segunda-feira, agosto 31, 2020

A Micas fica?

Observador, ontem:




Hoje, Jornal Económico:



O Presidente da República foi claro e mais que claro: a DGS asneirou e a responsabilidade política é evidente.

Segue-se o quê? A humilhação da directora-geral? Ainda mais?! Ai, Micas...que vergonha é não ter vergonha nenhuma.

A Micas não é necessariamente a simpática baratinha que aparece nos briefings. Há outra, mais pespineta e que tem a responsabilidade política toda, todinha. Essa é mesmo miquinhas de todo se não assumir a vergonha que deveria ter.

Fantástico, Micas!

Observador. A dificuldade em lidar com assunto tão, tão complexo, percebe-se agora: metade de trinta e três mil já está bem. Nem mais um!

E dos 16 mil e quinhentos, entrarão um a um, com o distanciamento social, para ouvir música de pé ( sentados, pronto)  e sem se mexerem dos lugares. Se precisarem, um assistente virá "orientar".

Se o ridículo matasse, a dona Micas já estava defunta do lugar que ocupa.


A insuportável arrogância jacobina

Público de hoje:


Reacção do PSD:



Tem razão Rui Rio: a arrogância jacobina da senhora dona Micas da DGS é insuportável. Haja quem a ponha no lugar de onde nunca deveria ter saído: do anonimato sem direito a tempo de antena.

domingo, agosto 30, 2020

Wight e os festivais de Verão de 1970

Faz agora 50 anos que decorria na ilha de Wight o festival de música pop, o último dos três que ocorriam desde 1968.
A história toda do festival pode ser lida aqui.

No ano anterior tinha lá ido Bob Dylan, tocado muito menos tempo que o previsto e desiludido os espectadores presentes o que foi estranho na medida em que o artista aparecia pela primeira vez em público depois do acidente de mota que sofrera algum tempo antes.

Até em Portugal tal fora notícia, na revista Mundo Moderno de 15.9.1969.


Em 1970 também houve notícia numa revista nacional, desta vez no Século Ilustrado de 17 de Outubro de 1970, com reportagem e fotos exclusivas e até a capa.




A resposta à questão da capa era muito insatisfatória mas trazia um ponto distinto das demais reportagens estrangeiras: dava importância à actuação dos brasileiros Gilberto Gil e Caetano Veloso, fugidos do Brasil por motivos políticos e que aliás tinham alguns meses antes passado por Portugal e actuado no Zip Zip.
Uma parte da actuação dos brasileiros pode ser vista num filme disponível em dvd chamado Tropicália.

Quanto ao festival de Wight de 1970 foi captado em filme por Murray Lerner mas só foi mostrado  nos anos noventa e actualmente está disponível em dvd e no You Tube.

Em França, o Verão desse ano também foi ocasião de vários festivais de música pop, com os artistas mais importantes da época.

A Rock & Folk de Agosto desse ano mostrava logo o que iria ser:







Os discos mais importantes desse mês, para a revista:



Quanto ao terceiro festival de Wight, a revista Mojo de Setembro de 2012 fazia esta retrospectiva:


De todos os artistas de relevo que apareceram então, Jimi Hendrix era já uma lenda. E foi estrela do Wight de 1970 embora empalidecida pela performance. Dali a pouco mais de quinze dias, em 18 de Setembro, Hendrix morria, por asfixia provocada pelo próprio vómito, num apartamento em Londres.

A Rock & Folk de Outubro deu conta do caso e da importância de Hendrix:





Sobre o festival desenhos publicado nessa revista revela o que já era evidente: o sonho, se existira, tinha acabado há muito...



Sobre Hendrix a publicação nesse número de alguns recortes com citações do artista é muito interessante.

Por exemplo, esta em que Hendrix dizia que "nunca dei grande atenção ao conflito racial. Seattle era uma cidade onde a integração se fazia sem problemas. Fui preso uma vez pela polícia em Washington e recusaram-me a entrada em dois restaurantes, mas só porque estava com um par de hippies. Mas não foi uma questão de raça. Nunca sofri de preconceitos raciais na Grã-Bretanha. Nem tenho desejo algum de me juntar a manifestações; tenho coisas mais importantes para fazer- como tocar guitarra. O Black Power? Nunca penso nisso. Há uma quantidade de estupidez de parte a parte. "

Se fosse hoje, Jimi Hendrix, com um discurso destes era censurado nos media ou vilipendiado como sei lá o quê...



