só descobriu em 2000 que Álvaro Cunhal se "cristalizou" nas ideias fósseis do comunismo estalinista.
Se lermos o que diz sobre o modo de "mudar o mundo" as ideias são fluidas como as palavras que encantam papalvos ou radicais de todas as cores: "primeiro os direitos políticos e depois os direitos sociais, muito relacionados com o trabalho, a protecção social, a reforma, o Estado social. E agora, uma nova geração de direitos, que aprofunda os direitos humanos, os direitos de cidadania e de identidade".
Estes "direitos" são o objectivo, o modo de os conseguir e o dinheiro ou pib para tal, disso é que não se fala. Não é preciso, aliás, quando se termina a entrevista dizendo que "sou um militante da esquerda socialista internacionalista".
Tal como Louçã ou outros. Tal como um tal João Martins Pereira já por aqui muito citado que encetou uma polémica por escrito, com António Champallimaud, na revista Vida Mundial de finais de 1974.
As ideias são as mesmas, as consequências iguais: pobreza, bancarrota e desgraça maior para os pobres que dizem querer defender.
Vão ver como esta gente vive diariamente e depois falamos...sobre a coerência de princípios e valores.
Repito: estas pessoas são as mais perigosas que existem em Portugal. São mentecaptos da realidade. Acreditam hoje numa utopia como há 40 anos acreditavam seria possível e continuaram a acreditar, através do comunismo e do socialismo. As três bancarrotas que sofremos nada lhes ensinaram e a quarta que se aproxima muito menos ainda.
Pelo sonho é que vão e sonhar custa muito pouco e sempre foi assim. Custa muito pouco ser amigo dos pobrezinhos acusando sempre os ricos de terem a culpa.
Esta gente que os acolhe nos jornais ( São José de Almeida, no caso) são fruto da mesma cepa ideológica e vinho da mesma pipa política. São os responsáveis directos, por antonomásia, de todas as nossas desgraças económicas dos últimos 40 anos e ficarão indignados se alguém lho escarrapachar na cara física.
Mas é assim mesmo.
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