Nesse mesmo ano, pouco depois, em Outubro morreu esta, numa overdose de heroína:


Jim Morrison que tinha estado em Wight, morreu um ano depois.



A música que então soava nos discos mais vendidos era esta, como mostra o hit parade de Novembro desse ano de 1970:


Por cá, o Diário Popular de 6.11.1970 dava conta daqueles decessos e mostrava os hit parade do estrangeiro...


A Flama de 4.12.1970 trazia um anúncio a um disco que supostamente contava a história da década que tinha passado...e usava a palavra da moda: sensação!


Quanto ao disco andei anos à procura de um exemplar que tem esta capa e indica como narrador um certo Luís Filipe Costa, o locutor de voz fanhosa recentemente falecido.




O professor Buonaventura confinado em Barcouço

O celebérrimo e ilustrérrimo professor Buonaventura, globe trotter do comunismo de algibeira terceiro-mundista, está confinado à sua aldeia, a "30 km de Coimbra", como escreve este fim de semana o jornal i,  sítio onde este perdigão do CES costuma pousar para deixar as suas penas sobre o capitalismo que não desaparece de vez para sossego eterno das ideias peregrinas deste poeta de Barcouço.




Este "cavalo louco" da utopia que sonha permanentemente uma fantasia de Buñuel, confinado à terra da antiga cooperativa revolucionária, reduziu a quimera a um desejo: o de que a pandemia acabe com o horrendo monstro que lhe devora as entranhas neuronais desde novo, o capitalismo. E até congeminou opúsculo sobre o assunto, para juntar às demais inanidades que resumem o seu pensamento.
O pretexto de tal obra é a entrevista do i desta semana, cujo director dá sempre guarida a este peregrino de um infortúnio ideológico e nem sequer o fotografou para a ocasião, no seu meio natural ( as fotos são de há dois anos).
O tema, hoje, aparece suavizado, talvez pelo ar das couves galegas e dos tomates sem pesticida que agora se cheira nas redondezas, já sem a bosta que outrora adubou tal pensamento.

O mundo é difícil de compreender e as  peregrinações do indígena de Barcouço acabavam todos os anos na meca do horror que se habituou a denunciar, num exercício de irresistível masoquismo: desde há 35 anos passava todos os anos o seu tempo de Agosto a Dezembro, nos Estados Unidos.
E durante muito tempo enganou-se o tempo todo...segundo conta. E continuou a ensinar, sociologias, dando verdadeiramente corpo ao manifesto de que quem não sabe ensina.
 O que é que o consumia tanto na sociedade americana para onde ia todos os anos quatro meses de enfiada, viver em tal horror? O consumismo, voilà!

Este professor de utopias que sempre viveu ( muito bem...) delas e foi sempre subsidiado pelos crédulos de tais patranhas, sempre teve este quadro mental que agora passeia nos caminhos de Barcouço, tal como lido também no mesmo i, mas em 23.4.2018 e que agora se transcreve, ipsis verbis et imaginis:

"Boaventura Sousa Santos em entrevista ao jornal i de hoje [ 23.4.2018] conta o que é actualmente a extrema-esquerda comunista, sem grandes rodeios: uma ideologia à procura de uma prática para acabar com o capitalismo, tendo como aferidor e base fundamental a sempiterna luta de classes.

Diz claramente que a democracia burguesa não lhe interessa na medida em que é compatível com o capitalismo e portanto só a democracia popular o poderá combater até à derrota final.

Conclusão lógica: Boaventura Sousa Santos não saiu de Barcouço e do prec dos anos setenta do século passado.

Pergunto-me como é que o Estado português pode financiar um comunista deste calibre e a sua madrassa de Coimbra, o CES onde se ensinam estes princípios ideológicos para pôr em prática quando tudo voltar a ser possível. No dia de s. nunca, pela noitinha.


A democracia burguesa tolera estes revolucionários de pacotilha marxista para quê? Para se arruinar? Para mostrar que é superior a estes totalitários do pensamento? Para compor um ramalhete pluripartidário?
Como isso, se o próprio nunca admitiria num sistema por si idealizado, tal ideal burguês?

Boaventura Sousa Santos não devia ser financiado pelo Estado português tal como um fascista o não
é. Ponto final e parágrafo.

Se quiser cantar loas ao comunismo que o faça a expensas próprias e veja se arrebanha alguém para a luta de classes em Barcouço e arredores que chegam à Venezuela. "

Até quando o professor de Barcouço que pouco ou nada aprendeu com os seus conterrâneos, continuará a debitar as mesmas ideias no jornal i? Terá avença solidária?


sábado, agosto 29, 2020

A. Costa, o "gajo que não presta!"

O primeiro-ministro que está é um grande manhoso. A opinião baseia-se nos factos conhecidos e noticiados.
Os jornais de hoje ajudam um pouco mais a tal retrato desprimoroso e particularmente uma crónica de um jornalista de tv, Mário Crespo, eventualmente eivada de despeito mas com memórias preciosas, no Sol de hoje.

Reproduzindo uma conversa em off, o escritor Miguel Torga em tempos confidenciou ao jornalista: "o rapaz fala bem, mas não presta". Quanto ao carácter, fica bem retratro no episódio de homenagem à falecida Maria José Nogueira Pinto:


Como é que retrato se emoldura?

O jornalista JMT, no Público de hoje, continuando a saga do que deveria ser entendimento banal,  já há muito por aqui elencado, mostra o que é a corrupção em que o gajo está envolvido até ao pescoço, desde sempre e que mina a sociedade portuguesa em que viceja desde os tempos de juventude:


Este retrato da corrupção real em Portugal, a mais viciosa que se pode imaginar é o pathos do "gajo" e do meio em que se move e onde está como peixe na água. Mais que o pindérico Sócrates, um epifenómeno perverso apesar de tudo.

Neste contexto o que o CM escreve hoje sobre o negócio em que a Cofina está envolvida ( a compra da TVI...) é exemplar do que representa em manhosice e ocultação. É preciso ler nas entrelinhas e perceber os factos para se entender onde isto irá parar...e haverá outros casos parecidos, actualmente, ainda no limbo de qualquer atenção das autoridades judiciárias e com futuro assegurado nos media, daqui a algum tempo.




quinta-feira, agosto 27, 2020

A realidade político-social do país

Ontem à noite a CMTV traçou, numa reportagem sobre o Lar de Reguengos e a realidade local um retrato muito impressivo da realidade do país: num sítio pequeno em que uma boa parte dos empregos dependem de instituições públicas as pessoas afectadas por essa realidade têm medo de falar. Por isso não denunciam em modo consequente o que está mal mesmo que isso provoque uma catástrofe, como aconteceu.

O temor de perder o emprego e ser prejudicado por criticar quem manda tornou-se regra social a que poucos conseguem escapar. É uma opressão muito profunda e que todos sentem como tal, mas se revelam incapazes de superar. É o contrário de liberdade e democracia.
Tal fenómeno acontece noutros microcosmos e estou a lembrar-me de algumas instituições em que o mesmo fenómeno ocorre, como é o caso da magistratura. Todos têm medo de falar claro e às claras, por causa de quem manda, no caso os conselhos superiores.

 O que aconteceu em Reguengos, naquele Lar ( Reguengos também é o sítio da Herdade do Esporão...) é sintomático do que acontece no país. Determinadas forças políticas tomam conta da maior parte das instituições, colocando os seus peões de brega nos sítios-chave e dominando toda a super-estrutura, transformam-se em sistema mafioso cujo capo é o líder do gangue, no caso político.

Em Reguengos é o PS mas antes tinha sido o PCP e porventura poderia vir a ser o PSD. "Todo o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente" é sabedoria antiga ( Lorde Acton, cortesia da Wiki).

Para além disso a negligência política de quem governa e tem a estrita obrigação de intervir em casos deste género, com ampla repercussão social e trágicas consequências em caso de omissão, é obliterada porque nem sequer sente tal obrigação como inevitável e responsabilizadora.
O exemplo mais flagrante desta atitude é o do primeiro-ministros António Costa que repetiu agora a rábula que representou, com mínima sindicância da comunicação social, no caso dos incêndios de Pedrógão ou mesmo de Tancos.

Com base nestes princípios de análise vejamos o que se escreve nos jornais e semanários de hoje, para se tentar perceber a que estádio chegou a nossa sociedade, em Agosto de 2020:

O panorama é este como se mostra na Sábado de hoje:


A situação calamitosa de negligência grave repetiu-se no Barreiro e evidentemente em Reguengos.


A evidência de negligência criminosa nos lares de idosos é tão avassaladora que até dói. A Sábado mostra o exemplo do Lar de Matosinhos onde ocorreu outra tragédia idêntica e cuja responsável autárquica local descarta como sendo da responsabilidade de quem mandava no Lar, como se tal fosse estanque e infungível.

Este artigo de João Pereira Coutinho na Sábado de hoje repisa essa ideia de responsabilização inevitável perante a vergonhosa negligência política escancarada:



A prova de tal omissão grave é esta apresentada pela revista Visão de hoje: o primeiro-ministro mais manhoso que o regime já conheceu, reconhece que tem havido uma omissão política grave quanto ao funcionamento dos lares e prestação de cuidados a internados. Porém, não retira daí as consequências, por incapacidade politicamente congénita de o conseguir fazer. Não foi treinado para isso, desde as jotas...


No Público, um jornal enfeudado a uma ideologia de esquerda radical, temperada por laivos de submissão a uma estratégia de geringonça- e só por isso defendem o governo que está, hoje há dois bons artigos de opinião. Um sobre o ensino de Direito em Portugal e o fosso idiossincrático que se foi cavando entre os que seguem para a advocacia e os que conseguem entrar na magistratura. Concordo com o teor do artigo do advogado subscritor, João Correia. Algo vai mal no seio da magistratura actual...


Outro com o qual também concordo inteiramente, versa o ensino, tal como se apresenta: uma senda de facilitismos no secundário que desagua numa tragédia colectiva de ignorância e estupidez ambiente. As escolas de jornalismo serão talvez o melhor exemplo desta cloaca que se prepara para a educação, em Portugal.


A mentalidade que se propõe subverter totalmente o ensino, tal como denuncia este professor catedrático é esta, também publicada em artigo de opinião no Público de 24.8.2020 e assinada por uma professora de Português do Secundário e um "activista" licenciado em Direito. É inacreditável o que se propõe:



A par desta realidade e no seio de quem governa subsiste uma outra, oculta e que origina os comportamentos obscuros de protagonistas que têm relação estreita e até íntima com o primeiro-ministro que governa.

O CM de hoje mostra como um deles- o advogado Lacerda se movimenta entre personagens que deveriam suscitar as maiores reservas:


Quem é que escolheu o advogado Lacerda para ponta de lança, na administração não executiva,  de uma das empresas de Mário Ferreira?  Claro que foi o interesse deste Mário Ferreira. E porquê este advogado e não outro? As teias tecem-se deste modo e já com outros governos foi igual.

E não se trata apenas deste Lacerda. Há outro especialista, neste caso em economia, por aí e com o mesmíssimo perfil...como se mostra na Sábado:



A falta de vergonha e pudor já são manifestos e é este primeiro-ministro, António Costa quem está na berlinda. Já não é José Sócrates.

No tempo deste, foi devidamente alertado pela TVI e aqui, neste blog, um acontecimento que era apenas um fait-divers: o caso bijan, em Los Angeles. Foi há cerca de dez anos e ninguém quis ligar. Porém, bastaria ter investigado como tudo se terá processado para o então primeiro-ministro não ter continuado no cargo.
Ter-nos-ia poupado uma bancarrota, os casos PT, EDP, BES e outros, mesmo ligados à magistratura.

Por isso mesmo esta crónica de JMT no Público de hoje tem algum interesse, principalmente para lembrar que há anos a tónica deste blog tem sido esta:



Portanto seria bom não esquecer: estes casos particulares de António Costa, com os fenómenos que o rodeiam, merecem o mesmo desvelo que deveriam merecer os que rodearam José Sócrates.

Como não se aprende nada, os media continuarão a relatar fait-divers, como se o fossem...

O Público activista e relapso